Loucas aventuras de Mano Zord - IV




Capitulo- IV


Sim, Mary Grant estava nervosa. Tão cega... Tão perdida e completamente cega... Ele entrara em depressão. Ela tinha admitido que ainda amasse Mano Zord. Ela não gostava de gente de sua idade. Todavia, se relacionava com um bando de irresponsáveis e brincalhões. Inconseqüentes. Tolos. Fúteis. Agora ela enxugava as mãos úmidas no vestido. Por que negar? O que aconteceria no apartamento naquela noite? Não. Ela o esqueceria, porque ainda não tinha perdido a coragem, Seria mecânico e estranho esse sentimento sem convivência ou contatos com o playboy. Às vezes, quando estava distraída, assim, no trânsito ou tentando organizar mentalmente o caos diário de idéias e compromissos que a soterrava, era acometida de um lampejo, um pensamento, uma lembrança sua que estuprava sua disforme e inócua planilha mental…
Até hoje ela achava graça. Quando a noite estava assim, calada, sem pio de rasga-mortalha ou estalo do vento no oceano, ela achava graça. De longe aquele playboy já se via que era de fora, nem tanto pela roupa, mas pelo andar. Sabe aquele jeito assim largado, como se a pessoa não tivesse o que fazer? E não tinha mesmo não. Vinha distraído, chutando lata, resto de flor, e parando aqui, bem na entradinha do edifício. Ela sofria a ação de seus devaneios... Sonhava com seu corpo e seu cheiro o dia inteiro todas as noites quando lhe lembrava dos seus lábios a sugá-la por inteira. Era uma louca mulher que escravizava seus desejos, insana paixão libidinosa. Com um insensato propósito de loucura que contaminara sua inocente intenção a reelegendo a esta solitária clausura. Não conseguia mais dormir, as inquietações a assolavam, não era mais trégua, mas todo o sentir uma presença que seu corpo implorava. Porém, seu cheiro teu gosto teu desfilar. A sua mente explorava as imagens do seu templo. Esta vontade desvairada de estar com ele a fazia sonhar acordada. Mas eram águas passadas... “Eu desculpo você sinceramente e definitivamente: para nunca mais ser e para nunca mais doer em nenhum de nós. Desculpo ainda que você nunca tenha me pedido desculpas. São desculpas inquestionáveis, independentes, não sujeitas a termo, condição ou encargo. Desculpo o fato de você ter ido embora sem querer passar pelo adeus, num domingo nublado e chuvoso: dia que eu detesto desde pequena. Desculpo por você ter mentido, por você não ter olhado nos meus olhos e ter me dito a verdade que eu precisava escutar. Desculpo também por tudo isso ter acontecido a poucos dias do natal e por você ter feitos planos, sem que eu soubesse e sem que eu tivesse a oportunidade de também fazê-los. Desculpo pelas promessas quebradas, pelas palavras não ditas. Desculpo a sua ausência e a sua falta de sensatez quando eu precisei, de verdade, de você. Desculpo por você ter me julgado, por ter me criticado, por não ter me compreendido. Desculpo a sua falta de fé. Também te desculpo pelo depois. Pelas noites que não dormi, pelos dias e meses que perdi. Pelas festas que não fui, pelos telefonemas que não atendi, pelos amigos que magoei, ainda que indiretamente, pelos amores que deixei de conhecer, pelas viagens que deixei de fazer. Desculpo você pelos quilos que perdi, pela minha austeridade e intransigência perante o mundo. Desculpo-lhe por ter me feito virar pedra, até mesmo com a minha família, e pelas conseqüências disso tudo na minha vida”.
Por um instante ela teve a impressão de que seu edifício desapareceria subitamente, como se todas as janelas se apagassem.
- “Ai, meu Deus, é hoje que esse morro desaba.” Resmungou atônita;
A impressão confirmou-se quando um segundo edifício vizinho do seu também ficara no escuro. Em segundos toda a Barra da Tijuca mergulhou na escuridão. O ar condicionado silenciou e ela ficou onde estava.
- Um blecaute, sussurrou.
O calor do dia devia ter causada uma sobrecarga no sistema de fornecimento de energia do bairro.
Na rua as pessoas gritavam, aplaudiam e assobiavam, manifestando aprovação ou desgosto.
Um blecaute. Sem elevador, ela teria que descer 22 andares pela es-cada e no escuro. A idéia arrancou de seu peito uma gargalhada nervosa e ela atravessou o terraço, cujo piso de lajota lembrava um forno de pizza sob seus pés descalços.
Oh, sim, era ela uma mulher madura, bela e rica. Aquela por quem qualquer homem atravessaria o continente antes de enfrentar vinte e dois andares de escadas. Lá estava ela, princesa de um conto de fada em sua torre inacessível, imaginando um teste de resistência física e coragem para sair das trevas que se encontrava.
Precisava de uma vela, decidiu, caminhando na direção da cozinha e batendo o joelho na mesa de mármore que ficava num canto da sala. Ela tinha uma vida pacata, quase aborrecida. Ultimamente não havia acontecido nada de novo na sua vida sentimental.
Na cozinha ela abriu uma gaveta e começou a procurar com cuidado em busca de uma vela, rezando para não encontrar uma faca afiada ou um furador de gelo. Ela havia confessado a sua melhor amiga que não fazia sexo há três anos. Depois da partida de Mano Zord, ninguém para substituí-lo, esse era seu maior problema. Ela ainda recordava da pergunta irônica de sua amiga, martelando no seu cérebro.
- Oh, sim é isso que você quer para si? Um jovem desajustado e cheio de manias... Gostaria que ele dormisse contigo, somente por piedade?
Encontrou enfim uma vela e um pequeno castiçal de vidro, usando uma caixa de fósforos para acender o pavio. De repente a luz reaparece.
- Muito bem, iluminação romântica, disse com ironia.
