Assim que abriu o portão ele rangeu anunciando que eu chegava, todos os presos colocaram os rostos entre as barras para ver o novato da vez, o barulho que eles eram capazes de fazer era ensurdecedor, ouvi coisas absurdas na pequena caminhada do portão até a cela.
- Carne nova? - conseguir distinguir no meio da gritaria - tô doido pra provar!
- Seu novo quarto - o policial disse quando paramos em frente a uma cela com outros três presos dentro - eu podia até de desejar boa sorte, mas sorte não ajuda ninguém aqui.
Entrei e havia uma cama vazia, não tive nem coragem de olhar para os homens, por outro lado eles não tiravam os olhos de mim.
- Tá nervoso? - o que estava mais distante perguntou - todo mundo fica no começo, melhor começar a relaxar.
O homem branco tinha uma voz rouca e grossa, era magro e bem definido, a parte de cima de seu macacão estava aberta mostrando o peito e a barriga tatuados, seu cabelo liso e engordurado descia até a altura do queixo.
- Impossível relaxar - falei nervoso - não fiz nada pra estar aqui.
- Eu também não! - o homem na cama em minha frente respondeu rindo, tinha um cabelo black power, uma voz grossa, sua pela negra estava coberta por um macacão laranja que parecia ser o dobro do seu real tamanho - ninguém aqui fez.
- EU NÃO FIZ NADA, NÃO SOU BANDIDO - me descontrolei e acabei falando mais alto do que pretendia.
O terceiro homem se surpreendeu com a minha petulância e arqueou as sobrancelhas, este era careca de pele morena, quase todo coberto de tatuagens inclusive no rosto.
- Lição número um garoto - ele se levantou e parou bem em minha frente - ninguém aqui gosta de ser chamado de bandido, e dois, tudo que você faz ou fala aqui tem consequências.
Ele parecia estar prestes a fazer algo comigo.
- Olha bem o que você vai fazer - disse novamente o homem de cabelos compridos - Sabe que os novatos são meus.
O careca bufou e voltou a se sentar:
- Sei bem, já fui um deles, só queria entender por que o Grande deixa você ficar com todos.
'O Grande' esse nome não me era estranho, já tinha ouvido nos jornais da região, era o chefe do crime da minha cidade e das cidades vizinhas, mas ninguém sabia seu verdadeiro nome, quem ele era realmente ou onde morava.
- Por que eu sou o braço direito dele, ele quer que eu faça meu serviço direito e pra isso eu tenho que estar bem relaxado - ele riu.
Agora o homem se levantou e parou em minha frente com um sorriso safado no rosto, sua mão áspera passou pelos meus lábios e eu movi a cabeça pra trás.
Percebendo minha exitação ele disse:
- Vou te ajudar a relaxar, a ficar calmo, agora você decide se vai ser por bem ou por mal...
- Não quero relaxar, quero sair daqui.
- Todo mundo quer, nem todo mundo consegue.
- MAS EU NÃO FIZ NADA PRA ESTAR AQUI - gritei novamente perdendo o controle.
- Acho que você vai ter que começa a ensinar pra ele como as coisas funcionam aqui - disse o homem de black power com um sorriso sacana no rosto.
Continuei a olhar pra ele relutante tentando me afastar, foi quando sua mão acertou meu rosto em cheio me fazendo cair sobre a cama.
- Vai ter que ser por mal né.
Ele se pôs sobre mim prendendo meu corpo na cama, seu rosto estava colado ao meu e ele estava tão perto que eu conseguia sentir seu cheiro de suor.
Não conseguia acreditar que estava a menos de uma hora na cadeia e alguém já estava tentando abusar de mim, pensava que isso era coisa de filmes, não dava pra entender o que eu tinha feito pra merecer isso.
- Não precisa fazer jogo duro - ele disse no meu ouvido enquanto abria meu macacão - da pra ver na tua cara que você gosta de um macho!
Estar numa cela, preso com outros três detentos parece um daqueles fetiches muito comuns, inclusive sonhado por mim, mas na prática, naquele exato momento eu estava completamente apavorado, não se parecia absolutamente em nada com os pornôs.
- Eu vou te foder de qualquer jeito, você querendo ou não - ele voltou a falar agora de pé, tirando seu macacão por completo deixando a mostra seu corpo esculpido, suado e tatuado - agora cabe ao 'principezinho' decidir se vai ser bom ou ruim pra você!
Por mais doentio que pudesse parecer eu decidir aceitar o conselho dele, aquilo iria acontecer por bem ou por mal então não seria pecado tentar tirar tanto proveito quanto ele da situação.
Ele agarrou meu cabelo e me tirou da cama com um só puxão, se sentou na beirada da cama velha e me pôs de joelhos no meio de suas pernas. Seu pau ainda estava meia bomba e mesmo assim já podia perceber que era um dos grandes, grosso, tinha em média 23cm.
