Goiano Latente

Durante minha infância e boa parte da minha adolescência sempre achei os gays pessoas interessantes não porque sentia algo como eles, mas pela coragem com que enfrentavam a sociedade e buscavam aquilo que seria como ideais de vida para todos: ser feliz; independente da opinião alheia. Confesso que muitas vezes fui arrogante ao falar deles, sem ao menos conhecê-los, talvez tentando naquela oportunidade disfarçar aquelas reações estranhas que meu corpo sentia. Não entendia porque tinha que esconder que às vezes achava um rapaz bonito e ficava com medo de trocar de roupa perto dos meus colegas, pois sabia que a “barraca” poderia armar a qualquer instante. À medida que fui ficando mais velho e descobrindo as revistas pornôs, já não escondia pra mim mesmo que olhava aquilo só pelo desejo delirante de ver aqueles ‘cacetes’ de diferentes formas e tamanhos e aqueles corpos sarados impressionantes. Por uma série de fatores: família, amigos, crença, uma certa bissexualidade... sempre me coloquei a frente desse desejo dissimulado e deixei tudo adormecido por um bom tempo. Um tempo em que fui posto à prova diversas vezes, mas mesmo assim acreditava nas minhas convicções e pensava estar certo da “regeneração”. Tolice minha, hoje aos 21 anos, talvez tarde ou talvez ainda a tempo venho descobrindo a cada dia que o prazer momentâneo é um complemento indispensável se queremos aquela tal felicidade, desde que não passemos em cima dos sentimentos dos outros ou de nós mesmos. Hugo me fez perceber isso antes que eu me entregasse a este mundo de ilusões passageiras que são a maioria dos contatos homossexuais. Na verdade um não sabia da opção do outro, se é que existia opção. O conheci por acaso no ponto de ônibus de nossa faculdade. Mesmo sendo um rapaz muito lindo: pele branquinha, sorriso tímido, com aquele olhar que possui um certo brilho, cabelo lisinho, com um corpo não tão malhado, mas com tudo bem distribuído; o que mais me encantou foi a sua educação, ele parecia um príncipe, algo que eu nunca havia visto, não só comigo, mas com todas as pessoas que o cercava. Ele era muito encantador, com um jeito simpático, atencioso, sorridente e de certa forma sexy. Depois deste dia eu passei a vê-lo frequentemente, às vezes parávamos para falar algo sobre a facu ou então só nos saldávamos de longe. Passei a vê-lo também na biblioteca, onde me senti intelectualmente atraído e aos poucos começamos a ter mais contatos e mais intimidade. Foi num dia em que saímos à noite pra nos divertirmos como de costume, ele foi dormir na minha casa. Quando ele foi trocar de roupa parecia que o meu coração ia sair pela boca. Ele estava com uma cuequinha azul claro “de matar”. Acho que com certeza ele percebeu que eu havia ficado corado, pois de propósito pediu pra que olhasse para ele e visse o que tinha nas costas dele que insinuou estar coçando. Ofereci-lhe uma roupa, mas ele disse que não precisava, que era acostumado a dormir pelado. Engoli a seco pensando que ele tiraria a cueca. Ele disse que só não ia dormir pelado pois talvez alguém da minha casa poderia abrir a porta de repente. Foi quando dei ‘bandeira” total e disse que se ele quisesse eu trancaria a porta. E ele: “Você é quem sabe!” Mal acabou de dizer isto e eu já trancava a porta. Apaguei a luz. Fui deitar na minha cama e ele estava num colchão próximo dela. A lua estava linda naquela noite e clareava totalmente o quarto. Começamos a conversar e vi direitinho Hugo tirando sua cueca. Caracoles, nunca tinha visto um ‘pau’ tão lindo, mesmo que na meia luz. Enquanto jogávamos conversa fora ele mexia naquele instrumento lentamente e minha cueca já estava melada, só por reparar aquela cena. Resolvi ir na cozinha beber uma água pra dar um jeito naquela sede. Quando levantei Hugo segurou meu calcanhar e não sei como conseguiu me derrubar. Começou a jogar almofadas em mim, aquelas inocentes brincadeiras, joguei outras nele, empurrões de leve, risadas... e quando vi já estava em cima dele, sentindo o calor do seu corpo, seu membro duro me cutucando... Hugo num impulso só puxou minha cabeça e me beijou loucamente... minha boca, meu queixo, meu pescoço, meu peito, minha barriga, e foi me chupando, me punhetando, lambendo minhas bolas; começou a roçar sua ‘rola’ na minha coxa, na minha virilha, na minha bundinha, a forçar minha entrada, a me excitar, a dar fincadas de leve, a me falar coisas como: “como você é gostoso”, “como é bom foder um homem”, “que cuzinho apertadinho”... foi acelerando os movimentos e eu cada vez mais doido, mais querendo aquilo, gozei mais queria mais, pois ele continuava em cima de mim, me comendo todo, me entusiasmando com seus beijos, me deixando completamente pirado. Dormimos coladinhos. Era o começo de outra fase da nossa amizade. Hugo querendo mais daquilo, teve que acabar cedendo também, nos descobrimos ativos e passivos, ninguém precisava desenvolver o papel de ninguém, éramos um só, sem limites para o prazer. Senti muita falta quando ele teve que mudar e infelizmente abandonar nosso mundo secreto. E o “goiano oculto” continua aqui, “alimentando” fantasias, viajando em sonhos, criando situações dentro daquilo que acredito e desejo. Não estou atrás de parceiros, mas também não sou hipócrita dizendo que isso não seria interessante, mas belas amizades (acredito muito nisso!); já vai me satisfazer muito.

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3035 - Válvula de Escape - Categoria: Gays - Votos: 2

Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico alef

Nome do conto:
Goiano Latente

Codigo do conto:
2960

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
06/09/2004

Quant.de Votos:
3

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