Destruindo a mente e o casamento de uma Doutora Feminista - Parte 3

PARTE 3

O resto da semana teria transcorrido normalmente se eu não tivesse flagrado a Carla no maior amasso com o Judison no estacionamento na sexta-feira. Eles não me viram, mas eu vi muito bem ela segurando no pau dele por cima da calça enquanto eles se beijavam vigorosamente. Quando ela subiu na garupa da moto dele e foi embora rindo, eu fui ate meu carro, entrei e suspirei. Como aquilo era possível? A Carla era uma noiva linda e radiante, com casamento marcado dali a um mês. Vivia dizendo que amava muito o noivo do interior, que ele era o homem da vida dela. Por que trocar tudo isso por um pouco de sexo fugaz? Será que o Judison poderia ser assim tão bom?
Meu final de semana foi tranquilo e ao mesmo tempo inquieto. Viajamos para nossa casa de campo com as crianças, bebemos vinho e assistimos filmes. Um fim de semana padrão em família, que em outros tempos teria me agradado bastante. Daquela vez, contudo, os fantasmas da pornografia interracial e do Judison me atormentavam. Enquanto meu marido assistia a um jogo de futebol americano no domingo, me peguei imaginando aqueles jogadores negros gigantescos sem roupa, com as rolas descomunais a mostra. Imaginava qual delas seria maior, mais grossa e mais preta. Ficava imaginando qual deles seria mais agressivo na cama e cheguei a ter um calafrio quando um deles deu um grito de raiva para a câmera. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo?
Na semana seguinte, o Judison não foi à consulta e isso me deu certo alívio. Talvez a ausência dele me ajudasse a colocar a cabeça no lugar. Com o passar dos dias, porém, comecei a sentir uma certa angústia que eu não conseguia entender. Parecia que estava faltando alguma coisa na minha rotina.
Carla também havia faltado durante a semana, alegando razões médicas. Me mandou por e-mail um atestado médico com dispensa para 10 dias.
Os dias passaram lentamente, até que na terça seguinte, cheguei meia hora mais cedo para ajustar a agenda e aguardar o Judison. Passaram dez minutos do horário, depois vinte, trinta. Ele não veio novamente. Sem mais nem menos, sem dar notícias. “Talvez tenha ficado chateado com a história do racismo da última consulta. Eu não devia ter sido tão grosseira...”
No mesmo dia, por coincidência, esbarrei com a Luciana na academia. Conversamos sobre amenidades, filhos, maridos...até que eu perdi a vergonha e resolvi pedir a ela o telefone da mãe do Judison.
- Claro, Aninha. Eu te passo por mensagem o número. Mas por que você está querendo falar com ela?
- Ah, nada de mais. É que o Judison sumiu das consultas, não vai há duas semanas.
- Ah sim...
- Você tem visto ele, Luciana?
Senti uma ponta de ciúme na minha própria pergunta.
- Eu? Claro que não, Aninha! Por que eu teria visto o Judison?
- Não mesmo, Lu?
- Não, ué! Eu já não disse que não?
- Desculpa, amiga. Eu sei que não deveria falar com você sobre isso, mas ele me contou umas coisas, e eu PRECISO saber se é verdade...
- O que ele te contou?
Eu percebia o tom de medo na voz dela.
- Que você e ele...você sabe....que vocês estão transando...
- Ai Meus Deus! Que filho da puta! Como aquele puto te conta uma coisa dessas? Alguém mais sabe disso?
- Claro que não. É meu dever ético manter a confidencialidade, e estou te contando apenas por que achei que era seu direito saber...
Era mentira. Eu estava contando porque precisava confirmar a veracidade daquilo. Não ia ficar em paz até saber se o Judison realmente tinha conseguido seduzir uma mulher experiente e elegante como a Luciana, que nem de longe tinha a ingenuidade da Carla e daquelas namoradinhas dele.
- O que eu não entendo, amiga, é como você foi se meter numa dessas. O que aconteceu? Você brigou com o Claudio, estava carente?
- Não, o Claudio não tem nada a ver com isso. Nós estamos na mesma. Só que o Judison...ele...eu nem sei o que dizer, amiga...
- Fala, amiga! Desembucha! O que que tem ele?
- Ele é um canalha, amiga! Desses que tiram a gente do sério, que fazem a gente pensar em largar tudo!
