Natale

Acordei naquela manhã de domingo tomado pelas dores de uma ressaca, mais uma na minha vida, no relógio de cabeceira vejo o quanto pouco dormir, despertado pela minha cabeça que doía, pela dor no estomago. Minha boca ainda tinha o gosto amargo de toda maconha que fumei, as mãos cheiravam a cigarro, o corpo ainda intoxicado pelo álcool. Aquele domingo nada prometia, era apenas mais um dia inútil na minha vida, calorento, tedioso. Desde pequeno sempre achei que os domingos era uma conspiração contra mim, se um dia eu tiver que me matar, será num domingo.
No final da tarde, fui para varanda, calor tinha cedido um pouco e se via as primeiras luzes acenderem. Na rua via os prováveis mesmos rostos que sempre via, não tenho certeza, nunca prestei muita atenção. Os sons que vinham da rua eram apenas um monte de vozes ditas ao mesmo tempo, não estava ali para ouvi-las, da mesma forma que também não estava ali para ver pessoas, estava ali, sim, por duas coisas, a brisa do final da tarde e por que, como todos os domingos ao final da tarde Natale iria descer a rua com seu cachorro. E ali estava ela, deslumbrante como sempre, vestida com um vestido de algodão, numa das mãos segurava um sorvete desses de casquinha a outra segurava a coleira. Natale
é um capítulo a parte na minha vida, nunca haverá mulher como ela, tudo nela lhe cai como arte, sua beleza é marcante, quase hipnótica, beirando o sonho da realidade. Aquele corpo gostoso que me perturba o sono, que tantas vezes em minha imaginação levei pra cama e saciei todo meu desejo e luxúria. Poucas vezes eu conversei com ela, eram mais acenos rápidos mais que nunca faltava um sorriso. Mas como num sonho, vê-la, era apenas momentos rápidos, mas que felizmente se repetia, quando ela virava a esquina o domingo voltava a ser a mesma droga de sempre.
Naquela quinta tinha uma viagem de 6 horas pela frente, era a trabalho mas eu sempre gostei de viajar, ver as mais diversas paisagens pela janela, os sotaques que se transformavam quando se muda de região. Os hábitos, os interesses mais diversos, tudo isso me atrai, eu poderia passar minha vida viajando.
Cheguei ao meu destino no meio da noite e me hospedei na melhor pousada da cidade, um quarto pequeno, com um ventilador e uma TV que pegava só um canal, o banheiro era pequeno e o chuveiro demorava pra esquentar, um luxo.
Saí a procura de algo para comer, achei uma lanchonete aberta e quando estava terminando de comer vi o que realmente parecia algo inacreditável, Natale entrou na lanchonete. Ela estava ainda mais bonita com a pele bronzeada pelo sol da praia, com aquele vestido branco. Num instinto a chamei; -Natale !
Ela me olhou demonstrando surpresa, veio em minha direção e sentou à mesa.
- Oi,Jesus.
- A quanto tempo você estar aqui?
- Cheguei na terça, vim passar parte das minhas férias. E você? - Cheguei hoje mas vim a trabalho.
Conversamos por um bom tempo, nunca isso havia acontecido antes. Foi uma das noites mais legais que tive na vida, mas como eu tinha que acordar cedo, marcamos nos encontrar na noite seguinte naquele mesmo local.
Passei o dia pensando nela, o trabalho era chato e as pessoas envolvidas, mais chatas ainda. Tive que agüentar 10 horas daquilo, as vezes eu me imaginava longe dali,um truque que sempre usei como alivio, toda vez que o momento não me agrada, me imagino em outro lugar, um lugar que construo no momento para sempre ser um lugar novo.
No lugar e na hora marcada eu estava lá esperando por ela, decidimos tomar uma cerveja e conversamos sobre nossas vidas. Nessa noite descobrir o quanto nossas vidas têm em comum, nossos desejos de conhecer e experimentar novidades, de ter uma vida diferenciada, longe das frivolidades da qual estamos aprisionados. Ela gosta de boa musica, literatura e poemas da mesma forma que eu, é sensível ao tédio e se ressente dele e exatamente por isso tenta ter uma vida alternativa.
Depois de algumas cervejas e muita boa conversa fomos andar pela praia, a noite estava bonita e o céu limpo. Ficamos em silencio, curtindo na nossa o momento. Olhei para aquela mulher fixamente, seus olhos, sua boca, seu corpo. Nos beijamos, um beijo que esperei por tanto tempo, um beijo longo, profundo e calmo.
Fomos para a pousada que eu havia me hospedado, fazia calor naquele quarto, mas isso só aumentava o desejo, voltamos a nos beijar como na praia, fomos nos despindo e pude contemplar a totalidade da beleza do Natale . Sua pele, seus seios, seus pêlos, suas coxas. Tudo o que sonhei estava diante de mim e era exatamente como nos meus sonhos, aquela mulher dava sentido a palavra beleza.
