História de André (Paixão, Romance, e Prazer) cap 6

Eu lembro de ter perdido o rumo na hora, não sabia o que fazer primeiro, terminar minha mala, ligar para meu pai, chorar, me preocupar com o ''E agora? Vou ter que ficar? Volto?''

Peguei meu celular e liguei para Denise.

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Denise - VIADO, SE ARRUMA POIS HOJE TERÁ BAILE AQUI NA COMU, A FAVELA VENCEU CARAIOOOO, NÃO ME DEIXA NERVOSA PASSOU TAMBÉM?

Eu - kkkkkkkkkk liguei para parabenizar e dizer que passei também!! - Disse deixando uma lagrima cair.

Denise - Own meu Deus, vamos comemorar hoje em, esquece esse voou.

Eu - Preciso ligar para meu pai, um minuto!

Na hora em que liguei para meu pai, ele atendeu de imediato.

Pai - Fala filhão.

Eu - Eae pai, o que está fazendo?

Pai - Bebendo uma cerveja e esperando você ligar.

Eu - Passei!

Pai - Porra caralho!

Foi só o que ele conseguiu dizer, a ligação ficou muda por alguns segundos, só conseguia ouvir barulho de chinelo batendo no chão. Quando do nada.

Pai - Você fica aí! Vou te liberando a grana do carro para que precisar, até que 30 mil reais da pro gasto

Eu - Mas pai, esse dinheiro é teu..

Pai - Esse carro iria ficar para você quando eu morresse, pelo menos dei uma utilidade para ele no momento certo. Você vai precisar ficar por aí para procurar casa e resolver as coisas burocráticas.

Eu - Tudo bem, vou ver um lugar para ficar e sair do hotel, quando achar te aviso.

Pai - Suas roupas eu me viro aqui para arrumar e enviar.

Eu - Obrigado por tudo pai! De verdade.

Pai - Logo vou te visitar e comemorar pessoalmente, filho. Você me deu um presente hoje... - Disse ele com a voz embargada.

Eu desliguei o celular e mandei uma mensagem para Denise.

Eu - ''Avisa a comunidade que o Mineiro hoje ta sem freio''

Denise - Passada que conseguiu ficar!!!! Vou te dar um gosto do Rio de Janeiro de verdade, hoje é nosso dia!

Ficamos conversando por mais algum tempo, até que finalmente em sentei na cama e consegui digerir as coisas.

Vocês já tiveram aquele sentimento de virar a chavinha na mente? Na hora eu virei essa chavinha e comecei a entender as coisas, eu teria que me organizar financeiramente. Para estar ali eu tinha saído da empresa em que eu estava, minha sorte que fizemos um acordo e recebi minha recisão. Meu pai com essa força financeira iria ser mais que o necessário. Porém o dinheiro acaba.

Eu iria estudar no período da manhã até então, porém, eu teria a tarde toda e a noite também para trabalhar. Teria que achar um emprego o quanto antes. Logo percebi que a chavinha na verdade era a minha transição de menino do interior de Minas para o adulto no Rio de Janeiro, só que no momento em um quarto de hotel.

Fiz minhas contas e poderia ficar de boa uns 3 meses no Rio, pagando um aluguem de até 600 reais. Após isso a prioridade seria arrumar um emprego, mas se rolasse antes, ótimo. Mas decidi que naquele momento, aquele dia, eu tinha que ser um pouco feliz pelo menos e esquecer essa resposábilidade toda.

Fui ao banheiro, tomei um banho longo, coloquei uma roupa simples e me perfumei. Peguei meu celular, carteira e chave do quarto. Iria para o Shopping comer algo e depois iria resolver as coisas burocráticas de matricula e tudo mais.

Consegui fazer tudo durante o dia, aproveitei que estava no shopping, comprei uma camiseta e uma bermuda meio sarja que era linda.

Estava chegando ao hotel quando recebi uma mensagem do Iago.

Iago - A cidade inteira já está sabendo que você passou na federal!! Parabéns putinho! - Dizia ele feliz

Eu - hahahaha obrigado, safado. Esse é o ruim de nascer em uma cidade pequena até demais.

Iago - Teu pai contou para o Sr Joseval da barbearia, ele contou para a esposa e aí já sabe né...

Eu - Hahaha sei bem como são esse povo fofoqueiro. Espero que você venha me visitar qualquer dia!

Iago - Só se eu puder ficar na sua casa te fodendo todos os dias haha

Eu - Mas isso você pode ter certeza hahaha

Entrei no quarto, coloquei as coisas na cadeira e deitei um pouco, isso era umas 16h, quando acordei já estava tudo escuro e umas 9 ligações perdidas da Denise.

Eu - ''Oi! EU DORMI AAA'' - Disse antes mesmo dela falar alô.

Tinha uma musica muito alta de fundo mas dava para ouvir ela berrando.

Denise - ''Eu vou te dar um tiro, sério moleque hahahaha se arruma porque estava esperando você aparecer para o meu primo ir te buscar no hotel''

Eu - '' Hmmm vou ter até motorista particular? Que luxo''

Denise - ''Te falei que terá o gosto do RJ e um dos gostos é a gentileza, mas depois ele vai te assaltar''

Eu rachei com ela ao telefone e fui me arrumar. Já eram umas 22h. Me arrumei correndo e fiquei esperando o primo dela chegar.

