Soldado Bruno

O Bruno estudou comigo a vida inteira. Ele era o típico garoto popular e que sempre todo mundo era apaixonado. Mas ele também gostava de zuar todo mundo. Eu que era gordinho e usava óculos, não era diferente, tinha minha cota diária de zueiras dele e de seus amigos. O que me deixava bem mal.
Bom, os anos passaram. Cada um foi para o seu lado. Eu ouvi falar do pessoal que ele tinha servido no exército e depois escolheu a vida de policial. Por mais mal que ele tenha me feito, sempre desejei o melhor pra ele. Nunca mais tinha o visto e nem sabia se lembrava mais da cara dele.
Bom, estava no carro com minha amiga e acabamos por sofrer um pequeno acidente um tempo atrás, não foi nada demais, mas um carro de polícia que estava próximo viu e acabou parando. Dois policiais desceram do veículo, uma mulher e um homem, fiquei no meu canto e deixei os donos do carro irem conversar com os PM. Percebi que o cara não parava de me olhar, comecei a ficar preocupado com isso e abaixava a cabeça quando ele fazia isso. Foi então que ele decidiu se aproximar.
- Mas então, por que o senhor está aqui no canto? - ele me perguntou.
- Achei que era melhor os envolvidos no acidente resolverem tudo sozinhos.
- E o que você tem a dizer sobre o que aconteceu?
- Minha amiga precisou dar uma freiada brusca e o carro de trás deu uma leve batida no carro dela. Acontece, não foi culpa de ninguém.
- Está certo. Mas eu não te conheço de algum lugar?
- O quê? Eu acho que não. Não me lembro do seu rosto.
- Você não era um gordinho que usava óculos e que estudava no colégio perto da prefeitura?
- Sim, eu estudei lá sim.
- Poxa, eu sou o Bruno! Lembra de mim? Estudamos juntos quase a vida toda.
Nessa hora meu coração disparou. Não sei se foi de desespero ou se foi porque o Bruno estava ali perto de mim, mais lindo e gostoso do que nunca e ainda de uniforme.
- Ahh, me lembro de você sim. Mas você fazia minha vida um inferno naquela época.
- Poxa, me desculpa. Vamos jantar um dia pra eu poder me desculpa direito. Aceita?
- Acho que tudo bem.
Não iria perder a chance de sair com aquele cara. Ele me passou o telefone dele e pediu pra eu mandar msg depois. Tudo foi logo resolvido sobre o acidente e pude então ir para minha casa.
Pensei muito se deveria mandar uma mensagem para ele. Eis que tarde da noite eu mando
- Oi.
- Oi. Quem é?
- Sou eu. O gordinho de óculos.
- Ahhh, achei que não iria me mandar mensagem.
- Desculpa a demora.
- Mas você está bem diferente da escola. Emagreceu e não usa mais óculos. Está muito bem hein.
- Ah sim, não estou tão mais gordinho. Mas ainda tenho uma barriguinha.
- Que nada, está muito bem pô.
- Mas você também está muito bem. Todo bonito, policial.
- Ah, acho que nasci pra ser isso mesmo.         
- Bom, espero que não seja o babaca que era na escola mais.
- Ah não, isso ficou para trás. Tenho tentado pedir desculpas para todos. Eu lembro muito bem de você, quero achá-lo ha muito tempo.
- Quer? Mas como assim?
- Melhor conversarmos pessoalmente. Quando te pagarei uma janta?
- Que tal amanhã a noite?
- Pode ser, a gente se encontra às 19h, pode ser?
No dia seguinte, cheguei antes dele no restaurante e fiquei esperando um bom tempo esperando. De repente o vejo passando pela porta. Sem uniforme ele continuava lindo. Estava com uma camisa super apertada, que marcava muito os músculos do peito e do braço. Ele chegou, pediu desculpas pelo atrasado e me deu um abraço.
- Fico feliz que você tenha aceitado sair comigo.
- Ah, fiquei curioso pra saber como anda sua vida e tudo mais.
- Ah sim, como pode ver sou um soldado agora e quase não tenho muito tempo livre.
- Imagino como seja difícil, não deve ter tempo nem pra sua namorada.
- Namorada? De onde tirou isso? Tô bem solteiro.
- Ah sim, imaginei que estivesse, vamos combinar que você é bem bonito e tudo mais.
- Que isso, garotão. – Ele disse com as bochechas vermelhas de vergonha. – Bom, te chamei aqui pra pedir desculpas por tudo que eu fiz pra você no passado, espero que possamos deixar isso pra trás.
