O salvamento - 1 parte

Éramos bombeiros. Estávamos enfrentando a passagem de uma frente fria terrivelmente poderosa. Havia ressaca no mar e o vento soprava destruidor enquanto o Rio de Janeiro mergulhava em um caos meteorológico. Eu e meus amigos da brigada nos encontrávamos apreensivos no quartel general da base de Botafogo, no Rio de Janeiro.

Aguardávamos ansiosos pela ligação que viria a qualquer momento. Nossos carros e helicópteros já estavam preparados e os nossos equipamentos estavam a postos. Naquela noite arriscaríamos nossas vidas para a proteção dos civis.

Eu me chamo Marcelo. Tenho 27 anos e sou especialista em mergulho. Juntamente com meu melhor amigo Rafael, o qual é um ano mais novo do que eu. Fizemos o curso do corpo de bombeiros juntos e conseguimos nos formar com louvor. Trabalhamos juntos há 3 anos. Eu via Rafael como uma espécie de irmão e herói para mim. Rafael vinha de uma família de bombeiros, diferente de mim, o qual tenho como raiz professores e enfermeiros. Por isso ele sempre teve o dom de salvar vidas. E passava para mim todo aquele entusiasmo ao trazer alguém das garras da morte.

- A tempestade está bem feia – disse Rafael levantando o capacete. Seus olhos eram verdes e seu cabelo estava bem baixinho, recém cortado.

Rafael era de uma cor bronzeada. Ele curtia muito as praias e lugares com sol. Eu, ao contrário, era branco e com tons rosados por causa do sol também. Geralmente tínhamos exercícios ao ar livre, o que me fazia corar um pouco.

- Realmente – confirmei. – Será que alguém se atreveu a entrar no mar com esse tempo?

- Eles sempre fazem isso – confirmou Rafael. – Sempre tem um desavisado que resolve se arriscar – ele levantou-se para checar se o seu canivete estava no bolso – Bom, do contrário não teríamos emprego, não é?

- Um dos únicos seres vivos que se metem em encrenca porque querem são os seres humanos – sorri.

De repente a sirene tocou e todos respiraram fundo. Havia chegado a hora de por em prática o que sempre fomos treinados pra fazer. Minha equipe ia ser divida e o capitão designou 4 dos nossos companheiros para um acidente com algumas árvores e fios de alta tensão que haviam caído em cima de alguns carros. Tinha gente presa lá. Seria um trabalho difícil, mas como apenas eu e Rafael éramos os peritos em mergulho, fomos poupados.

Houve mais um chamado e dessa vez fomos convocados. Entramos em um helicóptero que nos levaria até a ponte de Niterói. Algum corajoso resolveu sair de barco no meio da tempestade. O barco havia enguiçado e eles estavam sendo esmagados por ondas gigantescas no meio da Baia de Guanabara.

O helicóptero decolou com cerca de 4 pessoas. Eu, Rafael, o piloto e uma paramédica que aplicaria os primeiros socorros se caso fosse necessário. Tínhamos a informação de que um dos homens no barco estava muito embriagado.

Após alguns minutos, chegamos no local e logo o helicóptero baixou o suficiente para Rafael e eu descermos com cordas até o barco. As ondas estavam muito fortes e muito altas. Mesmo antes de chegarmos ao barco estávamos sendo atingidos por ela, mas felizmente estávamos com o equipamento necessário.

Ao entramos no barco, estava tudo muito instável. Era difícil manter-se de pé. Haviam dois homens no barco e um deles estava realmente muito embriagado.

- Senhores, preciso que colaborem. Nós vamos amarrar essas cordas em vocês e vocês colocarão essas mascaras de proteção para não se afogarem. Elas contêm oxigênio, tudo bem? – Rafael tentava acalmá-los.

- Vamos tirar vocês daqui. Nós prometemos – eu disse.

Um deles assentiu e então começamos a chegar mais perto para poder começar os procedimentos. A medida que nos aproximamos uma onda muito forte atingiu o barco, fazendo com que tudo tremesse. Então aconteceu tudo muito rápido. De repente Rafael estava gritando enquanto um dos homens tirava uma faca de dentro de sua barriga.

O homem o empurrou ao mar e veio pra cima de mim. Consegui desviar da sua investida, mas ele cortou meu ombro. Imediatamente o soquei com toda a força que tinha e ele caiu no chão do navio batendo a cabeça nas laterais.

O outro levantou-se e havia um revólver calibre 38 em suas mãos. Ele apontava pra mim, mas a intensidade da tempestade fez ele errar o tiro. Pulei no mar revolto imediatamente. Primeiro porque precisava salvar Rafael, segundo para sair do alcance dos tiros daquele homem.