O que quer que a noite reserve para ela, tinha certeza que romantismo não fazia parte da equação. Mas aquela experiência poderia ser resumida em uma história a ser contada até o fim de sua existência. Ligou a TV, ouviu o noticiário informando sobre problemas na subestação de energia elétrica da Barra da Tijuca. A correção do problema tinha acontecido em tempo recorde.
- Não!
Recusava-se a percorrer essa estrada mental novamente, porque preferia evitar o beco em que ela sempre terminava. Duas décadas buscando o príncipe encantado havia resultado no mais estrondoso fracasso. Ele não existia.
Mary Grant foi até o quarto e deixou a vela sobre a cômoda, ao lado da enorme cesta de petiscos embrulhada em celofane. O conteúdo era tentador, variando de chocolates belgas as castanhas portuguesas, mas não ousava tocar em nada. Tinha de deixar tudo como estava porque ela não poderia sair de seu regime alimentar, jamais. Ela sempre era tentada a lembrar-se de grandes momentos íntimos com o homem mais sexy do mundo, segundo ela, Mano Zord.
Sua cara de moleque sem vergonha a esperar na cama. Sua língua a passear por todo seu corpo. Seus seios colados em sua pele. Seu corpo arrepiado pelo toque. Dominava e se deixava dominar. Seus corpos encaixados. Seus gemidos ecoando pelo quarto. Bocas, línguas, saliva, tapas, sussurros, tesão. Seu suor descendo pela testa. Seu corpo estremecendo com o teu pulsar dentro dela. E enfim, o prazer escorrendo pelas pernas lhe esquentando seu corpo na madrugada fria. Sua imagem que teima em inundar seus pensamentos. Seu coração acelera e rolo mais uma vez embaixo dos lençóis. Seus sentidos latejam, não tem mais como apagar. de mim... Seu corpo grita por ele, lhe chama. Precisava do seu corpo colado ao dela, das suas mãos a percorrer suas curvas, a saciar seu desejo... Não via mais nada, só a sua lembrança, como se fosse um filme que se repete diversas vezes.
Antes de entrar no banho, pegou o roupão, pendurou-o num cabide na entre sala do boxe do banheiro, depois tomou uma ducha rápida e fria, livrando-se do suor gorduroso de um dia de temperatura recorde no Rio. Terminou de enxugar-se no quarto, olhando para a camisola que deixara sobre a cama. Aquele pedaço de seda verde havia sido presente de Mano Zord, numa noite inesquecível. Ela se lembrava de cada gota de suor.
Era ridículo.
Rindo, vestiu a camisola e sentiu aquele tecido delicado acariciando a pele até os tornozelos. Mary parou diante do espelho. Ajeitando os cabelos ruivos, deixando-os caírem livres sobre os ombros e sorriu. Nunca estivera tão sedutora. Alças finas sobre os ombros representavam a única sustentação para a peça ousada, e uma abertura lateral que expunha uma de suas pernas até o alto da coxa. O decote mergulhara até o umbigo, fechado por cordões que, entrelaçados, terminavam na metade dos seios. A camisola fazia milagre no seu corpo, realçando os seios e deixando-os visíveis através do tecido fino.
- Não, eu não posso usar isso! Suspirou tentando não se lembrar de Maninho.
Ela concluíra que qualquer coisa era melhor que piedade.
- Bem, é isso, disse ao reflexo no espelho.
Depois se deitou na cama, sobre a colcha colorida. A vela ainda queimava no candelabro, mas não servia para nada. Mudou de posição em busca de um pouco mais de conforto, apesar do ar condicionado ligado, sentia uma sensação de calor, decidiu fechar os olhos só por alguns minutos. Uma sensação tênue deslizando por seu braço perturbava seu sono.
Quando imaginava que já tinha vivido todas as experiências, eis que foi surpreendida pelo acaso, e foi exatamente isso que aconteceu. Agora ela não dava um passo, sem a companhia do motorista, que virou sua sombra, depois de uns três meses ela começava a prestar atenção nele. Levando uma trouxa de roupas para maquina de lavar ela vestia um pequeno shortinho ainda meio folgado e uma camiseta onde ela fizera um nó, logo abaixo dos seios, digo, de seus biquinhos, que era a única coisa que dava para ver saltado na camiseta. Percebeu os olhos gulosos do seu chofer no seu corpo. Ele notou que seu corpo tinha formas mais femininas, que seus seios já demonstravam biquinhos duros e escurecidos. E que sua bunda estava bem saliente. Foi então que ela observou o interesse do chofer no seu corpo de mulher. Mary via aquilo e estranhou por sentir-se excitada, sentiu sua xana latejar...
- O que essa figura está estava pensando? Eu sou capaz de fazer qual-quer loucura sim... É só ele me provocar para ele ver! Para não deixar barato, avanço o sinal e digo para não duvidar de mim... Pensou ela.
E foi exatamente isso que aconteceu... Ela queria se sentir desejada e quando estava com o motorista na casa, ela já deixava um decotão bem à mostra e usava seus cabelos negros soltos para atiçar... Mary sempre gostou de rapazes mais jovens, que segundo ela pareciam ter mais disposição e aceitavam mais facilmente ser dominados para realizar as fantasias que tinha. Ela era safada, provocante! Era uma pervertida! Fez o pobre motorista ficar de pau duro. Depois disfarçou, mandando-o fazer compras para ela.
Sem companhia, seus passeios se resumiam a praia, shopping e super-mercado. E isso para qualquer homem poderia ser o resumo de uma mulher perfeita, pois além de ser fogosa e cheia de tesão era empresária bem sucedida. No dia seguinte ela saiu para ir a um Shopping - Center a safadinha já foi com um minúsculo vestido, que o chofer não tirava os olhos do espelho retrovisor, pode? Ela cansada do luxo e das futilidades que estava acostumada a comprar. Pensava em algo diferente para a sua vida fútil.

