Ao terminar uma petição, sente seu celular vibrar e assustada, percebe que havia seis chamadas perdidas. Desorientada, levanta-se da cadeira, pega sua bolsa, fecha a porta da sala, sai do escritório e vai em direção ao ponto de ônibus que fica a três quadras do seu trabalho.
- Poxa! Nem percebi que o tempo fechara. Logo hoje que meu carro foi para a oficina!
Ao adentrar a segunda quadra,os chuviscos ganham força e após alguns passos rápidos, o toró começa.Com isso, sua pele cálida fica molhada e fria.
Como de costume nas épocas chuvosas, o ponto de ônibus estava abarrotado de pessoas que disputavam o ínfimo teto que recobria o ponto.
Agorofóbica, ela resolveu distanciar-se um pouco. E lá ficou, com a blusa transparente, o cabelo ruivo solto, que servia como veículo para as gotas da chuva que percorriam o seu nariz, olhos e boca.
Hanna apesar do frio e do cansaço, rotineiramente observava o visor embaçado do relógio...
Com as feições pesadas e interrogativas, viu o seu ônibus passar sem parar pelo ponto. Em meio a queixas internas, palavrões baixos e inquietação; vira-se para frente e nota a presença, do outro lado da rua, de uma mulher branca, que descia do carro e entrava no espaço cultural “Tato”.
Sem esperar, o ônibus da zona sul para à sua frente. Hanna embarca, acomoda-se em um banco ao fundo, olha para a rua e decorrido 15 minutos, chega a sua casa.
Ao adentrar a sala, percebe que está sozinha, então tira a roupa molhada, enquanto direciona-se para o banheiro.Já desnuda, liga o chuveiro e deixa a água quente molhar sua tez macia. Ao sentir um arrepio gerado pelo choque térmico do contato da água com seu corpo, pega a esponja e derrama sobre ela o sabonete líquido com aroma de pétalas de rosa. A jovem delira com o cheiro exalado, leva a esponja até o pescoço e esfrega sua derme com delicadeza.
Em seguida, lentamente, ensaboa as outras partes do corpo. O atrito entre a pele e a água quente arrepia-lhe os pêlos e isso a deixa um tanto excitada. Hanna só finda o ritual quando as espumas a tomam por completo e seus poros transpiram o cheiro das rosas. Só aí retira a espuma, desliga o chuveiro, pega uma toalha macia, se enxuga e sai nua do quarto em direção a cozinha.
Com os olhos fixos, sobrancelhas juntas e com os lábios formando um bico; abre a porta da geladeira, pega o vinho que guardara, em vão, para essa noite e o bebe sozinha.
Após entornar a bebida que a aquece, põe um vestido azul, calça as sandálias de salto e vai ao bar que fica na esquina de sua casa.
O Maria’s bar, nessa hora, era o lugar adequado. Mesas de madeira, uma sinuca, poucos clientes. Hanna entra, com seu olhar distante e expressão séria atravessa o salão, senta-se em uma mesa no canto, chama o garçom e pede um uísque a la cowboy. Depois de algumas doses resolve ligar...
Meia hora depois, ela entra. Entreolham- se sem emoções e gestos aparentes. Paola dá um sorriso singular, avista uma mesa e senta-se em frente à mesa de Hanna. Ela chama o garçom, pede uma cerveja, bate insistentemente a ponta dos dedos na mesa, passa várias vezes à mão no cabelo e sem resistir olha para Hanna.
Hanna já estava a fitar Paola, encarava-a com desejo e ardor. Depois de deslizar a mão pelo rosto, pescoço, seios e barriga; Hanna lança um olhar fugaz para Paola, levanta-se da mesa e seus passos se dirigem até o banheiro. Obedecendo a ordem, Paola conta até dez e a segue.
Ao abrir a porta do banheiro feminino, Paola depara-se com Hanna sentada, com as pernas cruzadas em cima da pia. Encolerizada Paola diz: - Por que você não atendeu as minhas ligações? Estava com sua secretária? A reunião lhe impossibilitou de me ligar?
Sem proferir uma palavra, Hanna agarra seu rosto com as duas mãos, a beija com ânsia, sugando e chupando velozmente seu lábio e sua língua. Paola, enquanto a arranha as costas, esfrega as mãos pelos seus cabelos e bunda. Entre sons ritmados e desafinados, iniciam ali mesmo o ataque mútuo.
Então, como animais selvagens, jogaram-se contra parede, desmembraram-se e alisaram-se.
Hanna logo assume a posição ativa. Como uma tirana ordena que Paola encoste de frente a parede com os braços levantados, as pernas abertas, com os pêlos arrepiados e com calafrio, obedece. Em segundos sente o hálito de Hanna soprar-lhe o ouvido, a língua roçar-lhe a orelha...
Hanna beija-lhe o pescoço, desliza suas mãos por suas entranhas, apalpar-lhe as nádegas, em seguida, arranha-lhe e lambe entre as pernas, morde-lhe o calcanhar, sobe, para no pescoço, joga nele um pouco de água e depois a vira bruscamente.
Selvagemente, com os dentes, arranca os botões do vestido de Paola, lambe-lhe os seios, mordisca com suavidade seus mamilos, arranha sua barriga, retira a calcinha, brinca com o seu monte de Vênus, estimula seu clitóris, enquanto sua boca se aproxima da virilha.
A situação não pode ser mais estimulante!
Depois de algumas passadas ritmadas e rápidas pelo âmago do prazer, faz parecer uma flor rosa, molhada e vibrante; ela a agarra e começa a chupar bem devagar...
Paola tremendo e já translouca senta na pia e empurra seu rosto para trás. Hanna a encara contemplando sua beleza e a beija. Descontrolada, como um animal, começa a penetrá-la com um dedo, em estocadas lentas e saborosas, que cresciam em ritmo e força.
Uma das mãos de Hanna estava cravada na cintura de Paola que, se inclinava e se impunha por dentro do corpo de Hanna, puxando os seus cabelos da nuca. Paola a aproximara dos seus lábios e sussurrou alguns absurdos eróticos.
As pernas de Paola rebolavam aceleradas entre as pernas de Hanna , que em um ato violento, introduziu-lhe um segundo dedo. Paola rebolava nos teus dedos, como uma gata no cio, enquanto a puxava pelo cabelo e mordia seu pescoço.
Ambas respondiam a cada derramar de gotas frias de suor, até que seus movimentos desritmado perdem a força, seus gemidos aumentam e seus corpos estalaram. Hanna pulsava ainda mais com força, quando sentiu Paola gozar em seus dedos.
Após Paola recompor-se, saíram do banheiro e juntas foram para o apartamento que moravam.
Olá Maria's! Seus contos são pra lá de excelentes! São poucos os que aqui possuem tamanho talento. A partir de agora não pensarei duas vezes ao me deparar com um conto de sua autoria: irei lê-lo no mesmo instante. Bjos!