Cantei meu mantra em uníssono com as outras, estávamos apenas em mulheres ali, o Esbbath da Lua Negra não é para homens, não esse, não tão perto do dia dos mortos.
O aroma afrodisíaco dos incensos fazia círculos no ar, sua fumaça dançando ainda mais que as chamas do fogo, se entrelaçando e girando enquanto subiam aos céus da noite sem lua. Enquanto olhava minha mente em devaneio se perdeu nas estrelas. Incontáveis pontinhos luminosos como infinitos vagalumes encantados. As estrelas pálidas e prateadas giraram e dançaram junto das fagulhas incandescentes do fogo, seus brilhos se misturando em uma coisa só...
Despertei do meu semi-devaneio com o som estrondoso das batidas de tambor. Três notas em ascensão, uma mais estrondosa que a outra. Com esse sinal as duas musas com voz de fada pegaram cada uma um grande ramo, e o incendiaram na fogueira. Uma fumaça hipnótica se levantou e o aroma que se seguiu foi doce e pungente, parecia entrar pelo meu nariz e boca e segurar meu coração. Elas então começaram a dançar em círculos ao redor da fogueira, balançando os ramos ao redor de seus corpos em movimento sensuais, sempre cantando, sempre enchendo meus ouvidos com aquelas vozes doces como mel. O som caía em meus ouvidos como se elas os estivessem lambendo.
Levei as mãos até meu colar de ametista, única coisa que eu estava vestindo, além do manto, e me concentrei. A pedra lisa deslizou por meus dedos, morna do calor do meu corpo nu. Pensei em beijos, lambidas e esfregar de corpos, pensei em mordidas de amor e arranhões, pensei no prazer se acumulando dentro de mim. Elas passam ao meu lado e eu respirei fundo a fumaça dos ramos ardentes.
Minha mente se rompeu, me senti caindo.
O soar dos tambores se perderam no redemoinho de sensações da minha mente, as vozes sensuais dos cânticos pareceram recuar para um lugar esquecido da minha mente. Só existe eu, e o aroma das ervas queimadas no fogo entrando em meu peito, a sensação do chão abaixo das minhas pernas, as leves correntes de ar enrijecendo meus mamilos, a sensação de prazer crescendo dentro do meu ventre... Só existe eu, e eu sou tudo que existe!
Abro os olhos. Luz. Calor. Eu não estou mais no Círculo. Olho ao redor, e o vejo. Nu, musculoso, com um corpo perfeito demais para ser humano. Fico apenas absorvendo sua presença, sua perfeição! Ele vêm até mim, segura meus ombros e me força a deitar. Sua pele causa arrepios na minha, seu toque é muito mais que apenas isso. É transcende. É vibrante!
Sinto sua respiração contra meu corpo, seu hálito adocicado faz cócegas na minha pele, descendo por dentro da minha roupa, entre meus seios, pela minha barriga, até a flor entre minhas pernas.
Estiquei as mãos para toca-lo! Senti-lo! Mas elas agarraram apenas o ar, seu corpo se desfazia onde eu tentava encostar.
Era real? Ele estava mesmo aí? Sobre mim? Como se ouvindo meus pensamentos ele segurou meu pescoço com uma das mãos e acariciou a flor da minha bocetinha com a outra. Senti cada detalhe daquele toque, o formato de seus dedos através do tecido das minhas roupas acariciando exatamente os lugares certos, a pressão por trás do peso de seus braços fortes, a aspereza das unhas. Meu corpo vibrou em resposta, e eu não podia esperar mais!
Levantei a saia das minhas roupas até acima dos seios, exibindo todo meu corpo. O calor de sua presença irradiava sobre mim, abri minhas pernas e levantei minha cintura, expondo minha flor pronta para receber todo o seu calor.
Senti sua mão deslizar por minha coxa, cada vez mais próxima da fonte do meu ardor, da fonte do meu desejo! O toque primeiro é suave, delicado como um beijo. Depois se torna ardente, queimando onde toca! Sinto um dedo entrar dentro de mim, me invadindo, enquanto outro massageia meu clitóris no mesmo ritmo das batidas do meu coração acelerado. Sinto seus beijos me queimando a pele dos seios, bem nos meus mamilos, expostos e rígidos para cima, apontando para os céus. Cada toque queima como que marcado com ferro em brasa, e eu sinto o suor escorrendo por minha testa.
Quando eu acho que o prazer chegou a seu auge sinto seu toque me queimar por dentro também, devastando meu corpo delicado. Sinto minhas entranhas queimarem e se retorcerem, mas seu toque não para, continua de forma impiedosa, abusando do meu corpo aberto e exposto, queimando seu caminho dentro de mim. Tenho um orgasmo explosivo, grito meu prazer para os céus, mas a queimação não para, continua por momentos intermináveis, extraindo da minha alma cansada um segundo orgasmo cansado, como que espremendo as últimas gotas de um pano molhado.
A queimação passa aos poucos, e quando abri novamente meus olhos vi novamente as estrelas, e as fagulhas dançantes da fogueira subindo aos céus. Ao meu redor, as duas mulheres com voz de anjo reduziram sua melodia a um simples murmurar suave enquanto esperam que nós acordemos de nosso transe.
Seus contos são incríveis! Super bem escritos, excitantes e parecem quase sonhos, o que os tornam mais interessantes. Parabéns e continue assim!
Fantasia deliciosa e excitante, num conto muito bem escrito. Adorei. :-)
Gosto bastante da indecisão de não saber “se está lá ou não está lá”. Belo trabalho!
Votadíssimo…um conto diferente, com suas magias, erotismo inteligente…narrativa perfeita…parabéns…
O que vem depois do transe da transa é muito mais lindo e mais gostoso. Amei!
Uma obra prima seu conto. Fantástico, espetacular.
Lol, muito bem escrito.
Que delícia de conto e de foto !!
Amei (e gozei junto)
Um conto ritmado por algo mais antigo. Seu texto flui como folha ao vento: devagar e ondulante. Um texto bem erótico e não pornografico. Gostei da narração.
Otimo conto. Parabéns mais uma vez, Na espera do proximo.
Seus contos parecem contos de fadas! Li e me senti dentro de um sonho. Fiquei muito curiosa sobre essa sua religião.
Surreal pra nós leigos esse ritual, mas super envolvente nos levando a um nirvana espiritual, onde prazer físico e realização espiritual se unem num clímax de relaxamento e satisfação! Uma gata deliciosa na foto...votado...bjs
Que buceta mais gostosa, cena linda
Belo conto