Orgias de um cu virgem - Parte I



Orgias de um cu virgem – Parte I
O cursinho pré-vestibular tomava todo o meu tempo. Entrar na faculdade de medicina tinha se tornado meu objetivo de vida nos últimos anos do ensino médio. Eu havia estudado num bom colégio particular, onde sempre estive entre os primeiros da classe. No cursinho, iniciado nos primeiros meses daquele ano, eu também me destacava nos simulados devido às horas intermináveis de estudo, quase sempre trancafiado na solidão do meu quarto. Nas três semanas de julho destinadas a umas merecidas férias, se é que se podia chama-las assim uma vez que, no último dia letivo antes delas, nos entregaram uma batelada de apostilas repletas de exercícios de todas as matérias, a título de aplicar o conteúdo ministrado nas aulas.
- Não adianta você se enfurnar o tempo todo nesse quarto debruçado sobre as apostilas. Você precisa espairecer um pouco para encarar os próximos e mais difíceis meses dessa corrida. Estive conversando com o Jorge e ele me disse que os garotos vão fazer um acampamento com uns amigos, lá para o sul do Rio de Janeiro, mais especificamente fazer umas trilhas em Itatiaia até o cume das Agulhas Negras. Por que você não vai com eles? Seria uma boa fazer um pouco de exercício ao ar livre, areja a mente! – disse meu pai, que reconhecia meu esforço para entrar na faculdade, mas se indignava pelo fato de eu desperdiçar minha juventude.
- Programa de índio, não é pai! Acampar? Tem coisa mais bizarra e fora de moda do que acampar? Isso era coisa do tempo dos hippies. Tô fora! Ademais, não tenho a menor intenção de fazer qualquer programa com aqueles dois. São um saco! – respondi.
- Mas, vocês frequentavam o mesmo colégio nos últimos anos do ensino fundamental, eram amigos! – exclamou ele.
- Realmente, estudávamos no mesmo colégio e também íamos e voltávamos na mesma van escolar, mas daí a sermos amigos vai uma grande distância. – retruquei, pois me vieram as lembranças daquele tempo em que ambos, e mais uma galera, tinham como diversão fazer bullying comigo.
- Não importa o quão amigos ou não vocês sejam, o importante é você se distrair com jovens como você. Vai te ajudar a superar essa timidez excessiva! – ponderou ele.
- Pai, aqueles dois são uns perfeitos babacas, uns idiotas!
- Eu disse ao Jorge que ia conversar com você e, que talvez você pudesse ir com eles. Ele concordou e até já conversou com os garotos dele. Por eles, tudo bem! – revelou, me encarando, pois sabia que minha reação não ia ser das melhores.
- Você não podia ter feito isso, pai! Comprometer-me com aqueles caras, onde já se viu? Não posso nem olhar para a cara deles que me dá vontade de vomitar. Que saco!
- Não precisa se exaltar só por conta disso! Pense um pouco sobre o assunto, ainda faltam uns dias até o final de semana até lá você vai pensar diferente. – argumentou, já dando por certa minha adesão ao grupo.
- Eu não vou, pai! Ponto final! – respondi exasperado, voltando a me trancar no quarto a passos firmes e batidos.
Conforme eu tinha previsto, algumas horas depois, foi a minha mãe a vir fazer campanha para eu fazer aquela viagem. Sua tática era bem diferente da do meu pai. Enquanto ele despejava tudo diretamente e, depois entrava de sola defendendo seus argumentos, ela vinha com aquela lábia mansinha, toda cheia de diminutivos para imprimir carinho àquilo que dizia, e fazendo com que a gente se sentisse um grosseirão, um mal agradecido, se não concordasse com seus pontos de vista. Foi assim que ela me convenceu a aceitar aquela droga de programa e, me deixado puto por cair mais uma vez na armadilha dela.
O Leo tinha estudado na mesma classe que eu e, o Mario estava dois anos a nossa frente quando frequentávamos o mesmo colégio. Desde que nos mudamos para a casa vizinha a deles, meus pais insistiam nessa amizade que nunca se concretizou. Enquanto eles se achavam os donos da rua, eu era o garoto mais tímido das redondezas. Estimulados pelo pai, um esportista fanático, eles se metiam em tudo que é esporte visando desenvolver a musculatura espelhando-se no pai que certamente sofria de vigorexia. Enquanto isso, o meu se desdobrava para que o acompanhasse ao clube onde jogava tênis com uns amigos e fazia natação. Quando conseguia me colocar no carro e ir ao clube, eu me retraía e acabava detestando tudo aquilo. Eu me sentia feliz, por incrível que isso possa parecer para um adolescente, dentro do meu corpo, que era bastante atraente e bem proporcional, à exceção das nádegas que, por algum motivo, ainda cresciam na velocidade com que crescem os bebês.
Durante as aulas de educação física o Mario e o Leo começaram a reparar e a implicar com a minha bunda, bastante roliça e muito carnuda. Foi do que precisaram para começar a me atazanar. Em poucas semanas o colégio inteiro me conhecia por tanajura. Toda e qualquer calça, short ou bermuda ficava apertada ao redor daquela fartura de carnes. Em pouco tempo, uma galerinha de espertalhões se divertia me beliscando, passando a mão ou, simulando me foder pelos corredores do colégio. Até os funcionários se faziam de cegos e se divertiam com o meu constrangimento. Muitas vezes, diante da impotência, eu me punha a chorar, fornecendo mais munição para os meus algozes. Era essa a razão de eu ter me afastado dos meus vizinhos assim que mudei de colégio ao entrar no ensino médio. Embora não fossem desprovidos de uma boa condição financeira, os pais do Mario e do Leo não tinham como manter os filhos num colégio como aquele para o qual eu havia me transferido. Feliz por ter me livrado dos dois, eu não via motivo para agora me embrenhar numa viagem tão descabida, justamente com esses babacas.
Na véspera do fatídico dia de nossa partida eu pesquisei na Internet sobre o Parque Nacional do Itatiaia, tentando obter algumas informações que pudessem nos ser úteis durante a escalada do pico das Agulhas Negras, pois tinha a certeza de que nenhum dos dois se daria ao trabalho de checar onde estavam se metendo. Eu já conhecia aquela suposta autossuficiência que os metia em maus lençóis quando surgiam os primeiros reveses. Baseado no que encontrei fiz minha mochila, que se transformou num imenso trambolho com o qual eu nem imaginava como me virar.
- Será que você não está levando coisas demais? Acampamentos são improvisados e despojados, coisa de jovens. Você se parece com a sua mãe, para qualquer fim de semana precisa levar metade da casa na bagagem. – sentenciou meu pai, contente por eu ter aceitado fazer aquela viagem, mas ciente de que o fazia a contragosto e magoado com sua insistência. – Abra sua mente e você verá que vai ser muito divertido! – exclamou, tentando uma reconciliação.
- Vai ser um saco! Isso se não for pior! – devolvi, carrancudo.
Partimos no meio da manhã de uma sexta-feira, com o Dodge Journey da mãe do Mario, que ele dirigia, atulhado de tralhas, mais o Paulo, Thiago e Lucas amigos deles que eu até então não conhecia e, com os quais não simpatizei logo de cara. Para variar, eu era o de físico mais mirradinho, embora já estivesse com um metro e oitenta e poucos centímetros, e pesasse oitenta e dois quilos aos dezenove anos. O trânsito pesado na cidade e os quilômetros iniciais da Via Dutra nos fizeram chegar à entrada do parque por volta das duas e meia da tarde. Ali já nos deparamos com as primeiras cagadas do improviso daquela viagem. O Mario se perdeu um pouco na BR-354 entre a Via Dutra e Caxambu e acabamos passando direto pelo acesso ao parque. Quando chegamos à portaria, um tal de Posto Marcão, descobrimos que ninguém havia feito reserva para podermos acampar dentro do parque.
- Só para constar, algum de vocês pesquisou sobre como funcionam as regras dentro do parque, o que se pode ou não fazer, o que existe para visitar, enfim, coisas básicas que qualquer débil mental faz antes de se embrenhar num passeio desses? – questionei.
- O Thiago e o Paulo já acamparam aqui, já escalaram o Agulhas, já percorreram uma porrada dessas trilhas, a gente se fiou na deles! - respondeu o Mario.
- Isso explica tudo! – exclamei.
- Qual é cara? A gente pensou que o Mario e o Leo tinham feito as reservas, afinal foi deles a ideia de vir para cá. – revidou o Paulo.
- Um mais besta do que o outro, só podia dar nisso! – exclamei, enquanto o Thiago conversava com o sujeito da portaria e, por sorte, descolava a última vaga disponível no camping.
- Puta que o pariu! Você é um mala, cara! A gente veio aqui para se divertir. Bem que o Mario e o Leo falaram que você é do tipo viadinho gostoso, mas que é todo certinho feito um mauricinho. – retrucou o Paulo.
- Cara! A última coisa que eu queria fazer nesse mundo era estar aqui. Se não fosse o Jorge e meu pai terem armado essa cilada para mim, eu jamais faria programa algum com vocês. – devolvi puto.
A barraca que o pai do Mario e do Leo comprou especialmente para essa aventura era bem grande e podia abrigar seis pessoas. O trambolho de mais de seis metros de comprimento e três de largura, cujo manual dizia ser de fácil montagem, demorou mais de duas horas para ficar de pé, isso por que um carinha solidário da barraca ao lado veio em nosso auxílio. Eu nunca tinha montado uma porra daquelas e, pelo visto, nenhum dos sabichões que me acompanhavam. Fui o único a agradecer a ajuda do sujeito, que chegou a se enfezar com os palpites furados do Leo. Na distribuição dos lugares onde íamos dormir, acabei ficando ao lado do Lucas, justamente o que já estava puto comigo, pois o Mario e o Leo ficaram num dos quartos e o Paulo e o Thiago no outro.
- Seus filhos da puta! Eu vou ter que dormir ao lado desse boiola por seis pernoites? – protestou o Lucas. – Podem esquecer! Está instituído um rodízio, cada um vai ficar com ele pelo menos uma noite. – declarou autoritário.
- Você pode dormir do lado de fora, seu rambinho de merda, se não quiser ficar no mesmo espaço que eu. – afirmei, em alusão ao personagem Rambo que o Silvester Stalone interpretou e, cujo físico se assemelhava ao do Lucas.
- Eu ainda vou dar umas porradas nesse viadinho! – devolveu arrogante.
- Pessoal, calma! Nesse ritmo a gente vai entrar em guerra logo, logo. – ponderou o Mario.
- Nós já estamos numa! Só não enxerga quem não quer! – exclamei.
Quando comecei a desfazer a mochila começaram as gozações. Eles me rodearam e começaram a tirar item por item e, a cada retirada, exibiam o que eu havia trazido e faziam alguma observação debochada a respeito.
- Você se esqueceu de trazer lubrificante para o cuzinho! – disse o Paulo, ao retirar o último item de dentro da mochila, um saco de dormir super-forrado e, que permitia o controle da temperatura interna através de aberturas laterais onde era possível encaixar os braços ao se estar em temperaturas não tão baixas. Eu o tinha usado há dois anos quando fiz um intercâmbio nos Estados Unidos e, tinha ido acampar no Yellowstone com a família onde fiquei hospedado. – Vê se precisa de um troço desses, todo cheio de frescuras, para acampar. Aposto que o boiolinha comprou isso nos States! Nem me dei ao trabalho de retrucar.
Apesar do avançado da hora, resolvemos fazer uma caminhada pelos arredores do abrigo Rebouças, uma construção de pedras que hospeda alguns visitantes mediante reserva antecipada e, geralmente usada pelos montanhistas que vão escalar o pico das Agulhas Negras. Ele dispõe de alguns ‘luxos’ como beliches, cozinha, refeitório e banheiro com chuveiro, tudo muito simples e meio improvisado, mas infinitamente mais confortável do que a área de camping ao seu lado. Nesse ponto do parque há uma confluência de trilhas, tanto para a parte alta quanto para a parte baixa. Enquanto na parte alta predominam os campos de altitude e os picos mais almejados como o próprio Agulhas e o maciço das Prateleiras, na parte baixa proliferam as cachoeiras e nascentes de rios. Com a neblina descendo rápida, só nos atrevemos a caminhar até o represamento do rio Campo Belo, uma barragenzinha de pedras onde instalaram uma hidrelétrica que acabou sendo desativada. Os morros e o verde da paisagem não deixavam de ser bucólicos, apesar da dificuldade de se respirar àquela altitude de 2.500 metros e do ar gelado que descia junto com a neblina cada vez mais densa e, que já encobria boa parte dos cumes ao redor. As rajadas de vento nos impeliram a retornar à barraca e preparar o jantar, ainda todo composto pelo que tínhamos trazido de casa, torta salgada, pastel de forno e frutas. Sabíamos que, dali para frente, dependeríamos das gororobas que nós mesmos tínhamos que preparar naquele improviso, por isso, todos comeram feito lobos esfomeados.
Embora fosse proibido o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências do parque, bastou a temperatura despencar para cinco graus negativos depois do jantar para que o Thiago tirasse da mochila uma garrafa de uísque barato que rodou de boca em boca, exceto na minha.
- É nojinho? O mauricinho tem nojinho de boca de macho! – proclamou o Thiago.
Só ouvi reclamações e palavrões durante toda a madrugada. Nenhum deles conseguia pegar no sono, embora estivessem cansados da viagem, devido ao frio que, eles diziam, parecia brotar do chão. Enrolado no meu saco de dormir, de estomago cheio e quentinho, eu capotei logo depois de me deitar.
- Esse putinho estava certo, o saco de dormir dele é o único que protege desse puta frio. – sentenciou o Leo.
- Se enfia aí junto com ele e aproveita para meter nesse rabão. – disse o Paulo.
- Cara, nem me fale! Vocês viram que quase não têm garotas por aqui e, aquelas cariocas da última barraca são verdadeiras barangas. A bundinha do Marcelo é muito mais gostosa do que as encruadas delas. – retrucou o Leo.
- Isso é verdade! O viadinho é um mala, mas tem uma bundinha gostosa para caralho! – exclamou o Lucas.
- Antes que eu me esqueça, vão se foder! – rosnei do meu canto. A gargalhada foi geral.
O pior foi que o Lucas, não aguentando mais aquele frio, resolveu seguir o sugerido pelo Paulo e veio se meter no meu saco de dormir. Assim que o percebi abrindo o saco, quis enxotá-lo, mas ele se defendeu e persistiu no seu intento. Troquei alguns socos com ele, que só tiveram efeito sobre meu corpo deixando-o dolorido, pois os meus ele parecia nem estar sentindo. A discussão se acalorou e logo começamos a ouvir protestos quanto ao barulho das barracas vizinhas. Temendo pelo escândalo, acabei deixando-o entrar. O desgraçado parecia uma pedra de gelo quando começou a se esfregar em mim. Dei um soco no saco dele e, esse sim, ele sentiu.
- Puta merda! Cê tá louco! Caralho, isso dói!
- Louco está você se acha que vou deixar você continuar com essa sacanagem. Nem que sejamos expulsos daqui pela manhã, eu vou botar a boca no mundo se você encostar mais uma vez em mim. – ameacei.
- Vocês duas aí, dá para calar essa boca e tentar dormir! Amanhã não vai ser moleza. – advertiu o Mario.
Já passava das oito horas quando acordei todo moído. Ao contrário do Yellowstone, onde a área de camping tinha o chão todo regularizado e gramado, aqui a terra batida estava cheia de reentrâncias que se faziam sentir cada vez que mudávamos de posição. O costumeiro descaso brasileiro. Ainda fazia muito frio, mas o sol brilhava fraco lá fora e o vento tinha dado uma trégua. O Lucas continuava grudado em mim. No entanto, não impliquei com ele, pois ainda dormia e aquilo era apenas uma reação instintiva de se aquecer, uma vez que o agasalho que estava usando praticamente não servia para nada naquele frio. O que me incomodava era sua ereção roçando minha bunda. Não pelo que os outros pudessem concluir a respeito, uma vez que ninguém estava vendo o que acontecia dentro do saco de dormir, nem por representar qualquer perigo para a minha integridade, mas pelo fato de eu não sentir nenhuma repulsa daquilo. Na verdade, o calor que emanava daquele corpão era algo curiosamente sedutor. Quando ele acordou, percebeu que seu cacetão estava praticamente alojado no meu rego, apesar das roupas que nos cobriam. Apressou-se a se afastar temendo minha reação. Mas, voltou a me encoxar quando constatou que eu não me manifestava. Nenhum dos dois fez qualquer comentário a respeito quando os demais começaram a acordar. A cumplicidade daquele pequeno segredo mudou completamente o modo como ele havia me tratado no dia anterior.
Não havíamos feito plano algum para aqueles dias em Itatiaia. O único projeto concreto era a escalada do Agulhas, embora nenhum de nós tivesse a menor noção de como fazê-lo. Enquanto preparávamos o café, aproveitei para bater um papo com o cara que nos tinha ajudado a montar a barraca. O grupinho dele já estava de mochila nas costas pronto para entrar nas trilhas.
- Como vocês não tem experiência, seria legal fazerem umas trilhas mais leves nesses dois primeiros dias, para se ambientarem e se prepararem para a escalada do Agulhas que, posso garantir, não é moleza. – aconselhou, experiente das mais de meia dúzia de vezes que tinha feito a escalada.
Levei essa informação ao pessoal enquanto tomávamos café e víamos, grupo após grupo, deixar o acampamento e o refúgio Rebouças em direção aos cumes. Obviamente isso gerou uma discussão. O Thiago se julgava experiente o suficiente para fazermos a escalada naquele mesmo dia. Contudo, nem todos puseram fé naquela pose de guia e, acharam melhor seguir o conselho do carinha.
- Só por que esse frutinha está se cagando de medo e sai por aí ouvindo qualquer babaca, não significa que temos que fazer o que ele acha. Eu sou perfeitamente capaz de leva-los até o cume em total segurança. Estive aqui ano passado e, lembro-me muito bem da trilha. – garantiu.
- Posso até imaginar! Não me admiraria nem um pouco se, depois de horas perambulando por aí, fossemos parar na Via Dutra ou quem sabe lá onde. – murmurei.
- Falta isso aqui, ó, para eu te dar uma porrada! – retrucou furioso.
- Seja realista, cara! O fato de você ter ido uma vez até o cume não te torna um expert no assunto. Eu acho muito mais sensato seguirmos a orientação do carinha, até para nos prepararmos fisicamente para enfrentar a escalada. – argumentei. Depois de mais algumas interposições, a proposta foi aceita pela maioria. O Thiago me encarava como um cão raivoso.
Por volta das nove e meia, com o céu brilhante e límpido, partimos rumo à parte baixa do parque, numa jornada de 21 quilômetros, passando por áreas de mata mais fechada e alguns charcos, numa travessia conhecida com Ruy Braga. Durante a caminhada passamos por imensos maciços, platôs com vistas deslumbrantes e, alguns trechos de mata bastante complicados. Na maior parte do dia o sol brilhou e chegou ao ponto de nos obrigar a ir tirando paulatinamente os agasalhos e até as camisetas. Coisas de inverno brasileiro, frio pela manhã e à noite e, calor tórrido ao meio-dia. Apesar de estarmos descendo de uma altitude de 2500 metros para 1000 metros, algumas subidas de morros se mostraram bem cansativas sob o sol escaldante. O que nos orientava na trilha era o GPS que eu havia trazido, pois se nos fiássemos pelos palpites do Thiago e do Paulo, jamais chegaríamos ao abrigo Macieira, onde íamos pernoitar. Tal como o abrigo Massena, alguns quilômetros antes, este também estava em ruínas. Mesmo assim, optamos por pernoitar no que restou da sala do abrigo. Já estava escuro quando o alcançamos à luz de lanternas no meio da mata. Vislumbrar a construção deteriorada de madeira, com seu telhado de duas águas e, com as venezianas escancaradas, assentada sobre uma base de pedras foi como encontrar um oásis no deserto. Todos estavam exaustos e com frio. O lauto jantar consistiu de bolachas, pão de forma com patês enlatados e água, mas serviu para amenizar o ronco do estômago. Dispusemos nossos sacos de dormir mais ou menos na mesma posição que na barraca e, com as mesmas duplas da noite anterior. Embora estivéssemos mais protegidos do vento gelado e a temperatura não ter despencado tanto quanto na noite anterior, a umidade da mata fechada ao redor do abrigo fazia o frio, de menos um grau, penetrar os ossos. O Lucas voltou a entrar no meu saco de dormir pouco depois da meia noite, enregelado como uma pedra de gelo. Não ofereci nenhuma resistência, estava cansado demais para discutir ou me engalfinhar por algo que não tinha sido tão desagradável assim. Meia hora depois de se enfiar ao meu lado, já aquecido, percebi-o me encoxando de mansinho, uma, duas, três, meia dúzia de vezes. Ao mesmo tempo, ele fungava meu pescoço e, seu hálito morno roçava minha pele. Comecei a ficar de pau duro ao sentir que o tesão estava provocando uma ereção nele. Ele passou cautelosamente o braço pela minha cintura e segurou uma das minhas mãos. Nossos dedos começaram a se encaixar e ele fechou a mão com a minha dentro da dele. Parecia haver uma escola de samba retumbando no meu peito e eu permaneci estático, deixando-o me encoxar despudoradamente. Aos poucos senti que ele puxava minha calça de moletom para baixo expondo minhas nádegas. Não demorei a sentir sua pica rígida roçando meu rego. Ele começava a arfar mais aceleradamente. Ele ficou um bom tempo me encoxando e lambuzando meu rego com seu pré-gozo. Então sobreveio o inevitável. Ambos cheios de tesão, ele pegou minha camiseta deixada sobre a mochila e a levou ao meu rosto.
- Morde isso aqui! – sussurrou baixinho. Eu obedeci.
O restante da camiseta ele apertou contra o meu rosto quase me sufocando, ao mesmo tempo em que metia o caralhão no meu cuzinho. A dor era tão intensa que além de gritar eu me debatia debaixo do peso do seu corpo, tentando escapar daquela estaca que ia afundando nas minhas entranhas em estocadas firmes e potentes. Meus gritos não passavam de rugidos abafados pela camiseta ecoando entre as paredes vazias do abrigo e a mata úmida lá fora, que iam se acalmando enquanto a sensação de preenchimento se completava. Por um tempo, ele manteve a pica imóvel dentro do casulo macio e acolhedor que se mantinha contraído ao redor de seu falo. Parei de gritar e só tentava respirar com a cara enfiada na camiseta. Aos poucos, ele começou a mover a rola num vaivém lento e torturante. Eu gemia, sentindo minha carne dilacerada sendo esfolada por aquele intruso imenso.
- Vocês estão fodendo aí, seus viados? Que porra é essa que vocês não param de gemer? – bradou o Leo, incomodado com aqueles sons obscenos que ecoavam pelo abrigo. Ninguém respondeu. O Lucas beijava meu cangote e mantinha a cadência bombando meu cuzinho.
Eu me melei com a minha porra antes mesmo de ouvir a contestação do Leo. Mesmo com aquela puta dor se espalhando pela minha pelve, a sensação de ter aquele cacetão enfiado em mim era delirantemente prazerosa. O Lucas começou a se retesar aos poucos, as estocadas ficaram tão intensas que eu voltei a gritar. A pica se alojava tão profundamente que eu tinha a impressão de que, a qualquer momento, ela afloraria na minha boca me empalando. Os beijos no meu cangote foram se transformando em chupões e, aos poucos eu notei que meu cu estava sendo inundado de porra. Um fluido morno que entrava em jatos abundantes e, escorria lenta e pegajosamente através da minha mucosa anal.
- Puta que pariu! Vocês vão parar com essa porra, ou não? – protestou o Paulo. – Quem é que consegue dormir com essa merda de frio e vocês dois aí gemendo feito cadelas no cio?
O Lucas e eu voltamos a entrelaçar os dedos e ficar de mãos dadas. Eu adormeci com a rola dele amolecendo aos poucos dentro de mim.
