- Quem é? - Perguntou ela com um sorriso na voz, adorava fazer esses jogos que a deixava com ar de menina.
- Sou eu. - Disse ele secamente e de forma direta; aquilo não a incomodava, ela se sentia atraída pelo jeito como ele passeava entre o bom humor, a seriedade, o mistério, a safadeza e entre o carrasco. E o que ela queria era justamente os últimos.
Homem comum ela tinha em casa, comum até demais. Ela queria ir ao cinema sim, não para ver filmes, mas para beijar, acariciar e ser acariciada nos seios e entre as pernas. Profanar, não santificar. Ela sabia que esse homem era aquele que estava do lado de fora do apartamento. Com um jeito manso abriu a porta e o viu sorrindo devagar, vestia uma camisa verde musgo com detalhes mais claros, pequenos losangos espalhados pelo tecido.
Usava a gravata preta que era a sua preferida, a calça social preta trazia um cinto de cor igual. Ela fez um gesto para que ele entrasse.
- Faça direito – Disse ele.
- Entre, meu senhor. - Falou ela baixando a cabeça em sinal de respeito e obediência para aquele que era seu dono, sua paixão secreta e proibida, o senhor de seus pensamentos e ela sabia que de alguma forma também era senhora dele.
Ele entrou e aguardou que ela fechasse a porta.
- Eu fiz... - Ela havia começado a falar quando ele puxou pela cintura e beijou seu pescoço, mordiscou a nuca e sussurrou:
- Quero você! A pele eriçou, os mamilos endureceram e acusaram o desejo dela.
- Também te quero meu senhor, te quero muito, pode me usar, estamos livres hoje. Ele não esperou muito a virou até que olhasse nos olhos dela, uma mão segurou o queixo e a outra firmava na cintura, o beijo foi longo, foi molhado.
Fez com que ela já começasse a molhar a calcinha preta e rendada ali mesmo, na sala e em pé. Como ele me deixa assim? - Se perguntava enquanto beijava.
Descendo a mão do queixo até a alça do vestido, foi tirando cada uma. Os seios logo despontaram nus e confessos, eles queriam a boca de seu dono ali. Ele entendeu o recado e mordiscou o pescoço sem deixar marcas. Sem marcas aparentes, isso fazia parte do pacto de amantes que tinham. Mordeu o mamilo até que ela gemesse, ele percebeu que ela agora estava mais acostumada com a dor que gostava.
Quando ela gemeu mais alto ele deu um tapa em sua cara, sem sutilezas, sem doçuras, ela queria um dono, um senhor, um carrasco, e ele era isso. Ficou mordendo e chupando os seios. Até que desceu todo o vestido e a calcinha rendada, preta como os becos mais escuros da noite surgiu em seus olhos. Passou a beijá-la por cima do tecido negro.
Afastou os joelhos dela um do outro e passou a língua molhada entre as pernas. A calcinha já estava molhada, ele pôde sentir um mel com sabor que só vinha dela. Com as mãos rápidas e macias foi tirando a calcinha que deslizava nas coxas e fazia um som de renda arranhando a pele. Ela apenas observava. Aquilo era sempre delicioso e mágico, perdia o controle e se sentia desejada, verdadeiramente cultuada.
A volúpia, o prazer, a luxúria com ele não era apenas sexo. Com ele ela tinha importância. Com ele, ela amava, transava, fodia, comia e era comida. Ela era dele. Ele era dela. Só eles sabiam disso, esse era o seu delicioso segredo. Quando a calcinha repousou no chão, ele a levou para a cozinha. Nua. Indicou a mesa de granito negro e rajado de branco e cinza, ela ficou de costas e inclinada para ele. Sim, era isso o que ela esperava. Era isso o que ela queria.
Ele tirou a gravata, desfez o nó em silêncio e sem que pedisse alguma permissão, usou a gravata como uma mordaça improvisada. Deu um nó por baixo dos cabelos dela e um tapa seco e forte encontrou a pele nua dela. Após isso, tirou algo do bolso traseiro que logo tilintou. Ela já imaginava o que seria e ficou excitada antes mesmo de ver.
