Inverno.

– Vacilão, deu uma sumida né?!
– Pois é cara. Eu não vejo ele desde aquele churrasco na sua casa. O foda é que depois que ele começou a namorar com a Aline ele parou de sair com a gente.
– Ah mas já estava na cara que isso ia rolar. Quando os caras começam a namorar somem mesmo.
Eu, o Gabriel e o Breno tínhamos marcado de nos encontrar no barzinho do shopping, perto de casa, para botar o papo em dia, mas aquela já era a terceira vez que a gente tomava um bolo. As coisas tinham mudado mundo nos últimos meses. A maioria por conta da rotina de trabalho e estudos. Mas mesmo assim, a gente tentava tirar um dia para beber alguma coisa e dar uma relaxada.
– Mas e ai Gabe, como tão as coisas lá na sua casa? – perguntei.
– Tão bem cara, normal como sempre.
– E sua mãe tá de boa com você ter parado de ir na igreja com eles?
– É… mais ou menos. Ela disse que é um lance de escolha minha e que Deus está vendo os meus atos. Que se eu fizer o bem ele vai ver, e o mesmo para coisas erradas.
– Religião é complicado né?! Eu acredito em Deus e tudo mais, só que não acho certo forçar uma pessoa a fazer algo sendo que ela não se sente a vontade. E isso serve para qualquer coisa, não só religião.
– Tá certo. Eu também acho. Preciso mijar. Acho que tomei cerveja demais.
– Para quem não bebia até um tempo atrás, tu virou um ótimo companheiro de bar.
– É, alguém tem que ficar no lugar do Breno agora que ele virou cachorrinho da Aline.
– Né?! – concordei.
– Já volto.
Enquanto Gabriel foi ao banheiro, reparei que um cara na mesa da frente não parava de me olhar. Ele estava acompanhado de mais três caras. Todos de terno e gravata. Provavelmente empresários do centro comercial de Alphaville. Acenei para ele com a cabeça e ele sorriu de volta. Que sorriso lindo ele tinha. Os dentes brancos e alinhados. Covinhas nas bochechas. Os cabelos penteados para trás fixados com gel e olhos azuis, claros como as águas de Capitólio. Lugar onde Breno havia postado sua última foto do feed ao lado de sua nova namorada.
Eu sinceramente não sei o que rolou entre nós desde a nossa última noite na casa do litoral. Aproveitamos ao máximo os momentos que tivemos sozinhos. Descobrindo mais sobre os nossos corpos e as nossas vontades. No dia seguinte a minha chegada, fora a minha vez de experimentar ter ele dento de mim. Como eu desconfiei, não era algo agradável de primeira. Repetimos o processo, mas desta vez com ele deitado e eu sentando no membro dele. A sensação era de pressão e um pouco de dor. Mas conforme fora acontecendo, movido pelo tesão e pela vontade, todos os incômodos foram substituídos por prazer. Nos beijamos, sentimos os sabores do suor e do êxtase, gememos, gozamos e trocamos muito carinho. Dormir do lado dele me deixava calmo. Sentindo o calor de sua pele na minha. Seu hálito quente no meu pescoço. O coração dele batendo na minha mão repousada em seu peito nu.
Mas tudo ficou estranho quando o inverno chegou.
Breno respondia menos as minhas mensagens. Me tratando de forma direta. Não posso dizer que era grosseiro. Mas não tinha a mesma energia de antes. Mais uma vez pareceu que tudo que a gente teve anteriormente não havia passado de um delírio. E isso me incomodava.
– E ai. Vamos pedir a conta? Amanha tenho aula cedo e já to meio alto! – questionou Gabriel botando as luvas. Estava realmente frio em São Paulo.
– Bora. Eu te levo em casa.
Pedi a conta para o garçom e fiz a vez! Existia essa parceria entre nós.
– Acho que ainda não to acostumado a beber. To meio lesado. – disse Gabriel rindo enquanto caminhávamos no estacionamento do shopping.
E realmente, ele estava meio que ziguezagueando entre os carros. Cerveja não era algo que me deixava alto rápido. Eu estava bem o suficiente para dirigir até em casa. Mas ele, com certeza, acordaria com uma boa ressaca no outro dia.
Entramos no carro, coloquei a chave na ignição e liguei o mesmo. Saímos pela cancela alcançando a avenida que nos levaria para casa. Gabriel morava na mesma vila que eu. Algumas ruas abaixo da minha casa. E com ele dando alerta de p.t. a melhor opção era deixar ele na porta e garantir que estava tudo bem.
