Eu tentei evitar. Juro que tentei. Quando ele voltou para a cidade, me forcei a vê-lo apenas como o primo do Fernando, apenas mais um rosto familiar em nossos jantares de família. Mas bastou um olhar mais demorado, um toque que durou um segundo a mais do que deveria, para que algo dentro de mim se acendesse.
Foi um erro? Talvez. Mas como algo errado pode me fazer sentir tão viva?
A primeira vez aconteceu rápido, como um incêndio impossível de conter. Fernando estava viajando, e João Paulo apareceu na minha casa com um pretexto qualquer — um livro, uma visita casual. Mas eu sabia. E ele sabia. O silêncio entre nós era um convite.
Quando ele me beijou, não houve mais dúvidas. Suas mãos eram firmes, seu corpo pressionado contra o meu me fazia esquecer tudo. Ali, naquele instante, eu não era esposa de ninguém, não era a mulher correta que sempre fui. Era apenas desejo, pele contra pele, uma febre que queimava e me consumia.
Depois, veio o silêncio. O medo. O peso da culpa misturado ao gosto viciante de querer mais.
E eu quis mais.
João Paulo se tornou meu segredo mais doce, meu veneno mais viciante. A cada encontro, eu dizia a mim mesma que seria a última vez. Mas a verdade? Eu não queria que terminasse.
O que isso diz sobre mim? Que sou uma mulher fraca? Que estou destruindo tudo por algo que talvez nem dure?
Não sei. Só sei que, quando estou nos braços dele, não existe culpa. Só existe eu.
E isso, pela primeira vez em muito tempo, parece suficiente.
Q tesão!
Seja benvinda Rebeca, parabéns..se solte mais ainda..Dê vazão ao seu tesão..