- Largar tudo? Como assim, Lu?
- O sexo com ele é incrível! Uma coisa do outro mundo! Faço coisas com ele que nunca havia feito com ninguém e nunca imaginei fazer.
- Tipo o que, Lu?
- Ah, se eu falar você vai me julgar...
- Não, fala. Por favor. Eu sou terapeuta e meu marido é sexólogo. Estou acostumada com essas coisas, pode falar.
Ela chegou perto do meu ouvido e cochichou:
- Eu deixo ele gozar na minha cara. Todas as vezes.
- Na cara? Cacete!
- E ele me pede pra engolir. Eu tento, mas nem sempre consigo. Suja o meu rosto todo, meu cabelo. Falando assim parece nojento, eu sei, mas na hora eu me sinto a mulher mais realizada do mundo, só por satisfazer ele.
- E o gosto, é bom?
Perguntei sem pensar no que eu dizia.
- Ah, sei lá, amiga. Nunca provei outro. É meio salgado, mas não é horrível não. Você já provou esperma de alguém?
- Não, claro que não.
Era verdade. Isso era também um tabu para mim. Mesmo nas minhas fases mais liberais, jamais havia permitido que um homem gozasse no meu rosto. Isso me parecia altamente humilhante e depreciativo e ia de encontro ao ideal de liberdade sexual feminina que eu buscava.
- Mas me conta mais: como esse garoto conseguiu mexer assim com você, Lu? Como isso começou?
- Ah, é uma longa história, mas o que importa é que ele é um animal na cama. Transa como um cavalo, e tem um pau de cavalo.
- Pau de cavalo?
Propositalmente eu me fazia de desentendida...
- Anna, eu nunca vi nada parecido. Tem o comprimento um pouco acima da média, mas é MUITO GROSSO. Assim, tipo o meu antebraço, só que um pouco mais grosso...e é cheio de veias, que pulsam quando você chupa...
- Eu?
- É modo de dizer, amiga! Ficou animada, é?
- Claro que não, deixa de ser boba! Eu sou muito bem resolvida com o Olavo, e não sou dada a fantasias com garotões, não. Já passei dessa fase.
- Eu também, amiga. Mas o Judison não é um garotão. Ele é um homem, um homem de verdade, com uma piroca linda e deliciosa. Não sei como estou aguentando essas duas semanas sem ele...
- Você não tem visto ele há duas semanas também? Sabe o que aconteceu?
- Não sei direito, ele não me dá satisfações. Aparece quando dá, me liga e nós transamos no lugar mais conveniente.
- Simples assim?
- Simples assim.
- E onde vocês já transaram?
- Ah, em motéis, no barco do Claudio, na nossa casa em angra. Até lá em casa mesmo, quando dá.
- Na sua casa? Como assim?
- Quando o Claudio viaja, eu boto as crianças pra dormir, libero os empregados e chamo o Judison. Ele me faz gozar loucamente durante umas 3 horas e depois vai embora de madrugada.
- Lu, você é muito safada! Que risco está corrend...peraí. Você disse 3 horas?
- Isso! É o que eu te disse. Ele é um monstro, Aninha. Completamente insaciável. Goza uma, duas, três e quer mais. Me sinto a mulher mais gostosa do mundo!
- Mas você não tem medo de que o Claudio descubra?
- Tenho, claro. Eu amo ele. Mas realmente não consigo me controlar. Teve uma época que eu tentei, mas o Judison me provocava, mandando fotos do pau dele por whatsapp. Aquele negócio funciona como um ímã para mim. Basta ele botar “aquilo” pra fora que uma força incontrolável e incompreensível me manda ajoelhar e chupar. Ele exerce um poder sobre mim que é maior do que as minhas forças...
- E você consegue engolir tudo?
- O pau dele todo? Claro que não! Estou evoluindo, mas mal consigo chegar à metade. É grosso demais...
Nessa hora se aproximou de nós uma amiga em comum, esposa de um juiz, e o assunto morreu subitamente. Eu tinha muito mais para perguntar, mas teria que ficar para a próxima.
Eu entrei em parafuso e já não sabia no que acreditar. Toda a minha base de crenças e valores estava em xeque após esse depoimento da Luciana. As minhas premissas de vida eram: Mulheres não dependem de homens. Mulheres controlam homens sexualmente se quiserem. Homens em geral são manipuláveis e possuem fantasias sexuais infantis. Homens competem entre si por um pau maior acreditando que isso representa mais poder. Mulheres não acreditam nisso. Homens arrogantes e canalhas são emocionalmente carentes e precisam se afirmar através da conquista. Apenas mulheres emocionalmente frágeis caem no papo dos canalhas, por serem ainda mais carentes.
