VICTÓRIA
Já havia passado das onze faz tempo. O transito deve estar um caos. Tentei me convencer. Ele pode ter se atrasado um pouco em algum engarrafamento, afinal era sexta-feira. Decidi esperar mais dez minutos.
A praça estava cheia de crianças correndo pra lá e pra cá, jogando bola e comendo algodão doce. Uma menina passeava segurando três cachorros enormes na corrente. Uma senhora conversava alegremente com um vendedor de pipoca indiferente. Eu estava completamente destacada com uma blusa decotada do Iron Maiden, calça jeans e all star. Onze e meia. Talvez ele tenha furado um pneu. Sofrido um infarto. Peguei meu celular novamente para me certificar se ele teria mandado alguma mensagem. Nada.
A quem estou querendo enganar. Ele não vem. Provavelmente fui terrivelmente enganada por algum garotinho safado da internet que teve o que queria de mim por meses e a essa hora deve estar se mijando de rir. Senti-me uma tonta. Guardei o celular e segui meu caminho até o ponto de taxi. Estava um pouco tarde e deserto, então guardei o celular só por segurança.
Não havia carro algum na rua exceto um taxi que acabava de sair quando eu cheguei e um carro azul marinho parado lá ao fundo. Havia um ponto próximo dali, decidi ir até lá, pois devia estar mais movimentado. Ao dobrar a esquina percebi o carro azul se movimentando. Apressei um pouco o passo, percebi que o carro estava cada vez mais próximo de mim. Dobrei a esquina mais próxima para depois perceber que estava tomando o caminho contrário ao ponto de taxi. Dei meia volta apressada, torcendo para que desse tempo de correr caso fosse atacada. Estava em uma rua totalmente apagada e deserta. Ninguém me ouviria gritar. Ninguém me ajudaria.
Topei de frente com o carro. Da janela de trás, um homem me esperava. Abriu a porta traseira, se apoiou no carro relaxadamente, tirou um cigarro do bolso e o acendeu na boca. Era um homem alto, de boa aparência. Usava calças jeans, uma blusa social dobrada a altura do antebraço, um colete negro por cima do peito e uma calça skinny escura. Tinha botas de couro e um relógio brilhante de prata. Os cabelos negros bagunçados jogados para trás. Lábios carnudos e uma mandíbula forte, trincada, mostrando seu contorno delineado. Que homem era aquele. Um Deus grego. Depois de uma longa tragada, ele finalmente olhou nos meus olhos. Um sorriso debochado no canto do lábio. Seu olhar me passava confiança. Sarcasmo.
– Por aqui, Milady. Está na hora de irmos. – Ele disse, sua voz era grave e suave e me arrepiou dos pés a cabeça.
– Como sabe quem eu sou? Você... Você é Milorde? – Perguntei ainda tremula. Estava completamente sem reação. Parada em uma rua deserta com um homem estranho num carro escuro. Ele podia muito bem fazer o que queria comigo ali e jogar meu corpo nu no mar pela manhã. Seria fácil para aqueles músculos. Mantive certa distância. Meu coração doía de tão forte que estava batendo.
– Estava vendo mais alguém aqui? – Ele disse, com um sorriso sarcástico no rosto, apontando em volta. – Nós combinamos e eu vim te buscar. A partir daqui você é minha, Milady.
Milorde caminhou em minha direção. Seu jeito descontraído me fascinava. Parou na minha frente, envolvendo minha cintura em seu braço esquerdo. Tive tanto medo que minhas pernas não se moviam. Ele aproximou a boca do meu ouvido e sussurrou na voz mais sexy que eu já tinha ouvido.
– Seja uma boa menina e entre no carro agora, se não quiser ser severamente castigada.
