Então no segundo gol, ele sumiu do campo, onde ele foi? Era essa minha pergunta do momento. Mas logo surgiu na minha cabeça: “ah ele deve ter ido ao vestiário”. Então parei de procurá-lo e voltei a assistir ao jogo de futebol que parecia não ter fim, e o juiz, tão lerdo que nem percebeu que o time estava sem um jogador. Eu já estava ficando de saco cheio com isso, faça vontade de sair, voltar pra casa, arrumar minhas coisas e sair de lá, essa minha depressão já estava sendo um pé no saco. E então, acaba o primeiro tempo, os jogadores vão ao vestiário, e quando voltam, continuam sem um dos jogadores. Estranho não? O que não percebi antes era que em vez de um, haviam sumido mais dois jogadores. Devia ter coisa melhor pra fazer ou sei lá, mas no segundo tempo os dois voltaram, e nada de Joaquim. Então resolvi procurá-lo. Meu pai, que estava ao meu lado, perguntou onde eu iria, não falei nada, já que nossa relação não está boa, não sou o culpado de estar assim. Desci as arquibancadas, mas nada. Procurei no estádio todo, e nada. Então resolvi procurar nos vestiários. No do time do Joaquim ele não estava, então fui procurar no outro, mas não vi sinal de vida. Eis que ouço um barulho vindo de uma cabine. Isso me assustou um pouco, mas fui olhar o que era. Quando abri a porta não acreditei no que vi: Era Joaquim! Ele estava todo amarrado, e com sua cara levemente surrada e estava escrito em sua testa, com a cor que eu acho que era magenta: “tnc viadinho”. No momento, não entendi o significado de tnc, mas depois entendi que era “toma no cu”, eu acho. Então, fiquei encarando Joaquim. Confesso que mesmo todo surrado, ele ainda era muito bonito, mais bonito do que nas fotos do Facebook.
Ele resmungou alguma coisa, mas não ouvi o que foi. Eu acho que era para soltar ele, juro que nessas horas sou uma verdadeira anta, não que isso tenha acontecido antes ou sei lá. Então o soltei. Perguntei o que havia acontecido, e ele respondeu:
“Não foi nada de mais *coff* *coff*, eles só não me aceitam” – respondeu Joaquim
Juntando 1 + 2 logo entendi que Joaquim era gay, assim como eu. Nossa, parece até que grande parte do mundo é gay, só encontro gay, fazer o oque né, parece até os contos que vejo na internet, deve ser um universo paralelo onde todos são gays, só pode rs rs. Então fiz outra pergunta a ele:
“Você está bem Joaquim?” – perguntei a Joaquim
Ele respondeu que sim, mas acho que não foi firme em sua resposta. Então perguntei se ele estava me reconhecendo, e ele disse não estava enxergando direito. Então parti para um pergunta mais ousada:
“Você tem namorado?” – perguntei a Joaquim
Ele mesmo sem enxergar, parecia que sabia onde estava meu rosto, então ele se aproximou e disse:
“Você” – respondeu Joaquim
Se sem nem perceber, ele me puxou com força e me beijou como nunca a havia sido beijado antes, talvez seja porque sou B.V. Então ele começou a enfiar sua língua sobre a minha, e logo desceu suas mãos até minha bermuda. Eu estava ficando excitado com aquilo. Foi então que milhões e milhões de perguntas viram a minha mente: Será se ele pensa que sou outra pessoal?; Ele acha que eu sou o namorado dele?; Quem é o namorado dele?;
Após pensar nessas questões e entre outras muitas, me afastei, fugindo de seu excitante beijo e perguntei: “Quem você acha que eu sou?”. Ele porém não respondeu nada. Deveria estar cego mesmo para fazer isso ou deveria estar louco.
Então ele, franzindo seus olhos, disse:
“LUCAS?” – gritou Joaquim
Você pode não estar lá no momento, mas o grito foi tão alto e intenso que qualquer um ficaria com medo dele, assim como eu fiquei. Mas então fiz outra pergunta:
“Você não viu que era eu?” – perguntei a Joaquim
Ele ficou um tanto confuso com aquela situação, parecia não saber o que responder, então fiz outra pergunta:
“Achou que eu era seu namorado?” – perguntei gentilmente a Joaquim
Ele, por sua vez, começou a chorar. Parecia que o rapaz que fiquei horas e horas conversando não estava ali. Então falei:
“Não precisa responder” – disse carinhosamente para Joaquim.
Ajudei ele a se levantar e a se lavar, e disse que ainda tinha o resto do segundo tempo para ele jogar, mas ele parecia não querer ir jogar, então não falei muito sobre isso. Disse a ele que não precisava ter vergonha, que ele deveria ter se enganado, pensado que eu era o namorado dele ou oque. Foi então que ele disse:
“Lucas, eu não tenho namorado, e eu sabia que era você, gritei apenas para você pensar que era engano” – disse Joaquim, que logo começou novamente a chorar.
Então, voltamos para dentro do vestiário. Ajudei ele a se limpar novamente e saímos. Disse que iríamos conversar no Whatsapp quando eu chegasse em casa, e voltei para meu acento na arquibancada. Quando voltei, meu pai estava uma fera, parecia querer me enforcar de tanta raiva. Ao me sentar, ele me pergunta: “AONDE VOCÊ ESTAVA?”. Não respondi nada, apenas fiquei calado. Então ele disse: “VAMOS TER CONVERSA QUANDO VOLTAMOS PARA CASA!”...
Continua...
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Pessoal, a partir do capítulo 04, a história narrada será bem maior que a atual, pois meu antigo programa era limitado a um limite de caracteres, meu novo não é.
E só queria responder o comentário que recebi no capítulo 02 de um usuário, que infelizmente não liberei o comentário, que o conto não é ficção, é algo real que aconteceu de fato em 2010 com um grande amigo meu, como já havia falado no capítulo 01. Só queria responder ao leitor: Se você não gostou, não leia. A história mal começou. Ainda virá muita, muita, muita, mais muita coisa daqui pra frente.