Tudo em torno do Judison desmentia isso. Carla era linda, feliz e estava prestes a se casar. Luciana tinha um marido bonito, rico e bem sucedido. Era experiente, elegante e ostentava um corpo de dar inveja a muitas menininhas. Como aquele preto abusado podia simplesmente passar por cima disso tudo com aquela arrogância e aquele sorriso sacana dele? Onde estava o poder feminino?
Justo quando eu achava que as coisas não podiam piorar, veio o sábado a noite.
Estávamos em casa, eu e Olavo, tomando um vinho, as crianças já dormindo. Olavo teve a ideia de assistirmos ao dvd do nosso casamento e eu, como precisava tirar aquele monte de bobagem da cabeça, achei que podia ser uma boa ideia reviver um pouco de romance. Meu marido entrou no banho, enquanto eu fui procurar o video na gaveta de dvds antigos. Não conseguia encontrar o casamento de jeito nenhum, mas enquanto procurava acabei abrindo um caixa da qual caiu um cd gravado. Nele, estava escrito em caneta pilot “BBC”.
Na hora me subiu um calafrio. Naturalmente, depois de todos aqueles sites, eu sabia que não se tratava de nenhuma gravação do canal british broadcasting corporation, se esse tinha sido o disfarce pensado pelo Olavo.
Rapidamente, botei o cd pra rodar no notebook e abri a única pasta que havia. Era uma verdadeira enciclopédia de pornografia interracial.
Muito vídeos do estilo “cuckold”, com maridos olhando e se masturbando. Fotos de mulheres brancas chupando e transando com negros enormes, tanto de músculos quanto de pau. Muitas fotos tinham legendas obscenas em inglês e algumas em português. A temática geral era sempre a pica gigante dos pretos, a submissão das esposas, filhas, mães, noivas e namoradas, e a fragilidade dos homens brancos impotentes. Tinham fotos com homens brancos de pênis minúsculos presos em mini jaulas enquanto suas mulheres riam. Algumas chegavam ao extremo de pronunciar a extinção da raça branca e dos olhos claros, exatamente como havia dito o Judison...obviamente, havia vídeos do estilo “lavagem cerebral” (que eu preferi não assistir dessa vez) e também muitos desenhos, algo que para mim era novidade. Os desenhos giravam em torno da mesma temática, mas permitiam fantasias que transcendiam os limites da realidade, como personagens de desenhos, videogames e atrizes transando com negros imensos de aparência monstruosa. Tinha princesas da Disney trepando com monstros escuros e chorando!
Aquele “acervo” teria sido um ótimo material de estudo do comportamento humano para o meu marido sexólogo, mas eu tinha certeza, até pelo modo como fora escondido, que aquilo tudo era pra consumo próprio dele, sem qualquer fim profissional.
Passando as fotos rapidamente, me deparei de repente com uma foto minha: linda, de lingerie rendada, a lingerie da nossa noite de núpcias. Em pé, de costas, mas olhando por trás do ombro para ele, a foto exibia toda a exuberância do meu bumbum redondo, o volume dos meus seios parcialmente encobertos e o rosto angelical, com os cabelo escorrendos pelas costas. Eu amava aquela foto! Ela representava o auge da minha sensualidade e da nossa paixão.
A foto que estava no cd, porém, era diferente. Além de todo esse quadro lindo, ela tinha uma legenda em português escrita em letras vermelhas no fundo, que dizia: “AMOR, VOCÊ TEM CERTEZA? SE AQUELE CRIOULO ME FODER EU NUNCA MAIS VOU SENTIR VOCÊ EM MIM”
Quando li aquilo fiquei devastada! Então era isso que excitava o meu marido? Não a possibilidade de me possuir, mas a visão ou a fantasia de me ver sendo arrombada por outro homem a ponto de não sentir mais o seu pênis? Que absurdo! Meu marido era um depravado nojento e tinha uma fantasia muito particular que me envolvia pessoalmente.
Fechei tudo e comecei a chorar.
Quando ele saiu do banho, eu já tinha escondido o cd e enxugava as lágrimas, fingindo que estava triste por ter perdido o dvd do casamento.
Olavo tentou me consolar e eu fingi que estava tudo bem. Mas não estava tudo bem. Na verdade, estava tudo de cabeça pra baixo.
