O PRIMEIRO FLAGRA
Antes mesmo de formar na graduação, fui contratada como auxiliar da antiga orientadora educacional e minha primeira função foi monitora dos alojamentos. Tratava-se de instituição gerida por religiosos ingleses, bastante conservadora e elitista. O colégio era misto, tinha 90 alunos e 90 alunas, todos internos. Estudavam juntos, mas alojamentos, refeitórios, atividades físicas e recreativas eram separados. Fiquei encarregada do alojamento feminino, um prédio com 30 quartos triplos dispostos em dois andares. Logo fiz amizade com as meninas e meu trabalho era, em regra, bem tranquilo. No alojamento masculino, situado num prédio idêntico localizado no outro lado da quadra de esportes, a algazarra durante a noite era grande. O funcionário encarregado de monitorá-lo era bastante relapso e deixava a bagunça correr solta, de modo que o barulho chegava ao nosso lado.
Após algum tempo, como o escândalo estava se tornando grande, a orientadora, minha chefe, pediu que eu fizesse uma visita surpresa ao alojamento masculino, a fim de verificar o que estava acontecendo. Assim o fiz. Chegando ao outro lado da quadra, já pude ver luzes acesas e ouvir música e gritaria. Entrei resoluta, com olhar severo. O monitor estava segurando uma bebida e vários alunos também tinham copos (era absolutamente proibida bebida dentro da escola). O funcionário olhou-me com ar perplexo. Avisei-o que conversaria com ele depois. Antes precisava inspecionar o alojamento. Ordenei a todos que ficassem onde estavam e não deixei que desligassem a música, pois isso poderia alertar a quem mais estivesse praticando outras ações ilícitas no prédio. Subi as escadas para o primeiro andar de quartos e o percorri de ponta a ponta. A maioria, estava vazia, em alguns poucos, os ocupantes dormiam (ou tentavam). Um rapazinho saía do banheiro e se dirigia para seu quarto totalmente nu e ficou bastante assustado ao me ver. Apesar de manter a minha postura séria e profissional, por dentro, eu ria do susto do menino.
Subi ao outro piso de quartos, onde o barulho da música não chegava tão forte. Ali muitos dormiam. Porém, no meio do corredor, ao me aproximar da porta de um quarto para conferir o interior, já ouvi sons estranhos. Parecia que alguém estava sendo torturado ali dentro, pois se ouviam gemidos e gritos abafados. Preocupada, abri imediatamente a porta e a cena com que me deparei, fez-me perceber o quanto eu era ainda inocente. Numa das camas, um adolescente franzino deitado de bruços, com olhos fechados e mordendo o travesseiro, estava sendo currado por um rapaz maior e mais forte que, deitado sobre ele, o penetrava de forma ritmada, fazendo-o gemer. Num primeiro momento, julguei tratar-se de um ato forçado e quase intervi, mas, ao olhar com mais atenção, percebi que o passivo entregava-se totalmente ao outro e parecia sentir prazer com a cópula anal.
Confesso que não soube reagir. Conforme as regras da instituição, quaisquer práticas homossexuais deveriam ser combatidas, mas vendo aquela cena, não consegui agir. Permanecia imóvel à porta, assistindo enquanto o rapaz mais forte, sem dar pela minha presença, acelerava os movimentos do seu quadril, fazendo com que seu pênis sumisse entre as nádegas do outro, que gemia mais forte, já prestes a atingir o clímax, o que não demorou a ocorrer. Momentos depois, ambos os garotos gozaram, desfalecendo sobre a cama. Tentei sair discretamente, mas porta fez barulho ao fechar e os alunos, estupefatos, olharam para mim.
Para preservar minha autoridade, precisei assumir uma postura severa. Entrei no quarto e fechei a porta. Os pobres rapazes estavam envergonhadíssimos, tentando esconder seus corpos nus. O que havia sido “comido”, então, tinha lágrimas nos olhos. Me compadeci. Desisti do discurso enérgico que estava por fazer e procurei ser mais compreensiva. Perguntei ao passivo se ele havia sido coagido de alguma forma a permitir aquela relação. Ele, todo envergonhado, sem olhar nos meus olhos, negou com a cabeça.
– Então, você deixou ele te fazer de mulher por que gosta? – indaguei, fazendo-o quase chorar. Novamente, confirmou. – Mas vocês sabem que isso é absolutamente proibido pela escola, não sabem? – continuei.
Foi a vez do ativo responder:
– Profe, a gente fica com muita vontade, não dá pra segurar.., e ninguém pode chegar perto das meninas, então... não somos só nós... tem um monte de viadinho aqui.
– Não fale assim, “viadinho”. – corrigi – E depois, muitos adolescentes têm relações homossexuais nessa idade, não necessariamente serão gays no futuro.
Eles concordaram mudos. Decidi não ser tão dura:
– Olha, isso fica entre nós. Mas eu quero que vocês tenham muito cuidado, pois se forem pegos, acabarão expulsos. Se precisarem conversar com alguém, me procurem.
Deixei-os sozinhos e retornei ao alojamento feminino, refletindo sobre o que acabara de presenciar. Contra minha vontade, precisava admitir que a cena havia me impressionado e até excitado, especialmente a forma como o rapazinho franzino se entregava, deixando ser penetrado enquanto gemia como uma fêmea. Logo eu aprenderia que aquilo era apenas uma pequena amostra do que acontecia diariamente no colégio. Eu ainda tinha muito a aprender.
Não tem nenhuma chance de republicar os contos que foram deletados?
Conto legal
Isso deve acontecer em tdos os lugares onde são separados meninas e meninos num colégio internos . Mas vc foi a unica ate hj que teve a coragem de colocar tão brilhantemente essa situação
Parabéns, vc escreve muito bem.
excelente
Conto maravilhoso
Uma leitura muito agradável e excitante. Fiquei fã.
Prof. Mari, achei certo que você iria participar da orgia. Belo conto.. quero saber dos contos das meninas e rua reação é claro.. beijos. Votei
Conto muito bom, e que parece que realmente sabe o que acontecia em colegios internos,ja morei em um e realmente, nos aliviamos na mão e com os amigos. Hj sou casado com Mulher, curto muito buceta, mas curto tbm uma pegação entre machos, sexo nem tanto. Mas se rolar bora rsrs
mto bacana
Parabéns, tenho formação profissional e achei seu conto ótimo...muito realista o que de fato acontece muito a internos...isso é um fato bem antigo e pouco difundido para não causarem danos as instituições.. Também sou homem liberal de mente muito aberta e entendo bem sobre isso tudo...e parabéns..ví que vc tbm é uma mulher liberal...que boa cabeça hein... Adorei ok..beijos..
joaopass12, quero escrever apenas histórias reais (são tantas que presenciei...). Esclareço que todas se passaram há, no mínimo, 10 anos atrás. O próprio colégio fechou em 2009.
Obrigada, Joãopass e morsolix pelos comentários. Melflor, boa pergunta. Não entendi porque não apareceu lá.
Oi, achei o conto bem escrito, apesar de não ser muito, digamos, pornográfico. Por que não aparece na página principal?
Mana por favor eu te imploro, posta dois contos por dia🙏🙏🙏 pleaseeee... Parece história de filme, e o que deixa mais excitado é saber que não é...
Que surpresa! Bem escrito,estilo que demonstrar que tens talento para escrever.Objetivo,estilo simples sem grandes rodeios,e o que é melhor,valorização da língua portuguesa. Gostei e da história mais ainda.Simples,erótico e gostoso.