Como Irmãos – (PARTE 10).

Como Irmãos – (PARTE 10).
      No resto daquela manhã tudo passou bem rápido, o Marcos e eu tentamos ao máximo não fazer nada que pudesse chamar a atenção. Voltei pra casa com o Vinicius já recuperado, apenas com uma pequena ressaca. Diferente do dia anterior o dia demorou a passar, parecia que estava se arrastando e na minha cabeça os pensamentos tinham nome, sobrenome e endereço.
      Os dias foram passando e o Marcos e eu não voltamos a conversar, não sobre o assunto “ele e eu” e por um instante até imaginei que isso pudesse ser bom porque eu sou dessas pessoas que se apega com facilidade porém se desapega duas vezes mais rápido e na minha cabeça isso iria acontecer, ia se passar alguns dias e as coisas voltariam ao normal, o Marcos voltaria ser apenas o melhor amigo do meu irmão e ponto. Na teoria isso bem que funcionou, mas na vida real não foi bem assim. Quando eu passava por uma situação parecida com alguma garota essa minha teoria funcionava, mas com o Marcos foi diferente, bem diferente parecia que meu sentimento por ele só aumentava e conforme aumentava eu ficava simplesmente sem saber o que o fazer e isso que eu tentasse o evitar o máximo possível.
      Alguns dias depois do ocorrido eu ainda estava nessa de me afastar do Marcos, pra mim isso era o melhor a se fazer. Até que numa quarta-feira a noite meu irmão chega em casa na companhia do Marcos. Até então tudo certo, eles sempre frequentaram um a casa do outro só que nesse dia foi meio diferente. Eu estava no sofá lendo um livro e estava com uma sensação daquelas de que tinha alguém me observando, mas não me arrisquei a olhar e nem a falar nada. A única coisa que ouvíamos era o barulho do silêncio. Passado alguns minutos decidi me retirar da sala, me levantei e quando estava saindo o Marcos diz:
- É... Então, a gente vai sair pra dar um role. Ta a fim de ir não?
JF: - Valeu pelo convite, mas tenho que ir pro meu quarto. Preciso estudar. – Ele olhou em volta e disse.
Marcos: - Sério isso? Cê vai ficar me ignorando até quando?   
      Antes que pudesse responder qualquer coisa meu irmão volta à sala.
Vinicius: - Tô pronto, podemos ir agora.
JF: - É... Eu vou subir pro meu quarto.
       O Marcos me olhou com uma cara de interrogação como quem estive esperando uma resposta. Porém não seria ali que teríamos essa conversa.
       Fui pro meu quarto e lá comecei a pensar na vida, levantei algumas diversas questões, criei algumas muitas expectativas e acabei pegando no sono, quando dei por mim o despertador do meu celular já estava despertando. Hora de ir para o colégio. Levantei, tomei banho, escovei os dentes, me arrumei e desci pro café. Na realidade nem curto comer nada de manhã mas pra evitar que minha mãe fique falando eu como alguma coisinha. Até ai tudo bem, até que chega uma mensagem no meu celular de um número que eu não tinha salvo na agenda. Assim que abri fui direto à foto e vi de quem se tratava.
Mensagem: Bom dia! Tudo bem contigo? Então não curto muito deixar nada entrelinhas e preciso colocar um ponto e vírgula na nossa situação ou um ponto final. Depende de você. Topa conversar comigo?
JF: - Bom dia, Marcos! Podemos conversar sim.
Marcos: - Quer marcar depois do colégio ou prefere conversar por aqui mesmo?
JF: - Depois do colégio.
      Ele me passou por mensagem o endereço de um café onde ele costumava ir e disse que me esperava lá depois da aula. Estávamos em semana de prova então aproveitei o intervalo pra estudar já que na noite anterior peguei no sono.
      Assim que acabou a aula sai e fui pra onde tinha planejado ir, chegando em frente não o vi e mandei mensagem pra ele.
JF: - Cadê você? Já estou aqui.
Marcos: - Entra ai. Tô na parte de cima.
      Entrei e subi, ele pegou uma mesa bem no canto, um pouco mais isolada pra que a gente ficasse mais a vontade.
JF: - Chegou há muito tempo?
Marcos: - Não, nem tanto... Senta ai.
      Sentei e coloquei minha mochila na cadeira ao lado. Fiquei meio sem jeito, tava muito sem saber o que fazer. O Marcos também parecia estar um pouco nervoso, porém bem menos que eu.
Marcos: - Olha... Vou direto ao ponto. Sempre gostei muito da sua família, do seu irmão e tal, mas depois do que aconteceu naquele dia lá na minha casa meu sentimento por você mudou.
       Continuei sem pronunciar uma palavra se quer. Ele deu uma pausa e continuou.
Marcos: - Por mim eu não estaria aqui, mas não consegui me controlar, eu precisava vir aqui falar. Você realmente mexeu comigo.
JF: - Marcos... Eu...
Marcos: - Eu sei é difícil pra você, pra mim também não é nada fácil. Acredite...
JF: - Marcos! Eu também estou gostando de você.
Marcos: - Calma, eu ouvi direito? Cara, cê esta brincando comigo... Mas por que estava todo esse tempo me evitando?
JF: - Sei lá, achei que talvez com o tempo passasse, mas não passou e não venha me cobrar não. Estamos na mesma situação, você também poderia ter me procurado.
Marcos: - Que seja... Agora estamos conversados não vai mais ficar me evitando, né?!
JF: - Não, acho que não. – Nós dois rimos continuamos nossa conversa e a hora passou que acabamos nem percebendo. Por fim no termino do nosso encontro chegamos à conclusão de que não iriamos nos precipitar, íamos manter nossa amizade e deixar que as coisas acontecessem gradativamente.
CONTINUA...