Olá, me chamo Lucas. Tenho 18 anos indo para os 19 daqui três meses, não sou aqueles caras padrãozinho, mas tenho 1,80 de altura, barriguinha de quem já foi gordinho, olhos castanho claro, cabelos quase da mesma cor, só que mais escuros e levemente encaracolado, pele clara, coxas um pouco grossas e uma bundinha não muito grande, mas, durinhas por causa da academia e partes do corpo meio definidas.
Bom, o relato que eu vou contar, aconteceu comigo já tem seus 4 ou 5 meses e se tornou muito importante para mim, por motivos que vocês vão compreender ao longo da história.
Tudo começa quando, minha tia Helena(uma senhora de meia idade e viúva) resolve nos chamar para passar algumas semanas em sua propriedade, próxima a Curitiba(minha cidade), como estávamos no período de férias de julho, não havia nada que nos impedisse de visitar a doce tia de minha mãe. Todos pareceram concordar com o convite feito, inclusive eu, que não sou muito chegado em “ficar no mato”, por assim dizer, buscava me abstrair um pouco da cidade. Arrumamos as malas e fomos para lá.
Já depois de percorrer boas três horas de estrada, minha mãe avista a plantação de café que costumava brincar com suas primas quando criança, com um caminho de pedras em formatos de paralelepípedos encaixados quase que perfeitamente dividindo a mesma e um pasto não muito grande, onde ficam as vacas leiteiras. A fazenda para os outros parecia ser grande, mas só causava essa impressão, mas sua produção é suficiente para dar uma vida tranquila à viúva e suas duas filhas que moram em São Paulo. Chegando na entrada da fazenda, marcada por um portão antigo de ferro forjado e todo detalhado e quatro ciprestes-italianos altos, dispostos dois na esquerda e dois na direita do portão preso ao muro de não muito alto, feito de pedras maciças, dava início aquela estradinha vista entre a plantação e o pasto. Pela janela do carro, via-se passar as vacas que se encontravam no pasto, juntamente com outros ciprestes que adornavam a beirada da estradinha e pareciam vultos verdes passando rapidamente do nosso lado.
Ao terminar de percorrer a estradinha desembocamos em um quintal grande e plano todo forrado por um gramado verdinho e aparado tal como um tapete. No centro do jardim, um laguinho com um casal de marrecos com três filhotes e uma pequena fonte no centro, que combinados faziam a função de uma rotatória, onde o caminho de paralelepípedos circundava se estendendo para os dois portões da garagem e a outra ponta, para a entrada da casa.
Ao abrir a porta do carro, aquele cheiro de orvalho que exalava dos ciprestes misturados ao do cafezal, inundou meus pulmões, e, como se fosse uma desintoxicação instantânea, fez-me sentir revigorado.
Coloquei os pés para fora do carro e me levantei saindo do mesmo. Realmente, o campo era bem mais fresco que a cidade percebendo-se nitidamente a diferença da temperatura, olhava tudo a minha volta e via as roseiras, amoreiras, os ciprestes menores todos cortados de formas ornamentais, e a casa, mas que casa, de uma simplicidade sem tamanho, mas com um charme e conforto gigantescos. Erguia-se do chão em um base de pedras de meio metro com trepadeiras fixadas em sua superfície, um sobrado todo feito em madeira vermelha, com as tábuas colocadas na horizontal e uma área que contornava toda a extensão da casa com um cercado do mesmo material da residência. Janelas que mais pareciam portas, permitiam que a luz entrasse para dentro da casa e a porta maciça de madeira entalhada se abria e de lá de dentro, saia uma senhora, de mais ou menos uns 1,60 de altura, pele clarinha, cabelos castanhos claros com uma mecha de seu topete onde a idade pelo visto, já havia tocado, que se prendia as outras demais em um coque. Um vestido, que ia até a altura dos joelhos, cobertos por uma meia calça, sapatos de salto com bico fino com mais ou menos quatro dedos de altura. Cobrindo seus braços magros um cardigan grosso de lã fechado até o último botão e um óculos em seu rosto, que ajudava a disfarçar as algumas rugas de idade além de permitir a senhora de 70 anos enxergar melhor, todo em preto, cada peça de seu vestuário era marcado por sua viuvez, mas o sorriso que ela abriu quando nos viu, fez parecer encher de cor a sua vida. Seus lábios sorridentes diziam:
Tia Helena- “Meus queridos! Que bom que vocês vieram me visitar! Ai, que saudade que estava de vocês!” Disse isso abraçando fortemente cada um e retomando: “Vamos, entrem, Clarinha(funcionária) acabou de por o café na mesa, venham!”
Ao entra na casa, damos de cara com uma mobilia bem rústica, na sala de visitas logo que se entra, um sofá macio de braços e encostos quadrados com quatro poltronas de madeira com grandes almofadas para sentar e se encostar confortavelmente, duas de cada lado do sofá. Uma mesinha de centro feita de metade de um tronco de árvore, cortado em forma de quadrado um tampo de vidro colocado sobre o tronco, com portas retrato com fotos de minha tia, seu falecido marido e as filhas. Na sala de jantar, meio grande por sinal, uma mesa de oito lugares toda em madeira escura, estava posta com xícaras, copos, pratos para bolo, e a melhor parte, a comida, bolo, leite e café produzidos na fazenda, suco de laranja, pães de casa. Parecia novela.
Depois do café, meu pai pediu para que eu fosse buscar as malas no carro, sem contrariar me levantei e fui. Desci a escada que ligava o jardim na área da casa, abri o porta malas, coloquei a minha no chão logo em seguida peguei a de meus pais com um certo esforço, pois era bem maior e mais pesada que a minha.
