Bode - parte I

Aquele era um dia muito especial, afinal seria a primeira vez que o Mágico me alugava para um de seus amigos. As instruções haviam sido claras: vista-se como um verme, use suas piores roupas (não que você tenha boas roupas), vá limpo mas não cheiroso e sua safeword será caleidoscópio. Perguntei ao Mágico como ele era e como deveria chamá-lo, a resposta foi: chame-o de Bode e não vou dizer como ele é, mas somente digo que reze para que ele só queira te usar dominando.
O sol estava muito quente, cheguei ao prédio de Bode na hora combinada. O porteiro negou-se a abrir o portão para mim. Eu havia caprichado no visual, estava com uma calça cinza com um rasgo enorme na coxa direita e a perna esquerda estava esfrangalhada (mais parecia uma bermuda), a camiseta vermelha estava justa de forma que se levantava minhas mãos aparecia minha barriga e nos pés uma linda sandália japonesa (ou havaianas). Implorei por duas vezes no interfone que o porteiro comunicasse minha chegada.
Já estava há cinco minutos no sol e não conseguia entrar, comecei a suar muito. Decidi ligar ao Bode, disse que o porteiro não queria me deixar entrar. Ele desligou na minha cara, pensei que seria punido pelo Mágico por não ter cumprido com o aluguel, ia me virar quando ouvi o portão ser aberto e a voz dizer pelo interfone que podia entrar. Subi uma pequena escada e entrei no hall do prédio, o porteiro disse que usasse a escada porque não havia elevador de serviço. O apartamento era no quinto andar. Subi os cinco laces de escada com rapidez, tinha pressa em servir e cumprir o horário. Acabei chegando muito suado na porta, tanto pelo sol como pelas escadas; bati à porta e ela se abriu.
Deparei-me com um macho incrível. Ele era da minha altura, cabelos ralos, mas um bigode de filmes antigos (inclusive engomado com uma volta para cima nas pontas) e um cavanhaque castanho bem claro fazia jus ao seu apelido de Bode, suas sobrancelhas grossas pareciam intimidadoras. Vestia uma regata branca que fazia com que a pata de urso tatuada no lado esquerdo se destacasse, percebia que ele tinha muito pelo mas parecia tê-los aparados recentemente. Um bermudão azul e tênis pretos completavam o visual. Aparentava ter uma barriguinha, mas nada que impedisse de me divertir muito naquele corpo. Ao fundo, tocava música sueca (depois descobri ser Ida Redig). Ele olhou-me dos pés à cabeça e ordenou que entrasse.
Entrei e fiquei no meio da sala, mãos para trás, esperando as próximas ordens. Ele ordenou que me sentasse e perguntou se queria beber algo. Pedi um copo de água para me refrescar e sentei num sofá de dois lugares de cor cinza escura. À frente dele um outro sofá de três lugares da mesma cor, à esquerda havia estante onde a televisão ligada no YouTube seguia uma playlist de Ida. À direita, bem no centro da parede uma poltrona reclinável. Quando ele retornou à sala, começou a tocar Förlåt för alla sånger som jag sjungit om dig (sei porque o nome apareceu na tela). Ele deu-me o copo transparente com água e cubos de gelo levemente amarelados.
Sentou-se em sua poltrona e pediu que tomasse a água primeiro. Ele reclinou um pouco a poltrona e parecia que eu não estava naquele lugar, fechou os olhos e a música o conduziu a outro mundo. Tomei um gole da água e senti um leve sabor azedo. Não podia acreditar naquilo, será verdade? Levei o copo à boca e fiz com que uma das pedras de gelo entrasse em minha boca. Deixei que ela passeasse pela minha língua e o sabor tornou-se mais intenso. PUTA QUE PARIU! Ele havia congelado a urina dele e posto em cubos no meu copo. Inevitavelmente, soltei um suspiro de prazer e Bode voltou para a sala, como tivéssemos combinado previamente.
O mendigo podre gostou do gelo? Era uma voz doce, mas firme. Fiquei sem saber o que responder. Então, ele tornou a dizer: Perguntei se o vadio, puto e imbecil desse mendigo gostou do gelo? Na sequência, levantou-se da poltrona e veio em minha direção. Disse que sim, que nunca havia provado água tão pura e boa para fazer gelo como aquela. Ele aproximou-se e notando o rasgo na coxa, beliscou-me fortemente. Não podia gritar ou dizer algo, pois com o gelo na boca me molharia, sujaria o sofá e acabaria apanhando. Abaixei meus olhos para os tênis dele e agradeci murmurando um Obrigado, Bode. Ele aproximou o copo de minha boca e ordenou que cuspisse o gelo. Cumpri a ordem e ele deixou o copo sobre a mesa.
Ele levantou-me e como temos a mesma altura, sua boca encontrou-me com a minha. Foi um beijo voraz da parte dele, sentia sua língua invadindo minha boca. Era lascivo, obsceno e comecei a me excitar. Senti sua mão percorrer minhas costas e ousei tocar seus ombros. Ele então agarrou-me num abraço de filhote (sim, ele ainda não era um urso, mas quando crescesse seria o mais belo espécime da terra). Aquele beijo forte me deixava retraído e ao mesmo entregue a ele. Ousei mais uma vez e tentei chupar sua língua, ele pareceu perceber minha vontade e afastou um pouco sua boca, deixando-a porém para fora. Reaproximei-me e comecei a chupá-la, desejava saber o sabor que se escondia ali e percebi leves notas de cravo e canela.
Ele jogou-me no sofá e disse que eu era um mendigo sujo… Foi então que senti seu escarro em minha testa. Ele escarrou uma, duas, três vezes… Agradeci os escarros e enquanto eles escorriam pelos meus olhos e nariz, o que me deixava aflito mas sem coragem de limpar, ele retirou sua regata revelando seu corpo de filhote para mim. Pelos em todo seu torso tornavam-no mais apetitoso que o Davi liso de Michelangelo, sua bermuda não ostentava um grande volume em comprimento mas parecia que algo extremamente grosso se escondia ali. Novamente ele disse: Mendigo safado, podre, sujo. É isso que você é e hoje será meu mendigo, vou te usar. Sempre quis usar um e quando o Mágico contou que tinha um assim, não pude evitar te pagar. Porque não basta ser um mendigo, tem quem ser um mendigo vadio que se vende em troca de nada.
Continua...

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Comentários


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arilinhah Comentou em 21/01/2018

Olá, gostaria de saber se posso compartilhar seu conto em um grupo que participo. Obrigada. Com os devidos créditos

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litoralsp Comentou em 15/01/2018

Gostaria de conhecer o Bode




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Bode - parte I

Codigo do conto:
111626

Categoria:
Sadomasoquismo

Data da Publicação:
13/01/2018

Quant.de Votos:
3

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