- Você está linda, sabia? Ela apenas se limitou a sorrir


Com o cabelo negro, esvoaçante, exalando perfume e simpatia, por onde ela passava os caras ficava olhando e ela se sentindo o máximo. Ela estava feliz, sorridente, recebia muitos elogios, pois apesar da idade de Mary, 44anos, ela ainda estava inteira!

- Que pervertida! Pensou o motorista.
A cada dia que passava ele ficava ainda mais curioso, para não dizer afim... Cheio de malícia! Mary Gostava de exibir vestidinhos curtinhos, e adorava dar ordens. Um dia, ele chegou para trabalhar e ela estava com macacão de ginástica, malha muito justa no corpo, realçando suas formas ainda perfeitas, imponente, fortíssima, corpo malhado e a malha realçando os seios, o rabo de cavalo com a tiara de prata.
- Que bundão ! Que coroa ! Essa coroa ainda dá um caldo! Concluiu ele em pensamento.
Ele fazia de tudo para ficar próximo com ela que sempre estava muito bem humorada. Ela aproveitava para sentar de frente para ele, numa breve recordação de “Instinto Selvagem”, dava “aquela cruzada” de pernas... Sentia que ele ficava desconcertado. Por quem os sinos dobram ? Eles dobram por aquela mulher extraordinariamente bela. Sentia seu olhar já sedento, e continuava a provocá-lo. Mary Grant o deixava mais louco a cada dia que passava sempre linda de rosto exótico, olhinhos puxados transpirando sensualidade. Já não estava agüentando o tezão, muitas vezes se masturbou sozinha, mas não era a mesma coisa, gozar com os dedos e gozar com um cacete, a diferença era muito grande, ela sonhava com um cacete dentro dela, gozando na sua boca, estava ficando louca, um dia pensou, “vou trepar com esse cara”, já que ele não pode sair de perto de mim, ele vai ter que me comer, ele não era bonito, nem era um gostosão, mas era um homem forte.
Os dias passaram e foram diversas siriricas pensando no motorista. Ela estava subindo as paredes. Era o momento. Querendo uma noite daquelas. Num vestidinho bem curto preto com salto alto, deixando amostra ainda um decote de tirar o fôlego. Era uma noite especial.
- É vou ser mais generosa e mais carinhosa com ele, pensou.
Fiz um gesto para ele se aproximar, depois sorriu. Pegou dois copos tipo tulipa e abriu um champanhe. Encheu até a metade e me deu um a ele.
         - Tim-Tim...
Bebericaram um gole e novamente seus olhares se cruzaram. Depois saiu da sala na direção dos seus aposentos rebolando aquele traseiro maravilhoso. Ela já estava no quarto, quando gritou pra ele:
- Pegue a minha bolsa que estava no carro.
- Sim senhora!
Quando ele voltou e entrou no quarto, O sutiã soltara-se e desprendendo-se completamente. Dos quadris para cima, ela era apenas pele. Pele bronzeada, sem nenhuma marca de biquíni, eu estava pelada, louca de tezão. Quando ele a viu pelada, se assustou e quis sair do quarto, porém ela impediu, trancou a porta e mandou-o tirar a roupa, mas se recusou, então ela usou de seu charme e fez uma chantagem ameaçadora:
- Ou você faz comigo tudo que eu quero, ou te acuso de estupro.
- Pelo amor de Deus, Madame! Não faça isso...
Na mesma hora, ele se desculpou e disse que estava ali para fazer tudo o que ela pedisse então se sentiu poderosa e mandou ele tirar a roupa e ficar pelado.
- Você me permite?
- Eu ordeno, disse ela firme no seu propósito.
Ela estava excitada, era visível! Notou que ela começava a passar a mão em seus seios e em poucos minutos já os apertava com desejo. Seu pau parecia querer furar suas calças, ele então abriu o feche Clair e deixo a cabeça do bruto sair...
- Nossa! Tudo isso! Você tem que ser multado por sonegação.
Ela não esperava que fosse tão grande. Aquela pica enorme, uma rocha que apontava para a lua, estaqueada. Ela nua, sentiu entre suas pernas, sua boceta piscar de tesão. Possuída pela tentação ela tocou, e quando coloco a mão sobre a enorme cabeça daquela rola, ele gemeu... Ela continuou a mexer no seu pau, masturbando-o com prazer, estava sedenta por uma pica, que há anos não via.
- Safadinho... Querendo se fazendo de difícil com um pau desses em pé! Continuou a provocá-lo.
Caiu de boca naquele cacete gostoso chupando e lambendo avidamente, ele ficou sem saber o que fazer, ele tinha até medo de colocar a mão no seu corpo. Ela chupou com muita vontade, fazia tempo que ela não via um cacete na sua frente que ficou doida, chupava e apertava aquela beleza, depois, o mandou chupar sua boceta. Ela abriu novamente as pernas e quando ele se ajoelhou, ela pegou sua cabeça e levou de encontro a sua bucetinha. Ele lambeu aquele grelinho gostoso e passava a língua por entre os lábios dela... E na boca podia sentir o gosto da porra daquela mulher tarada...
- Maravilha! Gostoso, gostoso! Ela gritava...
Ele continuava seu passeio de língua na vulva, ela rebolava e apertava a cabeça dele, no meio das coxas, com as pernas cruzadas na sua costa, não largou até gozar umas duas vezes, depois ficou de quatro e mandou que ele socasse o cacete na sua boceta, ele ainda lhe perguntou:
