O calor do verão pulsava em nossos corpos,
Na leveza da água, nossos anseios, os torpos.
Olhares furtivos, promessas não ditas,
Corações acelerados, almas um pouco aflitas.
Os risos ecoavam, como música envolvente,
Entre amigos despreocupados, um clima latente.
Mas sob a superfície, um fogo a brilhar,
Um desejo escondido, prestes a transbordar.
Teus pés descalços, tocando a borda molhada,
Meu toque sutil, a carícia esperada.
Apenas um instante, na penumbra de um lado,
Nossas mãos se encontraram, calor inebriado.
As ondas se formavam, dançando desenfreadas,
Cingindo nossos corpos, apaixonadas e cansadas.
O mundo ao nosso redor começava a se apagar,
Somente nós, as estrelas e o modo de amar.
As vozes se calavam, o tempo se detinha,
E na magia das águas, a paixão se adivinhava.
Nos mergulhamos fundo, onde ninguém poderia ver,
Na intimidade da piscina, o prazer a florescer.
Como lua que reflete em plena imensidão,
Deslizamos entre corpos, pura emoção.
As risadas silenciosas, o olhar conspirador,
E entre respirações rápidas, brotou o amor.
A cada movimento, uma sinfonia sutil,
A água nos abraçando, um convite febril.
Cercados pela penumbra, a vida a acontecer,
Num baile de desejos, a vontade de ceder.
E as sombras permitindo, quase percebendo,
Os olhares em conflito, mas nenhum se rendendo.
Fomos cúmplices, na dança da sedução,
Deixando marcas d'água, pulsando o coração.
Assim consumamos, na piscina do destino,
Um fervor secreto, um amor divino.
Sob o céu estrelado, perdidos na pressão,
Entre risos e silêncios, selamos a paixão.