– Sua mãe vai te xingar quando te ver chegando assim, bebaço. – disse a ele.
– Não vai. Ela não tá em casa.
– Ah é?
– Uhum. Eles foram visitar minha tia do interior. Fazer vigília para um parente que tá nas últimas.
– E seus irmãos? – Gabriel era o mais velho de 3 irmãos. Todos homens. O mais novo com 12 e o do meio com 16. Ele tinha 21.
– Foram junto. Mas não para a vigília. Lá eles tem os meus primos pra curtir. Andar de bike nas pistas de terra.
– Ah beleza. Então tu tá sozinho? Não quer ir dormir lá em casa não cara? Eu to achando que tu não vai acordar nem a pau pra aula amanha. – e ri da situação. Ele estava com a cabeça no encosto do banco, os olhos fechados, a boca aberta, os braços cruzados em cima do peito e as pernas abertas. Chacoalhando levemente junto ao balanço do carro.
– Não. Tá de boa. Eu só preciso dorm…
Não deu tempo de terminar a frase. Talvez influenciado pelo balanço do carro, o jato de vômito saiu de sua boca melecando a calça e a jaqueta toda. O cheiro ácido de cerveja tomou conta do ar.
– Puta merda. – disse de surpresa. – Relaxa Gabe, acontece.
– Caralho. Me desculpa man, eu não estava esperando isso… que merda. – Gabriel estava morrendo de vergonha do ocorrido.
– Segura ai que a gente já está chegando.
– Mano que vergonha.
– Relaxa.
Aumentei a velocidade e rapidamente chegamos em frente a casa de Gabriel. Ele morava em um condomínio fechado, e o único que talvez tenha percebido o estado do meu amigo tenha sido o guardinha da guarita, que viu a gente chegando pelos grandes portões.
Abri a porta para ele descer e vi que o estado era pior do que eu pensava.
– Vem, depois eu limpo isso. Vamos cuidar de você primeiro.
– Cara…
– E você nem bebeu tanto. Só umas cervejas. Que sorte que sua família não tá. Senão…
Ele pegou as chaves do bolso e colocou na porta. Entramos e sem pensar muito abri o ziper da jaqueta lavada de vômito. Mesmo sendo de um tecido grosso, alguns resquícios do jato de cerveja e batata tinham entrado pela gola sujando sua camiseta. Tirei ela também o deixando com o peito desnudo.
– Gabe, tu vai precisar de um banho cara. E isso tem que ir pra máquina de lavar.
– Tá. Ali na cozinha tem uma porta que vai para lavanderia.
– Você vai ficar bem?
– Vou. Eu só acho que preciso vomitar de novo. Vou subir.
– Toma cuidado nessa escada. – adverti a ele.
Eu já tinha ido na casa dele antes, mas não sabia muito bem onde eram os cômodos. Enquanto fui procurar a lavanderia, ele subiu as escadas e foi até o seu quarto. Tirou o par de tênis, jogando-os de lado e desabotoou a calça suja a arrastando pela pele até as canelas. Agora ele estava de meia e cuecas box agachado ao lado do vaso, esperando o seu estômago mandar o resto embora.
Depois de ter colocado as roupas na máquina, fui atrás do meu amigo. O encontrei sentado no chão, limpando a boca com as costas da mão. Dentro do vaso, cerveja.
– Você precisa de um banho. E o pior que tá frio pra um caralho hoje. Mas tem que ser frio.
– Não, eu to melhor. Só to zonzo.
– Amigo, na real. Faz o que to falando. Vai ajudar.
– Beleza.
Mudei o termostato do chuveiro e girei a válvula. Um forte jato de água fria começou a jorrar pelo chuveiro.
– Tira as meias. – disse a ele.
Ele fez o que pedi e levantou cambaleante. Segurei ele pelo ombro e levei ele até o box.
– Ai filho da puta. – gritou ele – Tá muito gelada.
– É mas tem que ser assim, para passar essa brisa ai.
Depois de me xingar mais um pouco e choramingar algumas coisas que não entendi direito ele parou embaixo da água, deixando ela escorrer por seu corpo.
Gabriel tinha um corpo bonito. Ele ia para a academia todo dia pela manhã. E os resultados eram aparentes. Braços definidos, peitoral e barriga trincados, curvinhas gregas que escorregavam para dentro da cueca, coxas grossas com pelos pretos. Mas ele era meu amigo. Não tinha nada a ver. Era completamente diferente do que eu sentia pelo Breno. Não tinha malícia. Pelo menos não até aquele momento.