- A senhora tem certeza disso, não vai complicar do meu lado?
- Vai, vai... Eu quero ser arregaçada hoje, enfia tudo até o fim...
Enquanto ela estava ali, deitada, nua, excitada e completamente indefesa nos braços do seu chofer pelado. Era agora. Senti u algo percorrendo suas costas, quando ele se ajeitou atrás dela. Senti u ponta macia de sua lança descer entre suas nádegas e se ajeitar na entrada de suas entranhas. Ela estava doida para sentir aquele cacete dentro de si, que deu um grito. Ele Olhou para ela, mas via que no seu rosto havia uma expressão de prazer, de olhos fechados ela mordia os lábios...
- Soca logo esse cacete dentro de mim e não fala nada, que eu quero gozar...
Rapidinho ele molhou sua boceta com saliva e foi socando o cacete, “que maravilha”, seu cacete havia entrado até o cabo e eu estava atolada até a borda. aquele instrumento de prazer começou a entrar e sair da sua boceta a deixando-a toda ensopada.
- Pica gotosa, caralho grosso e cabeçudo... Arregaçando minha gruta sem pena...
- Bate, dá na cara dessa vadia! Essa puta gosta de apanhar... Ele obe-deceu e ela adorou.
- Delícia... essa mulher é muito boa mesmo, eu vou fodê-la todinha até não agüentar mais!
Logo gozou de novo, falando para ele.
- Não vai gozar dentro da minha gruta agora, espera pra gozar junto comigo.
Agora mandou bater na sua bunda, ele dava umas tapas de leve, deu outro grito com ele para bater com mais força, ai sim ele lhe dava cada tapa tão gostosa na bunda e socava o cacete, com força e bem fundo, que ela se sentisse uma verdadeira puta, ela rebolava e pedia cada vez mais, Sentia suas bolas baterem na bunda da safada, a surra de pica na mulher foi grande, ela estava pedindo, então levou! A erupção começou e nada poderia pará-la. Eu soterraria Pompéia, destruiria Krakatoa, submergiria a Sicília e calaria o Vesúvio e ainda assim haveria muito que aliviar, muita lava que escorrer, muito fogo a expelir. O calor que derretera todo seu corpo da cintura para baixo alcançou seu cérebro. Ela estava gozando de uma forma que achava inimaginável. Ele acabou jorrando dentro dela toda sua porra de quase um mês sem mulher, por que porra de punheta não valia... Seu pau foi murchando e devagar abandonando aquela gostosura quente. Ela sentiu uma enxurrada, correndo dentro do seu sexo, deixou ele descansar, só em tão que veio o cansaço nela, ele sentou do seu lado e foi logo perguntando.
-Isso já aconteceu com a Madame antes?
- Não...
-A senhora quer que eu faça mais alguma coisa?.
-Enche a banheira, quero tomar um banho.
-Já esta cheia senhora.
-Já.
- Sim enquanto a Madame dormia eu a enchi, esta quentinha.
- Agora está bem. Pode se vestir e ir embora, ordenou ela.
Delícia de chofer... Deu fim a noite de putaria mais saborosa de sua vida
O playboy Maninho era charmoso, inteligente e bonito. As festas não se animavam enquanto ele não chegasse. Seguia seu caminho fielmente como um aventureiro anárquico, sem reserva e sem escrúpulos ou autocensura. Descobrira no seu subconsciente a inconsciência individual. Havia concluído que seus sonhos utópicos eram na realidade desejos disfarçados.
Ele pertencia a uma família que em outros tempos poderia perfeita-mente ser chamada de aristocrata. A fortuna familiar durou o suficiente para que estudasse nos melhores colégios esse formasse na mesma universidade de onde saiu um número surpreendente de pessoas bem sucedidas nos negócios e no Governo. Seu narcisismo era uma ferida só comparada a um político conhecido. O único que conseguira como governador do Piauí, tirar o estado do centro da evolução lançando-o no anonimato nacional. Um estado com problemas sérios de energia elétrica no seu interior que se arrastava há décadas. A única energia elétrica era de uma usina no interior chamada de “Bunda de Vaga-lume”. Porque bastava chover que acendia e apagava, acendia e apagava, acendia e apagava. Era suficiente uma garoa se iniciar para a população ficar no escuro.
Mano Zord vivia agora mergulhado em enganos, em desencontros num desperdício de felicidade e afeto. Às vezes curtindo um sofrimento desnecessário. Sempre que era possível ele optar pela palavra, todas as vezes que era possível olho no olho, às vezes mão na mão ou no ombro. “Vem cá, vamos conversar?” Nem sempre era possível.
Muita gente morria de inveja dele. Ele não era só festejado pelas mulheres. Como também estava de caso amoroso com a ex-miss Piauí. Uma das mais belas mulheres do país.
- Olá doce pecador! Disse Catherine ao vê-lo se desmanchando em sorriso.
- Jovem não peca, no máximo pisa na bola.
- Ah é? Porque então está sempre passando por momentos difíceis...
- Nesta vida, a gente tem obrigação de ser inventor. Eu só consigo in-ventar problemas, nunca soluções...

