O Filho da Patroa da Minha Mãe - O Vencedor - Capítulo 17



Acordei com o nariz de Maurício pincelando meu rosto. O mesmo nariz com o qual ele tomara fôlego pra dizer que me amava. Estava molhado e pingava em mim. O sorriso me vinha fácil como se já estivesse armado, pronto para ser executado. A alegria era tanta que eu nem achava espaço pro medo de tudo ruir de repente e voltar ao normal.

"Bom tarde, dormideira."

"Bom tarde. O quê? Que horas?" Me espreguicei nos braços dele.

"Meio dia e tanto já."

"Nossa." Fechei meus olhos e ele me beijou a boca desprevenida, concentrado em me arrancar o gosto ainda virgem de recém acordado.

"Parece que o Hélio teve aí. A piscina tá um convite."

"Então, acho que a gente deve aceitar. Mas eu tô com fome. Será que tem o que comer aqui?"

"Tem. Achei o número daquela padaria ali no Google. Eles entregam." Maurício sorriu um sorriso de quem chega gritando eureka.

"Jura? Ai, perfeito."

"Fiz até café."

"Você é um sonho."

"Tem sonho também."

Comi até sentir meu estômago abarrotado. O que era bem incomum, principalmente, perto dele.

"Sabe que eu meio que tenho vergonha de comer na sua frente?"

"Por quê?" Ele riu curioso do outro lado da pequena mesa.

"Primeiro porque é sempre a comida da sua casa e depois, porque tenho medo de ficar ou parecer gordo. Sei lá."

"Você não fica gordo."

"Qualquer um pode ficar."

"Mas o que é que tem isso?"

"Se eu ficar gordo, você não vai querer saber de mim."

"Eu vou sempre querer saber de você."

Ele disse plano e brando, me olhando profundo. O imperador na voz, taxativo e sancionando. Eu estava tomado de assalto. Tombado. Ainda que sentado, sentia as pernas falharem. Não consegui responder, não acho que precisava. Contudo, mesmo que fosse maravilhoso, mesmo que meu coração vibrasse e disparasse ondas por todo o meu corpo, era ainda estranho me ver naquela posição. Causava um certo desconforto, um constrangimento. Ser, de repente, eu, a musa que lhe inspirava as juras.

"Agora," voltou ele, "quanto a essa de a comida ser da minha casa." Ele respirou, meus olhos iam congelados nos dele, não achavam força pra tomar outra direção. "Não quero mais ouvir nada desse tipo. Nunca mais. Isso nem passa pela minha cabeça. Nunca nem passou." As sobrancelhas dele, franzidas como se fosse um pai ralhando com o filho mau criado. "Toma." Me estendeu um sonho. "Come." E riu, todo gostoso.

"Não. Esse, eu passo. Tô cheio."

"Nada disso. Come."

"Não. É sério. Já comi bastante."

"Não?"

"Hã-hã." Cerrei os lábios e ergui o rosto altivamente.

"Então você vai comer pelos poros."

Antes que eu me desse conta, o recheio de doce de leite melecava meus lábios e rosto ao som da risada dele.

"Não acredito nisso, Maurício. Quantos anos você tem, hein?" Perguntei com aquela cara de idiota de quem acabou de tomar uma tortada na cara num show de perguntas. Olhei pro lado, resignado. Eu não ia dar o troco. Ainda não me sentia seguro o suficiente para nenhum tipo de ataque e também não era de me permitir aquelas infantilidades. Sempre me senti muito obrigado a ser adulto.

"Relaxa. Eu limpo."

Ele levantou e trouxe sua língua a lamber meu rosto como se fosse um eficiente limpador de para-brisa. E, então, invadiu minha boca, dividindo aquela nojeira comigo.

"Ai, para." Minha voz abafada dentro da boca dele. Sinceramente, eu estava gostando, mas era bom brincar que não, ficava mais divertido ser do contra. Na verdade, por dentro, eu cantava: "Vê se me usa, me abusa, lambuza, que a tua cafuza não pode esperar..."

"Sai, garoto." O empurrei rindo. "Que nojo."

Maurício arrumou a cozinha enquanto eu tomava banho. Ao terminar, me agachei e empurrei pra dentro mais um supositório, já de horário desregulado que eu nem me importava, mas botei assim mesmo. Eu vesti uma sunga slim fit, verde água, bastante atrevida, catei um protetor solar, meus óculos escuros e uma toalha.

Maurício estava deitado numa das espreguiçadeiras à sombra de um guarda-sol. Também de óculos escuros, ouvia música tão alta, nos fones, que eu podia ouvir, chegando. Seus braços estavam por trás da cabeça, do jeito que eu mais gostava de vê-lo com os pelos negros dos seus sovacos à mostra, me chamando, pedindo para serem lambidos.

Silenciosamente, descansei as coisas que trazia na mesa ao lado da espreguiçadeira e engatinhei sorrateiro até ele, surpreendendo-o com minha boca em sua axila. Ele sobressaltou de susto, mas logo se fez confortável sentindo minha língua nos seus pelos molhados de suor. Maurício tinha um sorriso de satisfação e deleite no rosto.

Então, ele soltou o outro braço e veio com a mão puxando minha cabeça mais pra dentro do sovaco. Que gostoso aquilo. Tinha um cheiro natural de um dia sem desodorante, começando a vencer e me embriagando de vontade.

"Gosta, né?" Ele disse virando a cabeça na minha direção. A boca perto do meu ouvido.

"Gosto." Respondi com seus pelos na minha boca.

"Então, come." Colocou mais força na mão em minha cabeça. "Come o suvaco do teu dono."

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Comentários


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guilmarajwinsk Comentou em 13/03/2018

Seu conto é maravilhoso. Continua pfvr




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Filho da Patroa da Minha Mãe - O Vencedor - Capítulo 17

Codigo do conto:
112632

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
03/02/2018

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