Antes de qualquer coisa, tenho dois avisos para você. Primeiro, não me julgue. O que está escrito adiante não é consequência de falta de caráter e ou de desvio de personalidade. É, pura e simplesmente, uma verdade inconfessável. E eu estou confessando. O que nos leva direto ao segundo aviso. O que está escrito a seguir é o que todas as mulheres fazem. E quando digo todas, são todas mesmo. Adolescentes, adultas, solteiras, namoradas, mães e irmãs. Entretanto, se você perguntar, elas irão negar veementemente. Pois, o que escrevi aqui ficou irremediavelmente conectado com o universo masculino. E apenas com o universo masculino. Se uma mulher entra nesse assunto, exatamente como eu irei fazer aqui, caímos lá no primeiro aviso. Então, deixe o seu julgamento de lado e entre. Estou abrindo a porta para você. Agora, basta me seguir. É escolha sua. Vou me apresentar devagar, para lhe deixar a vontade. Pode me chamar de Lara. Esse não é meu nome verdadeiro. Ao menos, não completamente. É mais um nome do meio, daquele que só é pronunciado pela boca de sua mãe quando você faz coisa errada. Mas, por motivos de discrição é o nome que usarei aqui. Eu estou na casa dos vinte anos. Tenho cabelos pretos, longos e a pele bem branca. Sou magra e não muito alta. Seios médios, mas firmes, bumbum empinado, mas não escandaloso. Não tenho marcas no corpo, sejam cicatrizes ou tatuagens, nem piercings. Por ter nascido em um país apinhado de gente, chamado China, tenho os olhos redondos, puxados e pequeninos. E uso óculos. Por imposição dos pais e da vida, vim morar no Brasil. Aqui, me dedico a terminar meu bacharelado. O que será uma tarefa quase impossível, se olhar meu currículo bagunçado por causa do processo de transferência de países. Estudo gastronomia e isso definem muito de quem eu sou. Cozinhar, para mim, é quase um momento íntimo. A gastronomia, sentir o alimento em meus lábios, a força do sabor entrando em meu corpo, são minhas paixões. Criar um prato é algo sensual, delicado, que arrebata as pessoas com força e sinceridade. De certa forma, cozinhar é como fazer sexo. Pode ser demorado ou rápido. Saboroso ou ardido. Comum ou exótico. E sempre se pode fazer alguma piada de duplo sentido. Namorei apenas 2 vezes na minha vida. Atualmente sou solteira. O relato que vou contar aqui é exatamente isso: um relato. Relatar algo que aconteceu de verdade em minha vida é a forma que eu tenho de falar sobre as mulheres. A forma mais honesta que eu encontrei para falar sobre sexo. Essa história se passa dois anos atrás. Eu recém havia começado minhas aulas na universidade, ainda estava me acostumando à rotina quando conheci uma garota bastante peculiar, que sentava exatamente atrás de mim, nas aulas de segunda-feira. Vou chamá-la aqui de Bruna, para evitar identidades desmascaradas. Basicamente, a Bruna é uma menina livre, leve e cheia de tatuagens. Tudo claro, muito discretamente. Uns dragõezinhos ali, uma fada acolá, um morango no ombro e, para finalizar, um piercing na língua, blusas xadrez e calças coloridas. Resumidamente, por insistência dela, nós travamos uma amizade que se foi aprofundando nas semanas seguintes. E, logo, chegamos ao dia fatídico. A Bruna me convidou para ir assistir um filme, na casa dela. Como tínhamos aula na manhã seguinte, eu dormiria por lá, também. O que não é problema algum, claro. Foi Óbvio eu aceitei, pois vi ali uma ótima oportunidade para passa uma tarde de procrastinação sem remorso. Sexta-feira. Casa da Bruna. Quarto dela. Era até um quarto jeitoso. Tinha bonecas de porcelanas misturadas com roupas jogadas e pôsteres de bandas como Paramore e 30 seconds to mars. Ela colocou o filme. Garota Interrompida. Um filme com a Winona Ryder e a Angelina Jolie mais “porra louca” que eu tinha visto até então. É um filme horrível de se ver, no bom sentido, sobre e para meninas. E foi um momento divertido. Comemos pipoca, bebemos vinho, ela fumou narguile e eu tossi com a fumaça. Vimos o filme e falamos. Bastante. Logo, Garota Interrompida foi ficando para trás e o nosso interesse foi se tornando nossa conversa. Era sobre tudo e nada ao mesmo tempo. E, claro, como toda conversa íntima de garotas, falamos também sobre homens. Na verdade, sobre um homem específico. Um garoto da nossa turma. Fábio, como eu chamo aqui, havia se mudado há poucos meses para a cidade. Vinha de uma cidade do interior, que não lembro o nome. Estava na capital para seguir os estudos e tentar achar um bom emprego. Colega, rapidamente tornou-se amigo de todos, menos de mim. Fábio era um garoto bonito e, devido ao pouco tempo na cidade, falava com um forte sotaque interiorano. Ele era o tipo de cara certinho, encabulado, e nas festas, sempre acabava ficando com uma ou outra garota, às vezes caloura, às vezes veterana. Mas, seu jeito comportado, sempre prevalecia prevalece. Quando me dei conta, nós estávamos morrendo de excitação por ele. A Bruna comentou sobre como a bunda redonda dele encaixava perfeitamente no jeans. De como ele a segurou firme, quando ela tropeçou nas escadas, certa vez. De como as meninas da turma de psicologia, comentavam do tamanho avantajado das partes íntimas do Fábio. Nesse ponto da conversa, eu já estava me entregando para ele, mesmo sem nunca termos trocado uma só palavra ou olhar. Talvez ele até tenha me olhado, uma vez, durante um seminário. Eu estava de pé, em frente a toda sala, falando algo muito sério com um sotaque muito ruim. E o Fabio estava lá, numa das primeiras carteiras, me olhando com atenção. Naquele pedaço da minha lembrança, eu queria que fosse ele quem estivesse de pé, para mim. Por mim. Eu e minha amiga decidimos parar de falar antes que a cabeça fosse longe demais. Assim, a tarde se foi. A família da Bruna chegou. Jantamos. Jogamos uma partida de War. Era 1 da manhã. Senti-me verdadeiramente cansada e comuniquei a ela que iria dormir. A Bruna decidiu me acompanhar e fomos dormir. Deixamos a guerra pela metade. Como a Bruna tinha uma cama de solteiro, eu fiz meu aconchego sobre uma pilha de edredons no chão, ao lado da cama dela. Nesta noite, para dormir, minha amiga estava só de calcinha rosa de bolinhas e uma camiseta branca e velha. Eu coloquei apenas uma camisola de algodão para dormir, azul clara e uma calcinha preta, sem costura. Nos demos boa noite e, em pouco tempo, peguei no sono. Entretanto, durante a noite, acordei suada, com um fogo enorme saindo de entre as minhas pernas. Minhas coxas estavam encharcadas de suor. Virei na cama improvisada, inquieta. Olhei atentamente se a Bruna estava realmente dormindo. Ela estava, com a as costas para cima. Eu não resisti. Meu fogo estava tão alto que retirei o edredom de cima de mim com um chute. Vertia água da minha testa. Enxuguei com a palma da minha mão. Então, não aguentando mais, levantei silenciosamente a minha camisola até a cintura. Olhei em volta e, depois, para a minha vagina. Estava completamente depilada. Abaixei a calcinha até os pés. Pus a mão esquerda na zona mais quente. Fui pegando nela, devagar. Notei que estava encharcada. Pus-me a ir mexendo um pouco. Foi o suficiente para o instinto dominar. Pensei no Fábio. Pensei na conversa que eu tive sobre ele, com minha amiga. Fui colocando um dedo na minha boceta. Então, outro dedo. Fui fazendo movimentos de vai e vem. Depois, movimentos circulares. A minha respiração foi ficando doida. Imaginei um cara me comendo. Abri bem as pernas. Levantei a minha camisola até a altura dos seios. Minha respiração virou um sussurro de prazer. Movimentei meus dedos sobre o clitóris, até ficar muito excitada. Eu estava gostando do cara imaginário metendo em mim. Até que imaginei o Fábio entrando e saindo do meu íntimo. Logo mexi minha mão mais rápida e com mais força. Estava dominada de prazer. Surrava a mim mesma. Som da minha masturbação molhada subia pelo quarto todo. O cheiro começou a ficar forte. Não agüentei. Tranquei a respiração. Estremeci. Gozei nos meus próprios dedos. Fiquei cansada. Chupei um dedo de cada vez para sentir bem o meu próprio gozo. Eu não estava saciada. Ainda tinha vontade de gozar mais. Vontade de ter sexo de verdade. Foi quando notei que a Bruna estava deitada na cama dela, me olhando de lado. Uma vergonha absurda. Recompus-me com rapidez. Queria me enfiar em um buraco e sumir. Cobri-me com o edredom. Virei para o lado ignorando o risinho na boca da minha amiga. Tentei dormir. Fiquei a noite toda pensando na vergonha de ser vista naquela situação por minha melhor amiga. No dia seguinte, fingi que nada aconteceu. A Bruna, por consideração, também não comentou nada. Nós nunca conversamos, de fato, sobre o flagrante que ela me deu. Mas, como nem tudo é perfeito, a partir daquele dia, ela sempre passou a dizer, quando tinha uma oportunidade, que eu era uma pervertida. Eu me pergunto se ela está certa. Será que sou uma pervertida? Será que o que fiz foi perverso? Mas, se eu sou pervertida por me masturbar no meio da noite, acredito que a Bruna também seja. Ao menos, eu não acredito que ela, nenhuma vez sequer, tenha se masturbado na própria cama. Ela deve sim, fazer e com uma frequência. Muito mais do que eu, até. Assim, por sentirmos desejo, por aliviarmos a tensão, por ter um pouco de prazer, por fazermos algo natural, nós somos pervertidas?
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Fique tranquila amiga, isso é mais que natural, sentir prazer com a própria mão ou com objeto é como vc mesma falou, algo que todas nós fazemos e com certeza sua amiga tbm faz. beijos
Não vejo problema nenhum em nada do que aconteceu. E não vejo onde no conto precisaríamos nos despir de preconceitos, principalmente no site/forum de erotismo, onde todos deveriam menter a mente aberta. Um conto extremamente bem escrito. Se for chinesa mesmo, alcançou um nível de escrita que muitos brasileiros natos não tem...parabéns.
Aqui ninguém julga ninguém. Ou não deveria. Estamos no mesmo barco, realizando nossos desejos. Pena que não conversaram a respeito. A cumplicidade que se cria, sexual ou não, é uma delícia. Curta a vida.