Uma corrente elétrica percorreu todo meu corpo. Meu estomago parecia dançar dentro da barriga. Senti uma tensão no meio das coxas. Perdi o ar, tive medo de respirar e acabar perdendo aquela sensação. Mas não passou. Na verdade, quando ele percorreu a mão sobre meu abdômen, deslizando para baixo, senti a ponta dos seus dedos me dando pequenos choques. Tudo nele era, perfeito. Seu cheiro, sua voz, seu cabelo, seus lábios e sua forma de me persuadir. Milorde puxou meu corpo com força até o dele. Roçou seu lábio no meu, sem beijá-los. Ele percebeu que minha respiração estava ofegante, vi seu sorriso no canto do lábio. Pousou a palma da mão virada para baixo no meu ventre e invadiu minha calcinha por dentro do jeans. Com a ponta do dedo contornou a borda da minha boceta carnuda, que estava louca por ele. Depois senti seus dedos esfregando aquele vulcão em erupção. Foi quando percebi que ele havia enfiado algo em mim. Parecia um pequeno ovo.
– Isso que colocou em você é um vibrador, e adivinhe só onde está o controle. ¬¬– Milorde, me olhando fixamente nos olhos, pôs a mão no bolso e mexeu em alguma coisa, de repente senti algo vivo dentro de mim. Soltei um grito abafado de susto. A bolinha dentro de mim tremia num ritmo constante. Senti meu calor subir, e minhas forças me deixando. Isso é demais, você é demais, pensei. Vi seu sorriso se abrir. Em seu rosto, apenas uma expressão diabólica de quem tinha um pensamento muito cruel em mente.
Ele deixou o vibrador ligado e gradualmente aumentou a velocidade. Tentei me concentrar em seus olhos, mas era impossível com aquilo mexendo dentro de mim. Senti-me cada vez mais molhada e com vergonha. Eu gostava disso.
Ele me pegou pela cintura e conduziu até o carro. Com o vibrador ligado no máximo dentro de mim, até caminhar em linha reta estava sendo uma tarefa difícil. Cravei as unhas no braço dele e então o movimento parou. Senti um alivio vindo de dentro. Meu peito estava subindo e descendo. Respirei fundo. Milorde abria a porta de trás para mim, depois deu a volta para entrar pelo outro lado.
Milorde me apresentou o motorista e disse que ele não nos perturbaria. Fui relaxando e voltando ao normal, gradativamente, tentando puxar assunto, porém ele estava sempre muito fechado. Trincava a mandíbula, me lançava seu sorriso torto, e voltava a me excitar dizendo que eu era dele. Subitamente senti um pulsar forte e rápido dentro da minha buceta que quase caí do banco. Ele deu uma risada e apertou novamente o controle. Minha buceta tremia forte, em intervalos de um segundo. Recebi mais algumas surpresas no meio da viagem. Eu estava completamente entregue aquele homem desconhecido. Esperava que ele me possuísse e fizesse de mim o que bem entendesse. Acho que teria sido mais fácil me concentrar se ele tivesse deixado o brinquedo vibrando, mas passou a meia hora seguinte me torturando. Fazia questão de mudar a velocidade antes que eu me acostumasse à sensação, me levando à loucura e fazendo com que eu me segurasse nele de novo. Acariciou a parte interna da minha coxa. Deixou o vibrador ligado no máximo, eu mal conseguia ficar parada no banco. Senti uma cosquinha na bunda, e parecia que ia me mijar inteira. Com a outra mão delicadamente no meu queixo virando-me para ele, me beijou e nossas línguas se encontraram. A dele era quente e macia e me acariciava por dentro. .As vibrações começaram a ficar mais fortes e com uma pausa de meio segundo. Minha bunda já não parava de rebolar no assento. Senti minha buceta engolindo o brinquedo até se perder dentro de mim, minhas pernas ficaram rígidas e tremulas. Senti uma cocega bem dentro da bunda e veio a sensação de algo escorrendo forte de dentro de mim, esguichando na minha calcinha. Senti uma vontade enorme de gritar e não pude conter um gemido bem alto e a tremedeira que veio depois. Senti-me uma vagabunda. Minha calça estava visivelmente molhada e já não tinha mais ar. Meu Deus, como eu quero você dentro de mim. O carro parou e eu ainda não tinha me recomposto.