Chovia na manhã seguinte quando acordamos, já bastante tarde. Após um mingau como café da manhã, arrumamos nossas tralhas sem pressa e deixamos o Abrigo Macieira por volta das 10:00hs. A trilha a partir daqui segue por um caminho largo deixando nítido que caminhamos pelo remanescente de uma estrada, a velha BR-485, passamos por muitas muretas de contenção e sobre pequenas pontes soterradas, quase imperceptíveis. Depois de uma hora e meia, chegamos ao trecho final, onde o bambu-gigante se torna um inconveniente obstruindo o caminho até o fim, ainda bem que alguém havia passado o facão recentemente. Contudo, o Paulo acabou batendo o rosto contra uma ponta de bambu recém-cortada na trilha estreita, e abriu um ferimento no supercílio esquerdo. Seu rosto e o agasalho logo ficaram cobertos de sangue e, ele desesperado. Limpei o ferimento com água cristalina de uma cachoeira próxima e improvisei uma atadura rasgando uma de suas camisetas, me arrependendo de não ter trazido o estojo de primeiros socorros que havia deixado na barraca do acampamento. Pouco depois do meio-dia chegamos ao final da trilha que acaba em um grande portão de ferro, mas para a conclusão da travessia ainda era preciso caminhar mais 20 minutos por uma estradinha além do portão. Meia hora depois, concluímos a Travessia Ruy Braga que acaba ao lado da Piscina do Maromba e diante do posto de controle no qual precisamos comunicar que terminamos. O intuito de conquista de trilha e aprimoramento do condicionamento físico tinha sido alcançado e, estávamos radiantes pela aventura. No estacionamento ao lado do posto de controle não foi difícil encontrar um casal de Uberaba, num Land Rover Defender, disposto a nos dar uma carona até o abrigo Rebouças, em troca de informações de qual caminho seguir pela estrada entre a Via Dutra e Caxambu, onde havíamos nos perdido dias antes.
Chegamos ao abrigo pouco antes do anoitecer. A chuva havia parado, o céu estava limpo e ia se coalhando de estrelas enquanto a lua cheia despertava em todo seu esplendor. As pessoas, tanto do abrigo quanto do camping, formavam rodinhas batendo papo e ouvindo as histórias daqueles mais experientes que já tinham escalado o Agulhas, enquanto a noite avançava, gélida e silenciosa. Eu conversava com o carinha da barraca ao lado, na varanda do abrigo, e contava nossa aventura até a parte baixa do parque, conforme sugestão dele. Nem reparei que as pessoas iam se recolhendo aos poucos e que, a exceção de um casal dando uns amassos na outra extremidade da varanda e, um grupinho de quatro rapazes fumando um baseado sentados sobre a mureta diante do abrigo, todos já haviam se enfiado nas camas ou sacos de dormir. Passava da meia-noite, o silêncio chegava a entrar no corpo da gente. O Lucas saiu da barraca todo embrulhado em agasalhos e enrolado num cobertor, e veio se juntar a nós.
- Vocês não estão com frio? – questionou, querendo puxar conversa.
- Até me esqueci dele. – respondeu o carinha. Eu não disse nada.
Trocamos algumas frases antes do carinha se despedir com um boa noite e o pretexto de estar caindo de sono.
- Atrapalhei? – perguntou o Lucas, quando ficamos a sós.
- Atrapalhar o quê?
- O chaveco que ele estava aplicando em você!
- Deixa de besteira! Só estávamos trocando umas ideias.
- Você pode ser, mas ele tinha outras intenções!
- Como você pode afirmar isso?
- Ele está de olho em você desde a nossa chegada. Foi por isso que se prontificou a ajudar a montar a barraca.
- Delírio! Puro delírio! Eu vou dormir que dá mais certo. Boa noite! - eu não percebi quando ele entrou na barraca e se deitou no saco de dormir dele.
No dia seguinte fizemos outra trilha, essa mais íngreme e com mais obstáculos. No meio da manhã as nuvens formavam um tapete de algodão que parecia flutuar no ar e impedia a visão do que estava abaixo dele. O sol brilhava fraco e o ar rarefeito da altitude voltava a incomodar a caminhada. Algumas escarpas mais verticais exigiram que usássemos cordas para transpor as rochas e nos manter na trilha. Não tínhamos trazido cordas, para variar, e eu sugeri que nos uníssemos a algum grupo e fizéssemos a escalada usando o material deles. O Thiago se opôs e nova discussão começou. Ao ver que o grupo estava novamente dividido entre nossas opiniões opostas, ele se enfureceu. Ele queria prosseguir fora da trilha e contornar as rochas, sem saber o que estava pelo caminho.
- Continua a dar o cu, que é o que você sabe fazer, e deixa que eu aponte como chegar ao nosso destino! – berrou possesso.
No mesmo instante eu olhei para o Lucas, ele não me encarou. O silêncio constrangedor que se formou me deixou saber que todos já sabiam que ele tinha me enrabado. Fiquei sem ação, tive vontade de evaporar no ar. O Paulo, o Leo e o Mario me olhavam com o canto do olho, o Thiago me encarava desafiador e, o Lucas olhava para a nesga que se abrira no tapete de nuvens e deixava ver o Vale do Paraíba lá embaixo.
- Bem! Vamos ficar parados aqui, ou vamos adiante? – questionou o Thiago. Um por um foi formando uma fila atrás dele, sem que ninguém abrisse a boca. Eu segui por último, atrás do Mario, como um guerreiro derrotado e humilhado. O dia tinha acabado ali para mim e, eu cheguei a cogitar se a viagem toda não terminaria ali. Os campos rupestres cobertos de rochas de formas variadas e os campos de vegetação rasteira que espreitam as grandes montanhas, não conseguiam desviar meus pensamentos da atitude sórdida do Lucas. Aquilo estava doendo mais do que todos os anos de bullying que eu havia sofrido no colégio.
Cerca de uma hora depois, encontramos um grupo de dez cadetes da AMAN. Eles estavam explorando o parque por conta própria, uma vez que não estavam em treinamento oficial quando, inclusive, o parque ficava fechado para visitantes. Não demoramos a descobrir que estávamos indo num sentido bem diverso daquele que seria nosso destino, para onde eles também estavam indo, porém oriundos de um local diverso do nosso. O pessoal caiu matando em cima do Thiago que nos guiava para uma região bastante erma e dificultosa para caminhar. Eu permaneci calado. Estava tão cansado daquilo tudo que, pouco me importava àquela altura, se teríamos de ser resgatados pelos guardas do parque ou pela polícia ambiental.
Rodrigo, um dos cadetes, massudo e com um par de olhos tão expressivos que tirava o fôlego da gente, veio me abordar no fim da fila.
- Tudo bem com você? Parece exausto! Faz tempo que estão caminhando? – perguntou solícito.
- Tudo! Umas seis horas.
- Vocês não tem nenhum mapa das trilhas? É uma inconsequência caminhar por aí sem uma orientação precisa. Nós estamos com bússolas, praticando um pouco como fazer localizações. – esclareceu.
- Legal! Não temos nada além desse roteiro que está nesse folder do próprio parque e meu GPS, ao qual ninguém está dando bola. – respondi.
- Mas, por ele já dá para ver que vocês estavam se afastando das trilhas.
- Eu sei! Desisti de argumentar com o Thiago, nosso autoproclamado guia.
- Quem? Aquele sujeitinho ali?
- O próprio.
- Tem mesmo pose de mandachuva! E os demais, não se posicionaram? Um grupo em situações como essa precisa se manter coeso, é daí que vem a força. – argumentou.
- Tenta explicar isso para aquele idiota! – ele riu e continuou caminhando ao meu lado. Outro cadete havia assumido o controle da situação e nos guiava para o lugar certo.
Ele acabou sendo tão engraçado e envolvente que deixei de pensar nos meus problemas e na fadiga que torturava meu corpo. Ao chegarmos ao entroncamento da trilha que nos levaria de volta ao camping, ele me pediu o telefone e prometeu entrar em contato quando estivesse em São Paulo, pois morava com os pais e um irmão mais velho no bairro do Sumaré. Ao nos despedirmos com um abraço, ele sussurrou no meu ouvido que eu era um tesão e, que tinha se amarrado na minha. Fiquei sem graça, mas aquilo levantou o meu astral.
Naquela noite o Lucas se mudou para o quarto do Leo e o Mario veio dormir comigo. Ouvi suas gracinhas por um tempo, depois que todos dormiam. O relato do Lucas tinha derrubado as barreiras que, até então, os impediram de avançar o sinal. Agora que todos sabiam o que tinha acontecido, se acharam no direito de tirar uma casquinha.
O Mario era um cara muito bonito, diferentemente do irmão menor que não tinha grandes atrativos, ele esbanjava sensualidade. Nos tempos do colégio, quando me bolinava, era das investidas dele que eu mais tinha receio. Chegava a tremer quando ele vinha no meio da galera que ia me azucrinar. Porém, naquela noite, ele não me pareceu tão intimidador. Talvez, por que naquele dia minha cota de paciência já tivesse se esgotado. Tão logo ele apalpou minhas nádegas, eu coloquei a mão para trás e, ao contrário do que ele imaginava, ao invés de afastá-lo eu peguei na pica dele. Ele hesitou uns instantes, provavelmente pensando que eu ia fazer alguma sacanagem. Mas, quando notou que eu o acariciava, se animou todo. Por um tempo ele ficou me chupando os mamilos, que tinha exposto subindo minha camiseta até o pescoço. Eu gemia baixinho quando ele cravava os dentes no meu peitinho saliente. Trocamos uns beijos, ardentes, porém sem emoção, apenas excitados pelo que estávamos prestes a fazer. Quando ele tirou minha calça e começou a procurar meu cuzinho com os dedos ávidos, eu abri as pernas para que eles se encaixem nelas. Ergui lenta e sensualmente meus joelhos até quase tocarem meus ombros, o que fez empinar minha pelve e franquear meu cuzinho. A penetração de seu avantajo cacete foi abrupta e dolorida, ele me encarando mais com espanto do que com alguma emoção verdadeira. Ele parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo com tamanha facilidade. Ao se convencer de que eu estava realmente me entregando para sua tara descontrolada, começou a me foder com força e profundidade. Eu gemia como na noite anterior, mordendo uma camiseta entre os dentes e deixando aquela pica colossal me arrombar. Ele estava com tanto tesão que não demorou a me esporrar as entranhas, mal haviam se passado dez minutos. Quando sentiu toda a tensão acumulada se dissipando de seu corpo, começou a me agarrar com força, como se agindo assim o tesão voltasse com o mesmo ímpeto. Embora eu fosse fissurado em músculos de macho, de nada adiantou eu ficar acariciando os bíceps e o tronco do Mario enquanto ele bombava meu cuzinho. Não consegui gozar e, também não me importei com isso, tudo o que eu queria, era adormecer para ver se o dia seguinte seria mais sereno.
- Terminaram com esse bacanal? Como é que vai ser Marcelo, um por noite? – questionou o Leo, ligado no que acontecia no compartimento ao lado. O Mario retrucou com um gracejo, só para confirmar aos demais que tinha me comido.
Na manhã seguinte acordamos com o sol já alto, resultado da estafante caminhada do dia anterior. Os demais grupos já haviam deixado o camping e o abrigo Rebouças. Só tinham ficado as garotas cariocas, na barraca montada logo atrás da nossa. Elas vieram puxar conversa enquanto tomávamos nosso café. O Paulo e o Thiago foram os que mais deram trela para elas, especialmente, as duas que estavam notoriamente caçando machos com aquela aventura. À líder do grupo, uma garota de mais ou menos trinta anos, faltava todo e qualquer atrativo feminino. Ela estava um pouco acima do peso, tinha ombros largos como um homem, cabelos muito curtos, voz grossa e, o caminhar, se assemelhava ao de um homem. Era toda cuidados com uma loirinha franzina de pouco mais de vinte anos, que parecia quebrar se tocada com mais vigor. Não havia dúvida de que formavam um casal de lésbicas. As outras duas deviam estar acompanhando o casalzinho para não dar tanta bandeira, ou para justificar a viagem devassa da loirinha para a família. Elas estavam a fim de dar para o primeiro que as quisesse comer. Desde nossa chegada eu reparei como se insinuavam e se ofereciam para os carinhas e para alguns homens mais maduros. Nem as poucas esposas acompanhando os maridos no camping tinham deixado de notar as intenções das duas e, tratavam de vigiar os machos assim que elas se aproximavam com um papo furado qualquer. Uma se chamava Ana, e seu interesse pela pica mal ajambrada nas calças do Thiago era notória. A outra, Jessica, tentava arrancar de seus poucos predicados, algo que seduzisse o Paulo. Conversa vai, conversa vem os dois não se decidiam, até o Thiago se aproximar do Leo, que naquela manhã, desde que acordou, virou praticamente a minha sombra, e perguntou se ele tinha trazido camisinhas. A resposta foi negativa.
- Não estou com coragem de meter a pica naquela buceta sem capa! Um batalhão já deve ter feito a festa naquela gruta. – disse, precavido.
- Fecha o olho e manda ver! Cê não disse ontem que tava numa puta secura? Então, mete e pede proteção pros santos. – respondeu o Leo, caçoando do amigo.
- Sei não! Uma vez fodi uma baranga feito essas e fiquei penando por mais de um mês com o chato que peguei da puta. Não parava de me coçar feito gato, até me livrar dos piolhos nos pentelhos. – revelou.
- Então não sei como te ajudar, meu camarada! Ou você come a putinha e entrega para a providência divina, ou continua a bater punheta. – retorquiu o Leo debochando.
O fato é que acabou não rolando e, quando saímos com destino à cachoeira do Aiuruoca, as duas ficaram nos observando desaparecer na trilha com os semblantes frustrados e as periquitas insaciadas.
Após passar a Pedra do Altar e atravessar o charco do Vale do Aiuruoca, seguimos pela trilha de seis quilômetros por uma variante à esquerda, que leva à margem do rio Aiuruoca. Durante a caminhada contornamos o Agulhas, ainda nosso principal objetivo, vendo suas ranhuras por diversos ângulos. Também avistamos de mais de perto a Asa de Hermes, a Pedra do Sino, a Pedra do Altar e o Ovos da Galinha em belíssimas vistas que, por si só, já compensaram o esforço de chegar à cachoeira, considerada a de maior altitude do Brasil, a 2.380 metros. Chegamos à base da queda d’água de 25 metros por volta de uma e meia da tarde, o sol estimulava a gente a despir as roupas e ficar de bermuda, embora as águas geladas desencorajassem qualquer tentativa de mergulhar nelas. Acho que por essa razão havia poucas pessoas circulando por lá. Sentei-me, só de bermuda, numa pedra plana a meia altura da cachoeira para apreciar a vista e curtir o barulho da água despencando na piscina rasa da base. Quase adormeci livre das roupas e botas com o sol a aquecer a pele, enquanto a galera circulava nos arredores. De repente, notei que não estava sozinho e, antes de tirar a camiseta que protegia meu rosto do sol, senti um par de braços me encurralando contra a pedra e um corpo se inclinando sobre o meu. Era o Paulo todo cheio de graça e fogoso querendo aliviar sua tara. Ao lado dele, mais sisudo, o Thiago, meio encabulado pelas desavenças que tivemos em todos aqueles dias, também queria o mesmo. Fiquei puto ao constatar que me consideravam um viadinho rameiro, pronto a dar o rabo para o primeiro macho que aparecesse.
- Você é mesmo um tesão! Que coxas são essas, meu irmão! – exclamou o Paulo, começando a bolinar meu mamilo, apertando-o com força entre os dedos grossos me fazendo gemer de dor.
- Um tesão e um mala, conforme sua própria definição há uns dias atrás, não é? – revidei.
- Vai me dizer que você ficou melindrado com aquilo? Foi só um jeito de falar! – retrucou.
- Valeu! Foi um puta elogio! – ironizei.
- Dá uma sacada como você deixa meu cacete! – exclamou, abrindo as pernas e passando a mão sobre a pica enrijecida sob a bermuda.
- Comovente! A baranga não quis essa mixaria? – provoquei.
- Quer que eu te mostre a mixaria? Se me fizer tirar ela para fora vou te fazer mamar até gozar na sua boca. – ameaçou.
- Cara, vai caçar o que fazer!
Nenhum dos dois arredou pé dali e, sem muita sutileza, porém com muita insistência, a orgia rolou. Eu era tido como um viado, não era? Por que então não fazer jus ao adjetivo? O Paulo levou minha mão até o mastro carnudo camuflado debaixo da bermuda, depois a abriu para que minha mão entrasse pela braguilha e afundasse nos pentelhos densos e negros. Eu estava gostando de sentir aquela tora ganhando vida com o meu toque suave. O Thiago nos observava num silêncio cúmplice, e sua ereção erguia o tecido da bermuda feito uma barraca. Aos poucos e, com muita sensualidade fui tirando a jeba do Paulo de dentro da bermuda. Ele se agitava impaciente. Eu o encarei enquanto mexia naquele bagulhão ainda meio amolecido e pesado. Quando todo ele estava para fora, notei que já estava babando. Com a ponta do indicador e dedo médio, comecei a espalhar o pré-gozo viscoso pela glande, numa suavidade e lentidão voluptuosas. Ele começava a arfar de tanto tesão. Assim que meus dedos estavam bem úmidos, levei-os à boca e os lambi. Não só o perfume másculo daquela secreção como seu sabor levemente salgado me excitaram. Pela rapidez com que sua pica ficou completamente dura, percebi que experimentava a mesma sensação. Imergi meu rosto entre suas pernas e comecei a beijá-lo bem próximo da virilha. Os pentelhos dele resvalavam no meu rosto e deles brotava um aroma de suor mesclado ao adstringente cheiro de testosterona. Sob o olhar incrédulo e sôfrego dele, coloquei meu primeiro cacetão na boca. Não sabia bem como fazer aquilo, mas, por ter ouvido inúmeras vezes, durante o bullying, a frase – chupa meu cacete – foi isso que comecei a fazer. Chupar aquela pica quente e sensível com empenho e dedicação. Na primeira sorvida, com a língua volteando ao redor da glande, ele soltou um gemido de deleitamento que contagiou o Thiago, outro a observar atentamente meus movimentos. Não foi difícil me acostumar com aquilo na boca, tinha consistência, tinha sabor e, latejava indomado enquanto eu lambia, chupava e mordiscava toda sua extensão.
- Puta merda, como isso é gostoso! – exclamou, revelando involuntariamente que também estava tendo essa experiência pela primeira vez.
Senhor da situação, percebi que era eu a ditar as regras, pelo menos enquanto ele estivesse sob o efeito devastador do inusitado. Passei a brincar com o sacão dele, cutucando e massageando as bolonas que estavam em seu interior. Ele nada mais fazia do que se entregar àquela quimera para descobrir até onde aquilo era capaz de lhe provocar os mais sublimes prazeres. Por duas vezes quase gozou na minha boca. Ao notar que se retesava e, ciente de que era assim que um macho estava prestes a gozar, como pude constatar durante os coitos do Lucas e do Mario, tirei a pica da boca antes que ele a enchesse de porra. Quando, por uns instantes, afastei meu rosto de sua virilha, ele deitou meu tronco sobre a rocha morna e puxou de um só golpe, minha bermuda e minha cueca. A bundona nua, imaculadamente alva e carnalmente sedutora estava finalmente ao alcance de suas mãos predadoras. A partir daí, a única coisa que restara em sua mente, era a necessidade de meter sua rola naquela opulência despudorada. Ao apartar meu reguinho profundo e resguardado, viu o botão rosado inquieto, assanhado e totalmente vulnerável aos seus desejos mais desavergonhados. O Thiago se esgueirou sobre seus ombros para dar uma espiada naquele detalhe da minha anatomia fascinante.
- Cacete! Mete logo a rola aí dentro, que eu também vou comer esse cuzinho! – asseverou.
Apressado para se exibir como galante conquistador e pegador, o Paulo rolou para cima de mim e ergueu minhas pernas sobre seus ombros. A penetração no cuzinho, agora mais vulnerável com aquela posição, só aconteceu na terceira e desesperada tentativa. Ao atravessar minhas pregas com aquela cabeçorra sem nenhuma lubrificação, eu senti como se uma faca estivesse incisando minhas carnes, numa dor fina, entranhada e dolorida. Soltei um grito contido que foi mascarado pelo barulho da água despencando na cachoeira. Mesmo assim, algumas pessoas o notaram e desviram seus olhares curiosos para o rochedo onde estávamos. Nada além de uma indiferença, ou talvez fosse uma conformidade e aceitação inequívoca com o que estava rolando entre nós, motivou quem presenciava a foda a se manifestar de alguma forma. As pessoas que percorriam o Itatiaia o faziam para soltar suas vontades reprimidas. Portanto, embriagar-se no ermo da altitude, drogar-se com as substâncias ilícitas, fornicar com um quase estranho ou com quem se levou para aquelas plagas desoladas fazia parte de um expurgo da alma e, ninguém sabotava essas atitudes. Foi sob esses olhares indiferentes que eu estava ali nu, debaixo de um macho que se satisfazia no meu cuzinho. As primeiras estocadas após a penetração também foram brutas e vorazes, o que me manteve gritando, até que meu olhar sereno e cumplice foi fazendo o Paulo mergulhar num transe libidinoso e, me foder numa mansidão vigorosa. A pica vinha e ia ritmicamente, massageando meu introito anal e se autoacariciando na minha mucosa úmida e quente. Todo aquele contato, pele com pele, com o meu corpo nu sob o dele, fazia o Paulo delirar. Era como se, subitamente, tivessem lhe posto nas mãos algo tão grandioso e valioso que ele mal sabia o que fazer com tudo aquilo. Assim, ele me chupava, me beijava, me mordia onde quer que minha pele exposta o atentasse. Fiquei uns dez minutos debaixo dele nesse frenesi voluptuoso, até ele decidir me posicionar de quatro. Meu rabo empinado tornou a sentir a vara dele penetrando sem objeções, atingindo uma profundidade dolorosamente abissal. Cada estocada agora era sentida como um soco pela minha próstata e eu gania agoniado. O Thiago parecia um touro impaciente volteando ao nosso lado, sentindo meu estro sodomizado e vislumbrando as tentadoras nuances do coito em marcha, não se reprimiu mais. Tirou a bermuda bem diante do meu rosto e fez o caralhão saltar para a liberdade. A maior e mais grossa pica que eu já tinha visto até então. Manipulou-a, a centímetros do meu rosto, e aproveitando-se de um ganido que precisei soltar para amenizar uma estocada bruta do Paulo, enfiou-a na minha garganta, empapuçada com seus fluídos másculos. Eu fiquei tão atônito com aquele pênis imenso que, por uns instantes, me esqueci do meu cu sendo fodido com gana e luxúria e, dos sinais que o Paulo começava a apresentar pronto para me galar. Tive ânsias com aquilo entalado na minha garganta a me sufocar, até levar minhas mãos à pica do Thiago e reposicioná-la na minha boca para que a pudesse chupar sem aqueles engulhos a me torturar. Encarando o Thiago sorvi seus sabores úmidos, passei suavemente minha língua por toda sua glande, mordisquei a pele da pica numa delicadeza despudorada e, fui lambendo lentamente todo o trajeto que me levou ao seu saco pentelhudo. Os bagos pesados e consistentes escorregavam de um lado para o outro debaixo da túnica escrotal, enquanto eu tentava captura-los com meus lábios para chupá-los e massageá-los dentro da minha boca. As pernas peludas do Thiago, onde eu me apoiava para permanecer de quatro enquanto o Paulo continuava a me enrabar, esperando seu gozo aflorar, tremiam de tanto tesão.
- Caralho Marcelo, que porra de boquete gostoso é esse? Seu putinho enrustido, pelo que há de mais sagrado não para de chupar minha caceta! – bramiu excitado. – Paulo do caralho! Esse viadinho tá acabando comigo! Puta tesão!
Do mesmo jeito que o Thiago ficava cada vez mais excitado vendo a piroca do Paulo bombar meu cuzinho, o Paulo chegava ao ápice do tesão vendo eu chupar aquela jeba indecente do Thiago. Aquele clima de putaria, de orgia desenfreada, da libido extravasando por todos os poros, fez o Thiago gozar na minha boca. O primeiro jato atingiu meu rosto antes que eu pudesse voltar a abocanhar a cabeçorra, e começar a engolir toda aquela profusão de prazer que ele liberava. Erguendo os braços e passando a mão pela própria cabeça, o Thiago soltou um urro gutural de prazer em direção à cachoeira que ficou ecoando pelo ar. Ao mesmo tempo o Paulo começou a inundar meu cuzinho com seus jatos de porra pegajosa. A mim só restava ganir entre um gole e outro daquela porra espessa e amendoada que descia pela minha garganta.
- Puta que pariu, o que foi isso? – exclamou o Paulo, ao retirar lentamente seu cacete do meu cu e se deixar cair ao meu lado.
- Que bacanal, cara! Olha para isso, tô tremendo de tesão até agora! – exclamou o Thiago.
- Preciso me deitar, mal posso ficar com as pernas abertas. – afirmei, também tomado de um tremor que avassalava meu corpo. Meus joelhos estavam esfolados por conta do atrito com a pedra sobre a qual eu tinha ficado de quatro.
- Nem pense em ir a lugar algum! Eu preciso comer esse cuzinho ou morro de tesão! – alegou o Thiago.