Eu percebi que minha roupa estava ficando molhada pelos respingos do chuveiro. Então tirei o meu casaco e pendurei no gancho das toalhas. Tirei os sapatos e as meias. Recuei a manga da minha camiseta e voltei a me virar para Gabriel no box. O rapaz estava encostado na parede, escorregando por ela. Sem muito equilíbrio para ficar em pé.
– Gabe. Se segura cara.
Rapidamente o segurei pelos ombros molhando minhas mão e antebraços. Já com os olhos na altura dos meus – medimos quase a mesma coisa, uma média de 1,80 – ele os abriu e respirou fundo.
– Gelado. – disse ele batendo o queixo.
– Só mais um pouco. Beleza?
– Tá. Me desculpa pelo carro.
– Tá tudo bem. Relaxa amanha eu levo no lava rápido. Mas ai. Tu é um frangote mesmo em? Pqp.
Nós dois rimos da situação.
Alguns minutos se passaram e foram o suficiente.
Desliguei o chuveiro e estiquei o braço pegando uma toalha. Por acidente a minha calça agora também estava toda molhada.
– Vem, vamos te secar.
Levei Gabriel até o seu quarto, ambos gotejando água pela casa. Chegando no cômodo acendi a luz e vi a cadeira Gamer onde geralmente ele se sentava para estudar ou jogar alguma coisa no computador. Sentei ele ali, mesmo molhado, e olhei ao redor em busca do guarda-roupa.
– Cadê suas roupas. Precisa de roupas secas.
– No closet. Ali. – Apontou secando o cabelo de qualquer jeito.
Voltei alguns minutos depois com uma calça de moletom, uma camiseta com a estampa do Mario Kart e uma cueca seca.
– Você tem que tirar essa cueca molhada, vai.
– Que? A cueca tá na sua mão.
– A seca. Tu ainda tá de cueca burrão. Molhando tudo.
– Puuta. Molhei tudo a cadeira. – ele nem tinha percebido onde tinha sentado.
– Vai levanta e segura no meu ombro.
Gabriel obedeceu. Levantou e se apoiou em mim enquanto puxava a cueca box preta para baixo se equilibrando em um pé. Quando foi erguer a perna direita, perdeu um pouco do equilíbrio e tombou para o lado me levando junto. Para evitar que os dois fossem para o chão, segurei firme com as duas mãos em sua cintura.
– Opa bonitão. Vai derrubar a gente não! – novamente rimos da situação.
Ele afastou alguns passos para trás, ainda comigo dando apoio em sua cintura e deitou na cama. Dei um passo para trás e tive a visão geral da coisa.
Um Gabriel pelado. Jogado com os braços para cima. A pele pálida refletida pela luz do quarto. A fina fileira de pelos pretos descendo de sua barriga até o púbis. Gabriel não se depilava. Mas não era extremamente peludo. Os pentelhos se espalhavam ao redor de seu pênis de forma viril. E que pênis. Assim como Breno, eu nunca tinha visto Gabriel pelado. Ele era um cara mais reservado. Não usava mictório para mijar. No clube se trocava dentro do box. Aquela era uma brecha que estava rolando e talvez uma das poucas chances de ocorrer. Mesmo mole, dava pra ver que ele tinha um membro grande.
E uma coisa que ele nunca havia comentado antes e eu estava descobrindo naquele momento era que ele tinha o pênis circuncidado.
– Cara. Você precisa se secar e por uma roupa.
– Só um minuto. Ta tudo rodando.
Eu estava começando a ficar com frio. Minhas calças estavam molhadas.
– Vou te secar beleza?
– Tá.
Peguei a toalha e passei no cabelo dele, era um cabelo curto então não deu trabalho. Deslizei o tecido em seu pescoço, ombros, peitoral e barriga. Em certo momento Gabriel soltou um gemido baixo. Devia estar muito enjoado.
– Cara… – murmurou ele.
– Que?
– Acho que…
– Quer vomitar de novo? – questionei em alerta.
– Não. Eu acho que… aconteceu alguma coisa…
Ele tateou o colchão com a mão até encontrar a minha. Eu encarava os olhos dele sem entender. Estava preocupado em ele vomitar o quarto todo, já não bastasse a sujeira do carro. Mas não era culpa dele. Essas coisas acontecem. Quem nunca deu p.t. dessa maneira?!
Com a mão dele segurando meu pulso, ele guiou meu braço até perto de sua virilha. Foi quando senti algo rígido relar nos meus dedos.
O pau dele estava em pé em toda sua glória. Dezenove centímetros de músculo e sangue pulsante. A cabecinha aroxeada livre de qualquer pele.
