No outro dia, havia acordado lá pelas 6:00 da manhã, desci as escadas pois havia dormido na parte de cima da casa. Me sentei à mesa e tomei o café em companhia da minha tia, já que meus pais ainda dormiam, colocando meu moletom e me direcionando em seguida para fora aproveitar a manhã fria.
Ao sair, tive uma visão que me encheu o dia de cor e alegria. Diego. De camisa verde claro dobrada até os punhos, com os dois primeiros botões da mesma aberto deixando a mostra seu peito forte com pelos que ao longe pareciam aparados, e as mangas marcando seus braços de bíceps grossos. Uma calça jeans azul escura rente ao corpo, marcava seu belo par de pernas, firmes e fortes, nos pés, botas marrons com o cano escondido sob a calça, por último, um boné preto que cobria seus cabelos castanhos escuro, cortados baixo mas com um leve topete.
Ele estava terminando de selar o segundo cavalo, ambos altos, de uma cor marrom avermelhada lustrosa que brilhava ao sol leve da manhã. Quando, repentinamente ele se vira em minha direção, onde a combinação sorriso e barba, me deixou bobo. Estendendo a mão para o alto e me chamando em sua direção. Desci as escadas da casa, seguindo em sua direção.
Me aproximei dele e dos cavalos com ele dizendo:”Bom dia, Lucas! Como passou a noite?”
Eu- “Bom dia, Di! Olha, não teria como ser melhor(sorri)”
Diego- “Realmente, é muito bom dormir aqui no sítio, a tranquilidade é incrível! (Em uma pausa, puxando bruscamente uma fivela, ele torna a falar) Aqui! Como prometido, vou te ensinar a andar à cavalo!” Disse isso batendo a mão sobre a sela, um frio tomou a minha barriga e eu disse: “Diego, do céu! Eu vou te falar a verdade... eu tenho um certo, medo...”
Diego- “Hora vamos! Eu escolhi o mais manso para você! Anda, não vai me fazer esta desfeita, né?”
Eu- “Ai... tudo bem, vou tentar, mas você garante que é seguro, não?!”
Olhei firme em seus olhos, em seguida ele retribui o olhar só que com um ar terno e colocando a mão direita em meu ombro esquerdo, com ele respondendo:
Diego- “Claro que sim! Eu não vou deixar nada te acontecer!”
Sentindo a confiança e o zelo dele, afirmei com a cabeça e ele me explicou como montar no cavalo, com dificuldade subiu já que sou destro e sobe-se pelo lado esquerdo, além do cavalo ser alto. Diego tomando as rédeas em suas mãos arrumou-as e pegando levemente minha mão, segurou-a com delicadeza e segurança, colocando o que me auxiliaria a controlar o cavalo em minhas posses, dizendo:
“Seguinte, aqui pela rédea. Você controla o cavalo de acordo com o que você quer fazer, mas lembre-se, vai com cuidado e carinho. Esses animais são mansos, mas não por isso temos que ser “cavalos”, com eles!” Terminando a frase com um leve sorriso, e eu respondendo: “Pode deixar, eu vou tratar bem desse grandalhão!” Rindo levemente ao final, passei a mão na lateral do pescoço do cavalo, ao lado da crina preta macia.
Diego montou em seu cavalo também, onde pelo meio do cafezal partimos.
O aroma exalado pela plantação do orvalho da manhã, me relaxava de tal forma, que o leve andar do cavalo me deixava mais tranquilo, enquanto olhava Diego em seu cavalo ao meu lado, desenvolvia em mim um sentimento diferente. Algo forte, que me deixava com um frio denso na barriga, mas, um calor que me atordoava a cabeça. Olhava quase que indiscretamente para Diego, que de vez em quando retribuía olhando em meus olhos. Resolvendo romper o silêncio, percebendo que já não víamos mais a casa de minha tia perguntei: “Di, eu não quero ser chato, mas, onde estamos indo?(misturado ao meu nervoso, eu dei uma leve risada) Diego, se voltou para mim e disse: “Calminha! (Com o seu sorriso que quase me fez cair do cavalo, literalmente) eu quero levar você no meu lugar preferido de toda a fazenda!” Nervoso respondi: “Tudo bem, mas, é longe?”
