O vidraceiro



O vidraceiro

Era época de prova na faculdade e eu estava mergulhado atrás de livros e mais livros. Era um sábadão ensolarado, lá fora o calor pedia uma piscina ou uma
refrescante cachoeira. O pessoal de casa não pensou duas vezes, e foram para a fazenda se refrescar. Fiquei de castigo. A minha concentração só foi quebrada
com o som da campainha. Abri o portão e vi que era o vidraceiro que iria por os vidros em casa, pois estávamos terminando uma reforma na casa. Ele explicou
que tinha outro serviço para fazer, então deixaria o seu empregado para colocá-los. Quando vi o rapaz entrando com os vidros percebi que a minha tarde
seria outra... Mostrei ao rapaz todos os cômodos onde seria posto os vidros, mas mesmo assim fiquei acompanhando-o. Percebi que era o mesmo rapaz que sempre
passava em frente de casa e me cumprimentava ou somente dava alguns olhares. Ele sempre trajava um macacão jeans surrado e uma camiseta regata branca,
bem apertados que revelaram seu torso e coxas definidos, mas o que mais me chamava a atenção naquele rapaz era o rosto: um misto angelical com um ar de
safadeza além de um dos sorrisos mais cativantes que eu já tive a oportunidade de ver. O silêncio pairava naquela sala. A única coisa que tinha vida própria
eram as mãos do vidraceiro moldando a massa para vidro. Resolvi quebrar o gelo. "- Como é seu nome?" Ele levou um susto, porque estava o maior silêncio:
"- Marcos" respondeu, fitando-em um largo sorriso. "- Quantos anos?" continuei. "- Dezoito". A partir dali o gelo foi quebrado e ficamos conversando banalidades,
tipo quanto tempo trabalha, mora aonde, quanto ganha, etc, até que chegamos na parte mais interessante da conversa: "- Tem namorada?" "- Não tenho. Quem
quer namorar com um "pé-rapado" que vive ariado?" Disse ele em tom sarcástico. Caimos na risada. Descobri também o segredo daquele corpo milimetricamente
moldado. "- Você faz academia, musculação?" perguntei "- Não. É que antes de ir trabalhar na vidraçaria eu fui chapa". "- Chapa? Como assim?" questionei,
fazendo de conta que não tinha entendido. "- Chapa é aquela pessoa que carrega caminhões. Que faz a carga. É por isso que sou todo musculoso." Respondeu
todo egocêntrico, estufando o peito. Eu já não estava aguentando mais. Estava difícil me conter. A vontade que tinha era de agarrá-lo. De mordê-lo todinho.
Criei coragem e resolvi partir para o "ataque". "- E aí, você nunca transou com um homem?" Eu não acreditava que aquela frase tinha saído da minha boca.
Meu coração parou e disparou em seguida, querendo saltar pela boca. "- Já viu!?! Sou homem e só tive namoradas!" respondeu inocentemente sem perceber as
segundas intenções da minha pergunta. Mesmo tendo ouvido uma resposta um pouco restrita, resolvi continuar: "- Cara, achei você o maior tesão! Tou om uma
puta vontade de transar com você! Te chupar inteiro... Te massagear... Te masturbar... Te encher de carícias... Fazer você gozar de tesão..." As minhas
pernas ficaram moles, bambas e o coração saltava. Ele ficou olhando para mim meio espantado meio sem jeito. Riu um pouco e ficou estático. Fiquei meio
sem jeito e resolvi tomar uma ducha fria para por a idéia no lugar. Como tenho a mania de tomar banho sem trancar a porta, lá estava eu tomando uma ducha,
com o mastro em riste, tentando "aliviar a tensão" quando para meu espanto - e dele também - o vidraceiro adentrou o banheiro. Levou um susto. Quis recuar,
então eu disse num tom irônico: "- Entra cara, nunca viu um homem?" "- Não tem problema?" respondeu meio corado de vergonha. "- Entra, não tem grilo. Só
se você tiver grilos..." respondi. O Marcos entrou, subiu numa pequena escada e começou a aplicar a massa para colocar o vidro. Enquanto isso eu estava
"espumando" debaixo da ducha, admirando aquele corpo, aqueles braços, aquelas coxas, aquela bunda durinha, aquela boca carnuda. Ele percebeu que eu estava
a ponto de bala, me masturbando e disse: "- Você tá fervendo, hein?! Nem essa ducha abaixou sua bola!" e continuou me olhando. "- Sabe aquilo que você
me disse na sala... que estava... a fim de... transar... Eu nunca fiz isso. Só sai com mulheres. Não sei como fazer, o que fazer. Nem sei se vou gostar..."
disse com um ar meio sacana. "- Fica frio. Não vou te forçar a nada. Se quiser, tudo bem..." Só então que fui perceber que ele estava com o cacete prestes
a saltar fora daquele macacão surrado. Ficamos nos olhando por um longo tempo. Fui me aproximando. Fiquei colado as suas pernas, molhando seu macacão.
Ele estava sentado na escada. Fui tocando de leve suas pernas, suas coxas, massageando. Pude sentir que o tesão aflorava na pele do vidraceiro. Desabotoei