- Que se foda! Vou entrar nessa água gelada mesmo para ver se essa convulsão que está no meu peito se acalma. – sentenciou o Paulo, descendo nu e, cautelosamente, pelas reentrâncias das rochas até a piscina gelada na base da cachoeira.
Sentado na pedra morna, eu avaliava o estrago nos meus joelhos, tentava fazer minha respiração voltar ao normal e, me regozijava com aquela umidade viril que o Paulo tinha deixado nas minhas entranhas. O Thiago sentou-se ao meu lado, tomou minha mão entre as dele, beijou-a e a levou até sua virilha.
- Preciso mais dessa suavidade! – disse, olhando pela primeira vez na profundeza do meu olhar e no fundo da minha alma.
Brinquei com seu falo imenso entre meus dedos fazendo-o enrijecer lentamente. Dava para sentir o afluxo de sangue preencher cada uma daquelas veias tortuosas que o rodilhavam, a cada batida mais acelerada de seu coração. A jugular pulsava em seu pescoço troncudo e maciço. Aos poucos, meus dedos começavam a ficar melados com o pré-gozo dele. Eu não me importava. Alguma parte imoral minha havia decidido que eu ia experimentar cada um daqueles machos, sem pudor, sem reservas, apenas carnalmente promíscuo. Meu cuzinho já piscava alucinado quando o caralhão endureceu tanto que eu nem conseguia movê-lo. Lambi sensualmente meus lábios, o Thiago não resistiu e colou sua boca na minha. Penetrou sua língua afoita até onde ela alcançava e, solicitava o conluio com a minha através de um contorcionismo que as unia numa azáfama sensual. Aos poucos ele foi rotacionando meu corpo como se fossemos dormir em conchinha, ergueu uma das minhas pernas e o caminho para o meu cu estava livre.
- Por favor, não me machuca Thiago! Eu não sou o que vocês imaginam. – pedi, ao empinar minhas nádegas contra sua virilha. Podia parecer ridículo fazer um pedido desses depois de tudo que ele presenciara e sabia sobre as noites anteriores. Mas, ele compreendeu meu pedido, ciente do tamanho de seu falo e do estrago que ele era capaz de fazer numa grutinha como a minha.
- Não precisa ter medo, não vou te machucar. – respondeu, imiscuindo a cabeçorra entre as minhas preguinhas rotas.
A porra do Paulo ajudou a tornar a penetração menos catastrófica. Eu já gritava, minha rosca estava completamente distendida e a cabeçorra não entrava, a despeito do vigor dos impulsos que o Thiago dava. Como é que um cara pode ter um cacetão desse tamanho? Pensei comigo mesmo, enquanto a agonia aumentava. Imagens de estupros, violações, lacerações genitais que havia visto em filmes me vieram à cabeça. Por instantes fui tomado de tanto pavor que fiz menção de escapulir de seus braços, antes de me tornar mais um nessas estatísticas. Mas, ele me conteve encilhando com mais força seus braços ao redor do meu troco e beijando minha nuca.
- Fique calmo, vai dar tudo certo! Você não estava relaxado com o Paulo agora há pouco? Então, relaxa, abre teu cuzinho para mim, abre! – aquela fala mansa e num tom grave cheio de cobiça em nada me ajudava a raciocinar.
Meus gritos estavam chamando a atenção das poucas pessoas que ainda estavam na cachoeira, pois o vento soprava numa direção que favorecia sua dispersão, e as nuvens começavam a encobrir paulatinamente o sol brando de inverno. Para o Thiago surgiu uma questão a ser resolvida, ou me deixava continuar gritando e atraindo curiosos ou, metia seu cacete naquele cuzinho que se contraía em espasmos alucinados. Ele deu vazão àquela que almejava. Num grito esganiçado a rola rasgou meus esfíncteres e preencheu minha ampola retal. Como um gato cravando as unhas no tronco de uma árvore para escala-la em fuga, eu quis cravar os dedos na rocha para encontrar algum apoio, algum esteio, alguma guarida para aquela dor pungente que me assolava. O tesão dele me contaminava através do peito quente que ele comprimia nas minhas costas. Aos poucos fui relaxando, os glúteos já não estavam em tetania, a musculatura das coxas já não tinha câimbras, o cuzinho distendido apenas agasalhava aquela carne pulsátil que se enfiara em seu âmago. O Thiago apertava sua virilha contra minha bunda, afundando o caralho nas minhas entranhas, numa sequência cadenciada, voluptuosa. Sua energia vibrava contra a minha carne, como a corda esticada de um violino, num prazer único e consentido. Dar chupões na pele dos meus ombros, furtar em cumplicidade meus beijos de lábios generosos, fincar sua carne na minha naquela lassidão já não o satisfaziam. Ele tirou a rola do meu cu. Eu gemi ferido. Ele me virou de costas sobre a rocha onde o calor se esvaía tão célere quanto o sol que descia no horizonte. Nossos semblantes se olhavam insaciados. Meu cu queria pica, a pica dele queria meu cu. Gani durante a penetração, ele me fitava esfomeado. A cabeçorra comprimiu minha próstata contra o púbis, eu gemi. Meus lábios úmidos e arroxeados pelos beijos libidinosos que havíamos trocado o seduziram, ele colou sua boca na minha. Nossas salivas se mesclavam ganhando um novo sabor, o sabor do pecado carnal, enquanto o vaivém do cacetão no meu cu nos inebriava com sua luxúria. O Thiago arfava, estava empapado de suor, gemia, deixava o ar atravessar seus dentes cerrados num sibilo prazeroso. Envolvi-o com meus braços ao redor do tronco e, com minhas pernas ao redor da cintura. Ele passou a lamber um dos meus mamilos, chupou-o com voracidade, mordiscou meu biquinho rijo e cravou seus dentes na pele alva que o circundava, deixando-a marcada pelo seu tesão. Gozei quando nossos olhares se encontraram. Ele abriu um sorriso e meteu com mais força. Não foram mais do que quatro estocadas curtas e profundas que o fizeram despejar seu esperma, em inúmeros jatos portentosos e cremosos, no meu cuzinho, acumulado há dias num suplício torturante, para o qual ele finalmente encontrara alívio. Eu mal pude acreditar que tudo havia terminado. Não havia um só músculo, órgão ou víscera que não estivesse terrivelmente dolorida. No entanto, meu corpo experimentava um prazer indescritível. O Thiago não conseguia tirar o pau das minhas entranhas, ele não amolecia e, não convinha privar-se do aconchego daquele ninho acolhedor antes que a rebeldia de sua pica esmorecesse, pensou consigo mesmo. Os únicos que ainda estavam na cachoeira eram o Paulo, o Leo, o Mario e o Lucas, sentados no alto do rochedo, onde a queda da água começava, formando a plateia que testemunhava nossa fornicação, todos experimentavam uma ereção debaixo das roupas. Uma mancha de sangue na rocha negra foi o vestígio que deixei gravado naquele rincão. Ela seria a delatora da luxúria ocorrida ali, até que algum dia gotas de chuva lavassem nosso destempero.
Tive muita dificuldade de acompanhar o ritmo dos demais na penosa e interminável caminhada de retorno ao camping. A sensação que me acompanhava a cada passo era a de que, ao abrir mais amplamente as pernas, minhas vísceras saíssem pelo cu. Quando comecei a me distanciar cada vez mais deles, o Leo voltou, não solidário como eu havia imaginado, mas desavergonhado e pecaminoso.
- Agora só falta eu! Essa noite vou ser eu a galar nesse cuzinho tarado! – exclamou convicto.
- Vá à merda, Leo! Me deixe em paz! – esbravejei, diante da insensibilidade egoísta dele.
Cheguei ao camping quase morto, sem forças nem para respirar aquele ar rarefeito, pois as que eu tinha ficaram na cachoeira. Não jantei e só pensava num banho e, em me enfiar no meu saco de dormir. Aliás, um banho no Itatiaia no inverno não é uma façanha para qualquer um. Com as temperaturas abaixo de -4°C/-5°C e, um chuveirinho vagabundo como o do abrigo Rebouças, um simples banho pode se transformar numa experiência traumática pelo resto da vida. Os filetes esparsos e fracos que saíam do crivo se transformavam em adagas afiadas quando atingiam a pele e, o frio que a atravessava chegava aos ossos. O único chuveiro do Rebouças era mais concorrido do que a Mega-Sena, mesmo assim, eu consegui tomar banho todos os dias que ficamos no camping, graças à minha bunda. Foi a primeira vez que ela me serviu para algo positivo e, que não fosse para me envergonhar ou servir de chacota. Não se gozava de muita privacidade naquele banheiro concorrido, e minha bunda foi certamente a responsável pela facilidade de acesso que eu tive às suas dependências. Após o banho, tomei simultaneamente dois comprimidos de um anti-inflamatório do pequeno arsenal farmacêutico que havia trazido, e me meti no aconchego do saco de dormir. Eram 19:30 hs.
Já imperava o silêncio noturno por todo o camping quando acordei com a presença do Mario ao meu lado. Esse silêncio só era quebrado pela miríade de sons humanos, tossidos, roncos, pigarreados, gemidos e toda sorte de barulhos que as pessoas emitem mesmo quando dormindo.
- Está tudo bem com você? Ficamos todos preocupados. O Lucas quis vir ver como você está, mas achou melhor eu vir perguntar.
- Eu estou bem, não se preocupem. – menti.
- É que amanhã é o grande dia, vamos finalmente ao cume do Agulhas, vai ser uma super aventura, e queremos que você esteja conosco. – disse ele.
- Eu estarei, eu estarei. – respondi.
- Que bom saber que você está legal. O Lucas e eu ficamos apreensivos depois do que vimos lá na cachoeira esta tarde. Ele está realmente muito preocupado com você. Todos estamos. – revelou.
- Estão preocupados a toa! Ele não precisa gastar suas emoções comigo, pode dizer isso a ele.
- Ele está se sentindo culpado pela indiscrição e, achando que você está agindo assim por culpa dele. – afirmou.
- Diga a ele que está se dando muita importância, e ao fato. Meu comportamento nada tem haver com ele, com o que ele pensa ou faz. – minha voz tinha um tom de mágoa. Não, mágoa não, talvez decepção, a palavra que definia meu sentimento era essa, decepção.
- OK! – ele fingiu concordar para não estender aquela conversa.
- Posso te pedir mais uma coisa? – perguntei.
- Claro, diga. No que posso te ajudar? – questionou solícito.
- Entra aqui comigo e me abraça? – pedi, abrindo o saco de dormir para que ele pudesse se alojar.
- Maravilha! Não tem lugar melhor para estar! – exclamou.
- Mas, sem sacanagens, Ok? Sem me foder. – quando pronunciei a última palavra não consegui conter o nó que havia na minha garganta, e comecei a chorar. – Eu não sou uma puta, Mario.
- Ei, ei! Não fique assim. Todo mundo sabe que não é. Se acalme e tente dormir. Eu estou bem aqui do seu lado e prometo, sem sacanagens. Só não prometo não ficar de pau duro, mas juro que vou me controlar. – garantiu. Eu adormeci em seus braços.
O dia pelo qual mais ansiávamos amanheceu muito frio e com uma neblina baixa. A temperatura vinha subindo desde a madrugada, mas ainda fazia -3°C. Além de nós, outros grupos se preparavam para a escalada. Desde as seis horas da manhã já havia uma movimentação ansiosa pelo camping e dentro do abrigo. Os grupos esperavam a neblina se dispersar, pois a escalada sob nuvens não é recomendada, uma vez que o tempo é bastante instável lá em cima. Por volta das nove e meia o sol começou a despontar, primeiro perfurando nesgas abertas entre as nuvens, depois iluminando de um azul límpido grandes trechos do céu. Os grupos começaram a partir, nós entre eles. Meu cuzinho ainda doía, e antes de sair tomei mais dois comprimidos de anti-inflamatório. Fui o que mais coisas enfiou na mochila, pondo-a nas costas a cada acréscimo para me certificar de que daria conta de carrega-la. Percebi que o Paulo intentava fazer um daqueles comentários sarcásticos a respeito, como nos primeiros dias, mas ele se conteve, talvez devido a transa na cachoeira. Como havia um grande número de grupos querendo escalar o Agulhas, alguns guias de agências haviam saído na frente com equipamentos de escalada para facilitar a subida. O caminho até a base não é complicado e seus cerca de 1.300 metros podem ser vencidos em uma hora. Uma placa, logo no inicio da trilha, alertava – A partir desse ponto é necessário conhecimento básico de técnicas de escalada em rocha e o manejo correto de equipamentos de segurança. Para sua segurança não ultrapasse esse ponto sem o porte de equipamentos mínimos de segurança. – Deu um frio na barriga ler esse aviso, pois nem nós, nem a maioria dos grupos, à exceção dos que tinham um guia contratado dispunham desses tais equipamentos de segurança. Eu me perguntei quais seriam eles, uma vez que o alerta na placa era tão pouco esclarecedor. O que estava na minha mochila podia ser considerado equipamento de segurança. Segui a trupe de aventureiros deixando de pensar nisso. Uma pequena cachoeira marcava o ponto mais baixo do vale ao atingirmos a base da montanha. Segundo um dos guias de um grupo de gaúchos, depois desse ponto seriam mais duas horas de subida pesada até o topo. Levamos mais de três horas e meia. A subida inicialmente é composta de grandes pedras soltas e um pouco de vegetação, que exigiu alguma experiência e muito esforço. Fiquei contente por ter trazido um par de botas que também havia comprado nos Estados Unidos e, que pensei nunca mais usar, tanto que quase as joguei fora uma vez. Seu solado extremamente grosso, mas muito leve, aderia com facilidade às irregularidades do caminho. O Leo, o Paulo e o Thiago usavam tênis e lutavam para se manter de pé. As botas do Mario e do Lucas se mostraram um pouco mais adequadas ao caminho. Escorregar por ali não era boa coisa. O nome agulhas negras vem das rochas pontiagudas que têm o aspecto de agulhas. Certos trechos só eram possíveis com o apoio de cordas de segurança, os guias que as tinham colocado foram idolatrados e ovacionados pela galera. Quanto mais subíamos mais misterioso ficava o caminho. Nalgumas passagens inusitadas um ia ajudando o outro e, eu me admirei quando o Thiago transpôs um trecho complicado e me estendeu o braço para me ajudar. Nem parecia aquele troglodita que brigava comigo por qualquer coisa no início da viagem. De repente, o caminho se afunilou, e continuou assim até alcançarmos uma pedra nivelada. Ela se mostrou pequena para acomodar tantos grupos ao mesmo tempo. Os mais corajosos e bem preparados fisicamente, continuaram sua jornada, abrindo espaço para os mais exaustos e, deixando aqueles que decidiram desistir, pondo um ponto final em sua escalada quando avistaram o último trecho.
- E aí? O que vocês acham, ficamos por aqui ou vamos encarar isso aí? – perguntou o Paulo.
- Só quero tomar um fôlego. Eu sigo em frente. – respondi. Eu não sabia bem o quê, nem por que eu estava testando meus limites. Só sabia que precisava fazê-lo. Os demais também confirmaram a continuação.
Naquele ponto todos os guias se juntaram, subiram na frente e jogaram as cordas para o pessoal subir. Havia umas sessenta pessoas querendo escalar até o cume. Isso fez com que levássemos quase duas horas para percorrer aquele trecho, entre indecisões de última hora, pavores inesperados e a inaptidão de alguns em se virar com as cordas. Eu olhava atento para aqueles montanhistas mais experientes para aprender como se seguravam às cordas, que movimentos faziam com as pernas, como lidavam com os obstáculos. Embora ainda com bastante medo, resolvi tentar imitá-los. A coisa deu tão certo que fui adiante. Um guia parrudão, de barba cerrada e sorriso fácil tinha despertado minha atenção logo no início da jornada. Ele não demorou a me notar. Chegou a deixar seu grupo um pouco solto no início da trilha para me perguntar o que eu estava achando do parque, o que já tinha feito naqueles dias, quais as paisagens de que tinha gostado mais e, todo um papo só para se aproximar de mim. A falta de mulheres por aquelas bandas tinha o poder de liberar alguns caras de suas convicções e conceitos, tomando liberdades que fora dali provavelmente não tomassem. Foi assim com o carinha que nos ajudou a montar a barraca, com o cadete da AMAN e, agora com esse guia, Julio. Como durante o trajeto o sol foi se intensificando e não havia vento, o calor nos obrigou a tirar algumas daquelas roupas pesadas que vestíamos. Eu tirei o capote impermeável e as duas camisetas justamente quando conversava com ele e, ele também se despia, exibindo um tronco musculoso e peludinho. Havia me esquecido completamente dos arroubos do Paulo e do Thiago no dia anterior, e ele fixou o olhar nos meus peitinhos salientes onde hematomas escuros e a marca nítida de uma mordida estavam visíveis. Seus olhos se arregalaram quando as viu, o que chamou a minha atenção. Encabulado, vesti a última camiseta de mangas curtas que acabara de tirar.
- Os carinhas que estão com você são seus amigos? – perguntou, tentando descobrir se algum deles talvez fosse mais do que apenas um amigo.
- São. – respondi. Para ele isso significou que podia continuar a me chavecar, e um sorriso encantador se formou em seus lábios.
O Julio voltou a se encontrar comigo num trecho crítico da escalada. Ficou ao meu lado e me disse para não olhar para baixo enquanto eu procurava não enfiar meu pé numa fenda estreita entre duas rochas que pudesse prender minha bota. De um lado eu me segurava no paredão liso e do outro, havia um abismo assustador. Eu procurava me manter na estreita faixa pela qual era possível caminhar de lado. Apesar do conselho dele, a curiosidade me levou a desviar o olhar para o lado oposto ao paredão. Era preciso controlar os nervos para não se desesperar e arriscar-se a perder o equilíbrio. E eu sou um sujeito que tem pavor de altura. Passado esse trecho, comecei a avistar a passagem Ruy Braga e a Serra Fina ao fundo. E lá estava o cume do Agulhas, a dez passos. Meu coração disparou, precisei me controlar para não chorar tanta era a emoção contida em meu peito. Cada um que chegava ia se acomodando de alguma maneira. Havia dezenas de pessoas, todas embasbacadas com a beleza que se descortinava diante dos nossos olhos. Tudo lá embaixo parecia minúsculo. As cidades do Vale do Paraíba pareciam ter sido montadas com peças de Lego, a Via Dutra era uma linha cinza que percorria o vale, o próprio rio Paraíba do Sul não passava de um filete de água serpenteando cheio de curvas, a Serra do Mar era como uma espinha dorsal de pequenos morros. Atrás de nós no sentido oposto, uma extensa cadeia de pequenas montanhas já era território mineiro. O abrigo Rebouças estava muito pequeno e, os carros ao redor dele eram apenas pontos coloridos. A paz lá em cima era infinita. A montanha nos mostrava o quanto éramos pequeninos diante do universo e o quanto éramos grandes em nosso interior. Ver o mundo do alto era como usufruir da liberdade dos pássaros. Tudo lá embaixo era tão distante e parecia mesquinho. As pessoas não conversavam, como se cada um estivesse meditando consigo mesmo, se reencontrando com sua alma. O sol batia forte, mas o vento eliminava seu calor. No topo do Agulhas a superfície é toda de rochas onduladas, formando bacias onde cabe um homem inteiro e servem de proteção contra o vento. A maioria das pessoas estava deitada numa dessas calhas. A fim de não congelar também me enfiei numa daquelas bacias e fechei os olhos por uns instantes, para um rápido descanso.
- Magnífico, não é? – a voz grave e, parecendo não ter feito esforço nenhum para chegar até ali era do guia Julio.
- Muito! Uma das melhores sensações que já senti. – respondi. Ele olhou para o meu peito e eu fiquei corado. Ele devia ter deduzido que as outras boas sensações que eu havia sentido estavam relacionadas com aqueles peitinhos marcados pela tara de algum macho.
- Quando venho aqui parece que me reencontro comigo mesmo, que sou invencível, que sou capaz de alcançar tudo que almejo. – revelou, olhando para o horizonte, pois notou como eu fiquei constrangido com seu olhar sobre meu peito.
- Estou tendo a mesma sensação! Nem acredito que consegui chegar até aqui. Se você tivesse me conhecido, há uma semana, juraria que eu nunca estaria aqui em cima. – retorqui.
- Que bom que o conheci agora, então! – revidou, sorrindo para mim. – Vem comigo, você vai assinar seu nome no livro que está no topo ali ao lado. – disse ele, puxando-me para fora da calha.
