A Anágua

Muito antes de me descobrir como cdzinha, eu senti o prazer em estar feminina. Nem me considerava uma pessoa e vivi um momento transformador, uma experiência que marcou a minha vida para sempre. Desde novinho convivi muito com o universo feminino, fui criado por uma avó e uma tia, era um contato permanente com lingeries, vestidos, sapatos, perfumes, vozes e emoções femininas, de muitas maneiras tudo afetou minha sexualidade, eu me sentia mais feliz no feminino. Numa tarde da minha infância quando entrei no banheiro, me deparei com algumas lingeries, isso era comum e nunca me chamavam atenção, mas naquele dia foi diferente, quando vi uma anágua que provavelmente era da minha tia, algo despertou em mim, talvez por ser uma peça íntima feminina feita em tecido fininho e semi transparente, parecendo ser um vestido sei lá, só sei que senti uma curiosidade e uma vontade quase incontrolável de vesti-la, sem entender direito o que sentia apenas me deixei levar. Saí do banheiro e me certifiquei que não seria importunado, naquela tarde estávamos só eu e minha avó em casa então me senti seguro e a vontade, voltei ao banheiro e tranquei a porta, tirei toda minha roupinha, apanhei a anágua e fui vestindo por baixo, passando primeiro por minhas pernas, depois minhas coxas, barriga e peito, conforme o tecido tocava minha pele, sentia algo como uma corrente elétrica que percorria por todo meu corpo, provocando um arrepio dos pés à cabeça, algo que nunca havia sentido antes e que jamais esqueci, meu corpo tremia e mesmo sem saber o que sentia lembro de não querer desistir, aquilo era estranho e imensamente agradável ao mesmo tempo. A peça me serviu como um vestido longo que tocava meus pézinhos e a parte de cima, que possuía um elástico, coloquei sob meus braços parecendo um vestido do tipo tomara que caia, que escondia meus enrijecidos mamilos, aquela lingerie tocava suavemente minha pele me provocando sensações nunca sentidas por mim e não lembro se tive ereção, não consigo associar o que sentia unicamente ao meu pequeno pênis, era todo o meu corpinho que reagia aos estímulos e sensações que aquela peça íntima despertava, alguma coisa em mim me fazia pensar que usar lingeries femininas me completava, o tecido fino e gelado de cheiro doce, fez meu corpo reconhecer um instinto íntimo e muito anterior a tudo que eu era até aquele instante. Desfilei pelo banheiro por algum tempo, envolvido na feminilidade daquele instante, me senti livre do que eu era e percebi que poderia ser tudo que quisesse ser na minha intimidade, menos um frágil menino com medo de estar fazendo algo errado. Naquele breve momento íntimo descobri que dentro de mim haviam outros sentidos e outras sensações, percebi então que mesmo por um curto instante ou para sempre, eu poderia estar menina sem precisar sê-la.
Foi um momento tão potente que me fez querer repeti-lo, aquela anágua foi a minha inspiração para querer usar soutiens,calcinhas e meias, depois de forma mais atrevida, ousei experimentar vestidos e sapatos, era uma aventura estar sozinho em casa e estar usando uma calcinha e um vestidinho curto. Os anos se passaram e deixei de viver aqueles momentos por alguns anos, hoje tenho minhas próprias lingeries e vestidos e outros assessórios, mas jamais esqueci aquela anágua que me apresentou o maravilhoso mundo do crossdressing.