Quando cai na água foi uma sensação de ser arrastado para o meio do mar. As ondas estavam muito fortes e eu precisava encontrar Rafael. Vi que ele boiava alguns metros de distância e nadei em sua direção o mais rápido que pude. Seus olhos verdes mostravam dor e sua boca estava aberta. Eu não fazia ideia qual era a profundidade do corte, mas eu precisava tirar ele dali o mais rápido possível.

O helicóptero parou no ar e nos iluminou com as luzes do farol. O passageiro que estava no barco começou a atirar contra o helicóptero também e o mesmo teve que se afastar para evitar problemas maiores. Felizmente a instabilidade do barco fazia o homem errar os disparos e eu e Rafael já estávamos numa distância considerável. Nós nos tornamos as vítimas, de repente.

Nadei com segurando Rafael até a base da ponte de Niterói. O Abracei e comecei a pressionar a sua ferida. Rafael estava perdendo sangue e a tempestade nos castigava.

- Ei, você não morrer, cara. Fique acordado, me ouviu?

Rafael balançava a cabeça e seus olhos demonstravam o terror. A água estava um pouco manchada de sangue e meu ombro também me matava. A única coisa que nos mantinha vivos era um vergalhão da estrutura de concreto que eu segurava com toda a minha força.

- Eles viram o que aconteceu, cara. Logo, logo estarão aqui para nos pegar. Fique tranquilo.

- Eu estou com muito frio – dizia Rafael batendo o queixo.

Eu estava inteiramente desesperado. Rafael não podia morrer. Eu não conseguiria aceitar a ideia de que não pude fazer nada por ele. Era simplesmente inconcebível para mim. Sem contar as infecções que ele poderia estar pegando naquela água suja. A situação era horrível.

- Ei, Marcelo – ele me chamou. – Você é um dos caras mais incríveis que já conheci, sabia? Obrigado por ser meu amigo.

- Não me venha com esse papinho de despedidas, Rafael. A gente vai sair dessa, cara.

- É sério, Marcelo. Se eu morrer...

- Eu não quero ouvir isso – eu o abracei mais apertado. Conseguia sentir todo o tórax de Rafael no meu peito.

- Tá doendo muito, cara.

Ele descansou a cabeça ali e esperamos. A espera mais longa de nossas vidas. E eu precisava mantê-lo acordado.

Vi uma luz se aproximando. Alguns colegas bombeiros desciam em cordas no meio da tormenta para nos salvar. Levaram Rafael primeiro. Mas minha visão estava turva. Então desfaleci.

Acordei em uma enfermaria. Eu estava com um roupão e em uma maca. Havia uma faixa no meu ombro e eu tomava alguns remédios na veia.

Levantei e senti uma dor lancinante na cabeça.

- Ei, você está muito fraco, rapaz. Deve permanecer em repouso – disse o enfermeiro.

- E Rafael – perguntei. Meu coração saltando no peito.

- Rafael está em outra sala. Ele perdeu muito sangue, mas está bem. Felizmente a facada não atingiu nenhum órgão vital.

Aquilo aliviou-me muito.

Fiquei deitado por algumas horas esperando. Logo em seguida, quando o soro com remédios havia se esvaído, pedi para ver como Rafael estava. O enfermeiro me liberou e fui até a sala do meu amigo. O enfermeiro insistiu em me levar numa cadeira de rodas.

Quando abrimos a porta Rafael também estava acordado. Ele sorriu ao me ver e tentou sentar na cama, mas ao que parece sua tentativa foi inútil devido ao ferimento em sua barriga.

- Nada de levantar, rapaz – brinquei com ele.

O enfermeiro nos deixou sozinhos.

- Obrigado, Marcelo – disse ele. Ele balançava a cabeça e ria baixinho. – É cada uma que a gente arruma, heim!

- Pois é – concordei. – Tu me deu um baita susto, rapaz.

- Que sensação terrível, né? – ele lembrava-se. – Toda aquela água batendo na gente. Eu não tava conseguindo respirar. Como você segurou a gente lá, cara? Aquela correnteza estava muito forte.

- Até agora não sei de onde eu tirei forças – Eu disse.

Marcelo estendeu a mão e eu a segurei.

- Sem você eu teria morrido, cara. Muito obrigado mesmo.

Passamos o resto do dia ali conversando sobre o ocorrido. Rafael estava bem sensível emocionalmente e falava de coisas transcendentais e vida após a morte. Mas eu tinha certeza que era por causa do trauma que ele havia passado. Logo, logo ele estaria de volta a ativa e sua sede por salvamentos retornaria.