Ele tentou me chamar pra transar, mas eu recusei na hora. Disse que estava “sem clima”.
Acho que daquele dia em diante nunca mais vi o meu marido da mesma forma. Amava ele e tinha certeza de que viveríamos sempre juntos, mas não conseguia mais sentir tesão. Quando ele vinha me seduzir, me batia um misto de nojo e pena: nojo pelas fantasias machistas e obscenas que me envolviam, e pena por saber que o verdadeiro desejo dele era ser humilhado por mim e por outro homem. Um homem de verdade. Pena por saber que no fundo ele não se considerava um homem de verdade. Se ele mesmo não se considerava macho, como eu poderia?
Para piorar, fui surpreendida com o Judison me esperando no consultório para sua consulta na semana seguinte. Ele tinha voltado como saiu, sem mais nem menos, sem dar notícias.
Era o pior momento possível para ele retornar: pela primeira vez em muito tempo eu estava sexualmente frustrada, com um marido frágil e inseguro que queria ser corneado por um negão pirocudo. Ao mesmo tempo, eu tinha ali na minha frente justamente um jovem negro, musculoso e muito, muito confiante, que vivia dizendo que seu pau era como o de um jumento...
Eu me esforçava, mas não conseguia me concentrar na consulta. Lembrava das fotos do Olavo e das palavras da Luciana...de repente, percebi que estava sendo traída pelos meus pensamentos: me peguei, pela primeira vez, olhando para o Judison com outros olhos. Não dava para negar que ele era um homem atraente. Aqueles braços dele eram realmente muito fortes! Os ombros eram largos e o peitoral protuberante marcava a camisa. Se ele quisesse, provavelmente conseguiria me deixar sem ar com um simples abraço. Involuntariamente, meus olhos escorregaram e foram até a bermuda dele, como se tentassem identificar o tamanho do “pacote”.
Antes que eu pudesse processar o que acontecia, cai em mim e me mexi na cadeira. Ele estava de costas e só ouviu o barulho, que interrompeu o monólogo que ele fazia até então:
- Tudo bem, Dra. Anna? A senhora parece distraída hoje, não fala nada.
- Estou bem, Judison. Você me falava da sua viagem...
- É, fui pra despedida de solteira de uma amiga, em Búzios.
- Como assim? Amiga?
- É, ela vai casar com um médico do interior e resolveu fazer uma festinha com as amigas numa casa alugada em Búzios. Nada demais. Está na moda, sabe...
- Sei...e onde você entra nessa?
- Ah, eu não podia deixar ela se casar sem dar meu presente de despedida, né...
- Quer dizer então que você “pegou” ela na frente de todo mundo?
- Não exatamente. Eu combinei com uma prima dela de me “contratar” como stripper surpresa. Cheguei lá vestido de PM, de farda. Foi a maior comédia! A mulherada ficou maluca, e eu lá me fingindo de profissional. Fingi que não conhecia ela e ela entendeu o joguinho. Na hora da festa mesmo só ficamos naquelas brincadeiras picantes de noiva, mas depois que as amigas dormiram bêbadas...
- E essa despedida durou duas semanas, rapaz?
- Hahaha...está com ciúmes, Dra. Anna?
- Estou é decepcionada com a sua falta de compromisso com a análise.
- Desculpa. Prometo não abandoná-la mais tanto tempo. Mas voltando à sua pergunta: na verdade eu fiquei com ela só mais dois dias. Fomos para a minha casa lá por perto e fizemos uma boa farra. Eu, ela, a prima e mais uns camaradas meus que apareceram por lá...aposto que ela nunca mais vai se esquecer dessa despedida. Foi muita loucura, Dra...
- Loucura mesmo. Imagina se o noivo dessa moça sabe disso.
- Hahaha! Coitado! Se ele soubesse como a noivinha dele é safadinha...vai ter que se acostumar com os chifres crescendo...
Era impressionante o sadismo dele. Chamava o cara de coitado, mas não tinha nenhuma piedade. Parecia estar se deliciando com a crueldade do seu ato.
- Você não se sente culpado, Judison? Se coloca no lugar dele...
- Eu não consigo, dra. Anna. Sabe pq? Pq eu nunca vou estar no lugar dele. Eu sou homem, muito homem. Gostoso, sedutor, canalha. Canalha não leva chifre, canalha bota chifre.
- Você parece confundir arrogância com masculinidade.
