Estive uma semana meia, após deixar a casa do Jorge, sem nunca mais o ver ou falar com ele. Mas todos os dias ele vinha-me à cabeça. Será que ele também pensava em mim? Terminámos mal. Eu não devia ter sido estúpida com ele. Mas não consegui controlar os meus sentimentos. Acho que aqueles três dias que passámos juntos foram os melhores da minha vida e, mesmo sem querer, julgo me ter apaixonado. Como não? O Jorge é um homem bonito. É verdade que podia ser meu pai, ou perto disso, mas o que importa a diferença de idades? Aliás, o que importa se é bonito? Ele é carinhoso, inteligente, tem um grande coração. Gosto especialmente da forma como ele lida com a filha. Imensas dúvidas assaltaram-me durante aquela semana silenciosa. Será que o Jorge contara à Joana do nosso caso? Será que nunca mais iam pedir os meus serviços de baby-sitter? Era o mais certo. De repente, quando já nada me fazia acreditar que o voltasse a ver, o meu telefone tocou, o nome dele apareceu no visor e a voz dele fez-se ouvir: - Está? Mia? - O meu coração parou. - Sim. - Tentei balbuciar, mas a voz falhou-me. - Ainda estás interessada em tomar conta da Matilde? - Da Matilde? - Perguntei. Parecia tola. - Sim… a minha filha. - Sim, claro. A Matilde! Sim, estou interessada. - Óptimo. A Joana vai de viagem amanhã, são 4 dias desta vez. As condições são as mesmas. Será que podes chegar às oito? Tenho aulas de manhã… - Ok. Amanhã, às oito horas aí estarei. Desligámos mas fiquei alguns segundos a olhar para o telefone. Era verdade? Isto tinha acontecido? O Jorge tinha mesmo falado comigo? Ia vê-lo amanhã? Meu Deus! Que felicidade. Sentia o meu coração a explodir. E antes de ir fazer a depilação, fui preparar a mala com algumas mudas de roupa. Quando ele abriu a porta, senti-me corar e rezei para que ele não se apercebesse. Como era bom revê-lo. E sim, eu estava apaixonada. Era impossível todo este turbilhão de sentimentos não ser amor. - Bom dia! - disse-me e notei-o constrangido. - Desculpa, não sei se te hei-de dar um abraço, beijinhos, um aperto de mão?… Eu sorri. - Por mim, podemos dar um abraço. E assim foi. Sentir o peito dele contra o meu rosto foi electrizante. Como o raio do homem era alto… - Bem, eu vou ter de ir trabalhar. Já sabes, fica à vontade. Venho almoçar contigo. - E a Joana? - Já saiu ontem. O voo foi ao fim da noite. A Mati está na cadeirinha a tomar o pequeno-almoço. - e apontou para a cozinha. - Tudo certo! - Podes pousar as tuas coisas no teu quarto. Já sabes o que fazer, não é? Eu tenho de ir. Até logo! - Até logo! - e fechou a porta. Fui ter com a pequena Matilde. Que saudades eu tinha daquela miúda. Confirmei que ela comia tudo e brincámos um bocadinho. Depois deixei-a a brincar no chão e entrei no quarto do Jorge. Nada mudara naquelas quase duas semanas. Aparentemente, estava tudo tranquilo entre eles. Entrei no closet e passei os olhos pela roupa deles. Eram tão diferentes. O Jorge era descontraído. Já a Joana tinha roupas muito mais cuidadas. Estavam ali vestidos lindos, alguns sexys, outros clássicos. E aquela coleção de sapatos e de malas… que loucura! Abri algumas gavetas. Meias, boxers, cuecas, cintos, sutiãs. Peguei num e coloquei sobre o meu peito mesmo por cima da roupa. Era enorme para mim. Aquela mulher era estupidamente sensual. Como é que ele podia ter se sentido, sequer, atraído por mim, com aquela deusa como esposa? Voltei a arrumar o sutiã no sítio e agarrei as minha mamas. Eram tão pequenas. Olhei para o espelho alto que se encontrava na parede e observei-me melhor. Tirei a camisola e fiquei de sutiã. Com o meu sutiã ridiculamente pequeno. Realmente, por que é que eu me dava ao trabalho de usar um? Senti um arrepio com a mudança de temperatura, mas não me vesti. Desapertei o meu sutiã e atirei-o para o lado. Continuei a olhar para a minha imagem. Ali estava eu, magricela, sem barriga, sem peito, sem interesse nenhum. Aproximei-me mais do espelho. Vi os meus mamilos espetados do frio. Pelo menos os meus bicos eram excitantes, respondiam bem ao toque. Peguei neles com as pontas dos dedos e