Uma maleta estava presa a cabos de aço fixos em pinos cravados na rocha em frente, também um platô. Porém, uma grande fenda entre os dois picos dificulta o acesso. Só de ficar à beira da rocha entre os dois platôs dá uma vertigem danada. A distância entre elas não é grande, mas a profundidade da fenda assusta. Para ir de um ao outro é preciso dar um salto, cair com o peito contra a rocha do outro lado e se equilibrar para não escorregar e cair para trás, o que seria catastrófico.
- Não posso fazer isso! É loucura! Vou me esborrachar todo lá no fundo da fenda. – assegurei trêmulo.
- Eu vou saltar primeiro e te mostro como se faz, depois você salta. Não fique olhando para baixo, olhe só para mim do outro lado. Eu serei seu prêmio quando chegar lá. – explicou, com a cara mais deslavada e safada.
Vê-lo saltar pareceu fácil, mas lembrei-me de que ele era um expert em montanhismo, e eu nem de amador podia ser chamado. Contudo, por alguma coisa dentro de mim eu me senti desafiado e, minutos depois eu saltei exatamente como ele havia feito. Porém, com menos impulso do que ele, o que me fez perder momentaneamente o equilíbrio. Prestes a começar a gritar, ele me puxou pelos braços contra o seu peito e me abraçou com força. Meu coração batia acelerado contra aquele tronco tão portentoso quanto as rochas que nos rodeavam.
- Viu como foi fácil! – exclamou, sentindo como eu tremia em seus braços.
- Eu quase me mato, isso sim! – retruquei. Ele riu e me levou até o livro. Deixar meu nome ali foi emblemático, foi como se eu tivesse expurgado meus fantasmas e entrado no rol das pessoas especiais, aquelas que deixam algum legado em suas vidas. Os únicos que não seguiram meu exemplo foram o Leo e Thiago. O Leo por que estava entretido com uma garota, e o Thiago por alguma razão obscura que eu não queria descobrir.
Era fascinante a formação de grupos ali no Itatiaia. Por breves momentos, se uniam com intensidade, amizade e cumplicidade. As relações das pessoas na montanha são muito curtas e profundas. Quando o Julio se deitou ao meu lado, segurou na minha mão e ficou encarando o céu junto comigo, eu sabia que aquele momento seria único, e tratei de aproveitá-lo. Algum tempo depois, ele se levantou, precisava reconduzir seu grupo pelo caminho de volta. Ficamos sem jeito um diante do outro, até ele me abraçar e disfarçadamente me dar um beijo abaixo do ângulo da mandíbula e outro no canto da boca. Ele abriu outro sorriso após eu retribuir cada um daqueles beijos fortuitos. Antes de chamar a galera de seu grupo, ele me aconselhou a não nos demorarmos demais e iniciar a volta antes do entardecer. Eram 15:45 quando ele acenou pela última vez na minha direção. Eu talvez nunca mais fosse vê-lo novamente, o que podia parecer triste, mas eu não sentia assim. O breve tempo que ficamos juntos foi muito bom e agora, cada um tinha a sua trilha a seguir. Aquelas pessoas que conheci na montanha fariam parte da minha vida de alguma maneira, guardadas num pequeno lugar da minha mente e do meu coração. Isso era suficiente para não sentir tristeza, pois a lembrança de sua passagem por minha vida naqueles dias estaria sempre viva dentro de mim.
- Fisgou mais um? – perguntou o Paulo. Eu não me dei ao trabalho de responder.
A tarde ia avançando e as pessoas continuavam ali, admirando a paisagem e trocando ideias com qualquer desconhecido ao lado. Os guias das agências já tinham iniciado a descida de seus grupos. Eu fui de um em um dizer para descermos também, aproveitando a presença dos guias para nos orientar como tínhamos feito na escalada. O Leo pediu mais uns minutinhos, pois finalmente tinha encontrado uma garota livre e desimpedida que lhe deu bola. O Lucas e o Mario concordaram comigo e alegaram que já tinham cumprido o objetivo a que se dispuseram. O Thiago e o Paulo pediam que fizéssemos mais uma nova pose ou arranjo para as fotografias que registravam nossa façanha. Eram quase quatro e meia quando iniciamos o regresso até o Rebouças. Meia hora antes do limite máximo permitido para ficar na montanha, embora os que ficaram lá ignorassem a proibição, como tantas outras dentro do parque.
Assim que o sol desapareceu entre as nuvens, o vento se intensificou e a temperatura começou a despencar. O anoitecer durante o inverno acontece mais cedo e, àquela altitude, ele parecia estar com mais pressa. Cerca de quarenta e cinco minutos descendo a trilha já não se enxergava praticamente nada. Encoberta pelas nuvens, a lua, que iluminaria a montanha, nem podia ser vista. Poucos grupos estavam preparados para caminhar por aquelas trilhas sem a ajuda de guias e, estes, provavelmente já estavam no Rebouças. Além do nosso grupo, mais dois iniciaram a descida conosco, um carioca com quatro carinhas e, um catarinense com três sujeitos bastante convencidos que eu vi circulando pelo abrigo Rebouças há apenas dois dias. Os catarinenses logo na primeira encruzilhada se separaram da gente, dizendo que tinham vindo por aquela outra trilha e que estavam com uma bússola que indicava aquele como sendo o caminho pelo qual tinham vindo. Eu desconfiei e expus minha desconfiança, pois lá no cume, uma das conversas que tive com o Julio foi exatamente sobre a existência de outras trilhas além da que havíamos utilizado, e ele me disse que havia outras, porém muito mais difíceis e utilizadas apenas por montanhistas experientes. Portanto, os catarinenses tomaram a trilha errada. Um dos sujeitos tinha o temperamento parecido com o do Thiago, autoritário e centralizador e, apesar de um dos carinhas ter dito que achava que eu estava certo e, que a trilha que estavam prestes a tomar parecia não ter sido aquela pela qual vieram, foi logo subjugado pelo líder e se calou, seguindo os outros dois. Sem equipamento algum, apenas com uma lanterna e mal agasalhados, o que os esperava não era nada promissor.
- E nós, sabichão, estamos na trilha certa? – questionou o Paulo, após eu ter exposto meu ponto de vista aos catarinenses.
- Pelo que consigo ver aqui, sim! – exclamei, tirando da mochila um dos meus pequenos tesouros, o GPS, o qual pus a funcionar assim que iniciamos a escalada e, que agora mostrava nitidamente, num tracejado azul sobre a tela, o caminho que havíamos percorrido.
- Esse viadinho está me saindo melhor do que o MacGyver! Tem de tudo nessa mochila! – ironizou o Paulo. – Deixa eu dar uma espiada nessa porra? Caraca! O caminho tá todinho aqui! – emendou.
Mesmo com a trilha disponível da tela do GPS e as cinco lanternas que havíamos trazido, a descida da trilha não foi nada fácil. Enxergávamos pouco mais de vinte e cinco ou trinta metros a nossa frente, rochas e arbustos encurtavam essa visão. Sem enxergar direito onde pisávamos tivemos que empreender a descida com muita cautela, mesmo assim, escorregões e quedas foram inevitáveis. Uma das piores foi justamente a do Paulo. O ferimento no supercílio nem havia cicatrizado e ele conseguiu se ralar todo, além de luxar o ombro direito. Quando a galera viu aquele braço pendendo ao lado de seu tronco numa posição bizarra, o desespero tomou conta de todos.
- Não vamos conseguir! Se insistirmos nessa maluquice vamos nos foder! – disse um dos cariocas, que também já havia caído feio por duas vezes e, começava a chorar.
- Vamos conseguir sim! Estamos no caminho certo, é só ter cuidado onde pisa e ficarmos perto uns dos outros, assim ninguém pisa em falso. – afirmei, incrivelmente mais tranquilo do que eu podia imaginar.
- Eu vou com o Marcelo na frente, vocês distribuam as lanternas de tal forma que consigam ver as pernas dos que seguem imediatamente à frente, assim ninguém pisa onde não deve, entendido? – disse o Thiago, voltando a assumir a liderança.
Dessa maneira seguimos por mais seis horas, tropeçando ora aqui, ora acolá, exaustos e com muito frio. Não fosse minha jaqueta impermeável teria congelado. Um dos cariocas tinha um termômetro na mochila, ele assinalava -8°C/17,6°F. A galera do Rebouças já tinha acionado os guardas do parque avisando que alguns grupos não haviam regressado, isso por volta das oito horas da noite. A polícia ambiental também foi acionada. Aquela temperatura, aliada ao vento inclemente, podia produzir uma hipotermia em poucas horas com resultados funestos. Eu caminhava com a reserva das minhas forças praticamente esgotadas. Minhas pernas não queriam obedecer mais. Erguer os pés para dar um passo adiante era como erguer um bloco de chumbo. Levei dois escorregões e, no primeiro esfolei o joelho que começou a sangrar. Depois de algumas horas, não havia um único nos dois grupos que não tinha alguma escoriação ou ferimento. Passadas as seis horas de caminhada surgiram luzes no fundo do vale enegrecido pela escuridão da noite, era o Rebouças e o camping.
- Chegamos seus putos! – berrou o Thiago, assim que vimos as luzes. Ele me abraçou e me rodopiou no ar. Antes de me colocar no chão beijou minha boca enfiando a língua até a minha goela.
Havia uma comoção generalizada por todo abrigo. As pessoas estavam todas agrupadas ao redor da varanda na maior expectativa. Carros da polícia ambiental e do parque estavam a postos. Alguns guias das agências haviam retornado assim que foram avisados de que havia gente perdida na montanha, entre eles o Julio. À medida que fomos chegando, as pessoas vinham ao nosso encontro e nos abraçavam, mesmo aquelas com as quais nunca tivemos contato. O clima era de total solidariedade. Liderados por um tenente da polícia ambiental, alguns homens e, junto com eles os guias das agências, organizaram grupos de busca para resgatar os catarinenses e os quatro ou cinco que haviam ficado no cume quando iniciamos a descida. Esses grupos só regressaram com todos parcialmente sãos, mas salvos, por volta das duas horas da madrugada. O líder dos catarinenses havia fraturado a perna e eles foram encontrados totalmente fora da trilha praticamente congelados. Foram levados imediatamente para um hospital em Resende, junto com os do grupo retardatário do cume.
- Como você está? – perguntou o Julio quando fui ao encontro dele. Foi a patrulha dele que encontrou os catarinenses.
- Eu estou bem, só esfolei o joelho. E você como está? Você está horrível! – respondi.
- Pensei que você me achava bonito! – revidou ele, quando o abracei.
- Você está meio gasto, molambento, fedido e alquebrado, mas continua lindo! – exclamei. Ele juntou seus lábios úmidos e empoeirados nos meus e me beijou transbordando virilidade, sem se importar com as pessoas a nossa volta.
- Hummm! Nada mal! Vou querer mais alguns, afinal acho que estou merecendo, não é? – disse, ao me soltar.
- Merece muitos! – sussurrei, ousado.
- Vem lá para casa comigo. Depois da aventura de hoje acho que você está merecendo um bom banho e uma cama descente, não esse chão batido da barraca. – convidou.
- Não sei. Tem o pessoal. É tentador, mas não sei se é uma boa ideia. – respondi.
- Eu moro em Itamonte, dá uns 20 quilômetros do Posto Marcão, não é longe. Amanhã eu te trago de volta, são, salvo e recuperado. Vamos lá! – insistiu.
- Bela lábia a sua! Tá bom, me convenceu. Espere um pouco que vou dar um toque na galera e pegar umas coisas. – respondi, ele abriu um daqueles seus sorrisos.
- Como é que é? Ir sozinho para sabe-se lá onde? Com esse cara? – questionou o Lucas, todo enfezado, quando participei minha decisão a ele e ao Mario.
- Esse cara é o Julio. Um dos voluntários que ajudou a resgatar o pessoal perdido, o cara que nos ajudou na escalada com suas cordas e instruções, um cara descente e bom caráter. É, é na casa dele que vou pernoitar. – respondi indignado.
- Você não conhece esse sujeito! Pode ser um tremendo dum pilantra. – revidou.
- Um pilantra não sai do conforto da sua casa para vir ajudar a quem nem conhece. Ademais, é só por uma noite. Uma noite dormindo num colchão de verdade, não nessa buraqueira. – retruquei.
- Engatado na pica dele, pois é isso que ele vai querer em troca dessa generosidade toda. – afirmou ele.
- E desde quando você se importa em qual pica eu estou engatado? Não foi você mesmo que alardeou para quem quisesse que meu cu é território livre, o primeiro que chegar leva?
- Eu nunca disse isso! Não coloque palavras na minha boca! – revidou furioso.
- Acalmem-se, não vão começar a brigar agora. Todos estamos cansados e não estamos racionando direito. – ponderou o Mario. – Você acha mesmo prudente sair com esse cara, Marcelo? Ele tem idade para ser seu pai!
- Que absurdo! Vocês é que não estão racionando, nem sendo razoáveis. Bem! Minha decisão está tomada. Vemo-nos amanhã à tarde, combinado? – afirmei resoluto.
Orgias de um cu virgem
O cursinho pré-vestibular tomava todo o meu tempo. Entrar na faculdade de medicina tinha se tornado meu objetivo de vida nos últimos anos do ensino médio. Eu havia estudado num bom colégio particular, onde sempre estive entre os primeiros da classe. No cursinho, iniciado nos primeiros meses daquele ano, eu também me destacava nos simulados devido às horas intermináveis de estudo, quase sempre trancafiado na solidão do meu quarto. Nas três semanas de julho destinadas a umas merecidas férias, se é que se podia chama-las assim uma vez que, no último dia letivo antes delas, nos entregaram uma batelada de apostilas repletas de exercícios de todas as matérias, a título de aplicar o conteúdo ministrado nas aulas.
- Não adianta você se enfurnar o tempo todo nesse quarto debruçado sobre as apostilas. Você precisa espairecer um pouco para encarar os próximos e mais difíceis meses dessa corrida. Estive conversando com o Jorge e ele me disse que os garotos vão fazer um acampamento com uns amigos, lá para o sul do Rio de Janeiro, mais especificamente fazer umas trilhas em Itatiaia até o cume das Agulhas Negras. Por que você não vai com eles? Seria uma boa fazer um pouco de exercício ao ar livre, areja a mente! – disse meu pai, que reconhecia meu esforço para entrar na faculdade, mas se indignava pelo fato de eu desperdiçar minha juventude.
- Programa de índio, não é pai! Acampar? Tem coisa mais bizarra e fora de moda do que acampar? Isso era coisa do tempo dos hippies. Tô fora! Ademais, não tenho a menor intenção de fazer qualquer programa com aqueles dois. São um saco! – respondi.
- Mas, vocês frequentavam o mesmo colégio nos últimos anos do ensino fundamental, eram amigos! – exclamou ele.
- Realmente, estudávamos no mesmo colégio e também íamos e voltávamos na mesma van escolar, mas daí a sermos amigos vai uma grande distância. – retruquei, pois me vieram as lembranças daquele tempo em que ambos, e mais uma galera, tinham como diversão fazer bullying comigo.
- Não importa o quão amigos ou não vocês sejam, o importante é você se distrair com jovens como você. Vai te ajudar a superar essa timidez excessiva! – ponderou ele.
- Pai, aqueles dois são uns perfeitos babacas, uns idiotas!
- Eu disse ao Jorge que ia conversar com você e, que talvez você pudesse ir com eles. Ele concordou e até já conversou com os garotos dele. Por eles, tudo bem! – revelou, me encarando, pois sabia que minha reação não ia ser das melhores.
- Você não podia ter feito isso, pai! Comprometer-me com aqueles caras, onde já se viu? Não posso nem olhar para a cara deles que me dá vontade de vomitar. Que saco!
- Não precisa se exaltar só por conta disso! Pense um pouco sobre o assunto, ainda faltam uns dias até o final de semana até lá você vai pensar diferente. – argumentou, já dando por certa minha adesão ao grupo.
- Eu não vou, pai! Ponto final! – respondi exasperado, voltando a me trancar no quarto a passos firmes e batidos.
Conforme eu tinha previsto, algumas horas depois, foi a minha mãe a vir fazer campanha para eu fazer aquela viagem. Sua tática era bem diferente da do meu pai. Enquanto ele despejava tudo diretamente e, depois entrava de sola defendendo seus argumentos, ela vinha com aquela lábia mansinha, toda cheia de diminutivos para imprimir carinho àquilo que dizia, e fazendo com que a gente se sentisse um grosseirão, um mal agradecido, se não concordasse com seus pontos de vista. Foi assim que ela me convenceu a aceitar aquela droga de programa e, me deixado puto por cair mais uma vez na armadilha dela.
O Leo tinha estudado na mesma classe que eu e, o Mario estava dois anos a nossa frente quando frequentávamos o mesmo colégio. Desde que nos mudamos para a casa vizinha a deles, meus pais insistiam nessa amizade que nunca se concretizou. Enquanto eles se achavam os donos da rua, eu era o garoto mais tímido das redondezas. Estimulados pelo pai, um esportista fanático, eles se metiam em tudo que é esporte visando desenvolver a musculatura espelhando-se no pai que certamente sofria de vigorexia. Enquanto isso, o meu se desdobrava para que o acompanhasse ao clube onde jogava tênis com uns amigos e fazia natação. Quando conseguia me colocar no carro e ir ao clube, eu me retraía e acabava detestando tudo aquilo. Eu me sentia feliz, por incrível que isso possa parecer para um adolescente, dentro do meu corpo, que era bastante atraente e bem proporcional, à exceção das nádegas que, por algum motivo, ainda cresciam na velocidade com que crescem os bebês.
Durante as aulas de educação física o Mario e o Leo começaram a reparar e a implicar com a minha bunda, bastante roliça e muito carnuda. Foi do que precisaram para começar a me atazanar. Em poucas semanas o colégio inteiro me conhecia por tanajura. Toda e qualquer calça, short ou bermuda ficava apertada ao redor daquela fartura de carnes. Em pouco tempo, uma galerinha de espertalhões se divertia me beliscando, passando a mão ou, simulando me foder pelos corredores do colégio. Até os funcionários se faziam de cegos e se divertiam com o meu constrangimento. Muitas vezes, diante da impotência, eu me punha a chorar, fornecendo mais munição para os meus algozes. Era essa a razão de eu ter me afastado dos meus vizinhos assim que mudei de colégio ao entrar no ensino médio. Embora não fossem desprovidos de uma boa condição financeira, os pais do Mario e do Leo não tinham como manter os filhos num colégio como aquele para o qual eu havia me transferido. Feliz por ter me livrado dos dois, eu não via motivo para agora me embrenhar numa viagem tão descabida, justamente com esses babacas.
Na véspera do fatídico dia de nossa partida eu pesquisei na Internet sobre o Parque Nacional do Itatiaia, tentando obter algumas informações que pudessem nos ser úteis durante a escalada do pico das Agulhas Negras, pois tinha a certeza de que nenhum dos dois se daria ao trabalho de checar onde estavam se metendo. Eu já conhecia aquela suposta autossuficiência que os metia em maus lençóis quando surgiam os primeiros reveses. Baseado no que encontrei fiz minha mochila, que se transformou num imenso trambolho com o qual eu nem imaginava como me virar.
- Será que você não está levando coisas demais? Acampamentos são improvisados e despojados, coisa de jovens. Você se parece com a sua mãe, para qualquer fim de semana precisa levar metade da casa na bagagem. – sentenciou meu pai, contente por eu ter aceitado fazer aquela viagem, mas ciente de que o fazia a contragosto e magoado com sua insistência. – Abra sua mente e você verá que vai ser muito divertido! – exclamou, tentando uma reconciliação.
- Vai ser um saco! Isso se não for pior! – devolvi, carrancudo.
Partimos no meio da manhã de uma sexta-feira, com o Dodge Journey da mãe do Mario, que ele dirigia, atulhado de tralhas, mais o Paulo, Thiago e Lucas amigos deles que eu até então não conhecia e, com os quais não simpatizei logo de cara. Para variar, eu era o de físico mais mirradinho, embora já estivesse com um metro e oitenta e poucos centímetros, e pesasse oitenta e dois quilos aos dezenove anos. O trânsito pesado na cidade e os quilômetros iniciais da Via Dutra nos fizeram chegar à entrada do parque por volta das duas e meia da tarde. Ali já nos deparamos com as primeiras cagadas do improviso daquela viagem. O Mario se perdeu um pouco na BR-354 entre a Via Dutra e Caxambu e acabamos passando direto pelo acesso ao parque. Quando chegamos à portaria, um tal de Posto Marcão, descobrimos que ninguém havia feito reserva para podermos acampar dentro do parque.
