Nós éramos adolescentes, eu já com dezessete e Lucas com quinze, porém éramos de igreja, então nossos pais não eram tão liberais com relação a sair, namoros e afins, o que restava pra gastar energia era a musica, nos aproximamos mais, o tempo todo falando de música, instrumentos, de fazer carreira quando fossemos mais velhos, ele frequentava minha casa e eu a dele, assisti seu corpo ficar cada vez mais forte, mais viril, mais macho, moreno, os músculos do braço e ante braço marcados sob a pele, o abdómen completamente definido e aquelas entradinhas que vão pro shorts e te fazem imaginar muitas coisas, as quais ficavam cobertas, porém monumentalmente marcadas em qualquer que fosse a roupa. Só havia um problema nessa minha paixão, como em todo bom drama gay, Lucas era hétero e quando o assunto música ficava chato, o papo mudava pra videogame e por fim garotas, as da escola dele, as da igreja, falava sobre peitos, bunda, tamanhos, formas e aquilo me instigava, não pela conversa, mas por conseguir sentir o desejo dele, sua excitação, então eu dava corda. Éramos adolescentes, normal os hormônios estarem a flor da pele, só que os meus eram voltados pra ele, claro sem ele saber.
O tempo foi passando e mais garotos entraram para a banda da igreja, mais ou menos da nossa faixa etária, e o natural aconteceu, o que era uma dupla de amigos se tornou um grupo, eu perdi a exclusividade, de fato os outros rapazes tinham mais coisas em comum, falavam sobre futebol e garotas com a naturalidade que eu, embora me esforçasse, não tinha.
Com essas novas amizades tive que aprender a dividir o Lucas, os outros ficavam com a parte do futebol de fim de semana e eu com a parte da musica, quando nos reuníamos pra tirar um som, eventualmente os garotos também estavam. Que eu era gay, a essa altura, acho q todos os meninos já sabiam, inclusive o Lucas, eu nunca ficava com nenhuma menina, nunca falava sobre o interesse por nenhuma, mas acho que além de desconfiar da minha sexualidade ele também desconfiava que era dele que eu gostava, e aí meus amigos começa minha tortura, seu comportamento com relação a mim mudou, eu não conseguia definir se aquilo era bom ou ruim, assim como um masoquista sentia aflição e prazer na mudança dele, me excitava, mas também começou a me enlouquecer.
CONTINUA