– Acho que to de pau duro. – resmungou ele.
– Eu não acho, tenho certeza.
– Por que?
– Eu não sei. Talvez porque você tá bêbado. Sei lá. Quanto tempo faz que não transa?
– 21 anos.
– Gabriel, mano. Tu ainda tá nessa de esperar casar?
– Ah meu, minha família… Eu fico só na punheta.
– Deve ser por isso. Ta acumulado ai.
– E agora??
– Agora tu dorme que passa.
– Não consigo. Tá latejando. Não vai baixar olha. – e bateu a mão na rola fazendo ela chacoalhar firme e forte.
– Eu sei la… – eu realmente não sabia muito o que fazer. Aquela situação estava se tornando algo surreal.
– Me ajuda. – pediu ele pegando minha mão novamente e colocando na rola dele.
– Cara… isso… Não! Você tá bêbado. Nem sabe o que tá falando.
– Eu sei o que to fazendo Bruno. – respondeu ele com mais firmeza desta vez – Eu só to um pouco zonzo. Mas tá de boa. Pode pegar.
– Você… Você tem certeza disso?
– Tenho. Confia.
Sem pensar muito, segurei o pênis dele e comecei a movimentar a minha mão para cima e para baixo lentamente, sentindo aquele membro latejando entre meus dedos. Gabriel por sua vez colocou o braços ao lado do corpo, soltando leves gemidos. Senti o volume começar a crescer dentro das minhas calças também. Apesar da confusão estar gritando na minha cabeça, o desejo estava falando mais alto. Aquela já era a segunda situação com um amigo meu.
Não era possível isso acontecer assim.
Enquanto masturbava Gabriel, um pensamento veio na minha mente.
Ele sabe! Ele deve ter ouvido alguma coisa no dia que eu e o Breno transamos no verão. Na noite que ele me procurou para pedir o pente. Ele sabia esse tempo todo.
O ritmo da minha mão aumentou elevando o som da gemida do Gabriel. Ele agora estava com a boca aberta e a cabeça jogada para trás. A glande brilhando com o líquido de pré gozo que escoria de seu furo.
– Ahh… que tesão. – disse ele entre gemidos.
Minha vontade naquela hora era arrancar minha roupa e deitar em cima dele, lamber o seu corpo e colocar seu pênis em minha boca. Mas algo me dizia que aquele não era o momento. E antes que eu fosse liberto de meus pensamentos, um jato quente e grosso jorrou do pau de Gabriel. Respingando eu seu peito, barriga e minha mão. O corpo dele relaxou e ele sorriu com os olhos fechados.
Sem falar nada levantei e fui até a cadeira, onde a cueca molhada repousava no chão. A apanhei e limpei a minha mão. E quando retornei até a cama, Gabriel já estava adormecido. Largado e gozado.
Passei a cueca em seu corpo para tirar o excesso de gozo e joguei uma coberta por de cima dele. Já que se eu mexesse nele para vestir uma roupa, poderia acordá-lo.
Peguei as minhas coisas e saí do quarto, fechando a porta sem fazer barulho.
Desci com a cueca dele na mão. A joguei na máquina junto com o resto das roupas sujas e me dirigi até a porta de saída.
Já sentado no meu carro, fedendo a cerveja e batata gorfada, senti que minha cueca estava melecada na parte da frente. Eu também tinha gozado.
Abri as janelas para conseguir respirar melhor, os ventos do inverno foram de grande ajuda naquele momento, girei a chave e fui para casa, com a calça molhada, gozada e a cabeça cheia de questionamentos.
Já na garagem de casa, senti meu celular vibrar no bolso da jaqueta.
Quando destravei a tela encontrei uma mensagem.

Breninho Bundão:
Oi, preciso conversar com vc.

Fim da parte 3.

Foto 1 do Conto erotico: Inverno.

Foto 2 do Conto erotico: Inverno.


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Comentários


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mvstesao Comentou em 02/11/2020

Cara q delícia de conto, curioso pra saber o day after . Queria uns amigos desses pra mim, pra essas aventuras no sigilo.

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ksn57 Comentou em 01/11/2020

Votado - Idade lixada, essa, verdade ?




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Inverno.

Codigo do conto:
166914

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
01/11/2020

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6

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