- Não estou confundindo nada. Masculinidade para mim é sinônimo de atitude, pegada e um PAU avantajado que proporcione orgasmos múltiplos. Para mim e para todas as mulheres que eu conheço.
- Talvez você esteja precisando ampliar o seu universo de mulheres conhecidas.
- Talvez você esteja recalcada e não queira reconhecer que não consegue entrar na minha cabeça.
- Como é que é, Judison?
- Vamos falar a verdade, dra: a senhora está acostumado a lidar com pessoas frágeis que acreditam que tem problemas psicológicos e precisam dos seus conselhos para dormirem bem. Aí a senhora identifica as fragilidades e as explora até ter a pessoa na mão, recebendo uma grana preta para ouvir os problemas delas e dizer o que elas querem ouvir. Mas comigo não é assim, não é? Eu não sou um menino inseguro. Sei muito bem o que eu quero e isso te assusta. No fundo, a senhora não entende como um jovem desbocado como eu, ainda por cima negro, pode ser dominante com as mulheres, não é?
Ele estava certo. Eu não entendia. Mas não podia dar o braço a torcer:
- A sexualidade humana é muito complexa, Judison. Existem mulheres com traumas e dificuldades emocionais que se sentem atraídas por homens com o seu perfil. Isso não te torna melhor nem pior do que ninguém. Ao contrário do que você pensa, não existe um modelo de “macho alfa”. Já te disse que nós não somos cachorros.
- Posso não ser cachorro, mas já peguei tanta cadela...hahaha
- Por favor, Judison! Não vou admitir essa falta de respeito com as mulheres no meu consultório.
- Tá bom, não está mais aqui quem falou. Você e esse seu feminismo...sabe que isso me deixa curioso, dra.? fico só imaginando o que um homem precisa fazer para te agradar...
- Como é?
- É, doutora. Como é o modelo de homem ideal para uma feminista LINDA e bem resolvida como a senhora?
- Bom...
Eu começava a pensar na resposta, quando ele me interrompeu:
- Como é o seu marido? Ele é melhor do que eu?
Fiquei gelada. Não estava preparada para falar do meu marido, ainda mais depois dos últimos acontecimentos.
- Isso não vem ao caso.
- Como assim? A senhora não sabe dizer se o seu marido é melhor do que eu?
- Não, claro que eu sei. Quer dizer...é claro que ele é! Não tem nem comparação. Que pergunta absurda, rapaz.
- Sei. Mas ele ainda comparece na cama, doutora? Satisfaz suas necessidades femininas?
- Que pergunta é essa, Judison?
- Qual o problema? A gente sempre fala dos meus relacionamentos. Quero saber do seu. A Luciana vive me dizendo que o marido ricaço dela quase não se interessa por sexo. Eu não consigo entender como o coroa consegue perder o tesão por uma mulher charmosa e fogosa como ela...só pode ser viadagem...
- Olha o termo, Judison!
- E o seu marido, também é assim? Ou ele ainda consegue te fazer mulher?
Engoli em seco e olhei no relógio. O horário tinha acabado.
- Por hoje é só, rapaz. Da próxima vez, tente avisar antes quando não puder vir. É uma questão de respeito.
- Ok, doutora. Não vejo a hora de terminar essa conversa. Vai pensando na sua resposta para me convencer na semana que vem...
- Eu não preciso te convenc...
Ele saiu e bateu a porta da sala antes que eu pudesse terminar.
Meu Deus, como ele era abusado! Perguntar detalhes íntimos do meu casamento na sessão? Como eu podia tolerar aquilo?
Mais frustrada e perdida do que nunca, reparei em um convite elegante em cima da minha mesa. Era para o casamento da Carlinha, minha secretária. Casamento que aconteceria uma semana depois. Com um rapaz do interior.
Rapidamente liguei os fatos e cheguei à conclusão óbvia. A despedida do Judison era a da Carla!
Ou seja: aquela menina sardenta com jeito de tímida tinha me apresentado um atestado falso para passar uma semana fazendo orgia com o Judison em Búzios. “Que vagabunda mau caráter!”, pensei.
Hoje acho que poderia ter sido mais compreensiva, mas na época não tive dúvida. Demiti a Carla imediatamente, quase na véspera do casamento, sem sequer dar chance a ela de se defender. Eu estava furiosa.
Por que eu estava furiosa? Ora, porque ela tinha mentido para mim! (Ou pelo menos era nisso que eu preferia acreditar...)

