A Condição de Marinalva - Parte 2

Depois de secar as roupas na secadora e se recompor, o dia seguiu de forma quase tranquila. Marinalva manteve a cabeça ocupada com os afazeres da casa. Terminou de arrumar o restante da casa e ajudou Dona Celeste na cozinha, preparando o jantar. As duas conversavam sobre coisas corriqueiras e Marinalva fazia o possível para esquecer o que tinha acontecido, mas a lembrança teimava em voltar, trazendo consigo um calor que fazia seu rosto corar. Disfarçava limpando o suor da testa e esfregando as mãos nervosas no avental.
O sol foi baixando e tudo parecia ter voltado ao normal, até que Marcos voltou do cursinho no fim da tarde. Ele entrou pela sala com a mochila jogada num dos ombros, os cabelos ligeiramente despenteados e a expressão relaxada após um dia cheio de aulas. Dona Celeste, ao vê-lo, abriu um sorriso acolhedor e levantou do sofá.
“Oi, filho! Como foi seu dia hoje?” perguntou, indo ao encontro dele e dando-lhe um beijo no rosto.
“Foi tranquilo, mãe. Nada demais,” ele respondeu, deixando a mochila cair ao lado da porta com um leve baque.
Marcos olhou de relance na direção de Marinalva, que estava encostada na mesa da cozinha, mexendo com os pratos. Ele forçou um sorriso que saiu meio sem jeito, ainda com um toque de vergonha pelo ocorrido na manhã.
“Oi, Nalva.”, cumprimentou, tentando soar natural.
“Oi, fio.” respondeu ela, forçando um sorriso de volta, tentando transmitir a mesma ideia de normalidade. A imagem daquela cueca bojuda veio à sua mente de relance, mas ela rapidamente afastou o pensamento, focando-se naquilo que fazia. Dona Celeste, já foi mandando o filho se arrumar: “Vai lá tomar seu banho, Marquinhos! Seus primos chegam daqui a pouco.”
Ele assentiu com um aceno, pegou a mochila e subiu as escadas em direção ao quarto. Marinalva continuou na cozinha, mas cinco minutos depois, um estalo lhe lembrou que, na correria do dia, não tinha terminado de arrumar o quarto de Marcos. "Ai , meu pai! Cumé que eu fui esquecê???" pensou, batendo de leve na própria testa com a mão. Sem perder tempo, subiu as escadas rapidamente. Antes de entrar no quarto do rapaz, parou em frente a porta, receosa. O som do chuveiro ligado era audível lá de fora. Decidiu que aquilo tudo era frescura e ela tinha que fazer o seu trabalho. Dona Celeste odiava qualquer coisa desarrumada quando recebia visitas.
"Num tem nada de mais! O meninu só tá tomano banho!” pensou, tentando se convencer, enquanto abria a porta e entrava. As roupas já estavam espalhadas pelo chão de novo. Ela suspirou, já pegando e dobrando rápido. Ajeitou a cama, passando as mãos pelos lençóis e alisando as dobras, e passou um vassoura rápida pelo carpete. Mas ao ver a porta do banheiro entreaberta, com o vapor da ducha pairando no ar, em uma névoa leve que flutuava pelo quarto, seus pensamentos começaram a vagar outra vez. O calor começou a subir de novo, espalhando um rubor pelo rosto. “Ô, meu Pai... Eu num devia tá aqui...”
Pegou um pano pra tirar o pó da escrivaninha, e organizou outras coisas que estavam espalhadas, onde havia alguns cadernos e livros empilhados de qualquer jeito. Foi quando o som do chuveiro se tornou mais suave, indicando que Marcos provavelmente o tinha desligado.
“Vixe! Vai saí já, já.”, pensou ela, com o coração acelerando. Por um segundo, ficou ali, com o olhar fixo, sem saber o que faria a seguir. Respirou fundo, tentando afastar o tremor que sentia nas mãos. Precisava guardar as roupas no guarda-roupa, mas pra isso passaria bem em frente a porta do banheiro. O som era agora um gotejar lento. O vapor ainda no ar, mas agora menos espesso. Ela tentou se convencer a não olhar.
“Ô, meu Pai, o que é que eu tô fazenu?”, pensou, apertando as roupas contra o peito, como se o tecido pudesse conter o calor que agora tomava conta dela. Mas ao parar bem em frente, o som suave e abafado de algo mais começou a se misturar com o vapor. Um som de respiração entrecortada em um ritmo que ela reconheceu, mesmo que não quisesse admitir.
Seu pés, guiados por um impulso que ela não conseguia controlar, se moveram por conta própria, fazendo-a se aproximar mais, quase entrando lá dentro. O rosto já corando intensamente, o peito subindo e descendo em um ritmo rápido.
“Vai embora, mulhé discarada!”, repetia para si mesma em pensamento, sem querer admitir de jeito nenhum, que o que mais desejava naquele momento, era olhar para aquele volume imenso de novo.