– O que você quer fazer comigo, Milorde? ¬ Perguntei, com a excitação latejando dentro de mim. Durante um minuto ainda não conseguia focar os olhos nos dele. Então ele segurou meu rosto, e meu deu um tapa forte no rosto.
– O que você acha que eu quero fazer?
CATELIN
Já era por volta das oito da manhã quando cheguei à entrada da faculdade. Bem ao lado do portão erguiam-se dois coqueiros gigantes, rodeados por uma cerca de um metro. Sentei-me ali e esperei. Maggie estava atrasada para variar. O display do celular piscou e vi a mensagem dela dizendo que já estava chegando. Respondi sua mensagem e logo abaixo vi de relance a mensagem que havia recebido ontem, de um número desconhecido. Dizia:
“Faz algum tempo. Está na hora de nos revermos.” – e havia um morango no final.
Aquilo era familiar, mas quanto mais eu tentava lembrar, mais isso me doía a cabeça. Quem poderia estar me mandando isso? Os olhos de Mike vieram a sua cabeça. A imagem dele afastando os cabelos dos olhos, sua mandíbula perfeitamente desenhada. Seus braços fortes e rígidos, e seu tanquinho definido. Senti uma cocega no ventre. Balancei a cabeça tentando afastar os pensamentos sobre Mike.Ele é errado pra mim, ele é errado pra mim, eu repetia na tentativa desesperada de tentar me convencer.
Vinte minutos mais tarde, Maggie já havia chegado. Estávamos no primeiro intervalo de Artes, sentadas no bosque atrás da escola, de braços dados. Maggie estava entusiasmada me contando sobre sua faculdade no exterior.
– Então o professor Marvin me disse para procurá-lo depois da aula, que ele me recomendaria para a faculdade! Não é uma maravilha? Finalmente vou realizar meu sonho de estudar no exterior! – Ela disse. O tempo todo fazendo gestos gigantes com as mãos Então Mag percebeu que eu não estava prestando muita atenção e me questionou sobre isso. Eu contei pra ela sobre a mensagem. Mag me olhou com sarcasmo e riu.
– Ora, Ora, então você tem um príncipe encantado, não é? Quem é ele? Quem ele é? Por que não me contou? – Perguntou animadíssima com a ideia. Seus olhos se atentaram em mim.
–Eu não sei. A mensagem veio de um número restrito. – Eu disse. Involuntariamente baixei a cabeça pra pensar. Mais uma vez meus pensamentos voltaram a Mike.
– Por que você não parece feliz com a ideia? Não acha... Que pode ser o Mike,, acha? ¬– Suas mãos apertaram meus braços fortes demais e ela me laçou um olhar sério. Eu entendia a preocupação dela. Mag não queria que eu passasse por tudo aquilo de novo. Eu não suportaria viver algo assim mesmo cinco anos depois. Devia me afastar o máximo possível de Mike.
– Por nada, eu só estou curiosa com uma coisa. Veja no final da mensagem. Bem aqui. Vê? Um morango. O que você acha que significa? – Entreguei o celular na mão dela. Assim que ela viu, arregalou os olhos. Depois pareceu pensativa e fez uma pausa de um minuto.
¬ – Não sei não, Cat. Talvez seja apenas um morango. – Ela disse, me entregando o celular na ponta dos dedos.
– É. – Concordei. Tinha esperanças que Mag me desse alguma pista sobre isso. Que me ajudasse a lembrar de alguma coisa.
– Se bem que... Eu me lembro de algo relacionado a isso. Não sei, pode ser impressão minha. Você não se lembra de algo assim quando estávamos na sétima série? Talvez eu possa estar louca, não me lembro.
– É mesmo, eu me lembro de alguma coisa relacionada a isso. Mas nada me vem à memória. Você não se lembra de nada? – Perguntei, eufórica com a esperança de que ela falasse algo. Mag parou um pouco pensativa.
– Não sei. Mas sei de alguém que pode saber. Lembra? Uma menina magra que estava na nossa classe da sétima série, quando fomos ao acampamento da escola? Como ela se chamava mesmo – Coçou a testa, tentando lembrar e por fim. – Ah, como pude esquecer?! O nome dela é Victoria.