Deu uma volta na mesa e de frente para ela segurou seus pulsos e a algemou. O metal prateado e frio era um símbolo de que ela seria dele, apenas dele. Ela tentava sorrir, mas com a gravata na boca não conseguiu esboçar o sorriso, ela via o semblante de seu dono que estava sério e ousado. Ele puxou uma cadeira e ficou sentado olhando para ela por cerca de vinte minutos. Nada fez. Apenas a olhava.
De uma forma estranha aquilo gerava um misto de raiva e prazer no peito dela. O silêncio dele era cortante. Até que ele se levantou, tirou a camisa, o cinto e desabotoou a calça. Caminhou sem pressa para trás dela e segurando em sua cintura se inclinou para perto da nuca de sua submissa.
- Você pertence a mim, certo? - A pergunta foi acompanhada de uma cintada inesperada. O gemido abafado substituiu o grito que ficou preso pela mordaça que a gravata fazia. Ela se contorceu quando a segunda cintada a alcançou. Era algo louco, sim, muito fora do padrão que ela tinha. Mas era algo deles.
Ser o prato dele, ser a escrava a ser castigada. Ser a menina rebelde que queria uma punição, aquilo era mais que o cinto beijando a carne de cada lado de sua bunda nua, era a confirmação de que ela queria ser dele. Do jeito que eram. As marcas ficaram expostas, vermelhas e vivas. Ardiam e formigavam. Em cada uma deles ele beijou longamente e deixou um rastro com sua saliva ao passar por elas com sua língua. Afastou as pernas dela mais uma vez e pousou sua língua entre suas pernas. Começou acariciando os lábios maiores enquanto aos poucos caminhava para os lábios menores, com o polegar massageava o clitóris e via como ela se mexia sem controle na mesa e desconcertada por estar com as mãos algemadas.
Ele continuou sem muita preocupação. Quando viu que a perna dela já não parava quieta, que estava toda molhada e sedenta, resolveu consumar o ato da noite. Sem que ela visse, tirou o membro ereto e excitado pelo jogo perigoso e começou a invadi-la. Primeiro foi centímetro a centímetro, ela sentiu cada veia dele latejar dentro dela e quando todo o membro estava sendo guardado por ela, ele passou a movimentar-se em um vai-e-vem frenético, segurando pelos cabelos longos, passando-os pelo seu braço, enrolando como se fosse uma toalha, puxava os pescoço dela para trás ao mesmo tempo que estocava dentro dela e a xingava.
Aumentou o ritmo sem parar, curvou-se em um momento até ela e mordeu seu ombro no momento que estocou mais uma vez. Ela apenas gemia em silêncio e suava. Gotas de suor caiam em sua pele, caiam pela nuca até a linha da coluna cavada. E ele apenas metia. Metia, metia e metia. Ela estava adorando aquilo. O celular dela tocou. Não atendeu. Sabia que era o namorado, mas agora o dono dela, o seu homem, estava a possuindo. Iria dizer que estava dormindo e não viu a ligação, nada poderia atrapalhar aquele momento. Ela pedia para ele não parar, em pensamento. Ele lia os pensamentos dela. Ele era os pensamentos dela. Ele não parou. Socou, estocou, meteu, estapeou. Beijou.
E por fim, segurando forte na cintura dela, deu as ultimas três estocadas com força até que ela sentiu que ele tirou de vez. 05 segundos de silêncio. Dentro dela um vazio se fez, ela queria ele ali dentro. 05 segundos de agonia. Em seguida ela sentiu um líquido quente cremoso em sua coluna, preto da cintura. Era o seu gozo. O leite de seu dono. O mel que ela amava. Ele havia tirado dela para tirar o preservativo e não desperdiçar no látex transparente o gozo que ela tanto adorava. Ela desfaleceu. As pernas tremiam. Ele rodeou a mesa. Tirou a algema. A gravata. Estendeu o braço:
- Senti sua falta, Pequena.
Sorriu para ela e beijou a boca.
Conto publicado no meu pseudônimo: Marcko Hopkins Clendon
@mharko_clendon