Havia abalado o coração daquela loira de lábios carnudos, seios fartos, formas muito bem torneadas e guarda-roupas de grifes. Ela preenchia de maneira impecável, qualquer biquíni minúsculo. Catherine, dona de uma conta bancária respeitabilíssima e uma respeitada lista de ex. Acabara de se divorciar de um campeão mundial de Boxe argentino, e recebera alguns milhões no ato da separação.
Maninho havia instruído o motorista de táxi que seguisse para o Plaza Hotel em Teresina. Ele tinha marcado um encontro com a bela Catherine. Para aquilo que ele tinha em mente, parecia a melhor escolha. O carro arrancou com um solavanco, disparando pela Av. Nossa Senhora de Fátima enfrentando um pesado trafego de veículos comum a aquela hora. Só os taxistas conseguiam acelerar, desviar, cortar caminho, freando e mudando de marcha, derrapando para chegar o mais rápido possível ao destino. Maninho recostou-se. Pensou em como era difícil às vezes pegar um táxi dirigido por um chofer com tantas habilidades assim. O motorista parou na frente do hotel com uma freada brusca.
- Rapaz! Desculpe o mau jeito na condução do veículo.
- Parabéns! Você é muito bom nisso.
O playboy pagou a corrida, desceu do táxi e andou apressadamente para dentro do edifício.
- Boa tarde! Estou sendo esperado pela senhora Catherine. Mostrou o cartão pessoal dela ao recepcionista.
- Não tem ninguém hospedado nesse hotel com esse nome.
- Tem certeza disso?
- Absoluta. O endereço do cartão confere, mas não há nenhuma senhora Catherine no livro de registro.
- Ela poderia ter se hospedado com outro nome.
- Impossível, disse o homem.
- Estranho... Murmurou ele.
Tempos mais tarde, seu amigo de infância Climério Massafera. Um rapaz de ares incondicionados que morava vizinho de sua mãe. Abriu o frigobar encontrando uma sobra de bode ensopado, que botara para ferver agradavelmente no fogão a gás. A cafeteira também chiava, produzindo um aroma tão delicioso, quanto o cozido. Enquanto enchia o prato e colocava o café no copo, ouviu o noticiário matutino. Ele provou a carne, tomou um gole de café sem tirar os olhos da TV. Elevou o som da televisão pelo controle remoto. A matéria era sobre o modelo Mano Zord na semana da moda. Apareceu ele desfilando marcas famosas, todo sorridente na passarela sob aplausos de um monte de celebridades. Climério absorveu seu café, já frio vibrando com o sucesso do amigo.
Num momento de alta voltagem, não havia dúvida que o pior poderia acontecer. Charmoso e sedutor, capaz de impressionar e cativar rapidamente. Somava-se a essas características insensibilidade, frieza, mentiras, uma brutal capacidade de manipulação e nenhum sentimento de culpa. Esse era o perfil realista de Mano Zord. No campo da psicanálise era classificado como distúrbio de comportamento anti-social. Enfim, uma anomalia com uma incidência de 5% no mundo. Era uma pessoa inteligente, mas incapaz de pena ou piedade de alguém. Ele nunca se enquadrava nos padrões éticos e morais da sociedade.
Simplício e Estelio Nazário irmão e amigos de copos, de fé do play-boy mal sucedido. Um dia ele, como sempre contando vantagens, disse-lhe que tinha uma namorada para cada dia da semana. Então Mano Zord respondeu a sua maneira:
- Estélio, pare... Tu és feio que dói e burro demais para ter um monte de mulheres dando em cima de você. Isso só tem uma explicação... Mudou-se para o porão de um prostíbulo. A diferença genética parecia inexistir. Os três eram como se fossem clones de uma única matriz, como na experiência da ovelha Dolly. Simplício tinha uma simpatia visceral pela preguiça. Uma abstração. Sem vinculo com a realidade, um contraponto, um espaço mental. Aspecto grotesco, ridículo e improvável. Claro que tudo isso mergulhado num mundo de ficção. Um obstinado digital; grande vício da era moderna. Qualquer compromisso para ele, não deveria passar além de uma rodada de cerveja. Dedicava-se a contemplação das coisas pelo inverso. Ele estava convicto de sua própria inutilidade. Sexo exigia muito esforço e muito suor, não valia à pena. Um ser humano que dera errado, um equívoco da evolução. Temia ser descoberto pelos meios de produção. Em resumo, ele não servia para nada. Ele era na verdade um espectador do drama da criação. Para ele nenhuma crise era novidade. O mundo já estava de cabeça para baixo, quando nascera. Um pobre ser arquitetado durante a letargia da embriaguez.
A noite passava assim, rapidamente. Uma a uma as estrelas tinham desaparecidas, o céu apresentava uma nebulosidade intensa. Naquela madrugada chuvosa de sábado, Simplício voltava da farra, completamente bêbado e encontrou sua irmã Margot que também vinha da balada. Fazia muito calor somado à umidade do ar. Ela possuía uma beleza exótica no estilo de deusa egípcia. Trajava uma camisa branca e shorts preto curtíssimo realçando suas pernas bem torneadas se equilibrando em saltos agulhas, cabelo escuro batido pelo vento descendo abaixo dos ombros. Uma verdadeira provedora de internet; pois tinha a “bunda-larga”. Era seu arsenal de sobrevivência fazendo com que os homens se virassem ao passar por ela. Simplício com um senso formidável para a provocação disparou:
- Oh! Sangue do meu sangue. A tua fronte é um luminoso de acrílico. A curva do teu pescoço é como a traseira de um Ford “K” que reflete uma luz de mercúrio. Seus cílios são como antenas internas interligadas com o mal. Sua experiência de vida faz até sinal de trânsito ficar vermelho. Teus cabelos têm cor de gasolina queimada. Tu és uma perimetral de acesso a coisa errada. Diverte-se na vertical e trabalha na horizontal.
Ela fitou-o atônita. Não pela ousadia, nem pela expressão hostil nos olhos que a fitavam com desdém.
- Vai te lascar, pé de cana! Tu dás muita sorte de não ter carro coletor de lixo circulando a essa hora. Entulho humano, respondeu ela aos berros.
Ela fervia de raiva, todavia seu irmão era rude e estúpido para que desperdiçasse toda sua raiva. Havia algum tempo que ela havia deixado de ser uma patricinha magnânima, insossa, porém polêmica. Demonstrava não ter sangue de barata. Uma critica pessoal arrogante, intrometida. No bairro em que ela morava circulava rumores que Margot tratava os homens como objetos de uso pessoal, dispensando-os quando não podiam ajudá-la financeiramente. Ela, aos quatorze anos de idade, já tinha idéias atrevidas, muito menos, que as outras que circulavam à sua volta. Mas eram só atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis, sinuosas e surdas para alcançarem o fim do propósito. Não de saltos, mas de saltinhos. Ela Ficara quinze anos sem sexo. Porém aos dezesseis em diante, dera inicio na sua vida sexual para não parar mais. Ela se tornara uma mulher insaciável.
“Maryline Alves, bio-tipo “femme fatale” mulher bonita exigente e culta. Presença obrigatória de salões de manicura, pedicura, depilações no ritmo de uma rotina religiosa para se sentir bem. Ela não duvidava das fofocas sobre a vida libertina de sua prima Margot. Eram pertencentes a uma família critica e matriarcal que se revelara sempre contra novos integrantes de baixo nível social no clã... As primas eram todas as duas possuidoras de formas provocantes, atraentes e sofisticadas e atraía ricos empresários como abelha no mel. Internauta assumida, Maryline procurava novas perspectivas de relacionamento íntimo e duradouro. Ela perdia horas nas salas de bate-papo. No auge da loucura cibernética, num momento de rara conjunção de desencontros, finalmente encontrara sua outra metade. Todo mundo tem lá suas manias, todavia ela era exagerada. Verificava a válvula do gás se estava realmente fechada várias vezes antes de sair de casa. Somava os números das placas de veículos que iam a sua frente para depois jogar na loteria, organizava objetos em simetria e nunca passava embaixo de escadas e por ai vai... Às vezes se sentia meio esquisita, lunática. Ela era esperta demais. A última a fechar a panela de pressão. Um dia na hora do almoço, estava ela sentada na mesa da casa da vovó Madame Raimonde.
- O que temos para comer, vovozinha?
- Língua de boi.
- Que nojo! Não quero. A senhora acha que eu vou comer um negócio que sai da boca do Boi? Quero ovos.
-Ovos? Por onde você acha que eles saem?
Já estava noite... Saindo da casa da vovó, Maryline encontrou um ve-lho amigo, empresário na área da construção civil.