Diego- “Não muito, já estamos chegando, é bem no final desta fileira do cafezal. Vamos, não desanima!(riu)”
Eu- “Diego!(ri), você não me conhece, não desisto fácil, não!” Ao final da plantação, avistei uma árvore grande e robusta, um Ipê na verdade, em cima de um morro alto levemente íngrime. Diego rompendo o silêncio dizendo: “Olha lá Lu!(disse empolgado apontando para a árvore) Estamos quase chegando, falta pouco.” Ao chegar aos pés do morro, descemos dos cavalos e terminamos o restante do percurso andando. Quando chegamos ao topo, tive uma das mais incríveis visões. Daquele morro, sob o ipê, via-se quase toda a propriedade, o cafezal se estendendo pelo chão, a rodovia passando ao longe se escondendo entre a serra, a casa de tia Helena lá para frente, o pasto e algumas casinhas vizinhas. Lindo o lugar, calmo, com um vento mais forte que o restante da fazenda por se encontrar no alto. Interessado Diego me perguntou: “E aí Lucas, o que achou?!”
Eu- “Caramba, Diego! É maravilhoso!”
Diego- “Eu sabia, que você ia gostar(riu de boca fechada), eu adoro vir aqui quando quero ficar em paz!”
Desenrolando uma colcha grossa no chão, em seguida sentou-se e falou: “Senta, aqui...” Disse isso passando a mão sobre o que seria meu lugar. Me sentei e ficamos um tempo calados admirando o lugar, quando resolvo perguntar: “Di, desculpa a pergunta, mas, o que você quis dizer aquele dia quando tia Helena, te apresentou e você falou que, ela te amparou quando todos te deram as costas?
Diego- “Sabe Lucas, vou te contar o que realmente aconteceu. Eu perdi o emprego que tinha em uma fazenda vizinha daqui. Tinha reerguido aquele lugar, passou a ter lucros muito bons e na época o dono contava comigo para abrirmos mais uma fazenda. Tudo estava indo as mil maravilhas, mas teve um funcionário que não gostava de mim, não sei o motivo, mas, levantou falsos testemunhos, falou que eu roubava a contabilidade da fazenda, para fazer tudo parecer verdade, escondeu o dinheiro dentro do meu guarda-roupa na minha antiga casa, fora outras coisas.
Então, me demitiram. Fiquei sem lugar algum, minha família muito distante e eu sem condições de voltar para perto deles. Sem rumo, acabei por dormir embaixo de um antigo estábulo que ficava na lateral do sítio de Dona Helena. Até o dia que sua tia, meu Deus,(Diego começou a gaguejar e as lágrimas rolaram do seu rosto) como pode existir uma pessoa assim? Me viu todo sujo, e depois que me reconheceu, pediu para o motorista parar e desceu do seu carro. Me lembro como se fosse hoje, ela me conhecia pois ajudei um tempo ela por aqui. Sua tia colocou as mãos no meu rosto, e falou: “Diego, meu filho. O que aconteceu?”
Expliquei à ela, sua tia chorou e tomada de raiva pelo vizinho, foi tirar satisfações. Fizeram minha caveira, mas ela não acreditou. Então, aquele anjo de mulher me trouxe para cá, me deu comida, roupa, casa e pediu para que eu trabalhasse de capataz para ela, com o tempo ela passou a confiar cada vez mais no meu serviço e em mim, até que passou a administração da fazenda para que eu cuidasse. Desde então, faço meu melhor para ver sua tia feliz e tranquila, para mim, ela é mais que uma mãe...”
Eu via as lágrimas correndo dos olhos de Diego, e um aperto no coração me tomou quando escutei sua história. Coloquei a mão nas maçãs de seu rosto e secando suas lágrimas, disse: “Ei... não fica assim! Coloca aquele sorriso lindo de novo no rosto, lembra que você está muito melhor agora. Di, você é muito forte, um vencedor!
Terminei a frase colocando a mão sobre sua coxa que estava flexionada pelas pernas cruzadas. Diego colocou sua mão sobre a minha em sua coxa dizendo-me: “Sabia que eu gosto muito, quando você me chama de Di?”
Passando a me encarar fixamente com e um sorriso em seus lábios fechados, era como se eu pudesse ver sua alma, uma alma brilhante, com muita doçura, beleza, mas, com um pouco de tristeza e sofrimento. Assim, nossos olhos se conectavam e transmitiam o carinho dos dois, Diego colocou sua mão esquerda macia na lateral de meu rosto e acariciando minha bochecha com o polegar, foi se aproximando vagarosamente com um pouco de receio, onde aos poucos passei a sentir sua respiração quente. Fecho meu olhos e sinto, o toque de seus lábios quentes envoltos por sua barba sedosa tocarem minha boca e meu lábio superior, foi levemente sugado com delicadeza. Enquanto isso, ao nosso redor, o vento frio soprava pelo morro e a copa da árvore balançava reproduzindo um som agradável.
Ele se afasta, mas ainda próximos, os olhares se fixam e se tornam mais quentes, com mais desejo. Mas agora, sou eu quem retribui o beijo. Colocando minhas mãos no rosto de Diego, me aproximo e lhe beijo com o mesmo carinho. Percebendo que entramos em conexão, o beijo passou a ficar mais quente, já podia-se sentir a necessidade de um tocar o outro, Diego me beijava com intensidade, mas não deixava aquele carinho e ternura de lado, seus lábios se encaixavam nos meus, enquanto suas mãos afagavam minha nuca e as minhas acariciavam suas costas e peito.
Neste momento, Diego se deita no chão e me puxa sobre ele. Uma das melhores sensações, me encostar naquele corpo forte sentindo suas mãos e braços percorrerem de meus cabelos, até minhas costas com carinho. Nossas pernas se entrelaçaram passando a roçar uma na outra. A respiração quente, em meio os estalidos do beijo, onde minha língua tocava a dele e minhas mãos já percorriam seu peito forte e sua leve barriguinha, agora, minhas coxas roçavam com as dele, estava completamente entregue nos braços de Diego. Que começou a descer a mão direita de minhas costas e em direção a minha lombar onde ficou, porém, senti a mão dele deslizar para minha bunda por cima da calça, dando um aperto gostoso me fazendo suspiras. Até então, não tinha achado problema de Diego colocar a mão boba lá, mas as coisas mudaram quando a mão dele subiu de novo para minha lombar e desceu novamente, só que desta vez, para dentro da minha cueca.
Nunca havia feito nada na minha vida até quele ponto, uns beijos no máximo. Mas me senti incomodado, não que eu não gostasse do carinho de Diego, mas de súbito, ao sentir aquela mão quente com os dedos tentando me invadir, tirei minha boca da dele e afastando meu corpo do seu, me sentei novamente de cabeça baixa. Onde ele preocupado exclamou: “Lucas! Me perdoa! Me perdoa mesmo, eu não quero me aproveitar de você, muito menos te forçar a fazer nada que não queira! Meu Deus, que vergonha! Disse isso colocando a mão no rosto, querendo se esconder. Gaguejando refutei: “Di, me desculpa... eu acho que eu não estou preparado ainda, eu não me senti confortável por completo. Eu muito gosto de você, muito mais que um amigo, mas... isso é tudo é muito novo para mim, eu me assumi tem pouco tempo e seria, minha primeira vez...”
Diego colocou a mão em meu ombro e disse: “Não tem o que pedir desculpas, (Deu um leve sorriso e as maçãs de seu rosto enrubesceram suavemente, continuou a falar) Lucas, eu queria te dizer uma coisa, já está enrolada dentro de mim desde o dia que eu conversei com você pela primeira vez...” Sem fazer contato visual, por estar com vergonha lhe assegurei:
Eu- “Ora, pode dizer. Sou todo ouvidos...”
Aquele frio denso tomava conta novamente da minha barriga, meu nervosismo aflorava como nunca. Sua boca se abriu e mais palavras saíram: “Eu estou sentido por você, algo que eu nunca senti antes. É uma coisa que me faz querer estar perto de você todo tempo, mas quando me aproximo, sinto como seu eu ficasse sem chão, bobo... Lucas, eu estou louco por você!”