- Só para constar, algum de vocês pesquisou sobre como funcionam as regras dentro do parque, o que se pode ou não fazer, o que existe para visitar, enfim, coisas básicas que qualquer débil mental faz antes de se embrenhar num passeio desses? – questionei.
- O Thiago e o Paulo já acamparam aqui, já escalaram o Agulhas, já percorreram uma porrada dessas trilhas, a gente se fiou na deles! - respondeu o Mario.
- Isso explica tudo! – exclamei.
- Qual é cara? A gente pensou que o Mario e o Leo tinham feito as reservas, afinal foi deles a ideia de vir para cá. – revidou o Paulo.
- Um mais besta do que o outro, só podia dar nisso! – exclamei, enquanto o Thiago conversava com o sujeito da portaria e, por sorte, descolava a última vaga disponível no camping.
- Puta que o pariu! Você é um mala, cara! A gente veio aqui para se divertir. Bem que o Mario e o Leo falaram que você é do tipo viadinho gostoso, mas que é todo certinho feito um mauricinho. – retrucou o Paulo.
- Cara! A última coisa que eu queria fazer nesse mundo era estar aqui. Se não fosse o Jorge e meu pai terem armado essa cilada para mim, eu jamais faria programa algum com vocês. – devolvi puto.
A barraca que o pai do Mario e do Leo comprou especialmente para essa aventura era bem grande e podia abrigar seis pessoas. O trambolho de mais de seis metros de comprimento e três de largura, cujo manual dizia ser de fácil montagem, demorou mais de duas horas para ficar de pé, isso por que um carinha solidário da barraca ao lado veio em nosso auxílio. Eu nunca tinha montado uma porra daquelas e, pelo visto, nenhum dos sabichões que me acompanhavam. Fui o único a agradecer a ajuda do sujeito, que chegou a se enfezar com os palpites furados do Leo. Na distribuição dos lugares onde íamos dormir, acabei ficando ao lado do Lucas, justamente o que já estava puto comigo, pois o Mario e o Leo ficaram num dos quartos e o Paulo e o Thiago no outro.
- Seus filhos da puta! Eu vou ter que dormir ao lado desse boiola por seis pernoites? – protestou o Lucas. – Podem esquecer! Está instituído um rodízio, cada um vai ficar com ele pelo menos uma noite. – declarou autoritário.
- Você pode dormir do lado de fora, seu rambinho de merda, se não quiser ficar no mesmo espaço que eu. – afirmei, em alusão ao personagem Rambo que o Silvester Stalone interpretou e, cujo físico se assemelhava ao do Lucas.
- Eu ainda vou dar umas porradas nesse viadinho! – devolveu arrogante.
- Pessoal, calma! Nesse ritmo a gente vai entrar em guerra logo, logo. – ponderou o Mario.
- Nós já estamos numa! Só não enxerga quem não quer! – exclamei.
Quando comecei a desfazer a mochila começaram as gozações. Eles me rodearam e começaram a tirar item por item e, a cada retirada, exibiam o que eu havia trazido e faziam alguma observação debochada a respeito.
- Você se esqueceu de trazer lubrificante para o cuzinho! – disse o Paulo, ao retirar o último item de dentro da mochila, um saco de dormir super-forrado e, que permitia o controle da temperatura interna através de aberturas laterais onde era possível encaixar os braços ao se estar em temperaturas não tão baixas. Eu o tinha usado há dois anos quando fiz um intercâmbio nos Estados Unidos e, tinha ido acampar no Yellowstone com a família onde fiquei hospedado. – Vê se precisa de um troço desses, todo cheio de frescuras, para acampar. Aposto que o boiolinha comprou isso nos States! Nem me dei ao trabalho de retrucar.
Apesar do avançado da hora, resolvemos fazer uma caminhada pelos arredores do abrigo Rebouças, uma construção de pedras que hospeda alguns visitantes mediante reserva antecipada e, geralmente usada pelos montanhistas que vão escalar o pico das Agulhas Negras. Ele dispõe de alguns ‘luxos’ como beliches, cozinha, refeitório e banheiro com chuveiro, tudo muito simples e meio improvisado, mas infinitamente mais confortável do que a área de camping ao seu lado. Nesse ponto do parque há uma confluência de trilhas, tanto para a parte alta quanto para a parte baixa. Enquanto na parte alta predominam os campos de altitude e os picos mais almejados como o próprio Agulhas e o maciço das Prateleiras, na parte baixa proliferam as cachoeiras e nascentes de rios. Com a neblina descendo rápida, só nos atrevemos a caminhar até o represamento do rio Campo Belo, uma barragenzinha de pedras onde instalaram uma hidrelétrica que acabou sendo desativada. Os morros e o verde da paisagem não deixavam de ser bucólicos, apesar da dificuldade de se respirar àquela altitude de 2.500 metros e do ar gelado que descia junto com a neblina cada vez mais densa e, que já encobria boa parte dos cumes ao redor. As rajadas de vento nos impeliram a retornar à barraca e preparar o jantar, ainda todo composto pelo que tínhamos trazido de casa, torta salgada, pastel de forno e frutas. Sabíamos que, dali para frente, dependeríamos das gororobas que nós mesmos tínhamos que preparar naquele improviso, por isso, todos comeram feito lobos esfomeados.
Embora fosse proibido o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências do parque, bastou a temperatura despencar para cinco graus negativos depois do jantar para que o Thiago tirasse da mochila uma garrafa de uísque barato que rodou de boca em boca, exceto na minha.
- É nojinho? O mauricinho tem nojinho de boca de macho! – proclamou o Thiago.
Só ouvi reclamações e palavrões durante toda a madrugada. Nenhum deles conseguia pegar no sono, embora estivessem cansados da viagem, devido ao frio que, eles diziam, parecia brotar do chão. Enrolado no meu saco de dormir, de estomago cheio e quentinho, eu capotei logo depois de me deitar.
- Esse putinho estava certo, o saco de dormir dele é o único que protege desse puta frio. – sentenciou o Leo.
- Se enfia aí junto com ele e aproveita para meter nesse rabão. – disse o Paulo.
- Cara, nem me fale! Vocês viram que quase não têm garotas por aqui e, aquelas cariocas da última barraca são verdadeiras barangas. A bundinha do Marcelo é muito mais gostosa do que as encruadas delas. – retrucou o Leo.
- Isso é verdade! O viadinho é um mala, mas tem uma bundinha gostosa para caralho! – exclamou o Lucas.
- Antes que eu me esqueça, vão se foder! – rosnei do meu canto. A gargalhada foi geral.
O pior foi que o Lucas, não aguentando mais aquele frio, resolveu seguir o sugerido pelo Paulo e veio se meter no meu saco de dormir. Assim que o percebi abrindo o saco, quis enxotá-lo, mas ele se defendeu e persistiu no seu intento. Troquei alguns socos com ele, que só tiveram efeito sobre meu corpo deixando-o dolorido, pois os meus ele parecia nem estar sentindo. A discussão se acalorou e logo começamos a ouvir protestos quanto ao barulho das barracas vizinhas. Temendo pelo escândalo, acabei deixando-o entrar. O desgraçado parecia uma pedra de gelo quando começou a se esfregar em mim. Dei um soco no saco dele e, esse sim, ele sentiu.
- Puta merda! Cê tá louco! Caralho, isso dói!
- Louco está você se acha que vou deixar você continuar com essa sacanagem. Nem que sejamos expulsos daqui pela manhã, eu vou botar a boca no mundo se você encostar mais uma vez em mim. – ameacei.
- Vocês duas aí, dá para calar essa boca e tentar dormir! Amanhã não vai ser moleza. – advertiu o Mario.
Já passava das oito horas quando acordei todo moído. Ao contrário do Yellowstone, onde a área de camping tinha o chão todo regularizado e gramado, aqui a terra batida estava cheia de reentrâncias que se faziam sentir cada vez que mudávamos de posição. O costumeiro descaso brasileiro. Ainda fazia muito frio, mas o sol brilhava fraco lá fora e o vento tinha dado uma trégua. O Lucas continuava grudado em mim. No entanto, não impliquei com ele, pois ainda dormia e aquilo era apenas uma reação instintiva de se aquecer, uma vez que o agasalho que estava usando praticamente não servia para nada naquele frio. O que me incomodava era sua ereção roçando minha bunda. Não pelo que os outros pudessem concluir a respeito, uma vez que ninguém estava vendo o que acontecia dentro do saco de dormir, nem por representar qualquer perigo para a minha integridade, mas pelo fato de eu não sentir nenhuma repulsa daquilo. Na verdade, o calor que emanava daquele corpão era algo curiosamente sedutor. Quando ele acordou, percebeu que seu cacetão estava praticamente alojado no meu rego, apesar das roupas que nos cobriam. Apressou-se a se afastar temendo minha reação. Mas, voltou a me encoxar quando constatou que eu não me manifestava. Nenhum dos dois fez qualquer comentário a respeito quando os demais começaram a acordar. A cumplicidade daquele pequeno segredo mudou completamente o modo como ele havia me tratado no dia anterior.
Não havíamos feito plano algum para aqueles dias em Itatiaia. O único projeto concreto era a escalada do Agulhas, embora nenhum de nós tivesse a menor noção de como fazê-lo. Enquanto preparávamos o café, aproveitei para bater um papo com o cara que nos tinha ajudado a montar a barraca. O grupinho dele já estava de mochila nas costas pronto para entrar nas trilhas.
- Como vocês não tem experiência, seria legal fazerem umas trilhas mais leves nesses dois primeiros dias, para se ambientarem e se prepararem para a escalada do Agulhas que, posso garantir, não é moleza. – aconselhou, experiente das mais de meia dúzia de vezes que tinha feito a escalada.
Levei essa informação ao pessoal enquanto tomávamos café e víamos, grupo após grupo, deixar o acampamento e o refúgio Rebouças em direção aos cumes. Obviamente isso gerou uma discussão. O Thiago se julgava experiente o suficiente para fazermos a escalada naquele mesmo dia. Contudo, nem todos puseram fé naquela pose de guia e, acharam melhor seguir o conselho do carinha.
- Só por que esse frutinha está se cagando de medo e sai por aí ouvindo qualquer babaca, não significa que temos que fazer o que ele acha. Eu sou perfeitamente capaz de leva-los até o cume em total segurança. Estive aqui ano passado e, lembro-me muito bem da trilha. – garantiu.
- Posso até imaginar! Não me admiraria nem um pouco se, depois de horas perambulando por aí, fossemos parar na Via Dutra ou quem sabe lá onde. – murmurei.
- Falta isso aqui, ó, para eu te dar uma porrada! – retrucou furioso.
- Seja realista, cara! O fato de você ter ido uma vez até o cume não te torna um expert no assunto. Eu acho muito mais sensato seguirmos a orientação do carinha, até para nos prepararmos fisicamente para enfrentar a escalada. – argumentei. Depois de mais algumas interposições, a proposta foi aceita pela maioria. O Thiago me encarava como um cão raivoso.
Por volta das nove e meia, com o céu brilhante e límpido, partimos rumo à parte baixa do parque, numa jornada de 21 quilômetros, passando por áreas de mata mais fechada e alguns charcos, numa travessia conhecida com Ruy Braga. Durante a caminhada passamos por imensos maciços, platôs com vistas deslumbrantes e, alguns trechos de mata bastante complicados. Na maior parte do dia o sol brilhou e chegou ao ponto de nos obrigar a ir tirando paulatinamente os agasalhos e até as camisetas. Coisas de inverno brasileiro, frio pela manhã e à noite e, calor tórrido ao meio-dia. Apesar de estarmos descendo de uma altitude de 2500 metros para 1000 metros, algumas subidas de morros se mostraram bem cansativas sob o sol escaldante. O que nos orientava na trilha era o GPS que eu havia trazido, pois se nos fiássemos pelos palpites do Thiago e do Paulo, jamais chegaríamos ao abrigo Macieira, onde íamos pernoitar. Tal como o abrigo Massena, alguns quilômetros antes, este também estava em ruínas. Mesmo assim, optamos por pernoitar no que restou da sala do abrigo. Já estava escuro quando o alcançamos à luz de lanternas no meio da mata. Vislumbrar a construção deteriorada de madeira, com seu telhado de duas águas e, com as venezianas escancaradas, assentada sobre uma base de pedras foi como encontrar um oásis no deserto. Todos estavam exaustos e com frio. O lauto jantar consistiu de bolachas, pão de forma com patês enlatados e água, mas serviu para amenizar o ronco do estômago. Dispusemos nossos sacos de dormir mais ou menos na mesma posição que na barraca e, com as mesmas duplas da noite anterior. Embora estivéssemos mais protegidos do vento gelado e a temperatura não ter despencado tanto quanto na noite anterior, a umidade da mata fechada ao redor do abrigo fazia o frio, de menos um grau, penetrar os ossos. O Lucas voltou a entrar no meu saco de dormir pouco depois da meia noite, enregelado como uma pedra de gelo. Não ofereci nenhuma resistência, estava cansado demais para discutir ou me engalfinhar por algo que não tinha sido tão desagradável assim. Meia hora depois de se enfiar ao meu lado, já aquecido, percebi-o me encoxando de mansinho, uma, duas, três, meia dúzia de vezes. Ao mesmo tempo, ele fungava meu pescoço e, seu hálito morno roçava minha pele. Comecei a ficar de pau duro ao sentir que o tesão estava provocando uma ereção nele. Ele passou cautelosamente o braço pela minha cintura e segurou uma das minhas mãos. Nossos dedos começaram a se encaixar e ele fechou a mão com a minha dentro da dele. Parecia haver uma escola de samba retumbando no meu peito e eu permaneci estático, deixando-o me encoxar despudoradamente. Aos poucos senti que ele puxava minha calça de moletom para baixo expondo minhas nádegas. Não demorei a sentir sua pica rígida roçando meu rego. Ele começava a arfar mais aceleradamente. Ele ficou um bom tempo me encoxando e lambuzando meu rego com seu pré-gozo. Então sobreveio o inevitável. Ambos cheios de tesão, ele pegou minha camiseta deixada sobre a mochila e a levou ao meu rosto.
- Morde isso aqui! – sussurrou baixinho. Eu obedeci.
O restante da camiseta ele apertou contra o meu rosto quase me sufocando, ao mesmo tempo em que metia o caralhão no meu cuzinho. A dor era tão intensa que além de gritar eu me debatia debaixo do peso do seu corpo, tentando escapar daquela estaca que ia afundando nas minhas entranhas em estocadas firmes e potentes. Meus gritos não passavam de rugidos abafados pela camiseta ecoando entre as paredes vazias do abrigo e a mata úmida lá fora, que iam se acalmando enquanto a sensação de preenchimento se completava. Por um tempo, ele manteve a pica imóvel dentro do casulo macio e acolhedor que se mantinha contraído ao redor de seu falo. Parei de gritar e só tentava respirar com a cara enfiada na camiseta. Aos poucos, ele começou a mover a rola num vaivém lento e torturante. Eu gemia, sentindo minha carne dilacerada sendo esfolada por aquele intruso imenso.
- Vocês estão fodendo aí, seus viados? Que porra é essa que vocês não param de gemer? – bradou o Leo, incomodado com aqueles sons obscenos que ecoavam pelo abrigo. Ninguém respondeu. O Lucas beijava meu cangote e mantinha a cadência bombando meu cuzinho.
Eu me melei com a minha porra antes mesmo de ouvir a contestação do Leo. Mesmo com aquela puta dor se espalhando pela minha pelve, a sensação de ter aquele cacetão enfiado em mim era delirantemente prazerosa. O Lucas começou a se retesar aos poucos, as estocadas ficaram tão intensas que eu voltei a gritar. A pica se alojava tão profundamente que eu tinha a impressão de que, a qualquer momento, ela afloraria na minha boca me empalando. Os beijos no meu cangote foram se transformando em chupões e, aos poucos eu notei que meu cu estava sendo inundado de porra. Um fluido morno que entrava em jatos abundantes e, escorria lenta e pegajosamente através da minha mucosa anal.
- Puta que pariu! Vocês vão parar com essa porra, ou não? – protestou o Paulo. – Quem é que consegue dormir com essa merda de frio e vocês dois aí gemendo feito cadelas no cio?
O Lucas e eu voltamos a entrelaçar os dedos e ficar de mãos dadas. Eu adormeci com a rola dele amolecendo aos poucos dentro de mim.
Chovia na manhã seguinte quando acordamos, já bastante tarde. Após um mingau como café da manhã, arrumamos nossas tralhas sem pressa e deixamos o Abrigo Macieira por volta das 10:00hs. A trilha a partir daqui segue por um caminho largo deixando nítido que caminhamos pelo remanescente de uma estrada, a velha BR-485, passamos por muitas muretas de contenção e sobre pequenas pontes soterradas, quase imperceptíveis. Depois de uma hora e meia, chegamos ao trecho final, onde o bambu-gigante se torna um inconveniente obstruindo o caminho até o fim, ainda bem que alguém havia passado o facão recentemente. Contudo, o Paulo acabou batendo o rosto contra uma ponta de bambu recém-cortada na trilha estreita, e abriu um ferimento no supercílio esquerdo. Seu rosto e o agasalho logo ficaram cobertos de sangue e, ele desesperado. Limpei o ferimento com água cristalina de uma cachoeira próxima e improvisei uma atadura rasgando uma de suas camisetas, me arrependendo de não ter trazido o estojo de primeiros socorros que havia deixado na barraca do acampamento. Pouco depois do meio-dia chegamos ao final da trilha que acaba em um grande portão de ferro, mas para a conclusão da travessia ainda era preciso caminhar mais 20 minutos por uma estradinha além do portão. Meia hora depois, concluímos a Travessia Ruy Braga que acaba ao lado da Piscina do Maromba e diante do posto de controle no qual precisamos comunicar que terminamos. O intuito de conquista de trilha e aprimoramento do condicionamento físico tinha sido alcançado e, estávamos radiantes pela aventura. No estacionamento ao lado do posto de controle não foi difícil encontrar um casal de Uberaba, num Land Rover Defender, disposto a nos dar uma carona até o abrigo Rebouças, em troca de informações de qual caminho seguir pela estrada entre a Via Dutra e Caxambu, onde havíamos nos perdido dias antes.
Chegamos ao abrigo pouco antes do anoitecer. A chuva havia parado, o céu estava limpo e ia se coalhando de estrelas enquanto a lua cheia despertava em todo seu esplendor. As pessoas, tanto do abrigo quanto do camping, formavam rodinhas batendo papo e ouvindo as histórias daqueles mais experientes que já tinham escalado o Agulhas, enquanto a noite avançava, gélida e silenciosa. Eu conversava com o carinha da barraca ao lado, na varanda do abrigo, e contava nossa aventura até a parte baixa do parque, conforme sugestão dele. Nem reparei que as pessoas iam se recolhendo aos poucos e que, a exceção de um casal dando uns amassos na outra extremidade da varanda e, um grupinho de quatro rapazes fumando um baseado sentados sobre a mureta diante do abrigo, todos já haviam se enfiado nas camas ou sacos de dormir. Passava da meia-noite, o silêncio chegava a entrar no corpo da gente. O Lucas saiu da barraca todo embrulhado em agasalhos e enrolado num cobertor, e veio se juntar a nós.
- Vocês não estão com frio? – questionou, querendo puxar conversa.
- Até me esqueci dele. – respondeu o carinha. Eu não disse nada.
Trocamos algumas frases antes do carinha se despedir com um boa noite e o pretexto de estar caindo de sono.
- Atrapalhei? – perguntou o Lucas, quando ficamos a sós.
- Atrapalhar o quê?
- O chaveco que ele estava aplicando em você!
- Deixa de besteira! Só estávamos trocando umas ideias.
- Você pode ser, mas ele tinha outras intenções!
- Como você pode afirmar isso?
- Ele está de olho em você desde a nossa chegada. Foi por isso que se prontificou a ajudar a montar a barraca.
- Delírio! Puro delírio! Eu vou dormir que dá mais certo. Boa noite! - eu não percebi quando ele entrou na barraca e se deitou no saco de dormir dele.
No dia seguinte fizemos outra trilha, essa mais íngreme e com mais obstáculos. No meio da manhã as nuvens formavam um tapete de algodão que parecia flutuar no ar e impedia a visão do que estava abaixo dele. O sol brilhava fraco e o ar rarefeito da altitude voltava a incomodar a caminhada. Algumas escarpas mais verticais exigiram que usássemos cordas para transpor as rochas e nos manter na trilha. Não tínhamos trazido cordas, para variar, e eu sugeri que nos uníssemos a algum grupo e fizéssemos a escalada usando o material deles. O Thiago se opôs e nova discussão começou. Ao ver que o grupo estava novamente dividido entre nossas opiniões opostas, ele se enfureceu. Ele queria prosseguir fora da trilha e contornar as rochas, sem saber o que estava pelo caminho.