- Olá tudo bem?
- Sim.
- E você como está?
- Carente.
- Um mulherão como você estar sozinha é coisa de lesado.
- Claro que sim... Deixaram-me com fome de amor.
- Você quer ir para algum lugar comigo agora?
- Sim, gostaria.

Naquela bela noite de verão em meados de agosto, ele a convidou para irem a uma boate privê... Exatamente naquela noite algo ocorria que mudaria sua vida que modificando sua forma de ser e pensar, mas como dizem há mal que vem para o bem, agora iria entrar num mundo desconhecido. Mundo do voyerismo.
Estava bronzeada,com um tom de pele extremamente sexy , com um vestido muito sedutor que realçava as suas formas. Ela estava linda, com um vestidinho curtinho, bem decotado, os lindos seios quase saindo do decote e sem calcinha, uma sandália vermelha bem alta. Estava bem maquiada, perfume francês, etc... Ela tem um corpinho lindo, bumbum arrebitado e redondinho, coxas malhadas, do jeito que os homens adoram. Quando chegamos ao local, ela desceu do carro provocando um frisson no manobrista que observou ela naquele vestido preto com cinza, muito decotado e salto alto.
Perto deles, estava sentado um rapaz de seus 30 anos, sozinho, e Maryline, bem safadinha, ficava dirigindo sorrisos maliciosos para ele. Traindo com olhares, mas sem pretensão com aquele rapaz forte e loiro de olhos azuis muito bonitos parecia um atleta. Homem nenhum em seu juízo perfeito aceitaria uma coisa dessas, porém ela era uma mulher independente. O cara parecia um tarado. Assim fiquei discretamente bebericando seu uísque conversando com seu amigo não tirando os olhos daquele homem de boa aparência, porte atlético, estava vidrado naquele corpão perfeito. Ele também não tirava os olhos dela que cruzava e descruzava as pernas fazendo subindo o vestido ao limite da indecência, provocando-o descaradamente. Depois de uns uísques, o empresário que a acompanhava resolveu ir ao banheiro e que voltasse logo; saiu para o toalete...
- Ah... Eu vou conversar com ele, pensou decidida.
- Gostei de você, e ai, vai rolar ou não?
- Claro que vai rolar sim! Eu não agüento mais...
- Aleluia!
Assim começou a conversa picante.
Quando voltou os dois não estavam mais no salão, indo para outra parte da casa, onde tem suítes. Dei um tempo e resolveu entrar também naquele corredor. Numa outra sala, havia uma mesa redonda, estavam todos os homens jogando cartas. Já estava bem tarde, mas a rodada de truco estava animada, barulhenta e divertida... Pelo menos para eles. Continuou... Logo, numa das salas cortinadas e escurinhas, viu Maryline, sentada no colo e abraçada com o felizardo, já com o vestidinho levantado, com o bumbum completamente à mostra, enquanto se beijavam e se agarravam, na porta ele ficou ali, vendo tudo. Como todo bom voyeur optou por ficar ali mesmo, para ver o que iria dar tudo aquilo, assistia de camarote cenas de sexo ao vivo. Seu pau ficou duro na hora. Então, viu ele colocar os dois lindos peitos dela para fora do decote e chupá-lo gostoso; ela levantou-se colocando o pau dele para fora da calça. Era enorme, uns 20cm e grosso. Ele levantou o vestidinho curto dela até a cintura; (ela estava sem calcinha), e ela com uma das mãos masturbava a pica enorme dele; ela se ajoelhou e mamou aquela rola como nunca tinha chupado antes em sua vida.
- Hum... Delicia muito gostoso, gemeu ele.
Depois ela virou-se de costas e deixou ele ficar esfregando a pica no lindo bumbum dela.
- Vagabunda, vai gemer na minha rola e é agora
- Então, me come caralho...
depois ela curvou-se para frente segurando num banquinho, e abrindo as pernas, deixou o cara meter aquela pica, (com a camisinha que ela colocou com a boca,) na apertada bocetinha dela; Ouviu um suspiro forte, viu que ele tinha a penetrado, ela rebolava gostoso e gemia alto, ele apalpava seus seios dando mordidas leves no lóbulos das suas orelhas lhe sussurrava palavras de baixo calão que incitavam seu lado mundano. ele viam tudo sentindo um pouco de ciúme, via tudo batendo uma leve punheta e se descobrindo um verdadeiro voyeur. Não demorou muito e eles gozaram gostoso; Na verdade, o que ele mais queria era comer aquela boceta toda gozada. Porém, voltou para sua mesa, e logo ela voltara para o salão, ela sentou-se a mesa se aproximando dele e pegou sua mão abrindo as pernas, ao tocar seu sexo imberbe e ele pode perceber que estava molhada , apalpou melhor naquela vulva toda melada escorrendo. Então ela lhe disse:

