Finalmente, nosso olhares se cruzaram. Sorrimos imediatamente um para outro. E como dois bons amigos que não se viam a muito tempo, nos aproximamos. Logo, levantei minha mão para comprimenta-lo. Em vão. Ele ignorou meu gesto e me abraçou. Realmente, ele havia mudado.
"Quanto tempo Bruno" disse ele sorrindo"
"Muito tempo querido..está ficando por São Carlos?"
"Não muito. Passei para resolver algumas coisas. E resolvi pegar um festinha"
"Eu também. Vim resolver os papéis da minha kit."
"Você vai voltar a morar aqui? Que bacana! Vamos poder nos ver mais vezes"
De repente, um amigo dele o puxou. Disse que precisavam de um shots. Ele olhou para mim se desculpando e disse que já voltava.
Eu estava estarrecido sobre o quanto ele havia mudado. Isso era realmente possível? Foram dois anos de pandemia. E pelo que eu conhecia dele, eu sugeriria mais do que 2 anos para uma mudança qual estava eu presenciando.
Enfim, retribui o olhor dele com um aceno de que estava tudo bem.
Corri para pista de dança. Eu queria muito dançar loucamente, livremente. Meu corpo estava pedindo isso a muito tempo. Estava tocando Louca e Sagaz da Karol Conka. Meu nível de sensualidade e entrega alcança níveis inimagináveis com essa música. Até esqueci das pessoas que estava a minha volta. Foi quando sinto alguém dançando atrás de mim, e se aproximando cada vez mais. Olhei para trás. Era ele.
A partir daquele momento, eu queria nossos corpos entrelaçados. Queria sentir a energia sexual canalizada através dos encontros entre nossos corpos. Nossos olhos estavam em constantes encontros. E de repente, ele deixa a sua mão na minha cintura. Eu estava em êxtase. O que será que havia acontecido com o garoto tímido, e não propício a se relacionar com pessoas do mesmo sexo. Eu não conseguia enxergar esse passado naquele olhar. Eu enxergava agora aquilo que eu sempre desejei que fosse.
A música muda. Estamos agora em um ritmo mais acelerado. Luzes azuis dançam no teto da sala da república transformada em pista de dança. Por um momento, eu me distraio com aquele movimento luminoso. Finalmente, o efeito bom e velho do doce começava a surtir efeito.
"Você tomou também?"
"O que?"
"Você sabe do que eu estou falando"
"Sim. E está incrível agora"
"Meu tesão está gigante"
Nos aproximamos ainda mais. Eu consegui sentir o hálito quente dele no meu rosto. E comecei a ficar excitado. Eu acho tão gostoso quando conseguimos sentir o tesão da outra pessoa pelo calor do corpo. Eu sentia a vontade dele, pela forma como estava me olhando. Mas, também sentia seu copo vibrar perto do meu. E nos aproximamos ainda mais.
Agora estávamos com os nossos corpos colados. Nossas bocas estavam muito próximas. E ele levantou a mão dele e colocou no meu rosto.
"Eu quero você. Muito" Disse ele antes de eu tomar o ímpeto de beijá-lo.
Eu sempre imaginei como seria o beijo dele. Foi melhor do que todas as minha imaginações juntas. Um beijo molhado e quente. Ardente. Nossos paus estavam se amassando dentro daquela dança gostosa e voraz.
Uma alegoria.