Lá dentro, os contornos do corpo de Marcos estavam embaçados pelo vidro, mas era perfeitamente possível ver o que ele fazia. Estava de pé, inclinado levemente para a frente, com uma mão apoiada no vidro e a outra mais pra baixo, fazendo um inconfundível e vigoroso movimento de vai-e-vem.
“Oxi, minha mãe do céu! Ele tá fazenu safadeza?!?”, pensou espantada com a cena. A boca de Marinalva se abriu, mas nenhum som saiu. Completamente em silêncio ela podia ouvir a suave respiração dele. Soava como um feitiço, uma hipnose que fazia suas pernas ficarem fracas. O vulto dele atrás do vidro, envolto pelo restante do vapor, fazendo aquela coisa... Ela deveria ter recuado, desviado o olhar, mas os olhos estavam colados naquela sombra, naquele vulto que se movia com um desejo que parecia ecoar o que ela sentia. O ritmo dos movimentos eram uma dança íntima de prazer que ele saboreava, alheio a qualquer outra presença. Marinalva sentiu a mão tremer ao segurar a maçaneta da porta, o som da respiração dela se misturando ao dele, quase como uma sinfonia de desejos reprimidos... Proibidos... Devassos.
Ela murmurou um “Ave Maria...” quase inaudível, como se uma parte dela ainda tentasse resistir àquele impulso. Mas então sentiu o corpo tomando vida própria, cedendo á vontade que vinha de algum lugar profundo. Pressionou as costas contra a parede, quase sem fôlego, enquanto a mão, tremendo de nervosismo, desceu lentamente para o próprio ventre. Os dedos deslizaram pelo cós da calça justa de legging.
O calor queimava de dentro pra fora, cada vez mais intenso, alimentado pelos sons e movimentos que vinham de dentro do box. A mão escorregou pra dentro da calça, encontrando a renda da calcinha e sentindo a umidade que já lubrificava ali. Empurrou o tecido de lado, expondo um dos lábios vaginais ao toque direto. O dedo deslizou um pouco mais e, com um leve tremor, ela se penetrou com a pontinha, alcançando seu clitóris. Uma onda de prazer subiu pelo seu corpo como um choque. Ela se virou outra para continuar espiando. Marcos continuava lá, sem descanço. O jovem também estava absorto, perdido em seu próprio mundo, e isso só fazia o desejo de Marinalva crescer ainda mais.
Ela, que nem se lembrava se alguma vez já tinha se tocado sexualmente, começou a mover os quadris levemente, como que acompanhando o ritmo dos movimentos que via. A ponta do dedo fazendo movimentos circulares suaves. Um pequeno gemido escapou de seus lábios, um som que ela nem reconheceu como seu. O calor continuava subindo, uma onda após a outra, os dedos se movendo quase que por vontade própria. Mordeu os lábios, tentando conter os gemidos que ameaçavam escapar. A sensação que crescia em seu ventre era um misto de vergonha e prazer que a consumia, fazendo-a esquecer onde estava, quem era, e o que fazia.
"Ai meu pai! Ai meu pai!", pensava, perdida naquela sensação. O comichão que começou como um formigamento, agora era um fogo prestes a se transformar numa explosão. Então, ela percebeu que ele também estava quase lá.
Os movimentos de Marcos tornaram-se frenéticos. O vapor ao redor dele parecia ondular. Marinalva, também acelerando mais o seu ritmo, sentiu o próprio corpo se contorcer. Enfiou o dedo o mais fundo que conseguiu, dentro de sua cavidade ensopada de secreção. Não conseguiu mais segurar os gemidos altos de prazer, que coincidentemente foram abafados pela frase impactante surgida de dentro do box, num som quase gutural: “Ahhhh... Nalva!!!”
Ela congelou. Um choque percorreu sua espinha, e ela sentiu o seu clímax ser rasgado de uma forma inesperada e violenta.
Era o nome dela. Marcos estava se masturbando, pensando nela.
Sua mão deixou suas partes íntimas, o corpo ainda tremendo. Saiu imediatamente do quarto. Com passos rápidos, desceu as escadas e voltou para a cozinha. Se encostou na pia, respirando fundo algumas vezes, com os olhos fechados, tentando a todo custo se controlar.
"Meu pai do céu! Qui foi aquilo???", murmurou para si mesma, enquanto arrumava o avental. Foi quando ouviu o som da porta da frente se abrindo e as vozes alegres das visitas chegando, obrigando-a a se recompor.
Foto 1 do Conto erotico: A Condição de Marinalva - Parte 2


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Ficha do conto

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Nome do conto:
A Condição de Marinalva - Parte 2

Codigo do conto:
219800

Categoria:
Coroas

Data da Publicação:
18/09/2024

Quant.de Votos:
10

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