- Isabela me disse que você era nó cego, garoto... - ele disse finalmente olhando nos meus olhos, como não havia feito em nenhum momento. Pelo menos não naquela intensidade. - Acho que não sermos da mesma faculdade muda um pouco as coisas. Me acompanha com uma bebida?
***
- Putz, que vontade de mandar todo mundo nessa sala se foder.
Pra o Olavo tá falando dessa forma, a coisa tinha de ter sido muito feia. O Olavo era da minha altura. Ambos temos 1.84. Ele é pardo, os olhos pretos e cabelo no mesmo tom penteado pro lado é outra coisa que compartilhamos, sendo a diferença no fato de que ele é mais vaidoso, todo penteado, eu penteio com os dedos mesmo, deixa uma aparência mais descolada nos fios hehe. Minha pele branca entrava em contraste com ele, assim como o fato de que o Olavo havia entrado na academia semestre passado e desde então tava ganhando massa e ficando encorpado, com direito a peitoral largo, pernas ficando ainda mais grossas (as panturrilhas então - um dos meus pontos fracos - vou nem comentar) e tudo mais. Eu nunca conseguia passar mais de um mês na academia. Achava chato pra caralho. Então acabava ficando de boa com a realidade de que, por ser alto, nunca fiquei com barriga saliente. Era parrudo, assim como o meu amigo antes da academia. De todo modo, o cara tava ficando ainda mais gostoso do que já era, e isso era um saco, porque se tem coisa pior do que hétero bonito, é amigo hétero bonito.
Voltando ao assunto... Ele era a personificação da paciência. A bronca é que uma coisa que enchia a paciência de universitário, se chamava formatura. Todo mundo quer uma coisa linda e maravilhosa, mas cada um quer a seu próprio modo, e isso não tinha como acontecer. Então sempre era a mesma coisa: uma série de gritos, xingamentos e esculhambações.
- Relaxa. - falei dando um aperto no seu ombro pra passar a ele que eu entendia a sensação do que sentia. - Daqui a um tempo nada disso vai importar mais. A gente vai encher a cara e na aula da saudade mata a sua vontade de mandar todo mundo se foder. Pensando bem, talvez nem eles mesmos lembrem que você fez isso quando a festa acabar.
A gargalhada foi garantida, atraindo a atenção de alguns quando entramos na lanchonete da faculdade. Havia um certo alvoroço por conta do trote que se aproximava. "Ué, Guga, mas se sua formatura tava chegando, então o semestre tava acabando, não?". Culpem uma das inúmeras greves que tivemos. O intervalo de um semestre pra outro só duraria duas semanas, então os bolas (turma de segundo período) já estavam planejando o trote dos feras (novatos). E a galera que tava empenhada nisso era de jornalismo. Conhecia alguns deles, que inclusive vinha em minha direção naquele momento.
- Fala, Marcos! Que manda, chefe? - vocês devem estar estranhando me ver falando todo educado, sem chamar ninguém de puto ou quenga, hein? Mas se liga, vocês tem três pessoas: sua mãe, seu chefe e seu melhor amigo. Falam com eles da mesma forma? Pois bem. A gente só se permite ser desbocado com quem já conhece e nem liga pra esse nosso lado. De resto, a gente é comportado e fala bonito que é pra fazer a linha intelectual e de quebra manter a velha e essencial discrição.
- E aí, Guga! - cumprimentou, apertando minha mão e puxando pra um meio abraço. O Marcão, como muitos chamavam, era totalmente o oposto do superlativo do apelido kkkkk. Tinha cerca de 1,65 de altura, uns 70kg, cabelo castanho curtinho e olhos verdes. Um dos cara mais carismáticos que eu conhecia ali dentro. - Estamos precisando de uns toques pro trote. Como você sabe praticamente todos os cursos desistiram de aplicar o trote raiz, mas estamos querendo retomar a tradição, pelo menos pra o curso de jornalismo. E o de direito é foda!
Eu entendia o fato do Marcão ter aproveitado a oportunidade pra falar comigo. Lembram que eu falei que me amarro em fazer novas amizades? Trotes são uma ótima oportunidade pra isso, o que significa que eu estava envolvido com os trotes do nosso curso desde que me entendo por trote. Confirmei a ajuda e já fiz uma lista com algumas coisas que precisariam comprar pro dia. Ele sorriu satisfeito e saiu declarando que me devia uma. Ótimo, mais um favor pra lista futura haha.
- E aí, gatões! Já pediram? - perguntaram Kamila e Patrícia, uma colega de nossa turma.
- Não, tava tentando adivinhar se o Guga vai continuar mexendo com trote mesmo depois de acabar a graduação. - alfinetou o corno.
- Vai se lascar. Só porque tu não gosta de interação social não vem ficar no meu pé. - respondi dando um empurrão de leve naquele safado. - Só por causa disso hoje você paga minha casadinha. Ta me devendo ainda da última calourada que fomos.