Denise - ''Desce, ele já chegou, está em um corsa prata''

Vi a mensagem dela, peguei minhas coisas e fui direto ao elevador, saí do hotel e vi o carro parado, os vidros eram escuros e por estar a noite era pior para enchergar.

Quando abri a porta do carro e entrei, dei boa noite e olhei para ele.

Guilherme - Boa noite cara, beleza? - Dizia o moreno.

Guilherme tinha 25 anos, 1.75, cabelo raspado mas usava um boné no dia, uma camisa de time que não sabia descrever na hora qual, o que deu para perceber mesmo era aquele corpo escultural, mas descobri depois que era Vasco, um rosto quadrado, barba por fazer e um par de olhos verdes que me matou, aqueles olhos me mataram.

O cheiro que o carro tinha era o cheiro que estava na pele dele, certeza, um cheiro amadeirado, de homem mesmo, eu tive alguns segundos para reparar em tudo isso e não ficar que nem um idiota olhando para ele, que já começou a perceber.

Eu - Boa noite! Tudo bem?

Guilherme - Tudo certo! - Dizia ele com aquele jeito carioca largadão. - Fiquei sabendo que você é o amigo da minha prima que passou também na facul né cara? Parabéns irmão! - Disse ele me dando a mão.

Eu - Sim. Obrigado! Acredito que ela esteja bem feliz agora

Guilherme - Se feliz é bebada e cantando alto, sim, ela está.

Demos risada e fomos ouvindo musica durante o caminho. Guilherme era agradável, tinha o jeito meio cria de favela dele mas parecia ser uma pessoa muito de boa.

Chegamos ao bairro de Denise e era bem simples, haviam várias casas e a dela era um sobrado que tinha uma espécie de área com sacada na parte de cima. Logo vi seus longos cabelos loiros lá de cima.

Denise - ELE CHEGOU, SOBE VIADO!!

Manu - VEEEEM COLEGIAL SAFADA!!!!! - Gritou sua namorada que também estava lá.

Guilherme - Parece que elas te amam hahah

Eu - Pois é, que vergonha haha

Guilherme - Da próxima vai ter que vir com uma roupa de colegial em hahaha sacanagem

Eu - Quem sabe hahaha - Disse sem graça.

Subi para a casa dela onde conheci toda sua família, era uma familia inteira negra, achei aquilo o máximo, a mãe dela Advogada, a avó Médica, a tia Professora e o pai e tios Biólogos.

Estava rolando um pancadão e a rua toda estava tomada de gente, todos bebendo e dançando.

Denise - Bem vindo ao Rio!!! - Dizia ela chegando com uma latinha de cerveja na mão já me dando.

A noite foi incrivel, bebemos, fiz amizade com os amigos e primos da Denise, principalmente Guilherme, ficamos grudados durante a festa toda, conversávamos sobre tudo.

Guilherme morava na comunidade desde que nasceu e se formou em Educação física recentemente. Dava aula em uma escola pública da própria comunidade, achei aquilo o máximo.

Em certo momento comentei com ele que precisava de uma casa para me mudar o quanto antes, de preferência mobiliada.

Guilherme - Pow conheceço uns amigos do Rio mesmo que pode te ajudar, eles alugaram umas casas para estudantes enquanto estudávamos, era simples mas individual e mobiliado.

Eu - Nossa, vai me salvar muito!

Nisso trocamos número e fui curtir a festa, em certo momento a mãe da Denise tomou a palavra e fez um texto lindo para a filha, no agradecimento ela me incluiu e achei aquilo muito fofo para alguém que eles tinham acabado de conhecer.

Estava eu e Denise no murinho de sua casa vendo a vista da rua, quando chega Manu mais branca que o normal.

Manu - Amor o Mateus está vindo mas parece que está trazendo o Nicolas.

Denise - Sério que aquela ratazana vai vir na minha casa sem ser convidado? Não vai me dizer que eles voltaram?

Manu - Sim, e por favor André, ignora qualquer provocação dele.

Eu - Eu estou cagando.

Demos risada e continuamos a curtir. Deu uns 40 minutos e vi o carro de Mateus parando na frente da casa, desceu ele e em seguida o Nicolas, que estava com uma camisa horrivel, amarelo meio mostarda.

Eles subiram e assim que Nicolas me viu ficou surpreso, mas logo mudou a feição para ódio.

Denise - Eae Vagabunda! - Disse ela abrançando Mateus. - Oi.. - Disse ela cumprimentando Nicolas.

Nicolas - Oolha só, o Chico Bento também veio... Já está virando amigo da turma é? - Disse ele olhando pra mim.


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Comentários


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damiaogomes Comentou em 12/01/2024

Quem sabe Guilherme nao salva esse conto




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Nome do conto:
História de André (Paixão, Romance, e Prazer) cap 6

Codigo do conto:
208914

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
12/01/2024

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