puxei-os. Acto contínuo, fiquei excitada. Apressei-me a desapertar o fecho das calças e livrei-me delas. Tirei as cuecas e passei o indicador entre os grandes lábios. Comecei a mexer no meu clítoris. Nunca tinha ficado a olhar para o espelho durante a masturbação. Mas estava a gostar de me ver. Ajoelhei-me e continuei a estimular os meus mamilos erectos. Estava a ser tão bom. Encostei o meu peito ao espelho e adorei sentir o frio nos mamilos. Comecei a roçá-los na superfície do vidro e aumentei os movimentos com o dedo. Que bom. Estava tão lubrificada que era um desperdício o Jorge não estar ali para me penetrar. Imaginei-o a foder-me e tive um orgasmo violento. Não me impedi de gritar. Exteriorizei o meu gozo o máximo que consegui. Quando terminei, levantei-me e vesti-me. Tinha de ir ver da bebé. Perto das 13 horas, ouvi-o meter a chave à porta. Já tinha despachado o almoço da Matilde e aguardava a sua chegada para almoçarmos juntos. - Boa tarde! - disse-me. Devolvi-lhe o cumprimento, enquanto ele lavava as mãos. - A Mati? - Está boa, está a fazer a sesta. Passou a manhã a brincar e a ver os desenhos animados. Já lhe dei o almoço. - E tu, o que é que te apetece almoçar? - perguntou-me, entrando na cozinha e abrindo o frigorífico. - Temos piza, ovos… posso fazer uma tortilha, temos rissois de camarão… - Piza está óptimo! - interrompi-o. - Piza será! - sorriu-me e tirou a embalagem do congelador. Ligou o forno e abriu uma garrafa de Papa Figos. - Acompanhas-me? Ou preferes uma cola? - O vinho está perfeito! Serviu dois copos e entregou-me um. Peguei nele e bebi dois goles enquanto ia para a sala. Quando me sentei, vi que ele me acompanhara. - Não te quero deixar desconfortável… - começou por me dizer. - Mas gostava de perceber o que é que aconteceu da última vez, quando te foste embora. Desviei o olhar. Tínhamos mesmo de falar nisso? Senti-me corar até à raíz dos cabelos. Ele tocou-me no joelho e continuou: - Ficaste chateada com alguma coisa? - Sim. - Sim? - Sim. - Ficaste chateada com o quê? - Com o que tu disseste. - Em relação a quê? - Não sabes mesmo ou estás a fazer-te de parvo? - perguntei-lhe entediada. - Tem a ver com a Joana? - não lhe respondi. Ele insistiu. - Tem? - Afinal, sabes, vês? Ele deu um gole no vinho e, calmamente, respondeu: - Mia, a Joana é casada comigo. Desculpa se te magoei, não foi, de todo, a minha intenção. Mas não podias estar à espera que a nossa história fosse como um filme de Hollywood. Eu não posso, simplesmente, largar a minha mulher, a minha filha, a minha casa, a minha vida, para seguir atrás de uma miúda de 21 anos. Eu acenava a cabeça em tom de condescendência. - Mas foderes a miúda de 21 anos já podes… - Eu forcei-te? - não lhe respondi. - Forcei-te a alguma coisa que não quisesses? - continuei sem responder e desviei a cara. Ele puxou-me o queixo para ele. - Mia, parece-me a mim, que o que tivemos foi algo que ambos quisemos ter. Não é justo que me ataques como se eu te tivesse prometido alguma coisa. Eu percebo que possas ter fantasiado que iríamos ficar juntos… sei lá. És nova, mais inexperiente. Mas eu sempre fui honesto contigo. Tenho um longo e feliz casamento. - É isso que magoa. - repliquei. - Achas que eu me queria envolver? Eu digo, emocionalmente? Não! Para mim era só aquilo. Sexo! Mas a verdade é que passámos três dias incríveis e… - calei-me. Não sabia se devia admitir à frente dele. - E? - E apaixonei-me por ti. Vi a sofreguidão com que ele terminou o vinho. Imitei-o e bebi o meu copo de um trago. Ele voltou a falar: - Se calhar o melhor será deixarmos de nos ver. Não é saudável mantermos uma relação, ainda que profissional, se estás envolvida a esse ponto. Não quero que sofras. Senti o chão fugir debaixo dos meus pés. Eu não queria perdê-lo. Tudo menos isso. Aquela semana e meia longe dele fora castigo bastante. Se a única coisa que eu podia ter dele era sexo, antes isso que nada. - Não! Eu sei separar as coisas. Eu percebo que nunca vamos namorar. Ou casar. O que quer que seja. Mas podemos estar juntos… de vez em quando. Podemos manter os nossos