Bom, como eu tinha dito no conto anterior, Dimitri era um típico Muscle Bear, não entrei em detalhes sobre ele mas aqui vai: aproximadamente 1,75m (pouco mais alto que eu), deveria pesar, facilmente, uns 100Kg senão mais, tórax todo coberto de pêlos grisalhos, peitoral definido e uma barriga bem dura super proeminente, suas coxas e panturrilhas pareciam duas toras de madeira grossas e duras, seus braços eram muito bem definidos e coberto de pêlos. Sua barba era completamente fechada, seu cabelo era raspado com maquina 1 ou 2. Sua barba também era grisalha como seus pelos no peito mas tendiam mais para o branco - o que me deixa doido.
Ele sempre usava as mesmas roupas: jeans, blusa xadrez e suspensórios. Da terceira e ultima vez que nos encontramos no bar, após algumas brincadeiras no banheiro ele me convidou para ir para a sua casa e, de pronto, aceitei.
Ele morava na zona 4 de Londres, era um caminho um tanto quanto longo de trem e no caminho fomos sentados um do lado do outro, conversando amenidades. Estava frio e estávamos muito próximos um do outro. Em dado momento ele passou o braço por cima do meu pescoço e me abraçou pelo ombro, sem menor pudor. O que achei fantástico.
Quando chegamos na estação e levantamos ele pegou na minha mão e seguimos de mãos dadas cidade a fora. A caminhada até a casa dele levou uns 15 minutos e continuamos a conversar sobre assuntos banais. Ele perguntava um pouco da minha vida no Brasil, eu perguntava da vida dele na Russia e assim a gente ia caminhando.
Sua casa era uma graça, toda de tijolos vermelhos, uma clássica casa Londrina. Subimos as pequenas escadas e ele, gentilmente me deixou subir primeiro, foi quando, finalmente, soltou minha mão. Cheguei de frente a porta e ele precisava abri-la. Antes de eu pensar em dar passagem, ele se encoxou em mim, em um grande abraço de urso, passou o braço direito por baixo dos meus braços e entregou a chave pra mim. Ainda assim, me assistiu abrindo a porta. Enquanto eu virava a chave, ele fungava no meu pescoço, dizia que eu era um tesao e que ele queria muito aproveitar essa noite.
Porta aberta, entramos. Ao dar dois passos dentro da casa ele aponta para um banco e diz:
- sente, tire o sapato. Não entro em casa com sapatos da rua. Espere aqui também, vou pegar uma pantufa pra você.
Ele tirou os sapatos, calçou uma pantufa que estava rente à porta e sumiu. Levou uns cinco minutos, o que me assustou um pouco mas, mesmo assim, obedeci. Quando ele voltou, disse:
- que obediente, me esperou aqui direitinho... toma, coloque estas pantufas, vem comigo.
Me segurou pelas mãos e me acompanhou casa a dentro. Quando chegamos na sala vejo dois sofás confortáveis, um belíssimo tapete de pele de Carneiro e uma lareira acesa aquecendo a sala, quando olho pra cima, dois machados grandes, com marca de usados, adornavam a parte de cima da lareira.
- nossa, que decoração interessante... esses machados - eu disse
- Não é decoração, são meus instrumentos de trabalho.
- Como assim?
- Sou lenhador
- É brincadeira, né?
- Não, sou lenhador mesmo.
Eu não estava acreditando naquilo... não acreditava que eu ia sair com um ursão, estilo lumberjack e que, de fato, era um lumberjack.
- Voce gosta de um lenhador? Ele perguntou
- Meu sonho sempre foi sair com um.
- Ótimo, hoje você realiza seu sonho.
Continua no próximo conto....