- Tá esperando um convite formal? - ele perguntou rude pegando meu cabelos novamente - chupa essa porra!
Comecei lambendo a cabeça rosa e fui descendo até as bolas, ele respirou fundo.
- Engole.
Ele ordenou empurrando sua pica pra dentro da minha boca sem demora, colocando até o fundo da minha garganta me fazendo engasgar e babar tudo, eu cheirava sua virilha ele batia seu pau na minha cara, cuspia, tudo pra mostrar quem mandava. O ritmo foi aumentando, o homem segurou minha cabeça com as duas mãos e se levantou, continuei de joelhos em sua frente e então ele começou a foder minha boca com muita força enterrando o pau em minha garganta, tirando e repetindo, me deixando com os olhos lacrimenjados, ele não dava indícios de que queria parar de foder, até que um barulho alto nos fez assustar, o mesmo policial que tinha me levado alí a trinta minutos atrás tinha batido com o cacetete nas barras da cela.
- Felipe Machado, tem gente aí pra te ver mas parece que já tá se divertindo.
Nunca me senti tão constrangido em toda minha vida.
- Felipe Machado? - o homem que eu tinha acabado de chupar perguntou confuso olhando pros outros companheiros de cela, que por sua vez estavam com o pau pra fora, provavelmente se masturbando enquanto me viam mamar.
A porta da cela se abriu, andando novamente com o policial por aquele corredor não conseguia falar nada, nem olhar pra ele.
- Vergonha de que garoto? - ele perguntou rindo - todo mundo aqui faz isso, não é novidade pra ninguém. eu
Eu continuei em silêncio e ele continuou:
- Só tô surpreso com sua rapidez, mas é bom, quem sabe assim eu também consigo uma mamada.
- Você não para de brincar com isso né? Desde a hora que cheguei.
- Não tô brincando - disse o guarda abrindo o portão barulhento e me levando até uma sala grande com uma mesa e duas cadeiras, uma de cada lado, onde encontrei Alberto.
Logo que me viu ele se levantou e me abraçou e por um breve momento me senti mais calmo.
- Preciso ir embora daqui Alberto - falei me sentando - E onde tá minha mãe?
Ele fez silêncio por um longo tempo e disse:
- Ela...ela preferiu não vi.
- Nem me surpreende, mas pouco importa agora, só preciso sair daqui.
- Pelo que me disseram vai ser bem complicado.
- Mas eu não fiz nada... não mereço estar aqui, quem tinha que voltar pra cá é seu irmão.
- Você tem que me contar tudo o que houve, o que eles sabem é que você tava com vários quilos de cocaína e é só isso, pra eles você é um traficante Felipe.
Minhas mãos começaram a suar e eu coloquei o rosto no metal gelado da mesa pra me acalmar.
- Você sabe que pode me contar tudo não é Felipe?
Levantei a cabeça devagar
- Se você acha que eu realmente tenho culpa de alguma coisa pode sair daqui, prefiro ficar com o defensor público.
- Como seu advogado eu preciso saber de tudo - ele dizia pausadamente - não desconfio de você de jeito nenhum, motivos pra isso eu tenho mas mesmo assim não o faço.
- Motivos? - perguntei rindo debochado.
- Quantas vezes eu e sua mãe fomos te buscar na delegacia Felipe?
- Sei lá umas três ou quatro, por ter bebido demais com uns amigos, ter vandalizado, fumado maconha, tudo pra chamar atenção daquela praga que eu tenho como mãe - nessa hora comecei a chorar - você não percebe que é tudo pra ela ver que eu existo? Comecei a fazer direito pra ela se sentir orgulhosa, larguei a faculdade pra ela me notar, e nada. Aí você vem dizer que eu dou motivos? ELA É QUEM DÁ MOTIVOS.
- Calma Felipe - ele colocou a mão sobre a minha - eu só preciso saber o que aconteceu, preciso dos detalhes.
- Eu tava visitando um amigo na periferia e vi meu carro, que estava com Toni, na rua, cheguei perto pra ver o que tinha acontecido e ele saiu do carro com uma mala, ele tava estranho achei que estivesse indo embora sem falar nada e peguei a mala dele, aí depois não entendi nada foi muito confuso a polícia chegou do nada e eu tava com a mala na mão.
A essa altura Alberto esfregava o rosto e balançava a cabeça.
- Toni não aprende - ele falou - ia fazer merda de novo.
- Foda-se o Toni, e eu o que eu faço?
- Ele é meu irmão Felipe mas...vou ter que dar um jeito de tirar você mas vai ser difícil, vou tentar o mais rápido que eu puder.
- Então é isso? Vou ter que passar a noite aqui?
- Creio que não só essa noite.