- Que suruba é esta que vocês arrumaram.
- Do jeito que gosto de saborear! Pensa que não vi você assistindo a tudo?
- Ah deixa quieto.
- Fique calmo e sinta o máximo de prazer. Sei que você gosta.
- Qual a sensação de sentir minha periquita toda gozada, cheia de porra de outro homem?
- Vontade de comê-la toda lubrificada.
Confessou ele com ar cúmplice acenando que sim.
Depois foram para o Aphrodite motel e ele comeu a bocetinha dela toda gozada. Nunca gozou tanto em sua vida vendo a vulva dela escorrendo porra, transaram quase a noite toda.
Estélio Nazário era totalmente diferente do seu irmão Simplício. Ele tinha o hábito de atribuir corpo, sexo, passado, opiniões. Roupagem e trejeitos ao substantivo comum, inanimado ou não. A palavra, qualquer palavra, sempre despertava nele imagem em série. Ele encarnava uma série de equívocos. Freqüentador assíduo de bares de toples e clubes de strip-tease na área da boca do lixo, próximo do rio. Uma orgia de duas horas de suor, grunhidos e gritos com um perfil sádico era sua ginástica mensal. Ele defendia teses sobre a vida que até hoje ninguém se interessara em saber. Ele tinha ar de quem estava sempre esperando que alguém lhe pedisse sua opinião. Vivia se questionando: “De onde viemos, para onde vamos e quanto custa a passagem?”
Indiretas, historinhas, fofocas, isso era rotina na vida de Estélio o que o deixava mais apreensivo. Todas as pessoas próximas dele que o conhecia em detalhes estavam sempre de olho no Estélio... Sujeito vaidoso. Era um homem atarracado, de músculos rijos e pescoço nervurado. O Pomo de Adão e o queixo proeminente. Era possível que seus cabelos negros, revoltos jamais tiveram visto pente. Ele só usava escova. Como fazia a barba somente uma vez por semana, costumava exibir um restolho escuro. Diziam as más línguas que tomara substâncias de uso animal para aumentar seus bíceps; porém o resultado fora aparição de pelos por todo o corpo. Sórdido com inteligência limitada pisava nos sentimentos dos outros e achava que as regras sociais não se aplicavam a ele. Basicamente um cafajeste. Era um excelente jogador de futebol de várzea.
Ele possuía um perfil de caráter singular. Ambição, rapidez e brutalidade aliadas ao espírito esportivo, à multiplicidade de meios e à negação de que o mundo natural esteja se materializando e se degradando. Depois de alguns drinques, sua conversa costumava tornar-se mal-humorada, evasiva e complexa.
Todos que o conhecia achavam que Estélio possuía uma inquietação secreta. Nenhuma força de vontade, muito menos vontade de fazer força. Um malandro consentido, e divertido fascínio de enganador impune. Quando se espantava de alguma coisa, dizia “Cacildis”. Aquilo era uma autarquia. Um caminhão carregado de delinqüência. Ele vivia sempre angustiado. Sentia-se impaciente em ganhar uma fortuna e alcançar a fama. Mas como? Ele não tinha talento algum. Tinha consciência que o custo de vida era muito alto. Trabalhava como motorista free-lance de políticos, onde ganhava um salário de miséria, que eram reforçados pelas gorjetas. Mas o dinheiro era logo consumido pela vestimenta, comida, bebida e aluguel de computador. Ao contrário de Mano Zord que as coisas caíam do céu no colo dele. A diferença dele para o playboy era irritante. Estélio não perdia tempo em igualar as condições dele com outros amigos seus. Nenhum deles se aproximava da condição de sobrevivência de Estélio Nazário. Ele sentia-se atormentado pela escassez da moeda corrente. Sentia-se ainda mais atormentado pela escassez crônica da criatividade. Talento era algo com que a pessoa nascia.
Naquela segunda feira, uma manhã velada pelo chuvisco e pelas nuvens baixas que Estélio Nazário chegou pisando forte nos ladrilhos e respirando certo cansaço. Sentiu o cheiro de abobrinha cozida, fritura de bode, sabão de coco; a camisa azul suada, os sapatos chocos; mas a avó Raimonde não repara: não chovera forte... Em que madrugada aquele neto fora buscar chuva? O avental úmido no corpo não a impediu de ver a cara dele, barba de três dias. Ele vai até o tanque no fundo do quintal, lava a cara, a nuca, os cabelos; naturalmente espantando o sono, espantando temores. A avó desconfia. Agora ele olha o horizonte para alem dos lençóis estendidos no varal. Quando avó chama:
