Dias de Solidão - 02

  Depois de me recuperar da tentativa de suicídio, voltei a tela do computador. Peguei o número do usuário "Fofs" e resolvi mandar uma mensagem, mas eu não tinha o que falar, não sabia o que falar depois que eu fala se alguma coisa, enfim, eu estava sem noção do que fazer, apenas ficar no quarto, sem fazer, pensando em várias teorias, umas que seriam possíveis, outras nem tanto, relacionadas ao usuário Fofs.

 

 Depois de um longo tempo pensando, resolvi mandar uma mensagem. Logo, Fofs respondeu. Ficamos conversando por um tempo. Descobri que ele era da mesma cidade que eu. Nossa, parece que eu estava fazendo um amigo, ou será que não? Será que ele apenas ficou com pena de mim pelo meu estado? Enfim, eu acho que nunca saberei.



  Conversa vai, conversa vem, descobri que o nome dele era Joaquim. Pensei: "Nossa, que nome legal, como será que ele É?. Fiquei remoendo teorias de como seria o rosto dele, então resolvi partir para o Facebook. Felizmente, encontrei seu perfil. Confesso que o rapaz era lindo, tinha um corpo bonito, nada que se comparece ao meu primo, que tive um rápida relação.



 Olha eu, que situação engraçada, em um instante estava tentando me matar, e no outro estava stalkeando uma pessoa. Que reviravolta não? Pois bem, como disse antes,  conversa vai, conversa vem... Até que ele perguntou se eu tinha Facebook... Respondi que sim, e passei a ele. Logo recebi uma solicitação de amizade. Nossa, um Facebook que eu tinha apenas para jogar tinha um amigo, somente um. Ficamos conversando. Já era tarde, cerca de 11:24 PM, resolvi ir dormir. Meus pais já haviam voltado do trabalho. Nem falam mais comigo. Eu devo ter feito alguma coisa para deixa-los assim, mas isso fica para depois.



  Eu acordo com o despertador tocando, eram 5:48 AM de um sábad. Mais Lucas, você está de férias, por que está acordado tão cedo? A resposta é óbvia. Eu sei lá, sou muito velho, tenho 18 anos, mas dentro de mim há uma alma de criança, então fui assistir TV Globinho, antes da tal Fátima Bernades estragar minha vida dois anos mais tarde. Meus pais já estavam acordados, olhavam para mim com cara de ódio, ou sei lá que cara eram aquelas, deviam pensar: "Que filho horrível, eu deveria ter abortado!". Então, eu acho que eles já sabiam que eu era gay. Meu pai, me pegou transando com meu primo, lá em Manacapuru, onde fui passar férias anos atrás. Eu devo ter deixado a porta aberta, ou sei lá, só sei que ele viu e me deixou de castigo por um ano! E você pergunta: "Lucas, seu pai era tão ruim assim para te deixar um ano inteiro de castigo?". A resposta é sim. Esse foi o ano mais terrível da minha vida. Fiquei sem celular, sem computador, sem meus vídeo games, sem nada! E isso já faz cinco anos e desde então ele me olha diferente. Quando esse ano de castigo acabou, ele me devolveu minhas coisas, mas desde então mdu tratamento ficou diferente, mesmo eu sempre tirando notas boas, sempre recebendo prêmios, não sou capaz de dar orgulho aos meus pais. As vezes eu me imagino como um peixe fora d'água...



  Terminei de assistir a TV Globinho, fui almoçar e me tranquei no quarto, afim de esquecer dos meus problemas, mas isso era quase uma missão impossível, mas então, fui conversar com o Joaquim, por sorte ele estava online. Então partimos para conversar pelo Whatsapp, e esse foi meu dia, conversando com uma pessoa que eu nem se quer conheço, ou não conhecia, mas depois de ficarmos o dia conversando, parece que já não era tão desconhecido assim. Será que meus dias de solidão estavam acabando? Eu posso afirmar que não. Conversar com o Joaquim era bom, me fazia esquecer dos meus problemas, mas eu me sentia preso dentro de casa, como um passarinho preso em uma gaiola. Eu já tinha dezoito anos, podia sair dali, mas infelizmente não tinha renda, e ainda estava no terceiro ano do ensino médiom. Tá eu sei pessoal, como um excelente aluno reprovou um ano? Sendo que o terceiro ano do ensino médio é para pessoas de dezessete anos? A resposta é simples, eu comecei um um ano atrasado. Chega novamente a noite, vou dormir. Acordo em um domingo, que seria por sinal muito chato, era dia de ir ao jogo de futebol. Eu não pratico, mas sou forçado a ir todos os domingos assistir as partidas que tem no estádio, tudo de time amador que nem se quer sabem jogar, na esperança de um dia conseguirem ser um time famoso ou sei lá oque. Depois de longas seis horas vendo aquela porcaria, uma atrás da outra, vários times seguidos, vejo um rosto familiar: Era Joaquim. Ele participava desse time? Foi então que resolvi prestar atenção de verdade no jogo, e foi então que Joaquim se virou para o lado da arquibancada onde eu estava e fez um gesto de coração com as mãos, celebrando o gol que ele havia feito. Pensei então: A namorada dele deve estar nessa arquibancada, deve ser isso. Então no segundo gol, ele sumiu do campo, onde ele foi?



Continua...



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O que será que Joaquim vai fazer? Deixe seu comentário. Capítulo 3 está sendo escrito. Previsão para quarta.