Meu coração gelou e ele continuou
- Era muita droga Felipe, muita droga, não vai ser rápido nem fácil... - depois de muito tempo em silêncio ele falou - e por que você queria impedir ele de ir embora?
Tinha que pensar rápido, ele não podia descobrir sobre Toni e eu.
- Ele tava com meu carro Alberto, queria que eu deixasse ele ir numa boa?
- Entendo - ele pareceu acreditar - bom, não tem mais nada que eu possa fazer aqui, preciso ir pra tentar te tirar dessa...e você não acha melhor ligar pro seu pai, pra ele ficar sabendo.
- Como se ele se importasse.
Nos abraçamos com força e Beto me deu um beijo rápido.
- Fica bem - ele disse.
- Impossível.
No caminho de volta a minha cela só passava pela minha cabeça o que o homem e seus amigos fariam comigo, o guarda tarado tirou minhas algemas e me colocou dentro da cela novamente.
Eu estava certo de que iríamos continuar de onde paramos mas o homem de cabelos compridos já estava vestido e deitado em sua cama e os outros dois que se masturbavam me olhando também.
Me deitei tenso, esperando que ele avançasse. Ele se levantou e andou até minha cama, comecei a tirar meu próprio macacão presumindo o que ele queria.
- Veste sua roupa moleque - ele passou direto por mim, foi até as grades da cela e assobiou; o guarda que mal tinha saído voltou e abriu a cela deixando ele sair.
Logo que cruzou a porta ele olhou pra trás e me disse.
- Bora? Ele quer te ver! - ele dizia como se parecesse indignado.
O guarda estava pronto para me algemar quando o homem falou:
- O Grande não quer ele de algemas.
- Então esse vai ser a nova marmita dele? Ele riu.
O guarda obedeceu imediatamente e se afastou de mim, fechou a cela e foi na direção oposta a nossa.
- Que isso? - perguntei confuso - como eles deixam todo mundo andar assim tão livre.
- Todo mundo não, só quem o Grande quer.
- Esse Grande é bem influente né! - falei pra mim mesmo.
Enquanto andávamos pelos longos corredores os outros detentos não chamavam ou faziam qualquer tipo de piada comigo ou o homen, só olhavam pra nós dois andando livremente, pareciam saber de algo que eu não sabia.
- Depois dessa caminhada você vai ser bem respeitado.
- Como assim? - perguntei confuso.
- Nenhum detento anda sem algemas e sozinho, a não ser quem o Grande queira, ou seja, eles sabem que ele te chamou.
- Mas ele pode chamar alguém que ele não goste ué.
- Claro - ele responde - mas quem ele não gosta vai algemado pra não oferecer perigo.
Meu estômago gelou, só podia ser o que o guarda insinuou, eu iria ser a nova 'mulherzinha' do Grande...mas por que eu? Eu tinha acabado de chegar, ele não devia nem saber quem eu sou.
Chegamos a um cômodo que não se parecia nada com uma cela, tinha uma parede onde deviam estar as barras de metal e uma porta de madeira comum.
Um detento estava parado a porta como se fosse um segurança e acenou com a cabeça para o homem que me guiava calmamente. Ele abriu a porta e me deparei com o que parecia ser um quarto de luxo de uma casa bacana. O cômodo era bem maior do que uma cela comum, havia uma cama de casal, um sofá confortável de costas pra porta e em sua frente uma TV enorme que nesse momento mostrava em sua tela um jogo de corrida, um homem sentado sozinho se divertia como uma criança de oito anos.
- Grande...trouxe o Machado!
Ri sozinho pela primeira vez.
Era assim que eles iam me chamar alí? "Machado"?
- Obrigado Marcelo - A voz grossa inundou o ambiente e um arrepio correu pelo meu corpo - Espero que não tenha usado esse ainda.
Sua risada alta me assustou.
Eu conhecia a voz dele, eu conhecia aquele homem, estava tentando acreditar que estava enganado, mas no fundo eu sabia, eu sabia quem ele era e não conseguia acreditar.
- Estava prestes a fazer, mas percebi quem ele era chefe.
- Ainda bem que percebeu a tempo, esse aí é meu protegido.
A cada palavra dele eu murchava mais e mais e tinha vontade de correr.
- Foi difícil resistir, o garoto é bonito demais - ele disse olhando pra mim com uma cara de safado que nunca tinha visto igual.
Até que o Grande respondeu:
- Realmente... é a genética.
- Ar...Armando...- eu disse com a voz falhando depois de um silêncio enorme no quarto.
Ele se virou sem levantar do sofá com um sorrisinho e quando vi seu rosto quase desabei.
- Ainda não aprendeu a me chamar de pai?
Owt, que tiroooo! Continua vai
Muito bommmm. Continuação urgente rsrs
WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW