Andreia já vinha administrando uma crise no casamento há pelo menos 2 anos. Ela era uma mulher independente, trabalhava fora e dedicava suas horas vagas nos cuidados com o filho e com o marido. A princípio, a crise não era muito perceptível para ela, foi quando ela começou a sentir falta do contato físico, do sexo em si, e passou a perceber que precisaria de algo para preencher esse tal vazio.
No começo, ela pensou em comprar alguns brinquedos para satisfazer aquela vontade que seu marido não satisfazia. Entrou nesses sites especializados e adquiriu dois vibradores. Como não era possível usá-los em casa, ela passou a utilizar esse artificio durante o expediente do trabalho. Todos os dias, ela usava, no banheiro, em sua sala quando estava sozinha e se filmava. Aquilo a atiçava e a deixava se sentir viva. Manteve esse hábito durante um dos dois anos da crise no casamento. Foi quando percebeu que precisava se aventurar com alguém de carne e osso.
Depois de muito pestanejar, resolveu criar um perfil nesses apps de relacionamento. Ela não poderia mostrar o rosto, então escolheu algumas fotos que não mostravam tanto, escreveu um perfil chamativo, e começou a brincar de dar likes.
Em um de seus likes, chamou a atenção um perfil parecido com o dela, alguém que também não queria mostrar o rosto. Resolveu dar like e pasmem, o match aconteceu. Passaram a se falar praticamente todos os dias, ele a instigava a fazer coisas que ela nem sabia que era capaz, tirou fotos que ela nunca tirou, fez vídeos de formas que ela nunca fez, e cumpriu alguns desafios que ela nunca havia se permitido pensar em fazer. Só que havia mais uma coisa intrigante, ela já estava de cara limpa, a mostra pra ele, e ele ainda se mantinha as escuras. Passaram duas semanas fazendo ligações, se provocando, e ela só via o vulto escuro. A voz daquele homem sem rosto a excitava e mexia com seus instintos mais primitivos. Ele dizia que ela precisava estar preparada para atender uma proposta dele. A proposta seria que eles transassem sem que ela soubesse o rosto dele. Depois de semanas, meses conversando, trocando fotos, vídeos, confissões, ela sentiu que era a hora e ele também percebeu que não poderiam mais deixar passar essa oportunidade de terem esse primeiro contato físico.
No dia combinado, eles consensaram que ela chegaria ao motel primeiro. Se prepararia, e o esperaria na cama, somente de calcinha, sutiã, meia e cinta liga, com os olhos vendados. Eles eram bem cumplices e ele tinha certeza que pra ela era tão importante essa experiência também que ela não iria pestanejar e descumprir qualquer regra. Ele chegou em seguida, e ela estava na posição e do jeito combinado. Ele a cumprimentou, e aquela voz já a foi excitando e o rosto era o menos importante naquele momento, ela só sabia que queria ter toda aquela experiência. Ele chegou perto e amarrou os braços dela. Ele queria ter certeza, que mesmo com toda confiança, ela não iria tirar as vendas dos olhos e também para garantir todas as sensações daquele momento.
Quando ele se aproximou, Andreia pode sentir não só a pele, realmente ele tinha os ombros largos e peitos de quem faz musculação. Ela sentiu o cheiro, colocou a mão no cabelo e pode sentir o cabelo curto e liso. Ela estava apreciando aquela sensação meio tímida, juvenil até, foi quando ele a pegou de jeito e a beijou com força. Nossaa... ela teve mais certeza no momento que seus lábios se tocaram que o menos importante era o rosto desse homem, nesse momento as mãos já estavam percorrendo todo o corpo dela e aquela sensação a fazia estremecer, a deixando úmida e pronta para todos os próximos atos. O que se seguiu foram os dois entregues
as sensações. Ela nunca havia experimentado tamanha excitação, tesão, entendimento sexual com alguém. Foi como se os corpos deles se encaixassem perfeitamente. Talvez, fosse toda a preparação de meses, expectativa por aquele momento. Ela gozou como nunca havia gozado com ninguém. Depois de mais de duas horas juntos, aí ela já desamarrada, mas com as vendas nos olhos, ele perguntou se ela gostaria de tirar as vendas. Ela avisou que não naquele momento. Ela queria ir embora com aquelas sensações, e a curiosidade havia ficado em um campo secundário.
Ele saiu primeiro e combinou que ela saísse 10 minutos depois. Nesses 10 minutos a cabeça dela foi a mil, pensando como havia se negado a vê-lo, algo que ela quis tanto, durante tantos meses, mas por outro lado, ela não queria ter que administrar certa decepção, dele não ser quem ela achava ou imaginava que ele fosse, então naquele momento, queria guardar o melhor sexo da sua vida.
Passaram os 10 minutos e ele havia descido. Algo havia acontecido no fechamento da conta, que ele demorou mais do que o tempo razoável para sair e ela acabou o vendo de costas, entrar num carro que parecia ser algum SUV da honda. De costas era bem parecido com o que ela imaginava. Algo em torno de 1,78, moreno, cabelo bem cortado preto, sem ter quase nada de grisalhos e corpo bem atlético, como ela já tinha percebido no toque das mãos, mas o rosto, o rosto não pode ver. Ela aproveitou e pediu para a atendente confirmar o nome no documento dele. Era mesmo Guilherme.
Saiu do motel, entrou no carro, foi pra casa, e ficou com aquela sensação de querer mais, mas desta vez, querer ver e sentir tudo.