- Continua a dar o cu, que é o que você sabe fazer, e deixa que eu aponte como chegar ao nosso destino! – berrou possesso.
No mesmo instante eu olhei para o Lucas, ele não me encarou. O silêncio constrangedor que se formou me deixou saber que todos já sabiam que ele tinha me enrabado. Fiquei sem ação, tive vontade de evaporar no ar. O Paulo, o Leo e o Mario me olhavam com o canto do olho, o Thiago me encarava desafiador e, o Lucas olhava para a nesga que se abrira no tapete de nuvens e deixava ver o Vale do Paraíba lá embaixo.
- Bem! Vamos ficar parados aqui, ou vamos adiante? – questionou o Thiago. Um por um foi formando uma fila atrás dele, sem que ninguém abrisse a boca. Eu segui por último, atrás do Mario, como um guerreiro derrotado e humilhado. O dia tinha acabado ali para mim e, eu cheguei a cogitar se a viagem toda não terminaria ali. Os campos rupestres cobertos de rochas de formas variadas e os campos de vegetação rasteira que espreitam as grandes montanhas, não conseguiam desviar meus pensamentos da atitude sórdida do Lucas. Aquilo estava doendo mais do que todos os anos de bullying que eu havia sofrido no colégio.
Cerca de uma hora depois, encontramos um grupo de dez cadetes da AMAN. Eles estavam explorando o parque por conta própria, uma vez que não estavam em treinamento oficial quando, inclusive, o parque ficava fechado para visitantes. Não demoramos a descobrir que estávamos indo num sentido bem diverso daquele que seria nosso destino, para onde eles também estavam indo, porém oriundos de um local diverso do nosso. O pessoal caiu matando em cima do Thiago que nos guiava para uma região bastante erma e dificultosa para caminhar. Eu permaneci calado. Estava tão cansado daquilo tudo que, pouco me importava àquela altura, se teríamos de ser resgatados pelos guardas do parque ou pela polícia ambiental.
Rodrigo, um dos cadetes, massudo e com um par de olhos tão expressivos que tirava o fôlego da gente, veio me abordar no fim da fila.
- Tudo bem com você? Parece exausto! Faz tempo que estão caminhando? – perguntou solícito.
- Tudo! Umas seis horas.
- Vocês não tem nenhum mapa das trilhas? É uma inconsequência caminhar por aí sem uma orientação precisa. Nós estamos com bússolas, praticando um pouco como fazer localizações. – esclareceu.
- Legal! Não temos nada além desse roteiro que está nesse folder do próprio parque e meu GPS, ao qual ninguém está dando bola. – respondi.
- Mas, por ele já dá para ver que vocês estavam se afastando das trilhas.
- Eu sei! Desisti de argumentar com o Thiago, nosso autoproclamado guia.
- Quem? Aquele sujeitinho ali?
- O próprio.
- Tem mesmo pose de mandachuva! E os demais, não se posicionaram? Um grupo em situações como essa precisa se manter coeso, é daí que vem a força. – argumentou.
- Tenta explicar isso para aquele idiota! – ele riu e continuou caminhando ao meu lado. Outro cadete havia assumido o controle da situação e nos guiava para o lugar certo.
Ele acabou sendo tão engraçado e envolvente que deixei de pensar nos meus problemas e na fadiga que torturava meu corpo. Ao chegarmos ao entroncamento da trilha que nos levaria de volta ao camping, ele me pediu o telefone e prometeu entrar em contato quando estivesse em São Paulo, pois morava com os pais e um irmão mais velho no bairro do Sumaré. Ao nos despedirmos com um abraço, ele sussurrou no meu ouvido que eu era um tesão e, que tinha se amarrado na minha. Fiquei sem graça, mas aquilo levantou o meu astral.
Naquela noite o Lucas se mudou para o quarto do Leo e o Mario veio dormir comigo. Ouvi suas gracinhas por um tempo, depois que todos dormiam. O relato do Lucas tinha derrubado as barreiras que, até então, os impediram de avançar o sinal. Agora que todos sabiam o que tinha acontecido, se acharam no direito de tirar uma casquinha.
O Mario era um cara muito bonito, diferentemente do irmão menor que não tinha grandes atrativos, ele esbanjava sensualidade. Nos tempos do colégio, quando me bolinava, era das investidas dele que eu mais tinha receio. Chegava a tremer quando ele vinha no meio da galera que ia me azucrinar. Porém, naquela noite, ele não me pareceu tão intimidador. Talvez, por que naquele dia minha cota de paciência já tivesse se esgotado. Tão logo ele apalpou minhas nádegas, eu coloquei a mão para trás e, ao contrário do que ele imaginava, ao invés de afastá-lo eu peguei na pica dele. Ele hesitou uns instantes, provavelmente pensando que eu ia fazer alguma sacanagem. Mas, quando notou que eu o acariciava, se animou todo. Por um tempo ele ficou me chupando os mamilos, que tinha exposto subindo minha camiseta até o pescoço. Eu gemia baixinho quando ele cravava os dentes no meu peitinho saliente. Trocamos uns beijos, ardentes, porém sem emoção, apenas excitados pelo que estávamos prestes a fazer. Quando ele tirou minha calça e começou a procurar meu cuzinho com os dedos ávidos, eu abri as pernas para que eles se encaixem nelas. Ergui lenta e sensualmente meus joelhos até quase tocarem meus ombros, o que fez empinar minha pelve e franquear meu cuzinho. A penetração de seu avantajo cacete foi abrupta e dolorida, ele me encarando mais com espanto do que com alguma emoção verdadeira. Ele parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo com tamanha facilidade. Ao se convencer de que eu estava realmente me entregando para sua tara descontrolada, começou a me foder com força e profundidade. Eu gemia como na noite anterior, mordendo uma camiseta entre os dentes e deixando aquela pica colossal me arrombar. Ele estava com tanto tesão que não demorou a me esporrar as entranhas, mal haviam se passado dez minutos. Quando sentiu toda a tensão acumulada se dissipando de seu corpo, começou a me agarrar com força, como se agindo assim o tesão voltasse com o mesmo ímpeto. Embora eu fosse fissurado em músculos de macho, de nada adiantou eu ficar acariciando os bíceps e o tronco do Mario enquanto ele bombava meu cuzinho. Não consegui gozar e, também não me importei com isso, tudo o que eu queria, era adormecer para ver se o dia seguinte seria mais sereno.
- Terminaram com esse bacanal? Como é que vai ser Marcelo, um por noite? – questionou o Leo, ligado no que acontecia no compartimento ao lado. O Mario retrucou com um gracejo, só para confirmar aos demais que tinha me comido.
Na manhã seguinte acordamos com o sol já alto, resultado da estafante caminhada do dia anterior. Os demais grupos já haviam deixado o camping e o abrigo Rebouças. Só tinham ficado as garotas cariocas, na barraca montada logo atrás da nossa. Elas vieram puxar conversa enquanto tomávamos nosso café. O Paulo e o Thiago foram os que mais deram trela para elas, especialmente, as duas que estavam notoriamente caçando machos com aquela aventura. À líder do grupo, uma garota de mais ou menos trinta anos, faltava todo e qualquer atrativo feminino. Ela estava um pouco acima do peso, tinha ombros largos como um homem, cabelos muito curtos, voz grossa e, o caminhar, se assemelhava ao de um homem. Era toda cuidados com uma loirinha franzina de pouco mais de vinte anos, que parecia quebrar se tocada com mais vigor. Não havia dúvida de que formavam um casal de lésbicas. As outras duas deviam estar acompanhando o casalzinho para não dar tanta bandeira, ou para justificar a viagem devassa da loirinha para a família. Elas estavam a fim de dar para o primeiro que as quisesse comer. Desde nossa chegada eu reparei como se insinuavam e se ofereciam para os carinhas e para alguns homens mais maduros. Nem as poucas esposas acompanhando os maridos no camping tinham deixado de notar as intenções das duas e, tratavam de vigiar os machos assim que elas se aproximavam com um papo furado qualquer. Uma se chamava Ana, e seu interesse pela pica mal ajambrada nas calças do Thiago era notória. A outra, Jessica, tentava arrancar de seus poucos predicados, algo que seduzisse o Paulo. Conversa vai, conversa vem os dois não se decidiam, até o Thiago se aproximar do Leo, que naquela manhã, desde que acordou, virou praticamente a minha sombra, e perguntou se ele tinha trazido camisinhas. A resposta foi negativa.
- Não estou com coragem de meter a pica naquela buceta sem capa! Um batalhão já deve ter feito a festa naquela gruta. – disse, precavido.
- Fecha o olho e manda ver! Cê não disse ontem que tava numa puta secura? Então, mete e pede proteção pros santos. – respondeu o Leo, caçoando do amigo.
- Sei não! Uma vez fodi uma baranga feito essas e fiquei penando por mais de um mês com o chato que peguei da puta. Não parava de me coçar feito gato, até me livrar dos piolhos nos pentelhos. – revelou.
- Então não sei como te ajudar, meu camarada! Ou você come a putinha e entrega para a providência divina, ou continua a bater punheta. – retorquiu o Leo debochando.
O fato é que acabou não rolando e, quando saímos com destino à cachoeira do Aiuruoca, as duas ficaram nos observando desaparecer na trilha com os semblantes frustrados e as periquitas insaciadas.
Após passar a Pedra do Altar e atravessar o charco do Vale do Aiuruoca, seguimos pela trilha de seis quilômetros por uma variante à esquerda, que leva à margem do rio Aiuruoca. Durante a caminhada contornamos o Agulhas, ainda nosso principal objetivo, vendo suas ranhuras por diversos ângulos. Também avistamos de mais de perto a Asa de Hermes, a Pedra do Sino, a Pedra do Altar e o Ovos da Galinha em belíssimas vistas que, por si só, já compensaram o esforço de chegar à cachoeira, considerada a de maior altitude do Brasil, a 2.380 metros. Chegamos à base da queda d’água de 25 metros por volta de uma e meia da tarde, o sol estimulava a gente a despir as roupas e ficar de bermuda, embora as águas geladas desencorajassem qualquer tentativa de mergulhar nelas. Acho que por essa razão havia poucas pessoas circulando por lá. Sentei-me, só de bermuda, numa pedra plana a meia altura da cachoeira para apreciar a vista e curtir o barulho da água despencando na piscina rasa da base. Quase adormeci livre das roupas e botas com o sol a aquecer a pele, enquanto a galera circulava nos arredores. De repente, notei que não estava sozinho e, antes de tirar a camiseta que protegia meu rosto do sol, senti um par de braços me encurralando contra a pedra e um corpo se inclinando sobre o meu. Era o Paulo todo cheio de graça e fogoso querendo aliviar sua tara. Ao lado dele, mais sisudo, o Thiago, meio encabulado pelas desavenças que tivemos em todos aqueles dias, também queria o mesmo. Fiquei puto ao constatar que me consideravam um viadinho rameiro, pronto a dar o rabo para o primeiro macho que aparecesse.
- Você é mesmo um tesão! Que coxas são essas, meu irmão! – exclamou o Paulo, começando a bolinar meu mamilo, apertando-o com força entre os dedos grossos me fazendo gemer de dor.
- Um tesão e um mala, conforme sua própria definição há uns dias atrás, não é? – revidei.
- Vai me dizer que você ficou melindrado com aquilo? Foi só um jeito de falar! – retrucou.
- Valeu! Foi um puta elogio! – ironizei.
- Dá uma sacada como você deixa meu cacete! – exclamou, abrindo as pernas e passando a mão sobre a pica enrijecida sob a bermuda.
- Comovente! A baranga não quis essa mixaria? – provoquei.
- Quer que eu te mostre a mixaria? Se me fizer tirar ela para fora vou te fazer mamar até gozar na sua boca. – ameaçou.
- Cara, vai caçar o que fazer!
Nenhum dos dois arredou pé dali e, sem muita sutileza, porém com muita insistência, a orgia rolou. Eu era tido como um viado, não era? Por que então não fazer jus ao adjetivo? O Paulo levou minha mão até o mastro carnudo camuflado debaixo da bermuda, depois a abriu para que minha mão entrasse pela braguilha e afundasse nos pentelhos densos e negros. Eu estava gostando de sentir aquela tora ganhando vida com o meu toque suave. O Thiago nos observava num silêncio cúmplice, e sua ereção erguia o tecido da bermuda feito uma barraca. Aos poucos e, com muita sensualidade fui tirando a jeba do Paulo de dentro da bermuda. Ele se agitava impaciente. Eu o encarei enquanto mexia naquele bagulhão ainda meio amolecido e pesado. Quando todo ele estava para fora, notei que já estava babando. Com a ponta do indicador e dedo médio, comecei a espalhar o pré-gozo viscoso pela glande, numa suavidade e lentidão voluptuosas. Ele começava a arfar de tanto tesão. Assim que meus dedos estavam bem úmidos, levei-os à boca e os lambi. Não só o perfume másculo daquela secreção como seu sabor levemente salgado me excitaram. Pela rapidez com que sua pica ficou completamente dura, percebi que experimentava a mesma sensação. Imergi meu rosto entre suas pernas e comecei a beijá-lo bem próximo da virilha. Os pentelhos dele resvalavam no meu rosto e deles brotava um aroma de suor mesclado ao adstringente cheiro de testosterona. Sob o olhar incrédulo e sôfrego dele, coloquei meu primeiro cacetão na boca. Não sabia bem como fazer aquilo, mas, por ter ouvido inúmeras vezes, durante o bullying, a frase – chupa meu cacete – foi isso que comecei a fazer. Chupar aquela pica quente e sensível com empenho e dedicação. Na primeira sorvida, com a língua volteando ao redor da glande, ele soltou um gemido de deleitamento que contagiou o Thiago, outro a observar atentamente meus movimentos. Não foi difícil me acostumar com aquilo na boca, tinha consistência, tinha sabor e, latejava indomado enquanto eu lambia, chupava e mordiscava toda sua extensão.
- Puta merda, como isso é gostoso! – exclamou, revelando involuntariamente que também estava tendo essa experiência pela primeira vez.
Senhor da situação, percebi que era eu a ditar as regras, pelo menos enquanto ele estivesse sob o efeito devastador do inusitado. Passei a brincar com o sacão dele, cutucando e massageando as bolonas que estavam em seu interior. Ele nada mais fazia do que se entregar àquela quimera para descobrir até onde aquilo era capaz de lhe provocar os mais sublimes prazeres. Por duas vezes quase gozou na minha boca. Ao notar que se retesava e, ciente de que era assim que um macho estava prestes a gozar, como pude constatar durante os coitos do Lucas e do Mario, tirei a pica da boca antes que ele a enchesse de porra. Quando, por uns instantes, afastei meu rosto de sua virilha, ele deitou meu tronco sobre a rocha morna e puxou de um só golpe, minha bermuda e minha cueca. A bundona nua, imaculadamente alva e carnalmente sedutora estava finalmente ao alcance de suas mãos predadoras. A partir daí, a única coisa que restara em sua mente, era a necessidade de meter sua rola naquela opulência despudorada. Ao apartar meu reguinho profundo e resguardado, viu o botão rosado inquieto, assanhado e totalmente vulnerável aos seus desejos mais desavergonhados. O Thiago se esgueirou sobre seus ombros para dar uma espiada naquele detalhe da minha anatomia fascinante.
- Cacete! Mete logo a rola aí dentro, que eu também vou comer esse cuzinho! – asseverou.
Apressado para se exibir como galante conquistador e pegador, o Paulo rolou para cima de mim e ergueu minhas pernas sobre seus ombros. A penetração no cuzinho, agora mais vulnerável com aquela posição, só aconteceu na terceira e desesperada tentativa. Ao atravessar minhas pregas com aquela cabeçorra sem nenhuma lubrificação, eu senti como se uma faca estivesse incisando minhas carnes, numa dor fina, entranhada e dolorida. Soltei um grito contido que foi mascarado pelo barulho da água despencando na cachoeira. Mesmo assim, algumas pessoas o notaram e desviram seus olhares curiosos para o rochedo onde estávamos. Nada além de uma indiferença, ou talvez fosse uma conformidade e aceitação inequívoca com o que estava rolando entre nós, motivou quem presenciava a foda a se manifestar de alguma forma. As pessoas que percorriam o Itatiaia o faziam para soltar suas vontades reprimidas. Portanto, embriagar-se no ermo da altitude, drogar-se com as substâncias ilícitas, fornicar com um quase estranho ou com quem se levou para aquelas plagas desoladas fazia parte de um expurgo da alma e, ninguém sabotava essas atitudes. Foi sob esses olhares indiferentes que eu estava ali nu, debaixo de um macho que se satisfazia no meu cuzinho. As primeiras estocadas após a penetração também foram brutas e vorazes, o que me manteve gritando, até que meu olhar sereno e cumplice foi fazendo o Paulo mergulhar num transe libidinoso e, me foder numa mansidão vigorosa. A pica vinha e ia ritmicamente, massageando meu introito anal e se autoacariciando na minha mucosa úmida e quente. Todo aquele contato, pele com pele, com o meu corpo nu sob o dele, fazia o Paulo delirar. Era como se, subitamente, tivessem lhe posto nas mãos algo tão grandioso e valioso que ele mal sabia o que fazer com tudo aquilo. Assim, ele me chupava, me beijava, me mordia onde quer que minha pele exposta o atentasse. Fiquei uns dez minutos debaixo dele nesse frenesi voluptuoso, até ele decidir me posicionar de quatro. Meu rabo empinado tornou a sentir a vara dele penetrando sem objeções, atingindo uma profundidade dolorosamente abissal. Cada estocada agora era sentida como um soco pela minha próstata e eu gania agoniado. O Thiago parecia um touro impaciente volteando ao nosso lado, sentindo meu estro sodomizado e vislumbrando as tentadoras nuances do coito em marcha, não se reprimiu mais. Tirou a bermuda bem diante do meu rosto e fez o caralhão saltar para a liberdade. A maior e mais grossa pica que eu já tinha visto até então. Manipulou-a, a centímetros do meu rosto, e aproveitando-se de um ganido que precisei soltar para amenizar uma estocada bruta do Paulo, enfiou-a na minha garganta, empapuçada com seus fluídos másculos. Eu fiquei tão atônito com aquele pênis imenso que, por uns instantes, me esqueci do meu cu sendo fodido com gana e luxúria e, dos sinais que o Paulo começava a apresentar pronto para me galar. Tive ânsias com aquilo entalado na minha garganta a me sufocar, até levar minhas mãos à pica do Thiago e reposicioná-la na minha boca para que a pudesse chupar sem aqueles engulhos a me torturar. Encarando o Thiago sorvi seus sabores úmidos, passei suavemente minha língua por toda sua glande, mordisquei a pele da pica numa delicadeza despudorada e, fui lambendo lentamente todo o trajeto que me levou ao seu saco pentelhudo. Os bagos pesados e consistentes escorregavam de um lado para o outro debaixo da túnica escrotal, enquanto eu tentava captura-los com meus lábios para chupá-los e massageá-los dentro da minha boca. As pernas peludas do Thiago, onde eu me apoiava para permanecer de quatro enquanto o Paulo continuava a me enrabar, esperando seu gozo aflorar, tremiam de tanto tesão.
- Caralho Marcelo, que porra de boquete gostoso é esse? Seu putinho enrustido, pelo que há de mais sagrado não para de chupar minha caceta! – bramiu excitado. – Paulo do caralho! Esse viadinho tá acabando comigo! Puta tesão!
Do mesmo jeito que o Thiago ficava cada vez mais excitado vendo a piroca do Paulo bombar meu cuzinho, o Paulo chegava ao ápice do tesão vendo eu chupar aquela jeba indecente do Thiago. Aquele clima de putaria, de orgia desenfreada, da libido extravasando por todos os poros, fez o Thiago gozar na minha boca. O primeiro jato atingiu meu rosto antes que eu pudesse voltar a abocanhar a cabeçorra, e começar a engolir toda aquela profusão de prazer que ele liberava. Erguendo os braços e passando a mão pela própria cabeça, o Thiago soltou um urro gutural de prazer em direção à cachoeira que ficou ecoando pelo ar. Ao mesmo tempo o Paulo começou a inundar meu cuzinho com seus jatos de porra pegajosa. A mim só restava ganir entre um gole e outro daquela porra espessa e amendoada que descia pela minha garganta.
- Puta que pariu, o que foi isso? – exclamou o Paulo, ao retirar lentamente seu cacete do meu cu e se deixar cair ao meu lado.
- Que bacanal, cara! Olha para isso, tô tremendo de tesão até agora! – exclamou o Thiago.
- Preciso me deitar, mal posso ficar com as pernas abertas. – afirmei, também tomado de um tremor que avassalava meu corpo. Meus joelhos estavam esfolados por conta do atrito com a pedra sobre a qual eu tinha ficado de quatro.
- Nem pense em ir a lugar algum! Eu preciso comer esse cuzinho ou morro de tesão! – alegou o Thiago.