- Não tem problema, mas fico feliz que você tenha se arrependido do que fez e vejo que você é uma pessoa melhor hoje em dia. Mas até você pedir desculpa pra todas as pessoas que você “brincava” na escola.
- Sim, tenho um longo caminho até lá. Mas você tem um motivo muito diferente... – ele disse olhando pra baixo.
- Como assim? – Perguntei.
- Bom, naquela época eu não entendia muito bem o que acontecia na minha vida, namorava cada hora com uma menina, mas estava com muitas dúvidas.
- Que tipo de dúvidas? – fiquei curioso.
- Ah, eu comecei a perceber que eu estava gostando de garotos também e não aceitava isso muito bem. E bem hoje em dia estou muito feliz em ser gay assumido e estou muito bem com isso. – na hora que ele disse isso, eu quase cai da cadeira. – o que foi? Tudo bem pra você?
- Não, tudo bem sim. Na verdade eu também sou gay mas naquela época eu também não entendia muito bem.
Vi que ele ficou me encarando um pouco depois de eu falar isso, ficamos um tempo sem trocar uma palavra e ele então diz:
- Então, o motivo de eu te zuar tanto na escola, era que eu tinha uma quedinha por você.
Nem sabia o que responder. Fiquei em completo choque e sem reação.
- E se me permite dizer, no momento que eu te vi e te reconheci no acidente, meu coração quase pulou pra fora, me senti aquele adolescente que era apaixonado por você.
Respirei. Parei um tempo pra assimilar aquela informação e depois falei.
- Nossa, Bruno. Não sei nem o que falar. Jamais achei que você pudesse gostar de mim.
- Pois é, a gente não escolhe de quem a gente gosta.
- Você é lindo, gato, gostoso, um baita de um homem. Não sei nem o que dizer.
- Sabe de uma coisa? Vamos mudar de assunto.
O resto do jantar foi relembrando os velhos tempos. Falando da vida das pessoas com que estudávamos. Ele não parava de pegar na minha mão, nos meus braços e as vezes até nas minhas pernas. Ele tava bem afim de mim mesmo e eu só queria agarrar aquele homem.
- Você lembra de uma escultura que tivemos que fazer juntos na oitava série? – ele perguntou.
- Nossa, lembro. Queria morrer que a professora falou pra eu fazer dupla com você. Mas até que naqueles dias você foi bacana comigo e até tinha chegado a acreditar que você era uma boa pessoa.
- Você sabe agora que não sou de todo mal. Mas eu guardei a nossa réplica da estátua em argila. Tá lá em casa, a gente fez um bom trabalho e era uma forma de eu me lembrar de você. Aliás, você quer ir lá em casa ver?
Tava ficando tarde já, mas eu aceitei. Ele acabou pagando tudo sozinho, pois recusou que eu pagasse. Entramos no carro dele e ele veio logo colocando a mão na minha perna:
- Tô muito feliz que você tenha aceitado sair comigo essa noite.
Chegamos no apartamento dele e ele foi me mostrando tudo. Ele me mostrou a estátua que fizemos juntos e ficamos conversando um pouco. Sentei num banquinho do balcão da cozinha dele e ele sentou logo ao meu lado, bem pertinho de mim mesmo. Ele foi se aproximando de mim bem devagarzinho enquanto dizia:
- Sabe, sempre quis saber como era o seu beijo. – Nisso ele colocou a mão nas minhas pernas. – Sempre quis poder tocar seu corpo e sentir seu cheiro de pertinho. – Nesse momento ele estava com a boca dele quase tocando a minha.
Nesse momento eu estava totalmente entregue a ele. Nos beijamos bem lentamente a princípio, fomos conhecendo a boca um do outro, sentindo a textura da lingua da boca dele. Logo estávamos de pé, passando a mão no corpo um do outro, sentindo cada pedaço daquele homem. Eu estava explodindo de tesão. Ele me pegou no colo, me levou até o quarto e então me jogou na cama dele. Estava deitado na cama de barriga pra cima e ele começou a tirar minha roupa lentamente. Fazia cara de tesão pra cada peça que ele retirava. Foi então a vez dele, bem lentamente, numa espécie de strip ele foi tirando a roupa e logo que ficou sem camisa e só de cueca, e então deitou-se sobre mim. Aquele corpo enorme e forte pesou sobre o meu e eu prendi as minhas pernas sobre o quadril dele e voltamos a nos beijar.

Continua...