Ao segurar na alça e fazer força para levantar a mesma, uma mão forte e quente se sobrepôs a minha e uma voz forte e grossa rompeu o silêncio: “Calminha, meninão! Deixa que eu levo para você...”, meio contrariado, devido ao fato de dar conta mesmo que mediante a algum esforço, me virei dizendo: “Imagina, eu dou con...” as palavras se congelaram em minha boca, ao virar e dar de topo com o um peito forte que estava preso por uma camisa azul escuro, justa ao corpo. Erguendo meu rosto um pouco para cima, dei de topo com os olhos mais lindos que eu já vi, duas esmeraldas que me fitavam juntamente com um olhar interessado e nos lábios um sorriso de canto da boca envolto por uma barba castanho claro, frondosa, mas não muito grande, que me deixou sem reação e mais palavras sairam daquela boca marcante mas suave: “Desculpa... eu não queria te assustar, bom, deixa eu me apresentar, Diego, muito gosto!” Disse isso estendendo sua mão grande em minha direção. Gaguejando refutei: “Qu... que, isso. Não... não, assustou não, haha(ri sem jeito), prazer, me chamo Lucas.” E segurei em sua mão, quente, forte e macia...
Diego- “Deixa que eu levo esta mala para você? Não me custa nada!”,
Eu- “Ah... eu agradeço, hahaha”
Diego- “Você é parente da Dona Helena?” Disse isso pegando a mala sem o menor esforço, e ao se esticar, aquele homem parecia ainda maior, com seus belos 2,00 metros de altura. Prontamente respondi que era sim, subimos as escadas e entramos. Tia Helena logo em seguida falou: “Luquinhas, vejo que já conheceu o Diego!”
Eu- “Sim, tia. Ele se ofereceu para me ajudar com as malas...”
Tia Helen- “Ah, esse rapagão é um doce. Se não fosse ele, não sei o que seria da administração da fazenda!”
Diego- “Que isso Dona Helena, eu que agradeço a senhora por me ajudar e confiar em mim, quando todos me deram as costas...”
Tia Helena- “Bom, tontos eles! Hahaha, estes são meus sobrinhos de Curitiba!”
Diego- “Muito prazer, no que precisarem, podem me chamar!”
Disse isso olhando para todos, e logo em seguida terminou o olhar em mim. Eu gelei de dentro para fora, mas sentia as maçãs de meu rosto arderem e continuou: “Então, se me derem licença, preciso terminar de acertar com os outros funcionários. Dona Helena...”
Minha tia acenou com a cabeça, e disse: “Toda Diego, agradecida...”
Diego- “As ordens...” e saiu porta a fora. Me sentei novamente voltando a conversar, a tarde se passou e logo a noite fria caiu, banhada aos barulhos dos grilos e da água caindo da fonte. De banho tomado e uma blusa de moletom sobre a camiseta, uma calça jeans e tênis, fui lá para fora andar um pouco para espairecer a cabeça.
Lá fora, me direcionei para o cercado perto do pasto onde as vacas ficavam e me debrucei sobre o mesmo e fiquei admirando o céu estrelado e as vacas se aglomerando em grupos para dormir. Perdendo um pouco da noção de tudo ao meu redor, me assustei e por reflexo dei um leve pulo, quando a mesma voz forte de mais cedo rompeu o silêncio:
Diego- “Boa noi...”
Eu- “Ah!”
Diego- “hahaha, desculpa seu Lucas, acho que temos que parar de nos encontrar desse jeito, hahah” disse abrindo seu lindo sorriso.
Eu- “Olha, seu Diego, eu tenho que concordar com você. Hahaha, mas, pode me chamar de Luca, ou, só Lu!”
Diego- “Ok, Lu... (sorriu) bom, pode me chamar de Di!”
Eu- “Bom, Di. Já que estamos mais íntimos, hahaha. Você sempre vem aqui durante a noite?”
Diego- “Ah, sim! Eu gosto de vir aqui ficar observando os animais e pensar na vida...”
Eu- “Faz bem, deve ser um sossego por aqui, não?”
Diego- “Olha, de vez em quando tem uns pepinos para resolver, mas, não tenho o que reclamar, é um lugar maravilhoso.”
Eu- “Ah... eu imagino, sentir esse ar fresco de manhã, deve ser muito bom!”
Diego- “Se é! Principalmente de manhãzinha, quando saio para andar à cavalo no meio do cafezal para dar uma olhada em tudo.”
Eu- “Deve ser ótimo. Ainda mais quando se sabe andar à cavalo!(ri)
Diego- “Ué? E você não sabe?
Eu- “Ah! Faz muito tempo que andei, era criança. Desde então, nunca mais!”
Diego- “Bom, suficiente para desaprender, mas, nada que não possa ser ensinado! Se quiser, amanhã cedo te ensino e vamos andar no meio da plantação, o que acha?” Colocando a mão sobe a minha que repousava sobre o cercado, me olhando de um mode diferente. Sorri, e sem nenhuma má intenção, aceitei, Diego me pareceu ser uma pessoa muito gente boa, além de ser muito educado e diga-se de passagem, muito bonito. Ficamos conversando mais um pouco e fomos dormir, eu na casa da sede, e ele em uma casa que ficava mais afastada, já para o caseiro do sítio. Não consegui pegar no sono, pensando no toque de Diego, na sua voz, no seu corpo grande e forte, sua pele clara de aparencia macia e seus olhos. Até que dormi...
Obrigado por lerem, até aqui!
Se quiserem a continuação do meu relato, deixe no comentário juntamente com o que achou, estou disposto a contar! Beijos