Comecei a chorar e ele chegou perto de mim perguntando se eu estava bem. Só disse que estava chorando emocionando pelos presentes e ele me abraçou. Naquela noite não consegui fazer sexo com ele. Estava pensativo demais e ele estava percebendo. Fomos fazer sexo só dias depois. Quando terminamos, ele foi tomar banho e quando voltou eu estava sentado na cama preparado pra contar
- Preciso te contar algo!
- Fale!
- Estou com medo. Não sei qual será sua reação.
- Se você não falar, nunca vai saber a minha reação.
Na mesma hora comecei a chorar e contei tudo que aconteceu. Ele ficou chocado, começou a chorar e sentiu na calam. De repente ele olhou pra mim e só fez uma pergunta:
- você gostou?
Eu não podia mentir. Então revelei que em alguns momentos eu senti tesao sim. Nessa hora ele ficou irredutível. Começou a chorar e disse que se eu senti tesao por outro homem é porque eu não amava ele por completo.
Nessa hora eu me senti muito triste. Tinha feito aquilo tudo para salvar a pele dele, mas ele ainda estava desse jeito comigo. Ele disse que não dava mais pra ficarmos juntos, que era melhor eu arrumar minhas coisas e ir embora. Eu entrei em choque. Comecei a chorar ainda mais. Ele saiu do quarto batendo a porta e eu comecei a arrumar minha mala. Não tinha muita coisa, mas fiz questão de deixar pra trás tudo que ele tinha me dado. Minhas coisas não encheu uma mala pequena. Percebi que pelo horário, o próximo ônibus que passaria na Minha cidade saía em 4h. Eu estava triste demais com a situação. Peguei minha mala e saí. Saí e fui embora sem olhar pra trás e sem receber um tchau ou um abraço do homem que eu amava. Pedi para um funcionário da fazenda me levar embora e fui chorando desolado por toda a estrada até chegar na rodoviária. Como eu estava recebendo melhor, tinha condições de comprar a passagem e ainda sobrava um pouco pra comprar algo pra levar de presente pra meus irmãos mais novos. Fiquei ali sentado na rodoviária até dar a hora do ônibus chegar. Ele atrasou por quase 1h e eu já estava impaciente. Quando ele finalmente chegou, entrei, sentei na minha cadeira e fiquei olhando aquilo tudo. Imaginando como a minha vida tinha sido feliz por alguns meses. Olho no celular (o primeiro que ele havia me dado) e percebi uma coisa que me deixou em choque: já era o meu aniversário. Eu estava com a cabeça tão cheia nos últimos dias que eu tinha esquecido que eu iria fazer aniversário aquele dia. Estava fazendo 18 anos. Era um adulto. Adulto e sozinho. Adulto e triste. Comecei a chorar em silêncio, parecia que eu estava morrendo por dentro. Não tinha mais o que fazer. Estava só.
As luzes do ônibus se apagaram, o motor ligou e estávamos partindo. Partindo para onde eu nunca deveria ter saído. Quando o ônibus começa a sair eu escuto uma coisa. Escuto alguém gritando. Gritando desesperadamente. Gritando com toda a força do mundo. Gritando o meu nome. Gritando:
- JULIANOOOOO!!!!!!!!
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