- Ah, vai pagar a minha então! - exclamaram as meninas praticamente juntas.
- Vai lá, pode descontar tudo da minha conta. - dei um riso debochado.
- Essa conta não termina nunca? - resmungou já se levantando e indo até o balcão. Não que fosse problema pra ele pagar. O Olavo tinha uma boa condição financeira, embora não gostasse de ostentar muito.
- Minha sorte é que você tem noção do quanto bebeu naquela festa. E se não lembrar tem um lote de gente que lembra. - todos rimos ao vê-lo se afastar contrariado. A Patrícia se levantou para ir ajudá-lo a trazer tudo. - E aí, você ta bem? - perguntei me deitando no banco e apoiando minha cabeça do colo da Kamila. - Ta calada hoje, isso não é normal.
- Umas broncas em casa apenas.
- Quer conversar?
- Não. - apenas assenti. Sabia que não era sempre que ela tava no clima pra desabafar, então respeitava o tempo dela. Até porque ela sabia que eu estaria disponível pra ouvi-la sempre. - Mas me diz, já que passou o fim de semana inteiro sem falar nada... - criticou. - Como tá o lance com o Thiago?
Dei um sorriso bobo ao ouvir a menção do nome. Haviam se passado alguns dias desde o nosso papo no CU. Conversamos durante o restante da noite (não com muita intensidade pra não levantar estranhamento por parte da galera, até porque nunca havíamos sido vistos conversando, e se tem algo que universitário faz, é observar tudo), e trocamos contato, o que fez com que os dias seguintes fossem regados a muita conversa, e em algumas vezes, uma ou outra frase de duplo sentido. Thiago era o tipo de cara que você se sentia extremamente confortável sem precisar tocar no assunto putaria. Quando esse assunto surgia (que nem era com tanta frequência assim, porque eu o estava notando bem reservado), vinha de forma natural, sem nóias ou broncas, e isso era muito massa.
O fato dele ser professor, fazia com que uma das minhas taras estivesse ok: pessoas inteligentes. Tínhamos papo sobre tudo, e o que era ainda melhor, era que já começávamos a falar sobre nosso dia, sobre coisas simples, e isso pra mim era demonstração de que uma intimidade, por mínima que fosse, começava a surgir.
Contei tudo isso pra minha amiga e ela ficou sem acreditar, porque as últimas histórias que eu havia contado a ela eram sobre lances casuais, e havia uma motivação pra isso, e se chama Victor. O filho de uma quenga (só força de expressão, porque a mãe dele era o máximo) me machucou como ninguém conseguiu fazer até hoje, então resolvi dar um tempo de relacionamentos sérios.
- Quem diria que você estaria rumo a uma algema... - ela também não estava muito propensa a um relacionamento sério.
- Não faço ideia do que isso com o Thiago vai dar. Só quero ir vivendo e aproveitando essas sensações boas que a presença dele no meu dia tem causado sabe?
- Sei sim. Uma hora ou outra você vai acabar dando mesmo. - e a Kamila desbocada volta em toda a sua glória.
- O que o Guga vai dar? - perguntou um Olavo desconfiando nos olhando com uma de suas sobrancelhas arqueadas enquanto segurava uma bandeja com comida, estando a outra nas mãos da Patrícia que já se sentava ao lado da Kamila.
- Uma carona na moto assim que pegar ela! - essa tiraninha sabia se sobressair de situações embaraçosas como ninguém. Isso me lembrava de que eu precisaria ir à loja após a aula. Meus pais haviam cumprido a palavra sobre mandar o dinheiro restante até o fim de semana pra dar uma força na compra dela, então eu não tinha tempo a perder. Pedi carona à minha amiga e ela confirmou, já avisando que almoçaria na minha casa. Dei de ombros, afinal, era extremamente normal isso acontecer, principalmente porque o estagio dela ficava próximo do meu apartamento, então eu ganhava uma cozinheira, e ela ganhava um teto e uma rede pra dormir antes de ir ao escritório em que estava estagiando.
Duas horas depois eu estacionava a minha nova CG 160 Titan S na garagem do prédio, com um sorriso gigante no rosto. A Kamila estacionou do lado segundos depois. Quando estávamos pra subir ela recebeu uma mensagem da mãe. Precisaria ir pra casa. Nos despedimos e subi sozinho. Assim que o elevador abriu dei de cara com o Alex. Vizinho de andar, de mais ou menos 1.78 de altura, moreno claro, barba rala, cabelo caído um pouco na testa, um par de coxas grossas consequencia do futebol que é devoto, e pra completar, peito nu só com uma corrente dourada e uma samba canção com havaianas brancas nos pés. Por um momento esqueci da minha existência.
- Eita que ele tá feliz todo... - observou enquanto passava por mim em direção ao acesso das escadas. Percebi uma sacola em uma de suas mãos, provavelmente indo jogar lixo fora.
