No elevador deu azar de encontrar o vizinho. O andar de baixo que tanto o odiava.
Ele gostava de colocar música, e dançar.
Com o cachorro. O João.
Saiu pelo térreo. Nada de carro.
Tudo que queria era uma bala.
Acordou assim.
Sabia que não ia ter sexo nem nada.
Nem ninguém.
Mas queria uma bala.
Ele estava puto porque o pau dele não tinha subido na sexta.
Pegou a mulher que ele achava a mais bonita da festa.
E o pau não subiu.
Queria testar duas coisas: punheta com vídeo pornô e viagra genérico – que tem nome difícil (só que custa 5% do preço).
Andou duas esquinas. Lá estava o João. Sim, mesmo nome.
Não estava lá. Ele gritou pra janela do prédio.
Não deu nem dois segundos ele apareceu: “tô descendo”.
Porra cara! Aquela bala que você me vendeu era uma merda! Meu pau não subiu pra comer a Sabrina.
Cê tá louco? Todo mundo fudeu com aquela bala!
Cara, não vou nem bater boca. Dá mais uma que vou bater punheta ou chamar uma puta e ver.
Tá aqui. Se não der certo tem de outro da azul.
João tomou na hora e voltou pra casa.
Chegou e colocou o Xvídeos no computador.
Ele gostava de foda no finalzinho com gozada na boca.
O pau subiu.
Subiu tanto que bateu punheta numa meia até gozar.
Pensou. Pensou. Pensou.
Pensou em tudo, doidáço.
Lembrou dos Jetsons. Das gostosinhas da malhação e da Fernanda Montenegro filha. Mulher sem peito e sem bunda e sem cara, mas como ele queria comer ela…
Ai caiu a ficha. A treta não foi Sabrina. Mas Juliana.
O filho da puta tinha 17 anos e nunca tinha se apaixonado.
Achou que Juliana era só mais uma pra coleção.
Mas o café que ela fazia de manhã…
A camisola que usava na casa dela sem calcinha.
E, principalmente, o boquete que ela fazia assim que os dois acordavam.
Isso não tinha preço.
Puta merda! O pau não subir por causa de outra mulher.
Achou que estava doente.
Ligou pra Juliana.
Oi? Tudo bem? Tô meio doidão? Acredita que o João me deu uma bala hoje cedo?
“Vai se fuder… Não é possível”.
Pois é…
Pode vir aqui?
Não!
Vem pra cá!
Estou indo.
Chegou lá e ela estava de camisola, sem calcinha, na cadeira da sala.
O pau ficou mais duro que a perna da mesa.
Ele começou a chupar ela. E não queria parar.
Ela pediu pra meter.
Ele fez.
40 minutos.
Chegou um ponto que ela pediu pra ele gozar.
Ele não conseguiu. A bala não deixava.
Disse: “vamos dar um tempo pra segunda rodada e eu gozo”.
Ela falou que não tinha segundo tempo, que ia sair com uma amiga pra jogar tenis.
Ele foi embora. De pau duro.
Pela primeira vez entendeu o que era estar apaixonado.