"entre as suas imagens de culto as mais comuns eram as hermas, colocadas em todas as estradas para delimitar fronteiras ou assinalar distâncias, nas entradas das casas, nas divisões de bairros e nas praças do mercado. As hermas eram pilares quadrangulares com apenas a cabeça do deus esculpida no topo; muitas vezes aparecia também um falo, reforçando sua associação com a fertilidade e seu poder contra o mau-olhado e os espíritos malignos, uma vez que o símbolo da virilidade era também considerado protetor, estando ligado à força guerreira. Suas formas mais antigas eram simples montes de pedra, ou um pilar de pedra sem escultura alguma, mas Heródoto afirmou que as hermas itifálicas eram tão antigas quanto os pelasgos, o povo pré-helênico que ensinara os atenienses a esculpí-las. Pausânias disse que em Eleia a principal imagem de culto de Hermes era um pênis ereto, sobre um pedestal".
Monik refere-se a uma "herma psicológica" como "identidade fálica", e explica:
"Hermes roubou o gado de Apolo quando criança; movimentava-se entre os deuses como mensageiro deles, entregava os mortos aos Hades. Por que, então, a formação de hermas para limitar as fronteiras? Tem a ver com possuir e ser dono, uma característica intrínseca do falo". E acrescenta: "Os padrões fálicos predispõem um homem a necessitar de seu lugar de entrada."
Possuir e ser dono, tem a ver também com uma narrativa e com algo experimentado, conhecido, vivido, entranhado, penetrado em profundidade. Por exemplo, quando Ulisses retornou a Ítaca ele possuía uma história vivida, uma história para contar, ele tinha vivido aquilo, ele tinha penetrado nos mistérios, adentrado na carne da história, possuía um experimento somente dele, era, portanto, dono da sua história, uma história somente dele, com um percurso somente del. Ele era "dono" de sua história, da sua odisséia, dono de seus atributos, assim como o falo é dono de seus atributos, do brilho da sua glande, da potência da sua ereção, que é somente dele.
Hermes é um dos deuses da mitologia grega com vários atributos fálicos, inclusive o de associar o falo com a fala, sendo ele “o mensageiro predileto dos deuses, o que se comunica melhor entre eles, não somente entre as divindades, mas especialmente com os homens. Assim como o falo porta a semente da vida, a fala porta também o poder de criar formas e vida, com a força do logos. Assim como o falo expele o logos spermatikus, é pela palavra que é possível se instalar no mundo e operar o que preciso em busca de melhor destinação. Também aí o infante não porta o falo e nem a fala, porque justamente o infante é o que etimologicamente não fala, daí que o falo e a fala são condições do adulto, e quanto mais maduro se é, mais falo inflado e rijo, como também mais fala possante. Hermes é portanto o deus da comunicação, que porta um falo muito exuberante.
Um texto bem interessante e inusual nesse espaço. Muito bom!
Interessante mesmo!
Muitíssimo interessante!
Quero sexo com amigo