Olhei em seus olhos e a beijei, primeiro a boca, minha mão em seu seio, depois beijei e mordi o seu pescoço e senti o sabor da sua pele com um toque a minha língua. Aquele momento divinamente perfeito para mim, sob a luz fraca e opaca que entrava pela janela, o calor de uma noite de um verão intenso um ambiente em que se sentia o perfume que exalava dela tomando o ar misturado com o aroma fraco da bebida em nossas bocas, ali, abraçados, éramos só um. O calor do seu corpo em contato com o calor do meu, matando minha sede na saliva e no suor daquela mulher,
Beijei sua boca, seu pescoço e fui beijando todo seu corpo, ombro, peito e seios, nos seios beijei e apertei. Toquei o mamilo com minha língua, em círculos em volta do bico, mordi de leve e voltei a beijar. Minha mão pousou entre suas coxas e meus dedos tocaram seu sexo, que acariciei de leve, enquanto ouvia sua respiração ofegar, sua mão em minha cabeça em minhas costas. Peguei uma lata de leite moça que havia levado e derramei em seu corpo e o lambi inteiro, cada parte dele. Minha língua roçou toda aquela pele melada de leite condensado, minhas unhas arranhavam de leve aquela pele macia, nas costelas até a cintura. A virei, e pude ver o desenho perfeito das suas costas, as curvas, a nuca que fui logo beijando, assim como beijei toda aquelas costas, a cintura, a bunda...rocei minha língua por toda extensão da sua espinha, da nuca ao cóccix. Abri suas pernas e a beijei na parte interna da sua coxa, com a ponta na língua a toquei e senti o sabor do seu sexo, mel e pimenta, coloquei o leite e rocei e beijei sem deixar de tocá-la com meus dedos. Desta forma fiquei por algum tempo, minha cabeça entre suas coxas, sua mão em minha cabeça acariciando meu cabelo, seu gemido, nosso cheiro no ar que invadia minha alma, e me levava pra outro mundo, já não me sentia mais humano, e aquele lugar já não era mais um quarto de uma pousada barata, eu estava próximo ao paraíso fazendo amor com uma deusa.
Coloquei-a de quatro e a penetrei, segurando em sua cintura e em seus cabelos, mordi seu ombro por que sentia fome daquele corpo. Assim, com ela de quatro, fiquei por algum tempo e tirei todo proveito daquele momento, estava dentro dela, me sentia invadindo Natale . Deitei-me e ela veio por cima de mim, sobre meu corpo, olhando dentro dos meus olhos, aquele rosto perfeito, um sorriso, uma expressão de prazer, um gemido solto no ar, cada movimento do seu corpo, sua mão em meu rosto, em meu peito, aquele inclinar em busca da minha boca me afogando num beijo. Ela se deitou e me coloquei de joelho entre suas pernas e outra vez me enfiei nela, por vezes a xingava e lhe dava uns tapas de leve. Inclinei suas penas em direção a ela enquanto a olhava. Ela inclinou sua cabeça para o lado e suas mãos apertavam o lençol, como se quisesse se segurar em algo, Natale gemia alto sorrindo às vezes. Ela gozou e eu meti minha cabeça entre suas pernas. Queria chupar aquela mulher mais que tudo, depois fizemos um 69, sua boca quente e úmida me enlouquecia enquanto roçava minha língua nela. Pus-me por cima dela e transamos nos olhando, olhares que só eram interrompidos pelos nossos beijos,no seu ouvido a xingava e a chamava de meu amor, Natale gozou e nunca tinha visto forma humana tão bonita quanto naquela visão, Gozei como nunca tinha gozado em minha vida, em seus seios e barriga, espalhei para depois lamber meu gozo no corpo dela e sentir o sabor do meu gozo e fazê-la sentir em nosso beijo
Ficamos deitados por algum tempo e fomos tomar banho, a água que teimou em amornar caia sobre nossos corpos cansados mas consolados, enfeitiçados ficamos abraçados, nos beijando, nos tocando, nos saboreando...
Ela ajoelhada me chupando, para depois eu me ajoelhar e a chupar. Levantei e a escorei contra a parede, transamos, abraçados, dessa vez uma transa mais selvagem, mais urgente, irracional. Era como se nossa humanidade nos licenciasse para dar lugar para o que temos de primitivo, nos beijando, mordendo, arranhando, abraçando, tudo numa desordem furiosa, ruidosa, ela se ajoelhou pra receber meu gozo em seu rosto.
Depois, exaustos, fomos para cama e após um tempo nos olhando, lembro de ver os olhos de Natale ,cederem ao cansaço e essa foi a ultima coisa que vi daquela noite por que logo após também dormi. Nunca imaginei que poderia haver mulher que estivesse tão próxima da perfeição quanto ela, pude ver, antes de adormecer, ela ali, diante de mim, tão indefesa e tão soberana, mesmo dormindo. Quando olho para ela imagino se aquela mistura do divino e do demoníaco é realmente humana, ou se é um sonho. Deixo esse pensamento e a vejo como ela é agora, a olho como minha mulher.

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Ficha do conto

Foto Perfil eduliborio1972
eduliborio1972

Nome do conto:
Natale

Codigo do conto:
105750

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
05/09/2017

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