- Que se foda! Vou entrar nessa água gelada mesmo para ver se essa convulsão que está no meu peito se acalma. – sentenciou o Paulo, descendo nu e, cautelosamente, pelas reentrâncias das rochas até a piscina gelada na base da cachoeira.
Sentado na pedra morna, eu avaliava o estrago nos meus joelhos, tentava fazer minha respiração voltar ao normal e, me regozijava com aquela umidade viril que o Paulo tinha deixado nas minhas entranhas. O Thiago sentou-se ao meu lado, tomou minha mão entre as dele, beijou-a e a levou até sua virilha.
- Preciso mais dessa suavidade! – disse, olhando pela primeira vez na profundeza do meu olhar e no fundo da minha alma.
Brinquei com seu falo imenso entre meus dedos fazendo-o enrijecer lentamente. Dava para sentir o afluxo de sangue preencher cada uma daquelas veias tortuosas que o rodilhavam, a cada batida mais acelerada de seu coração. A jugular pulsava em seu pescoço troncudo e maciço. Aos poucos, meus dedos começavam a ficar melados com o pré-gozo dele. Eu não me importava. Alguma parte imoral minha havia decidido que eu ia experimentar cada um daqueles machos, sem pudor, sem reservas, apenas carnalmente promíscuo. Meu cuzinho já piscava alucinado quando o caralhão endureceu tanto que eu nem conseguia movê-lo. Lambi sensualmente meus lábios, o Thiago não resistiu e colou sua boca na minha. Penetrou sua língua afoita até onde ela alcançava e, solicitava o conluio com a minha através de um contorcionismo que as unia numa azáfama sensual. Aos poucos ele foi rotacionando meu corpo como se fossemos dormir em conchinha, ergueu uma das minhas pernas e o caminho para o meu cu estava livre.
- Por favor, não me machuca Thiago! Eu não sou o que vocês imaginam. – pedi, ao empinar minhas nádegas contra sua virilha. Podia parecer ridículo fazer um pedido desses depois de tudo que ele presenciara e sabia sobre as noites anteriores. Mas, ele compreendeu meu pedido, ciente do tamanho de seu falo e do estrago que ele era capaz de fazer numa grutinha como a minha.
- Não precisa ter medo, não vou te machucar. – respondeu, imiscuindo a cabeçorra entre as minhas preguinhas rotas.
A porra do Paulo ajudou a tornar a penetração menos catastrófica. Eu já gritava, minha rosca estava completamente distendida e a cabeçorra não entrava, a despeito do vigor dos impulsos que o Thiago dava. Como é que um cara pode ter um cacetão desse tamanho? Pensei comigo mesmo, enquanto a agonia aumentava. Imagens de estupros, violações, lacerações genitais que havia visto em filmes me vieram à cabeça. Por instantes fui tomado de tanto pavor que fiz menção de escapulir de seus braços, antes de me tornar mais um nessas estatísticas. Mas, ele me conteve encilhando com mais força seus braços ao redor do meu troco e beijando minha nuca.
- Fique calmo, vai dar tudo certo! Você não estava relaxado com o Paulo agora há pouco? Então, relaxa, abre teu cuzinho para mim, abre! – aquela fala mansa e num tom grave cheio de cobiça em nada me ajudava a raciocinar.
Meus gritos estavam chamando a atenção das poucas pessoas que ainda estavam na cachoeira, pois o vento soprava numa direção que favorecia sua dispersão, e as nuvens começavam a encobrir paulatinamente o sol brando de inverno. Para o Thiago surgiu uma questão a ser resolvida, ou me deixava continuar gritando e atraindo curiosos ou, metia seu cacete naquele cuzinho que se contraía em espasmos alucinados. Ele deu vazão àquela que almejava. Num grito esganiçado a rola rasgou meus esfíncteres e preencheu minha ampola retal. Como um gato cravando as unhas no tronco de uma árvore para escala-la em fuga, eu quis cravar os dedos na rocha para encontrar algum apoio, algum esteio, alguma guarida para aquela dor pungente que me assolava. O tesão dele me contaminava através do peito quente que ele comprimia nas minhas costas. Aos poucos fui relaxando, os glúteos já não estavam em tetania, a musculatura das coxas já não tinha câimbras, o cuzinho distendido apenas agasalhava aquela carne pulsátil que se enfiara em seu âmago. O Thiago apertava sua virilha contra minha bunda, afundando o caralho nas minhas entranhas, numa sequência cadenciada, voluptuosa. Sua energia vibrava contra a minha carne, como a corda esticada de um violino, num prazer único e consentido. Dar chupões na pele dos meus ombros, furtar em cumplicidade meus beijos de lábios generosos, fincar sua carne na minha naquela lassidão já não o satisfaziam. Ele tirou a rola do meu cu. Eu gemi ferido. Ele me virou de costas sobre a rocha onde o calor se esvaía tão célere quanto o sol que descia no horizonte. Nossos semblantes se olhavam insaciados. Meu cu queria pica, a pica dele queria meu cu. Gani durante a penetração, ele me fitava esfomeado. A cabeçorra comprimiu minha próstata contra o púbis, eu gemi. Meus lábios úmidos e arroxeados pelos beijos libidinosos que havíamos trocado o seduziram, ele colou sua boca na minha. Nossas salivas se mesclavam ganhando um novo sabor, o sabor do pecado carnal, enquanto o vaivém do cacetão no meu cu nos inebriava com sua luxúria. O Thiago arfava, estava empapado de suor, gemia, deixava o ar atravessar seus dentes cerrados num sibilo prazeroso. Envolvi-o com meus braços ao redor do tronco e, com minhas pernas ao redor da cintura. Ele passou a lamber um dos meus mamilos, chupou-o com voracidade, mordiscou meu biquinho rijo e cravou seus dentes na pele alva que o circundava, deixando-a marcada pelo seu tesão. Gozei quando nossos olhares se encontraram. Ele abriu um sorriso e meteu com mais força. Não foram mais do que quatro estocadas curtas e profundas que o fizeram despejar seu esperma, em inúmeros jatos portentosos e cremosos, no meu cuzinho, acumulado há dias num suplício torturante, para o qual ele finalmente encontrara alívio. Eu mal pude acreditar que tudo havia terminado. Não havia um só músculo, órgão ou víscera que não estivesse terrivelmente dolorida. No entanto, meu corpo experimentava um prazer indescritível. O Thiago não conseguia tirar o pau das minhas entranhas, ele não amolecia e, não convinha privar-se do aconchego daquele ninho acolhedor antes que a rebeldia de sua pica esmorecesse, pensou consigo mesmo. Os únicos que ainda estavam na cachoeira eram o Paulo, o Leo, o Mario e o Lucas, sentados no alto do rochedo, onde a queda da água começava, formando a plateia que testemunhava nossa fornicação, todos experimentavam uma ereção debaixo das roupas. Uma mancha de sangue na rocha negra foi o vestígio que deixei gravado naquele rincão. Ela seria a delatora da luxúria ocorrida ali, até que algum dia gotas de chuva lavassem nosso destempero.
Tive muita dificuldade de acompanhar o ritmo dos demais na penosa e interminável caminhada de retorno ao camping. A sensação que me acompanhava a cada passo era a de que, ao abrir mais amplamente as pernas, minhas vísceras saíssem pelo cu. Quando comecei a me distanciar cada vez mais deles, o Leo voltou, não solidário como eu havia imaginado, mas desavergonhado e pecaminoso.
- Agora só falta eu! Essa noite vou ser eu a galar nesse cuzinho tarado! – exclamou convicto.
- Vá à merda, Leo! Me deixe em paz! – esbravejei, diante da insensibilidade egoísta dele.
Cheguei ao camping quase morto, sem forças nem para respirar aquele ar rarefeito, pois as que eu tinha ficaram na cachoeira. Não jantei e só pensava num banho e, em me enfiar no meu saco de dormir. Aliás, um banho no Itatiaia no inverno não é uma façanha para qualquer um. Com as temperaturas abaixo de -4°C/-5°C e, um chuveirinho vagabundo como o do abrigo Rebouças, um simples banho pode se transformar numa experiência traumática pelo resto da vida. Os filetes esparsos e fracos que saíam do crivo se transformavam em adagas afiadas quando atingiam a pele e, o frio que a atravessava chegava aos ossos. O único chuveiro do Rebouças era mais concorrido do que a Mega-Sena, mesmo assim, eu consegui tomar banho todos os dias que ficamos no camping, graças à minha bunda. Foi a primeira vez que ela me serviu para algo positivo e, que não fosse para me envergonhar ou servir de chacota. Não se gozava de muita privacidade naquele banheiro concorrido, e minha bunda foi certamente a responsável pela facilidade de acesso que eu tive às suas dependências. Após o banho, tomei simultaneamente dois comprimidos de um anti-inflamatório do pequeno arsenal farmacêutico que havia trazido, e me meti no aconchego do saco de dormir. Eram 19:30 hs.
Já imperava o silêncio noturno por todo o camping quando acordei com a presença do Mario ao meu lado. Esse silêncio só era quebrado pela miríade de sons humanos, tossidos, roncos, pigarreados, gemidos e toda sorte de barulhos que as pessoas emitem mesmo quando dormindo.
- Está tudo bem com você? Ficamos todos preocupados. O Lucas quis vir ver como você está, mas achou melhor eu vir perguntar.
- Eu estou bem, não se preocupem. – menti.
- É que amanhã é o grande dia, vamos finalmente ao cume do Agulhas, vai ser uma super aventura, e queremos que você esteja conosco. – disse ele.
- Eu estarei, eu estarei. – respondi.
- Que bom saber que você está legal. O Lucas e eu ficamos apreensivos depois do que vimos lá na cachoeira esta tarde. Ele está realmente muito preocupado com você. Todos estamos. – revelou.
- Estão preocupados a toa! Ele não precisa gastar suas emoções comigo, pode dizer isso a ele.
- Ele está se sentindo culpado pela indiscrição e, achando que você está agindo assim por culpa dele. – afirmou.
- Diga a ele que está se dando muita importância, e ao fato. Meu comportamento nada tem haver com ele, com o que ele pensa ou faz. – minha voz tinha um tom de mágoa. Não, mágoa não, talvez decepção, a palavra que definia meu sentimento era essa, decepção.
- OK! – ele fingiu concordar para não estender aquela conversa.
- Posso te pedir mais uma coisa? – perguntei.
- Claro, diga. No que posso te ajudar? – questionou solícito.
- Entra aqui comigo e me abraça? – pedi, abrindo o saco de dormir para que ele pudesse se alojar.
- Maravilha! Não tem lugar melhor para estar! – exclamou.
- Mas, sem sacanagens, Ok? Sem me foder. – quando pronunciei a última palavra não consegui conter o nó que havia na minha garganta, e comecei a chorar. – Eu não sou uma puta, Mario.
- Ei, ei! Não fique assim. Todo mundo sabe que não é. Se acalme e tente dormir. Eu estou bem aqui do seu lado e prometo, sem sacanagens. Só não prometo não ficar de pau duro, mas juro que vou me controlar. – garantiu. Eu adormeci em seus braços.
O dia pelo qual mais ansiávamos amanheceu muito frio e com uma neblina baixa. A temperatura vinha subindo desde a madrugada, mas ainda fazia -3°C. Além de nós, outros grupos se preparavam para a escalada. Desde as seis horas da manhã já havia uma movimentação ansiosa pelo camping e dentro do abrigo. Os grupos esperavam a neblina se dispersar, pois a escalada sob nuvens não é recomendada, uma vez que o tempo é bastante instável lá em cima. Por volta das nove e meia o sol começou a despontar, primeiro perfurando nesgas abertas entre as nuvens, depois iluminando de um azul límpido grandes trechos do céu. Os grupos começaram a partir, nós entre eles. Meu cuzinho ainda doía, e antes de sair tomei mais dois comprimidos de anti-inflamatório. Fui o que mais coisas enfiou na mochila, pondo-a nas costas a cada acréscimo para me certificar de que daria conta de carrega-la. Percebi que o Paulo intentava fazer um daqueles comentários sarcásticos a respeito, como nos primeiros dias, mas ele se conteve, talvez devido a transa na cachoeira. Como havia um grande número de grupos querendo escalar o Agulhas, alguns guias de agências haviam saído na frente com equipamentos de escalada para facilitar a subida. O caminho até a base não é complicado e seus cerca de 1.300 metros podem ser vencidos em uma hora. Uma placa, logo no inicio da trilha, alertava – A partir desse ponto é necessário conhecimento básico de técnicas de escalada em rocha e o manejo correto de equipamentos de segurança. Para sua segurança não ultrapasse esse ponto sem o porte de equipamentos mínimos de segurança. – Deu um frio na barriga ler esse aviso, pois nem nós, nem a maioria dos grupos, à exceção dos que tinham um guia contratado dispunham desses tais equipamentos de segurança. Eu me perguntei quais seriam eles, uma vez que o alerta na placa era tão pouco esclarecedor. O que estava na minha mochila podia ser considerado equipamento de segurança. Segui a trupe de aventureiros deixando de pensar nisso. Uma pequena cachoeira marcava o ponto mais baixo do vale ao atingirmos a base da montanha. Segundo um dos guias de um grupo de gaúchos, depois desse ponto seriam mais duas horas de subida pesada até o topo. Levamos mais de três horas e meia. A subida inicialmente é composta de grandes pedras soltas e um pouco de vegetação, que exigiu alguma experiência e muito esforço. Fiquei contente por ter trazido um par de botas que também havia comprado nos Estados Unidos e, que pensei nunca mais usar, tanto que quase as joguei fora uma vez. Seu solado extremamente grosso, mas muito leve, aderia com facilidade às irregularidades do caminho. O Leo, o Paulo e o Thiago usavam tênis e lutavam para se manter de pé. As botas do Mario e do Lucas se mostraram um pouco mais adequadas ao caminho. Escorregar por ali não era boa coisa. O nome agulhas negras vem das rochas pontiagudas que têm o aspecto de agulhas. Certos trechos só eram possíveis com o apoio de cordas de segurança, os guias que as tinham colocado foram idolatrados e ovacionados pela galera. Quanto mais subíamos mais misterioso ficava o caminho. Nalgumas passagens inusitadas um ia ajudando o outro e, eu me admirei quando o Thiago transpôs um trecho complicado e me estendeu o braço para me ajudar. Nem parecia aquele troglodita que brigava comigo por qualquer coisa no início da viagem. De repente, o caminho se afunilou, e continuou assim até alcançarmos uma pedra nivelada. Ela se mostrou pequena para acomodar tantos grupos ao mesmo tempo. Os mais corajosos e bem preparados fisicamente, continuaram sua jornada, abrindo espaço para os mais exaustos e, deixando aqueles que decidiram desistir, pondo um ponto final em sua escalada quando avistaram o último trecho.
- E aí? O que vocês acham, ficamos por aqui ou vamos encarar isso aí? – perguntou o Paulo.
- Só quero tomar um fôlego. Eu sigo em frente. – respondi. Eu não sabia bem o quê, nem por que eu estava testando meus limites. Só sabia que precisava fazê-lo. Os demais também confirmaram a continuação.
Naquele ponto todos os guias se juntaram, subiram na frente e jogaram as cordas para o pessoal subir. Havia umas sessenta pessoas querendo escalar até o cume. Isso fez com que levássemos quase duas horas para percorrer aquele trecho, entre indecisões de última hora, pavores inesperados e a inaptidão de alguns em se virar com as cordas. Eu olhava atento para aqueles montanhistas mais experientes para aprender como se seguravam às cordas, que movimentos faziam com as pernas, como lidavam com os obstáculos. Embora ainda com bastante medo, resolvi tentar imitá-los. A coisa deu tão certo que fui adiante. Um guia parrudão, de barba cerrada e sorriso fácil tinha despertado minha atenção logo no início da jornada. Ele não demorou a me notar. Chegou a deixar seu grupo um pouco solto no início da trilha para me perguntar o que eu estava achando do parque, o que já tinha feito naqueles dias, quais as paisagens de que tinha gostado mais e, todo um papo só para se aproximar de mim. A falta de mulheres por aquelas bandas tinha o poder de liberar alguns caras de suas convicções e conceitos, tomando liberdades que fora dali provavelmente não tomassem. Foi assim com o carinha que nos ajudou a montar a barraca, com o cadete da AMAN e, agora com esse guia, Julio. Como durante o trajeto o sol foi se intensificando e não havia vento, o calor nos obrigou a tirar algumas daquelas roupas pesadas que vestíamos. Eu tirei o capote impermeável e as duas camisetas justamente quando conversava com ele e, ele também se despia, exibindo um tronco musculoso e peludinho. Havia me esquecido completamente dos arroubos do Paulo e do Thiago no dia anterior, e ele fixou o olhar nos meus peitinhos salientes onde hematomas escuros e a marca nítida de uma mordida estavam visíveis. Seus olhos se arregalaram quando as viu, o que chamou a minha atenção. Encabulado, vesti a última camiseta de mangas curtas que acabara de tirar.
- Os carinhas que estão com você são seus amigos? – perguntou, tentando descobrir se algum deles talvez fosse mais do que apenas um amigo.
- São. – respondi. Para ele isso significou que podia continuar a me chavecar, e um sorriso encantador se formou em seus lábios.
