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Meu nome é Vitor, tenho 28 anos. O que vou contar aconteceu 10 anos atrás, em 2008 quando eu morava na minha cidade natal e fazia curso pré-vestibular.
Sou um cara tímido desde sempre. Mesmo com os amigos da escola particular onde estudei sempre fui assim, quieto. Entretanto, um dos amigos em especial tinha a minha confiança: o Felipe. O Felipe tinha a mesma idade que eu e era um cara extrovertido, um dos mais queridos da galera. Sociável, sempre fazia amigos e tinha um carisma notável. Era loiro, mais ou menos da minha altura (em torno de 1,75m), magro e, como amava futebol, acabava tenho um estilo mais “boleiro”: quase sempre estava com camisa de times de futebol, bermuda larga, chinelo.
Apesar das qualidades, o Felipe tinha um defeito que era notável: ele era um galinha incorrigível. Todas as namoradas que ele teve naquela época terminaram com ele por causa de ciúmes. Não necessariamente ele as traía, mas elas acabavam desconfiando dele e pulavam fora.
Estudamos juntos 6 anos. No final do ensino médio ele saiu da escola para tentar seguir carreira de futebol. Não deu certo e ele acabou voltando na época do cursinho. Como eu o conhecia bem, ele era um dos poucos caras que eu arriscava chamar pra minha casa.
Numa dessas visitas ele conheceu minha mãe, Lúcia. Minha mãe estava na faixa dos 50 anos. Morena, cabelos crespos, mais ou menos 1,60. Ela era do estilo “beata”, que adorava ficar em casa rezando algum terço que achava na TV. Meu pai nessa época trabalhava bastante, passava quase o dia todo fora. Ela tratava o Felipe bem quando ele ia até nossa casa, apesar de não conversarem muito. Pelo menos no começo
Com o passar do tempo, foram surgindo alguns papos entre eles. Eu escutava de longe, pois estava no geral no quarto me trocando pra sairmos enquanto eles estavam na sala. Não distinguia muito o que diziam. Mas nem ligava.
Foi lá por setembro, um calor de matar, a primavera batendo na porta eu comecei a desconfiar. Íapra um churrasco na casa de um amigo do ensino médio, o João. O Felipe foi me buscar em casa. Quando eu ouvi o som do carro dele estacionando, fui abrir o portão.
O Felipe estava sem camisa, suado e descalço. Tinha acabado de sair de uma partida de futebol.
_ Caralho, você tava no forno? – perguntei em tom de brincadeira.
_ Tava no fute no Grêmio.
_Entra aí, tou acabando de arrumar as coisas no quarto. Ainda é cedo, jajá a gente vai.
O Felipe não quis entrar. Achou que minha mãe ia se incomodar com ele naquela situação. Antes que eu pudesse responder, ela apareceu na porta. Entrou na conversa chamando-o pra entrar. “Ah, não tem nada a ver, entra aí”. Até estranhei toda a sociabilidade dela. No geral ela não era assim a menos se fosse com alguém da família.
Ele aceitou, sentou-se no sofá da sala. Minha mãe, sentou-se no sofá oposto, como sempre. Fui pro quarto. Não escutei nenhum som, ao contrário do que acontecia no geral.
Voltei uns minutos depois. Notei que o Felipe e a minha mãe já dividiam o mesmo sofá, o maior, no canto da sala. O Lipe tinha uma toalha no colo e poderia jurar que ele pareceu meio tímido, um pouco ruborizado quando me viu. Pelo que entendi, minha mãe tinha dado aquela toalha pra ele enxugar o suor. Ela também pareceu meio surpresa, mas se levantou quando eu cheguei e foi pra cozinha.
_Vamos? – chamei.
O Lipe se levantou de imediato. Foi arrumando o calção, como se ele estivesse fora do lugar. Colocou a camisa. Nos despedimos da minha mãe.
_Já vão? Vão com Deus.
O Lipe entregou a toalha pra ela. Agradeceu a gentileza. Ela respondeu com um sorriso. Partimos. No caminho da casa do João ele pareceu anormalmente quieto. Perguntei se estava tudo Ok. Ele respondeu que sim.