Continua...


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario pirahy

pirahy Comentou em 21/09/2021

super ótimo conto! e percebo claramene que quem o digitou é uma pessoa com alto nivel intelectual, pois é mais um desabafo do que um simples conto. Gostaria de ter a amizade dessa pessoa.

foto perfil usuario linsar

linsar Comentou em 01/09/2021

O conto e ótimo mais esta faltando a parte dois você não postou

foto perfil usuario

Comentou em 31/08/2021

Mais um capítulo dessa història incrível . Nunca li nada parecido . Aguardo a resposta a mensagem lhe mandei pelo site

foto perfil usuario eninho007

eninho007 Comentou em 31/08/2021

Cade a parte 2 ???

foto perfil usuario dom william

dom william Comentou em 31/08/2021

Cadê a parte 2??

foto perfil usuario Soninha88

Soninha88 Comentou em 31/08/2021

Doutora, vc dever ser psicóloga mesmo de verdade, sabe usar as palavras e nos envolver de uma forma incrível, não li o conto 2, vc postou direto o 3, mas acho que vc está com medo de admitir a superioridade de um homem sobre vc e seu feminismo, e isso irá acontecer pelo visto, e não demora muito! Votado...bjs

foto perfil usuario

Comentou em 31/08/2021

Cadê a parte 2 ? Não tem no site ?




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


185438 - Destruindo a mente e o casamento de uma Doutora Feminista - Parte 2 - Categoria: Interrraciais - Votos: 11
185317 - Destruindo a mente e o casamento de uma Doutora Feminista - Parte 4 - Categoria: Interrraciais - Votos: 30
185313 - Destruindo a mente e o casamento de uma Doutora Feminista - Parte 1 - Categoria: Interrraciais - Votos: 38

Ficha do conto

Foto Perfil debbrune1984
debbrune1984

Nome do conto:
Destruindo a mente e o casamento de uma Doutora Feminista - Parte 3

Codigo do conto:
185316

Categoria:
Interrraciais

Data da Publicação:
31/08/2021

Quant.de Votos:
22

Quant.de Fotos:
0