Algumas semanas depois.

Era o primeiro dia de volta ao trabalho. Estava acontecendo outra tempestade. Eu e Rafael fomos correndo por as roupas apropriadas para o primeiro salvamento depois de vários dias de reclusão. Só tínhamos a cicatriz do evento passado e estávamos fazendo acompanhamento psicológico.

Ao chegarmos no vestiário masculino o capitão estava nos esperando.

- Vocês vão ficar aqui no quartel essa noite. Não quero que essa seja a primeira experiencia depois do que aconteceu naquele dia.

Foi como um balde água fria em nossas cabeças. Eu sabia que aquilo tina sido ainda muito pior para o Rafael. Ele sentou-se no banco e olhou-me enquanto as pessoas saiam do vestiário prontas para os salvamentos e nós ficávamos para traz.

- Ficamos pra traz – eu disse tirando a blusa.

Rafael olhou-me e falou.

- Aposto que isso tem o dedo daquela psicóloga.

- Pois é – eu disse.

Os olhos verdes de Rafael olharam para mim de uma forma diferente naquele momento. Eu não sei explicar, mas notei algo um tanto mais persistente da sua parte.

- Como está o ombro – ele perguntou.

- Cicatrizado – mostrei a ele.

Eu malhava, mas infelizmente a fisioterapeuta havia me impedido de fazer exercícios com os ombros por enquanto.

Rafael tirou a blusa e mostrou-me sua barriga. Um pequeno corte estava cicatrizado também em meio aos gominhos do seu invejável “tanquinho”.

- Vamos tomar uma ducha – disse ele.

- Que? – perguntei surpreso.

Ele riu.

- Pega mal eu chamar meu melhor amigo pra tomar banho comigo?

Eu não tinha ideia do que dizer. Rafael estava agindo estranhamente. É claro que eventualmente nós tomávamos banho juntos, mas geralmente eram vários rapazes. E estávamos tão exaustos e cobertos de toda a sorte de coisas que eu nem me lembrava de como eles eram de fato.

- Você quer tomar banho comigo, cara?

Rafael levantou-se e começou a tirar as botas que estava usando.

- O que foi, Marcelo, tá com vergonha? – ele riu. Mas estão ficou um pouco sério. – Não quero ficar sozinho.

- Tá tudo bem, cara? – eu perguntei.

- Sei lá – ele disse. – É que ultimamente eu tenho ficado muito pensativo com o que aconteceu com a gente. Acho que fiquei muito vulnerável naquele dia. Você viu uma parte de mim que acho que ninguém mais viu.

Rafael foi em direção ao seu armário, pegou uma toalha e abaixou as calças. Ele estava com uma cueca box vermelha.

Resolvi me juntar a ele. Seja lá o que fosse que Rafael queria de mim eu não estava disposto a dizer não. Não com ele me dizendo todas aquelas coisas. Ainda que significasse tomar um banho com ele.

- Tá, você me convenceu – eu disse. Ao contrário de Rafael eu tirei a roupa mais rápido. Logo eu estava pelado. – Você vai ter que ver assim, cara. Tem certeza que quer que eu tome banho com você?

Ele olhou-me e seus olhos desceram para o meu pênis. Rafael era um rapaz muito bonito. Seu corpo possuía curvas da malhação e sua boca era vermelha e carnuda. Muitas mulheres o admiravam.

Ele tirou a roupa também e eu reparei Rafael como nunca antes havia reparado um homem na vida. Foi um choque, de repente que aquele pênis torto e aquela bunda um tanto grande se escondessem tão bem dentro do uniforme.

- Vamos lá – disse ele indo na frente.

Ele ligou o chuveiro e começou a se molhar. Eu esperei ao lado.

Era estranho estar pelado e vendo meu amigo se esfregar em baixo de um chuveiro pelado também.

- É tão ruim assim? – disse ele dando espaço pra eu tomar banho também.

- O que a gente não faz por um amigo, heim?

Ele olhava-me tomar banho e confesso que aquilo me deixava encabulado. Havia alguma coisa que Rafael não estava me dizendo.

- Eu gosto muito de você, Marcelo – ele disse.

Quase engasguei.

- Que?

- Cara, eu sei que é estranho, desculpe – ele disse. – Mas desde o salvamento tem algo que está me corroendo por dentro. Não consigo fazer nada sozinho. E preciso saber o que está de fato acontecendo.

Naquele momento Rafael me beijou. Foi inesperado e totalmente inapropriado. Mas de repente eu senti aquele homem enorme e forte me abraçando e encostando os lábios nos meus. Eu estava contra a parede a água caindo em nós e todo aquele corpo nu se encostava em mim. Senti seu pênis encostando no meu e seu peitoral largo forçando-me contra a parede.

Quando sua língua entrou na mina boca percebi que eu o beijava também. Era um pouco áspero por causa da barba sem fazer. Em seguida o empurrei um pouco.

Foi a sensação mais estranha que já tive. Rafael estava pelado a centímetros de mim encarando-me e com os braços abertos.

- Desculpe, cara.

- Por que fez isso?

- Eu só... Quis, sei lá.

Algo em mim não quis correr. Algo em mim quis ir de encontro a Rafael.

- Está tudo bem, cara.

- Mas... Você deve estar achando que eu sou um viadinho.

- O que você quer fazer comigo – perguntei.

Rafael olhou-me e franziu a sobrancelha.

- Eu só quero saber se o que eu estou sentindo é algo assim, cara.

- Assim como? – eu perguntei.

- Sexual...

Eu olhei pra ele e assenti. Vamos tentar.

Aquilo o afastou.

- Quer saber, cara. Eu acho melhor... E saiu andando.

Só vi ele indo de costas em direção aos armários. Seu corpo grande e largo andava em movimentos decididos. Meus olhos se atentaram em alguns pelinhos molhados em suas nádegas morenas.

- Droga – eu disse. – O que diabos aconteceu aqui?

- Continua.


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Comentários


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laureen Comentou em 30/12/2019

eu senti aquele homem enorme e forte me abraçando e encostando os lábios nos meus. Eu estava contra a parede a água caindo em nós e todo aquele corpo nu se encostava em mim. Senti seu pênis encostando no meu e seu peitoral largo forçando-me contra a parede. Quando sua língua entrou na mina boca percebi que eu o beijava também. Era um pouco áspero por causa da barba sem fazer. Em seguida o empurrei um pouco. Foi a sensação mais estranha que já tive. Rafael estava pelado a centímetros de mim enca

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passivoguaira Comentou em 30/03/2019

Só espero que seja verídico, muito bom pra ser só imaginação... Amando aguardo mais e mais... 😘

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cleysonsaluce Comentou em 24/03/2019

Obrigado, pessoal. A segunda parte já está no ar.

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pmsafadu Comentou em 24/03/2019

Cara, sou militar e esse conto me deixou muito excitado. No quartel tem vários caras gostosos e que também muitas vezes fazem umas brincadeiras que deixam a gente com a pulga atrás da orelha. Não sabemos se é só brincadeira ou como diz o ditado, "numa brincadeira sempre tem um fundo de verdade". Mas que é excitante e tesão demais é. Parabéns pelo relato, conto, história de amor, vai saber como vai terminar isso né. Excitante e tesão.

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professorpassivo Comentou em 15/03/2019

ansioso pela segunda parte, adorei a escrita, parabéns!!

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cleysonsaluce Comentou em 15/03/2019

Obrigado, pessoal. Irei postar o mais rápido possível a segunda parte.

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ksn57 Comentou em 15/03/2019

Não sei, no que vai dar, mas está interessante, continua, desta tem meu voto, mas quero mais, pode ser ?

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morsolix Comentou em 15/03/2019

...tornam o relato mais saboroso. Vc escreve muitíssimo bem.Dominas bem a gramática,mas,poste logo a segunda parte.No mais,um abraço.

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morsolix Comentou em 15/03/2019

Então; li seu conto ou relato.O que vou escrever para você é seguinte, lhe elogias, a ideia de bombeiros,atração entre iguais na caserna ou algo assim é muito boa.A ideia é boa,a parte dos rapazes no banheiro é boa,mas no contexto em geral poderia ser melhor desde que eliminasse alguns pormenores iniciais e explicasse o porque do sujeito querendo ataca-los.Mas o primordial desta história e que me instiga a querer ler a continuação ambos eram héteros? Um pouquinho de drama psicológico as vzs...

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brunosex29 Comentou em 15/03/2019

Cara me deixou doido de tesao ..continua ..muito bom mesmo

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laureen Comentou em 15/03/2019

❤❤💚💚😜😜...Oi ,Li,VOTEI,ADOREI,seu conto,Parabéns,💚💚❤❤🎆🎆🎇🎉😍😍😍-Nota Mil .Top!💋 💋 💋 como sempre um conto tesudo !!!!! bjãooooooooo da Laureen 💚Que tal sermos amigos e vamos nos prestigiando?....Posso Te Pedir um VOTO no meu 1º conto 58.222 ! grata,bjos Laureen💋 💋 💋 💚💚




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O salvamento - 1 parte

Codigo do conto:
134967

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
14/03/2019

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