_Tou tenso com o vestibular chegando – comentou passando uma das mãos na cabeça.
Passados alguns dias, saindo da academia, voltei pra casa a pé. Saí mais cedo pq o instrutor me dispensara de correr na esteira aquele dia. Ao chegar em casa não vi minha mãe em lugar nenhum. Espiei pelo basculante da cozinha e vi que ela estava no quintal, debruçada sobre um parapeito, falando ao telefone. Parecia bem concentrada. Observei ao longe um comportamento que me chamou a atenção: ela passava a mão pelos cabelos, nuca e ombros, delicadamente. Pude ver que ela parecia sorrir e falava anormalmente baixo.
Bom, eu sou homem que apesar de tímido nunca fui santo e menos ainda inocente. Parecia pra mim que ela estava tendo uma conversa “animada” se é que você me entende... curioso que sou, resolvi escutar a conversa na extensão.
A voz do outro lado era masculina. E eu conhecia muito bem. Minha mãe conversava sem formalidades.
_Você está estudando hoje? – perguntou.
_Não, estou arrumando pra ir jogar.
A voz era do Lipe! Eu senti um arrepio, meu coração disparou. Tive que tomar cuidado pra eles não perceberem que eu estava ouvindo tudo.
_Hoje de novo? Nossa, você não perde uma bola né? – ela riu.
_Não pode perder né? – ele deu uma risadinha – craque do time tem que estar em todas.
_Agora sei a razão desse seu corpão haha – minha mãe brincou .
_Você gosta né? –Lipe comentou, em tom safado. O tom de voz era o mesmo que ele usava quando contava pra gente das meninas que ele transava.
_Oh se gosto hahaha. Aquele dia que você veio aqui sem camisa eu fiquei cheirando a toalha que você enxugou depois que vcs foram embora haha.
_Sério? Gostou do cheiro? – ele riu.
_Adorei. Você sabe que eu gosto né? Por isso mesmo já pedi pra vc deixar sua roupa de futebol aqui pra eu lavar e sentir mais um pouco do cheiro dela.
_ A roupa do futebol toda ia ser difícil.
_Então deixa a cueca pelo menos – ela pediu, em tom que parecia súplica.
_Mas e se o Vitor ou o seu marido virem uma cueca estranha aí?
_ Eu lavo e seco em um lugar separado. Ninguém vai ver. Aí te entrego depois. Por mim eu guardaria, mas é perigoso hahaha.
Lipe riu. Ele parecia muito a vontade com tudo aquilo. Era como uma aventura e ele gostava daquele tipo de coisa.
_ Tá bom, vou pensar no caso – falou em tom provocante.
_ Quando você vai vir aqui de novo?
_ Estamos combinando de sair amanhã a tarde. Mas o Vitor ainda não falou se vai.
_ Dá um jeito de convencer ele – minha mãe respondeu, rindo – e vem pra cá amanhã. Nem que seja só uma passada pelo menos.
_ Tá com saudade? – ele atiçou – posso ir sem camisa de novo?
_ Se você vier assim, faço questão de te receber na porta – ela riu.
_Então eu vou hahaha.
Despediram-se tratando-se por “lindo” e “linda”. Eu tremia segurando o telefone. Até demorei pra colocá-lo no gancho, estava meio aéreo. Minha mãe, aquela beata conservadora dando mole pra amigo jovem do filho dela? Eu não conseguia acreditar. Pela ética, eu deveria evitar tudo aquilo. Poxa, era minha mãe! Mas eu não pude parar com aquilo. Resolvi pagar pra ver onde aquilo ia dar.
Passados uns 15 minutos, meu celular tocou. Era o Lipe:
_E aí cara, borá beber amanhã?
Eu aceitei, sem pensar duas vezes.
****************Foto da minha mãe, na época.
A única bronca é que vocês judia muito da gente kkkkkkkkkkkkk quando começa a ficar bom aí para kkkkkkk. Mas está muito bom só não sei se eu teria esse sangue frio ainda mais minha mãe sendo casada , se ela fosse solteira aí seria diferente . Mas cada um é cada um . Muito bom o conto. Forte abraço
Muito bom esperando os próximos capitulos
Delicia, adoro este tipo de contos.
Interessante a continuação