Eu me virei em sua direção, olhando em seus olhos, coloquei minha mão direita em seu rosto, onde fechando os olhos ele se apoiou na mesma como um travesseiro, e com lágrimas nos olhos tornei a dizer: “Diego, eu te amo!” Lhe dei um beijo nos lábios e em seguida lhe abracei fortemente, fui retribuído com um abraço apertado daqueles braços robustos, um beijo na bochecha e um carinho na cabeça. Ficamos assim, por um tempo, ele se sentou com as pernas abertas e pediu par que eu sentasse entre elas e me encostasse nele, assim eu fiz, fique encostado em seu corpo enquanto sua cabeça repousava em meu ombro direito e seus braços de fechavam na minha cintura. Ali, ao longo de uma hora ficamos sentados conversando até que decidimos voltar para casa. Ao chegar no que era o ponto de partida, Diego me convidou para jantar em sua casa no dia seguinte e com ele se despedindo dizendo que tinha que começar a trabalhar, lhe dei outro forte abraço e um beijo na bochecha, aceitando o convite. Durante o dia, via Diego com menos frequência, pois estava afundado no trabalho, o que me deixava ainda mais encantado ao ver ele lidando com as coisas da fazenda, até a noite cair, jantamos na casa da sede, mas nada de Diego aparecer como descobri ser de costume. Fiquei meio triste, fui lá fora para ver se encontrava ele, e nada... fui para a cama eram quase 22:00h, meio contrariado dormi.
No dia seguinte, nublado, encontrei Diego tratando dos marrecos no laguinho, fui correndo até ele e lhe dei um abraço de surpresa pelas costas, dizendo: “Bom dia, Di! (Encostando minha cabeça em suas costas) não veio me dar boa noite, nem jantar. Aconteceu alguma coisa?”
Diego: “Bom dia, Lu! (Disse se virando e me abraçando) eu estava organizando a casa para te receber!”
Eu: “Ah!... não precisa se incomodar, grandão!”
Diego: “Não. Precisa sim! Eu quero te receber do melhor jeito possível!”
Ficamos conversando mais um tempo lá fora, e mais uma vez Diego passou a tarde toda trabalhando. Com a noite caindo, fiquei no cercado do pasto admirando o Sol sumindo no horizonte e ele de surpresa chega por traz de mim me assuntado e me prendendo em seus braços, anunciando junto ao meu ouvido: “Não esquece hein, eu to te esperando lá em casa mais tarde para jantar. Vou fazer hambúrguer para gente!”
Eu: “Nossa! Então quer dizer que você cozinha também?(dei uma risadinha)
Diego: “Por você, eu faço tudo e muito mais!”
Rindo, ele deu um beijo rápido em minha boca, dizendo que ia para a casa dele tomar um banho e arrumar as coisas. Depois dele sair, entrei para casa e fui para meu quarto tomar um bom banho e me arrumar para me encontrar com Diego. Coloquei uma calça jeans azul claro, uma polo, tênis e uma jaqueta de couro(já que a temperatura tinha caído bruscamente) todos pretos. Passei um perfume de aroma amadeirado nos pulsos, por fim, esfreguei os mesmos em meu pescoço, para o cheiro não ficar muito forte. Dei uma ajeitada no cabelo, já eram 19:50h quando terminei de me arrumar. Desci as escadas do área da casa de minha tia, onde, ao colocar os pés nas pedras do chão e avistar a casa de Diego com a luz acesa que transpassava as janelas, afastada de tudo, o nervosismo tomou conta de mim, parecia que ia desmaiar.
Fui andando em direção à casa, com o vento frio soprando meu rosto. Quando cheguei, subi os degraus de pedra me coloquei frente a porta na área coberta da casa e com três “toc’s” bati na porta. A voz de Diego veio de lá de dentro: “Já vai!”, me fazendo travar...
Muito obrigado pela receptividade de vocês, fiquei muito contente!
Deixem nos comentários, o que vocês acharam, dividi o relato em três partes para contar cada DETALHE! Beijos