o macacão do Marcos, não tirando meus olhos dos olhos dele. Lentamente tirei sua camiseta e desci seu macação jeans e para meu espanto vi que ele não usava
cuecas. O bicho era criado solto! Aproximei minha boca da sua pele. Ele tinha umas coxas peludas, porém os pelos eram quase invisíveis. Fui chupando, acariciando
com a minha língua aquelas coxas torneadas. Na pele um gosto de sal perfumado, cheiro gostoso de homem. Enquanto isso minhas mãos percorriam seus braços
e seus torso. Beliscava seus mamilos que estavam retesados, tensos. Marcos estremecia. Quando toquei o seu cacete com a ponta da minha língua o vidraceiro
estremeceu e quase caiu da escada. Tive que segurá-lo. Comecei a chupar seu caralho que na verdade não era uma coisa assombrosa, descomunal. Pelo contrário,
era de um tamanho médio, mas harmônico com o conjunto todo. Chupei seu pau lentamente, massageando. Depois fui aumentando o ritmo, pressionando o seu mastro
com minha língua. Parecia um aspirador de pó! O rapaz não aguentou e gozou loucamente, lavando minha cara de porra. Ele ainda estava trêmulo de tesão.
Peguei e trouxe para debaixo da ducha. Ficamos abraçados, agarrados por um longo tempo enquanto a água escorria por nossos corpos, percorrendo as nossas
entranhas. Instintivamente nos olhamos novamente e nossos lábios se tocaram. Marcos teve um pouco de receio em beijar, mas logo sua boca procurou a minha
e nossas línguas travaram uma deliciosa luta. Enquanto isso, nossas mãos percorriam cada milímetro de nossos corpos, de nossas entranhas. Saímos da ducha,
nos enrolamos numa toalha e fomos para meu quarto. Caimos na cama. Ficamos nós dois, nus, nos olhando, nos curtindo, nos tocando. Pairava o silêncio, mas
não era preciso dizer nada. Nossos olhares, o nosso tato transmitiam nossas sensações, nossas emoções. Já era tarde e Marcos tinha que terminar o serviço.
Marcamos um novo encontro naquela mesma noite. Fomos para a fazenda e nem preciso dizer que passamos a noite todinha em claro. Nos encontramos várias vezes
e nos tornamos grandes amigos. Abri meu coração para ele. Assim como ele também confiava plenamente em mim. Certa vez marcamos um encontro, fui no local
e horário combinados e ele não apareceu. Fiquei muito chateado e grilado também. Porque não teria aparecido? Mais tarde fui saber que ele tinha passado
mal e estava hospitalizado. Aí estava a resposta. E por uma série de desencontros e com a mudança dele para outra cidade atrás de emprego nos afastamos.
Meses depois nos encontramos na rua. Ele estava acompanhado de uma moça. - "Esta é minha esposa. Está esperando um filho." Disse sem expressar nenhuma
expressão de felicidade. Para mim a notícia também não quis dizer nada. Percebi a fria que ele tinha se metido e ele também tinha pleno conhecimento que
estava numa enrrascada, mas que não via uma saída, as famílias estavam pressionando muito para que o casal regularizasse sua situação civil. Até hoje quando
encontro o Marcos pela rua, trocamos olhares, mas sempre percebo lá no fundo dos seus olhos uma grande tristeza pelo rumo que sua vida seguiu e ele não
teve como alterá-lo. De todas as pessoas que passaram pela minha vida, o Marcos tem um lugar garantido no lado esquerdo do peito, lá onde nós guardamos
as boas coisas, as pessoas que a gente ama e curte, lá onde a gente grava o nome dos nossos amigos; grandes amigos. E é lá do lado esquerdo do peito que
trago as boas lembranças desse conto, que apesar de não ter tido um Happy End, foi bom enquanto durou. E apesar dos anos que se passaram, está presente
na memória (como se fosse hoje) o cheiro do corpo do vidraceiro; a imagem do seu sorriso angelical, inocente; a leveza de suas mãos percorrendo, conhecendo
um corpo-irmão pela primeira vez; a doçura dos seus lábios; o frescor esvoaçante dos seus cabelos, dos seus pelos. Na memória, a presença do Marcos sempre estará.


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Comentários


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ksn57 Comentou em 23/10/2019

Votado - É a vida, mas até essa, dá muitas voltas !!!

foto perfil usuario kaikecamargo3

kaikecamargo3 Comentou em 23/10/2019

Nossa, que bela história ...

foto perfil usuario chaozinho

chaozinho Comentou em 23/10/2019

Se apaixonou cara? Pena que o destino os afastou.




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico toiro

Nome do conto:
O vidraceiro

Codigo do conto:
146301

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
22/10/2019

Quant.de Votos:
13

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