- Finalmente a moto deu certo. - contei o motivo da felicidade. Tínhamos uma boa amizade, então ele sabia que eu vinha tentando comprar ela já tinha um tempo. Na verdade, tínhamos uma amizade bem, bem boa.
- Aêe, porra! Finalmente, hein! - disse ele entusiasmado já voltando. - Então, vamos comemorar? - disse baixando o tom de voz, chegando perto de mim. Puta merda. À medida que a distância entre nós ia diminuindo, a minha entre a parede também.
- Chegando agora, Alê. - hm... O safado já mordiscava minha orelha. - Preciso de um banho.
- Você precisa de mim na sua cama, Gu. - falou, apertando um dos meus mamilos.
- Vamos sair daqui antes que algum vizinho nos veja. - consegui me desvencilhar dele. - E aí você me fala tudo que você acha que eu preciso de você. - completei, sem olhar pra trás, enquanto tirava meu cinto. Escutei ele vindo rapidamente atrás de mim, fechando a porta com o pé assim que passou por ela.
- Banheiro, agora. - ordenou ele, me ajudando a tirar minha camisa. Tirei os tênis e as calças o mais rápido que consegui, enquanto ele tirava sua própria samba canção. Puxei ele pela corrente em seu pescoço e o beijei, sentindo aqueles lábios finos, mas habilidosos se encontrarem com os meus, deixando nossas línguas se juntarem logo em seguida. Não quis interromper aquele beijo, então fomos nos beijando até o banheiro.
Já dentro do box, ele ficou por trás de mim, beijando minha nuca. Nem a água que caía sobre os nossos corpos impedia o meu de se arrepiar com o toque de sua barba naquela região, e o safado já conhecia alguns de meus pontos fracos. Ou ele teria compromisso em breve, ou estava com muito tesão, porque não estava pra muitas preliminares. E eu não reclamei, sabia que na verdade preliminares não era muito a praia dele. Ele desligou o chuveiro, alcançou a primeira gaveta do armário e pegou uma camisinha e uma bisnaga de KY. Senti os dedos dele me preparando enquanto ele passava a barba novamente na minha nuca, agora com aquele cacete de 18cm, sem veias e grosso já encapado e roçando gostoso no meu rabo. Sentir seu peito encostado em mim fez meu tesão aumentar, e involuntariamente empinei a bunda em sua direção.
- É assim que eu gosto de ver. - disse, grunhindo em seguida ao pé do meu ouvido. Os segundos seguintes foram preenchidos com gemidos, o dele por sentir o calor que meu cu proporcionava ao agasalhar aquela delícia, e o meu por me sentir sendo invadido por aquela delícia, em um misto de dor e prazer. Encostei o rosto na parede e levei as mãos para trás a fim de abrir mais o meu rabo pr'aquele fdp gostoso se esbaldar, porque se tinha algo que ele fazia questão de elogiar sempre que possível, era o tamanho do meu rabão e o quanto não se cansava de visitar ele quando eu deixava.
Quando ele percebeu que eu já estava mais laceado, começou a bombar, segurando meu cabelo em uma de suas mãos, e a outra apoiada em meu quadril, dando mais firmeza em seus movimentos. Eu estava delirando de tesão com aquele amigo prestativo ao meu dispor.
Ele meteu por uns dez minutos sem se cansar, e eu me controlando o máximo para não gozar ainda, até que ele começa a estocar cada vez mais rápido e forte. Era o jeito dele finalizar a foda, eu já o conhecia.
- Morde meu pau com esse cu gostoso, vai. - pediu ele e não recusaria esse pedido. Contrai algumas vezes até que ele deu uma última estocada, urrando gostoso atrás de mim, as duas mãos me segurando. Mal se recuperou, meteu mais um pouco e me punhetou. Ele sabia que eu dava o cu de pau duro, então era questão de segundos até que eu gozasse também, o que de fato aconteceu.
Recebi uma tapa na bunda, mais um beijo molhado e gostoso enquanto ele ia novamente pro box tomar outro banho. Antes que eu o seguisse, ouvi meu celular tocando. Corri até ele e o nome que aparecia no visor me fez paralisar por um instante. Thiago. O que diabos eu havia acabado de fazer?
***
Galera, o tamanho do conto ta legal? Ou grande demais? Me deem um sinal em relação a isso, por favor, pode ser?
Fiquem a vontade pra me acompanhar pelo twitter. Vira e mexe vai aparecer coisa bacana por lá. Fotos, vídeos... só seguir e ficar de olho.
twitter.com/RnPuro
Cadê a continuação? 🤪. Posta logo..rsrs
Ta Mara pode até postar mais! Tô amando a história poste logo a continuação. Bjs
Esta maravilhoso, mas tem que ficar de olho nas pontas soltas, por exemplo: o filho do chefe (engomadinho do corolla) vai rolar algo com ele?
Só quero logo essa continuação, vamos que tá ótimo.
Está muito bom o seu conto. Já ansioso pra ler a continuação. Parabéns pela narrativa.