O Julio voltou a se encontrar comigo num trecho crítico da escalada. Ficou ao meu lado e me disse para não olhar para baixo enquanto eu procurava não enfiar meu pé numa fenda estreita entre duas rochas que pudesse prender minha bota. De um lado eu me segurava no paredão liso e do outro, havia um abismo assustador. Eu procurava me manter na estreita faixa pela qual era possível caminhar de lado. Apesar do conselho dele, a curiosidade me levou a desviar o olhar para o lado oposto ao paredão. Era preciso controlar os nervos para não se desesperar e arriscar-se a perder o equilíbrio. E eu sou um sujeito que tem pavor de altura. Passado esse trecho, comecei a avistar a passagem Ruy Braga e a Serra Fina ao fundo. E lá estava o cume do Agulhas, a dez passos. Meu coração disparou, precisei me controlar para não chorar tanta era a emoção contida em meu peito. Cada um que chegava ia se acomodando de alguma maneira. Havia dezenas de pessoas, todas embasbacadas com a beleza que se descortinava diante dos nossos olhos. Tudo lá embaixo parecia minúsculo. As cidades do Vale do Paraíba pareciam ter sido montadas com peças de Lego, a Via Dutra era uma linha cinza que percorria o vale, o próprio rio Paraíba do Sul não passava de um filete de água serpenteando cheio de curvas, a Serra do Mar era como uma espinha dorsal de pequenos morros. Atrás de nós no sentido oposto, uma extensa cadeia de pequenas montanhas já era território mineiro. O abrigo Rebouças estava muito pequeno e, os carros ao redor dele eram apenas pontos coloridos. A paz lá em cima era infinita. A montanha nos mostrava o quanto éramos pequeninos diante do universo e o quanto éramos grandes em nosso interior. Ver o mundo do alto era como usufruir da liberdade dos pássaros. Tudo lá embaixo era tão distante e parecia mesquinho. As pessoas não conversavam, como se cada um estivesse meditando consigo mesmo, se reencontrando com sua alma. O sol batia forte, mas o vento eliminava seu calor. No topo do Agulhas a superfície é toda de rochas onduladas, formando bacias onde cabe um homem inteiro e servem de proteção contra o vento. A maioria das pessoas estava deitada numa dessas calhas. A fim de não congelar também me enfiei numa daquelas bacias e fechei os olhos por uns instantes, para um rápido descanso.
- Magnífico, não é? – a voz grave e, parecendo não ter feito esforço nenhum para chegar até ali era do guia Julio.
- Muito! Uma das melhores sensações que já senti. – respondi. Ele olhou para o meu peito e eu fiquei corado. Ele devia ter deduzido que as outras boas sensações que eu havia sentido estavam relacionadas com aqueles peitinhos marcados pela tara de algum macho.
- Quando venho aqui parece que me reencontro comigo mesmo, que sou invencível, que sou capaz de alcançar tudo que almejo. – revelou, olhando para o horizonte, pois notou como eu fiquei constrangido com seu olhar sobre meu peito.
- Estou tendo a mesma sensação! Nem acredito que consegui chegar até aqui. Se você tivesse me conhecido, há uma semana, juraria que eu nunca estaria aqui em cima. – retorqui.
- Que bom que o conheci agora, então! – revidou, sorrindo para mim. – Vem comigo, você vai assinar seu nome no livro que está no topo ali ao lado. – disse ele, puxando-me para fora da calha.
Uma maleta estava presa a cabos de aço fixos em pinos cravados na rocha em frente, também um platô. Porém, uma grande fenda entre os dois picos dificulta o acesso. Só de ficar à beira da rocha entre os dois platôs dá uma vertigem danada. A distância entre elas não é grande, mas a profundidade da fenda assusta. Para ir de um ao outro é preciso dar um salto, cair com o peito contra a rocha do outro lado e se equilibrar para não escorregar e cair para trás, o que seria catastrófico.
- Não posso fazer isso! É loucura! Vou me esborrachar todo lá no fundo da fenda. – assegurei trêmulo.
- Eu vou saltar primeiro e te mostro como se faz, depois você salta. Não fique olhando para baixo, olhe só para mim do outro lado. Eu serei seu prêmio quando chegar lá. – explicou, com a cara mais deslavada e safada.
Vê-lo saltar pareceu fácil, mas lembrei-me de que ele era um expert em montanhismo, e eu nem de amador podia ser chamado. Contudo, por alguma coisa dentro de mim eu me senti desafiado e, minutos depois eu saltei exatamente como ele havia feito. Porém, com menos impulso do que ele, o que me fez perder momentaneamente o equilíbrio. Prestes a começar a gritar, ele me puxou pelos braços contra o seu peito e me abraçou com força. Meu coração batia acelerado contra aquele tronco tão portentoso quanto as rochas que nos rodeavam.
- Viu como foi fácil! – exclamou, sentindo como eu tremia em seus braços.
- Eu quase me mato, isso sim! – retruquei. Ele riu e me levou até o livro. Deixar meu nome ali foi emblemático, foi como se eu tivesse expurgado meus fantasmas e entrado no rol das pessoas especiais, aquelas que deixam algum legado em suas vidas. Os únicos que não seguiram meu exemplo foram o Leo e Thiago. O Leo por que estava entretido com uma garota, e o Thiago por alguma razão obscura que eu não queria descobrir.
Era fascinante a formação de grupos ali no Itatiaia. Por breves momentos, se uniam com intensidade, amizade e cumplicidade. As relações das pessoas na montanha são muito curtas e profundas. Quando o Julio se deitou ao meu lado, segurou na minha mão e ficou encarando o céu junto comigo, eu sabia que aquele momento seria único, e tratei de aproveitá-lo. Algum tempo depois, ele se levantou, precisava reconduzir seu grupo pelo caminho de volta. Ficamos sem jeito um diante do outro, até ele me abraçar e disfarçadamente me dar um beijo abaixo do ângulo da mandíbula e outro no canto da boca. Ele abriu outro sorriso após eu retribuir cada um daqueles beijos fortuitos. Antes de chamar a galera de seu grupo, ele me aconselhou a não nos demorarmos demais e iniciar a volta antes do entardecer. Eram 15:45 quando ele acenou pela última vez na minha direção. Eu talvez nunca mais fosse vê-lo novamente, o que podia parecer triste, mas eu não sentia assim. O breve tempo que ficamos juntos foi muito bom e agora, cada um tinha a sua trilha a seguir. Aquelas pessoas que conheci na montanha fariam parte da minha vida de alguma maneira, guardadas num pequeno lugar da minha mente e do meu coração. Isso era suficiente para não sentir tristeza, pois a lembrança de sua passagem por minha vida naqueles dias estaria sempre viva dentro de mim.
- Fisgou mais um? – perguntou o Paulo. Eu não me dei ao trabalho de responder.
A tarde ia avançando e as pessoas continuavam ali, admirando a paisagem e trocando ideias com qualquer desconhecido ao lado. Os guias das agências já tinham iniciado a descida de seus grupos. Eu fui de um em um dizer para descermos também, aproveitando a presença dos guias para nos orientar como tínhamos feito na escalada. O Leo pediu mais uns minutinhos, pois finalmente tinha encontrado uma garota livre e desimpedida que lhe deu bola. O Lucas e o Mario concordaram comigo e alegaram que já tinham cumprido o objetivo a que se dispuseram. O Thiago e o Paulo pediam que fizéssemos mais uma nova pose ou arranjo para as fotografias que registravam nossa façanha. Eram quase quatro e meia quando iniciamos o regresso até o Rebouças. Meia hora antes do limite máximo permitido para ficar na montanha, embora os que ficaram lá ignorassem a proibição, como tantas outras dentro do parque.
Assim que o sol desapareceu entre as nuvens, o vento se intensificou e a temperatura começou a despencar. O anoitecer durante o inverno acontece mais cedo e, àquela altitude, ele parecia estar com mais pressa. Cerca de quarenta e cinco minutos descendo a trilha já não se enxergava praticamente nada. Encoberta pelas nuvens, a lua, que iluminaria a montanha, nem podia ser vista. Poucos grupos estavam preparados para caminhar por aquelas trilhas sem a ajuda de guias e, estes, provavelmente já estavam no Rebouças. Além do nosso grupo, mais dois iniciaram a descida conosco, um carioca com quatro carinhas e, um catarinense com três sujeitos bastante convencidos que eu vi circulando pelo abrigo Rebouças há apenas dois dias. Os catarinenses logo na primeira encruzilhada se separaram da gente, dizendo que tinham vindo por aquela outra trilha e que estavam com uma bússola que indicava aquele como sendo o caminho pelo qual tinham vindo. Eu desconfiei e expus minha desconfiança, pois lá no cume, uma das conversas que tive com o Julio foi exatamente sobre a existência de outras trilhas além da que havíamos utilizado, e ele me disse que havia outras, porém muito mais difíceis e utilizadas apenas por montanhistas experientes. Portanto, os catarinenses tomaram a trilha errada. Um dos sujeitos tinha o temperamento parecido com o do Thiago, autoritário e centralizador e, apesar de um dos carinhas ter dito que achava que eu estava certo e, que a trilha que estavam prestes a tomar parecia não ter sido aquela pela qual vieram, foi logo subjugado pelo líder e se calou, seguindo os outros dois. Sem equipamento algum, apenas com uma lanterna e mal agasalhados, o que os esperava não era nada promissor.
- E nós, sabichão, estamos na trilha certa? – questionou o Paulo, após eu ter exposto meu ponto de vista aos catarinenses.
- Pelo que consigo ver aqui, sim! – exclamei, tirando da mochila um dos meus pequenos tesouros, o GPS, o qual pus a funcionar assim que iniciamos a escalada e, que agora mostrava nitidamente, num tracejado azul sobre a tela, o caminho que havíamos percorrido.
- Esse viadinho está me saindo melhor do que o MacGyver! Tem de tudo nessa mochila! – ironizou o Paulo. – Deixa eu dar uma espiada nessa porra? Caraca! O caminho tá todinho aqui! – emendou.
Mesmo com a trilha disponível da tela do GPS e as cinco lanternas que havíamos trazido, a descida da trilha não foi nada fácil. Enxergávamos pouco mais de vinte e cinco ou trinta metros a nossa frente, rochas e arbustos encurtavam essa visão. Sem enxergar direito onde pisávamos tivemos que empreender a descida com muita cautela, mesmo assim, escorregões e quedas foram inevitáveis. Uma das piores foi justamente a do Paulo. O ferimento no supercílio nem havia cicatrizado e ele conseguiu se ralar todo, além de luxar o ombro direito. Quando a galera viu aquele braço pendendo ao lado de seu tronco numa posição bizarra, o desespero tomou conta de todos.
- Não vamos conseguir! Se insistirmos nessa maluquice vamos nos foder! – disse um dos cariocas, que também já havia caído feio por duas vezes e, começava a chorar.
- Vamos conseguir sim! Estamos no caminho certo, é só ter cuidado onde pisa e ficarmos perto uns dos outros, assim ninguém pisa em falso. – afirmei, incrivelmente mais tranquilo do que eu podia imaginar.
- Eu vou com o Marcelo na frente, vocês distribuam as lanternas de tal forma que consigam ver as pernas dos que seguem imediatamente à frente, assim ninguém pisa onde não deve, entendido? – disse o Thiago, voltando a assumir a liderança.
Dessa maneira seguimos por mais seis horas, tropeçando ora aqui, ora acolá, exaustos e com muito frio. Não fosse minha jaqueta impermeável teria congelado. Um dos cariocas tinha um termômetro na mochila, ele assinalava -8°C/17,6°F. A galera do Rebouças já tinha acionado os guardas do parque avisando que alguns grupos não haviam regressado, isso por volta das oito horas da noite. A polícia ambiental também foi acionada. Aquela temperatura, aliada ao vento inclemente, podia produzir uma hipotermia em poucas horas com resultados funestos. Eu caminhava com a reserva das minhas forças praticamente esgotadas. Minhas pernas não queriam obedecer mais. Erguer os pés para dar um passo adiante era como erguer um bloco de chumbo. Levei dois escorregões e, no primeiro esfolei o joelho que começou a sangrar. Depois de algumas horas, não havia um único nos dois grupos que não tinha alguma escoriação ou ferimento. Passadas as seis horas de caminhada surgiram luzes no fundo do vale enegrecido pela escuridão da noite, era o Rebouças e o camping.
- Chegamos seus putos! – berrou o Thiago, assim que vimos as luzes. Ele me abraçou e me rodopiou no ar. Antes de me colocar no chão beijou minha boca enfiando a língua até a minha goela.
Havia uma comoção generalizada por todo abrigo. As pessoas estavam todas agrupadas ao redor da varanda na maior expectativa. Carros da polícia ambiental e do parque estavam a postos. Alguns guias das agências haviam retornado assim que foram avisados de que havia gente perdida na montanha, entre eles o Julio. À medida que fomos chegando, as pessoas vinham ao nosso encontro e nos abraçavam, mesmo aquelas com as quais nunca tivemos contato. O clima era de total solidariedade. Liderados por um tenente da polícia ambiental, alguns homens e, junto com eles os guias das agências, organizaram grupos de busca para resgatar os catarinenses e os quatro ou cinco que haviam ficado no cume quando iniciamos a descida. Esses grupos só regressaram com todos parcialmente sãos, mas salvos, por volta das duas horas da madrugada. O líder dos catarinenses havia fraturado a perna e eles foram encontrados totalmente fora da trilha praticamente congelados. Foram levados imediatamente para um hospital em Resende, junto com os do grupo retardatário do cume.
- Como você está? – perguntou o Julio quando fui ao encontro dele. Foi a patrulha dele que encontrou os catarinenses.
- Eu estou bem, só esfolei o joelho. E você como está? Você está horrível! – respondi.
- Pensei que você me achava bonito! – revidou ele, quando o abracei.
- Você está meio gasto, molambento, fedido e alquebrado, mas continua lindo! – exclamei. Ele juntou seus lábios úmidos e empoeirados nos meus e me beijou transbordando virilidade, sem se importar com as pessoas a nossa volta.
- Hummm! Nada mal! Vou querer mais alguns, afinal acho que estou merecendo, não é? – disse, ao me soltar.
- Merece muitos! – sussurrei, ousado.
- Vem lá para casa comigo. Depois da aventura de hoje acho que você está merecendo um bom banho e uma cama descente, não esse chão batido da barraca. – convidou.
- Não sei. Tem o pessoal. É tentador, mas não sei se é uma boa ideia. – respondi.
- Eu moro em Itamonte, dá uns 20 quilômetros do Posto Marcão, não é longe. Amanhã eu te trago de volta, são, salvo e recuperado. Vamos lá! – insistiu.
- Bela lábia a sua! Tá bom, me convenceu. Espere um pouco que vou dar um toque na galera e pegar umas coisas. – respondi, ele abriu um daqueles seus sorrisos.
- Como é que é? Ir sozinho para sabe-se lá onde? Com esse cara? – questionou o Lucas, todo enfezado, quando participei minha decisão a ele e ao Mario.
- Esse cara é o Julio. Um dos voluntários que ajudou a resgatar o pessoal perdido, o cara que nos ajudou na escalada com suas cordas e instruções, um cara descente e bom caráter. É, é na casa dele que vou pernoitar. – respondi indignado.
- Você não conhece esse sujeito! Pode ser um tremendo dum pilantra. – revidou.
- Um pilantra não sai do conforto da sua casa para vir ajudar a quem nem conhece. Ademais, é só por uma noite. Uma noite dormindo num colchão de verdade, não nessa buraqueira. – retruquei.
- Engatado na pica dele, pois é isso que ele vai querer em troca dessa generosidade toda. – afirmou ele.
- E desde quando você se importa em qual pica eu estou engatado? Não foi você mesmo que alardeou para quem quisesse que meu cu é território livre, o primeiro que chegar leva?
- Eu nunca disse isso! Não coloque palavras na minha boca! – revidou furioso.
- Acalmem-se, não vão começar a brigar agora. Todos estamos cansados e não estamos racionando direito. – ponderou o Mario. – Você acha mesmo prudente sair com esse cara, Marcelo? Ele tem idade para ser seu pai!
- Que absurdo! Vocês é que não estão racionando, nem sendo razoáveis. Bem! Minha decisão está tomada. Vemo-nos amanhã à tarde, combinado? – afirmei resoluto.             Continua.....

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Comentários


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Comentou em 28/01/2019

Esse conto merece virar filme. Votado

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morenoborges Comentou em 07/11/2018

Conto perfeito li em 2 x

foto perfil usuario rafaelaju18cm

rafaelaju18cm Comentou em 06/11/2018

O mesmo conto fora publicado duas vezes. O texto se repete. Mas eu adorei. Tudo.




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Orgias de um cu virgem - Parte I

Codigo do conto:
127534

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/11/2018

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16

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