- Vem almoçar. Meu filho.
Porém ele ignora o chamado e não vem. Ela engana a aflição colocando pratos e talheres na mesa da cozinha, depois olha na direção dele. Continua a olhar além dos lençóis molhados.
- Vem meu filho, vem!
A cachorra chocolate continua estirada com suas tetas nos ladrilhos.
- Já vou, vovó, já vou.
- A comida vai esfriar meu filho.
- Já disse que já vou.
Mas o que é que esse menino tanto vê nesse varal, o que é que tanto lê nesses lençóis, meu Deus do céu? Só pode ser coisa desses livros, esses livros que ele traz e esconde lá em cima do guarda-roupa, lê, devolve, traz outros, lê, devolve e nunca termina de pensar.
Abobrinha, arroz, feijão e carne moída. Estélio mastiga os pensamentos de boca bem fechada. Quando abre:
- Vovó, eu vou sumir.
A Vovó Raimonde fica balançando a cabeça.
- Não acredito que você faria isso. É sonhar alto, ficar livre de você, nem que seja apenas por algum tempo. Eu já consideraria uma benção...
- Não entendo por que a senhora me trata assim?
- Tu não és um neto. É um karma que carrego desde que tu nasceste.
Suspira como se tivesse comido muito, começa a tirar a mesa e lava também o prato limpo, de tão acostumada a lavar pratos.
Naquele dia, ele estava arrasado. O sol passara o dia inteiro a se es-conder e a reaparecer. Naquele momento, descobria frestas nas nuvens e se esgueirava por elas em longas tiras, formando o que vovó Raimonde chamava de “Dedo de Deus”. Simplicio na frente da televisão assistindo a programação matinal, como fazia todos os dias. Não lia jornais. Só lia histórias em quadrinhos, revistinhas de amor ou tablóides pornográficos. Estélio conversava com seu irmão Simplício em forma de desabafo. Os dois foram até um bar próximo dali. Havia apenas um freguês naquele local, sentado no pequeno bar perto da porta de entrada. Os garçons conversavam entre si, por falta do que fazer. Apenas dois tamboretes os separavam do outro freguês. A garrafa de cerveja estava em cima do balcão a sua frente. Estélio se serviu e encheu o copo do irmão, antes de começar a falar:
- Maninho foi um sacana comigo. Ele me ridicularizou.        
- Fala sério?
- E ainda tripudiou. Hoje estou a fim de tomara um porre.
- Não precisa convidar duas vezes. Minha profissão é encher a cara, disse Simplício.
- E o que foi que ele disse que te ofendeu tanto?
- Ele me chamava de Apedeuta o tempo todo. Pode?
- É ele exagerou... Eu preferiria que minhas tripas fossem arrancadas pela garganta, do que ser classificado como Apedeuta. Exagerou...
- Ele vá se foder.
- Quer saber de uma coisa, Simplício? Um pouco de rivalidade pode ser bom para a gente... Obriga a gente levar a vida mais a sério, você não acha?
- Sem dúvida...
- Ouvi dizer que Maninho foi para São Paulo hoje pela manhã, para a-presentá-la na agencia que ele é contratado. Será que isso dá certo?
- Deve ter dado. Mano Zord não dá tiro no escuro. Deve estar imagi-nando alguma vantagem por conta disso.
- É bem provável, concordou Simplício.
- Como é que pode? O cara dar tão certo da vida...
- Nasceu com o rabo virado para lua.
- É isso mesmo.
- Ele agora diz que é modelo.
- Só se for modelo de puto.
- Que nada, outro dia apareceu na televisão dando entrevista, quase não acreditei quando o vi.
- É mesmo?
- Então foi por isso que a Maryline se mandou com ele. Ambiciosa co-mo ela é... Vamos ver no que isso vai dar. A mãe dela está dizendo para todo mundo que a filha dela vai ser um sucesso.
- Honestamente eu torço por ela. O que me preocupa um pouco é ela estar com o Maninho. Esse cara é o maior cafajeste que tem no Piauí.
- Falou tudo, Estélio Natário. É melhor a bela não se envolver com o Maninho. Conheço o tipo há muitos anos. Ele vira a vida dela de cabeça para baixo e depois espera que os outros arrumem.
A mãe de Mano Zord era praticamente a única na cidade a dizer alguma coisa que prestasse sobre o rapaz.


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Ficha do conto

Foto Perfil bresilien
bresilien

Nome do conto:
Loucas aventuras de Mano Zord - IV

Codigo do conto:
18030

Categoria:
Exibicionismo

Data da Publicação:
29/06/2012

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