Eu lembro perfeitamente do dia em que a pedi em namoro. Foi exatamente no momento em que descobri que a amava incondicionalmente. Eu amava minha mãe, provavelmente, desde que ainda estava em seu ventre. E continuei amando-a a cada dia de minha vida, mas no boliche, no dia do meu aniversário, ouvir aquele imbecil elogiar a minha mãe me tirou do sério. Senti um negócio estranho, uma vontade de vomitar. Ciúmes. Genuíno ciúmes. Normalmente, eu não era um cara ciumento e foi estranho quando tudo explodiu dentro de mim. Ela era minha. Só minha. De mais ninguém. Minha dona, minha amante, minha mulher. Minha mãe. Muitos poderiam até dizer que o que tínhamos era um crime ou pecado. Jamais pensei isso. Eu sabia que tratava-se de algo puro. Minhas memórias mais felizes contavam com minha mãe por perto. Às vezes muito perto. Eu lembro da primeira vez que senti sua língua na minha. Como era quente e úmido e delicioso e eu só queria saber de mais. Meu corpo todo pedia por mais, mesmo eu não reconhecendo isso. Foi bom que ela me deu a oportunidade de desfrutar de cada etapa de nosso relacionamento. Eu considero que foi a grande razão por sermos tão unidos. A verdade é que eu a amava e eu seria o que ela quisesse: o filho perfeito, o homem amoroso, o amante fogoso. Eu queria que ela se orgulhasse de mim. Eu queria fazê-la feliz como nenhum outro jamais poderia. Não poderia estar mais radiante com a festa que seria realizada para o lançamento do Livro de minha mãe. Ela era perfeita em todos os sentidos. Eu estava tão orgulhoso dela. E eu tentei demonstrar de todas as formas que pude. Eu pensei em lhe presentear com flores, mas elas secariam em breve. Decidi por comprar uma pulseira de ouro branco bem discreta e que combinaria com sua roupa para aquela noite. Fiz tudo às escondidas e foi uma grande aventura me esquivar dela, já que passávamos praticamente todo o tempo livre juntos. Eu estava certo que logo ela descobriria quando faltei à aula para comprar seu presente. Nos vestimos socialmente – eu estava usando uma calça social preta e uma camisa com as mangas dobradas em um tom bem estranho de rosa, mas que minha mãe adorou. E realmente tinha combinado. Me fechei para o lado de fora da porta e toquei a campainha. Com o estojo da pulseira em mãos esperei ansiosamente ser atendido. Minha mãe me recepcionou extremamente surpresa, mas logo abriu um lindo sorriso. –Ouvi dizer que seria encantador se eu trouxesse um presente para meu encontro. Sabe? As mulheres gostam disso. Ela entrou na brincadeira. – Hummm... Aposto que você está tentando fazer por merecer um beijo de despedida ao final da noite. — Na verdade, eu espero receber muito mais que um beijo – e não somente esta noite. Imagens deliciosas de nós dois juntos inundaram meus pensamentos. Senti-me excitar. Minha mãe reparou logo. — Se esta é uma pequena amostra do que você tem aí, meu bem... Pode contar que sua noite está garantida... Rimos juntos e eu a abracei apertado. Primeiro, eu precisava de um pouco de fricção onde havia muito sangue circulando e, segundo, eu gostava de sentir seu calor. Percebi que nem tinha entregue sua pulseira. Dei um rápido selinho em seus lábios, mesmo porque ainda estávamos na porta de casa, e nos afastei minimamente. – Você gostaria de usar esta noite? Mostrei a pulseira e ela levou umas das mãos à boca, emocionada, enquanto a outra mão tocava o objeto. – É linda, meu amor. Coloca para mim. E assim o fiz. Aproveitei para lhe beijar uma última vez antes do tão esperado evento quando ela entrou para buscar o casaco. Dei alguns passos na sala e nos beijamos forte por algum tempo. Também pude acariciá-la nos seios e por baixo do vestido. — Eu amo você – sussurrei em seu pescoço enquanto sentia suas mãos macias me massageando calmamente por cima da calça. Ela me beijou novamente e então partimos. Durante todo o trajeto, ficamos de mãos dadas, dedos entrelaçados. – Você deixou sua mala pronta? – perguntou quando nos aproximávamos de nosso destino. Já era possível ver a grande movimentação em frente ao hotel de luxo – um dos maiores do país. — Está tudo arrumado. Só falta partir. — Ótimo. Depois do lançamento do livro, seguiríamos para nossa casa apenas para nos trocarmos e pegar as malas, já que a ideia era passar o domingo na casa de praia que havíamos alugado especialmente para a ocasião. Seriam poucas horas de viagem. O local nós já conhecíamos. Já tínhamos estado lá algumas vezes e a privacidade que o lugar nos oferecia era o principal atrativo. Lá, podíamos ser o casal que éramos. Sem medo. E eu adorava esta liberdade. Ao entregar as chaves ao manobrista, seguimos de mãos dadas para o interior do salão. Mãe e filho. Sem problemas. A noite foi longa. Fotos, entrevistas, conversas, risadas. A maior parte do tempo eu não a deixei sozinha. Sempre tocando a pele do outro de algum forma discreta. — Vamos dançar? – convidei quando o DJ mudou para uma música instrumental mais calma. Minha mãe já tinha sido parabenizada por absolutamente todos os convidados e estava na hora de se divertir um pouco. Ela amava dançar. — A noite só não está perfeita porque eu não posso beijar você – ela falou entre-dentes enquanto seguíamos dançando na companhia de outros casais. — Nossa noite ainda não acabou – sorri. E neste instante, tudo parou. Senti minha mãe tencionar em meus braços, olhando para algum lugar que demorei para identificar. Acompanhei seu olhar e o vi. Um homem elegante, com seus 40 anos, mas aparência jovial. Várias pessoas se aproximavam dele, mas como se estivesse enfeitiçado, ele também só olhava para minha mãe. Ele me parecia familiar de alguma forma. E eu já o odiava.
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