momentos a dois. -Um caso? Estás a propor um caso? - Se é a única coisa que podes oferecer, sim. Viu-o hesitar. Levantou-se e foi colocar a piza no forno. Regressou com um ar estranho e com a garrafa de vinho na mão. Voltou a encher os copos e sentou-se ao meu lado. Reparei que passou a mão pelos cabelos, que limpou as calças como se estivessem sujas, que olhou para cima como se estivesse à procura de alguma coisa, mas não havia meio de quebrar aquele silêncio constrangedor. Estaria a pensar se devia aceitar a minha proposta? Se demorava tanto a responder só podia ser por eu não ser interessante o suficiente para sua amante. Comecei a perder a confiança em mim própria. Ele abriu uma caixa que estava pousada na mesa de apoio e retirou de lá um cigarro e um isqueiro. acendeu-o. - Tu fumas? - questionei surpreendida. - Não. - Mas estás a… - Estou stressado. - interrompeu-me. - Em momentos de maior responsabilidade, uso um cigarro como escape. - Responsabilidade? Deitou fora uma baforada de fumo e respondeu: - Sim, aceito que sejamos amantes. Mas vou ser muito franco com as condições e só avançamos com isto, se prometeres cumprir. Nunca, em momento algum, eu vou largar a Joana. Quando um de nós quiser parar com esta relação, será de forma imediata, o outro não vai andar atrás a implorar ou a chantagear. Se algum dia contares à Joana alguma coisa, eu vingo-me. Acredita! De resto, estarei aqui para ti, para tudo o que precisares. Em segundos, pensei em muita coisa. Achei que era um acordo feito à sua medida, não à minha. Ele impunha condições e eu não tinha nada para reclamar. Mas também sabia que ele tinha tudo a perder e eu… bom, eu só o tinha a ele a perder. Quanto a contar à Joana alguma coisa, é claro que isso não me passaria pela cabeça. Não ganharia nada com isso. O mais certo era ela acabar por perdoá-lo, e eu, perdê-lo de vez. Mais valia entrar neste acordo com as regras impostas. - Aceito. Aceito tudo isso. - e atirei-me para o pescoço dele. Abracei-o apertadamente. Senti o seu rosto encostado ao meu. Que saudades daquele cheiro, daquele corpo. Beijámo-nos apaixonadamente. Ele começou a apertar-me, a agarrar-me. Sentia urgência na sua procura do meu corpo. Podia não me amar mas, seguramente, desejava-me. E isso bastava-me. Incentivei-o, oferecendo-me despudoradamente. Removi a minha camisola e puxei a dele pela cabeça. Encostámos os nossos corpos semi-nus. Ele abriu-me as calças e eu levantei-me para as retirar mas ele puxou-me contra si e eu caí-lhe em cima, com as calças entaladas nos joelhos. Beijava-me com avidez. Parecia que me queria mais do que nunca. Senti a sua língua explorar a minha boca, os seus lábios começaram a beijar-me por todo o lado. Pescoço, peito, barriga. Deitou-me no sofá e tirou-me o resto das calças. Arrancou-me as cuecas com fúria e desenvecilhou-se da sua própria roupa. Depois virou-me de costas, meteu-me de quatro e penetrou-me bruscamente. Soltei um grito de dor. - Desculpa. - sussurrou. Não lhe respondi, ao invés, apertei as mãos até sentir as minhas unhas a cravar a pele e deixei-o marcar aquela cadência agressiva. Sabia que ele precisava de me foder violentamente. Era muito desejo contido que tinha de ser liberto. Ao fim de algum tempo naquele ritmo, comecei a ficar lubrificada e a ter prazer. Soltei um gemido e ele deu-me uma palmada no rabo. Senti as estocadas a baterem-me no colo do útero, o que me empurrava cada vez mais para a frente. Como estava quase a ficar deitada, ele agarrou-me os braços e prendeu-os atrás das minhas costas. E assim continuou a martelar-me, enquanto eu sentia os seus testículos a baterem-me compassadamente. Se havia coisa que eu adorava era saber que lhe dava prazer. E, meu Deus, eu sabia que lhe estava a dar muito prazer! Ele começou a gemer e senti o seu esperma jorrar. Quando tirou o pénis de dentro de mim, puxou-me para o seu colo e aconchegou-me carinhosamente entre os braços. Trocámos beijos românticos, como se fossemos namorados. E eu estava maravilhada com aquele comportamento até começar a cheirar a queimado. Já não íamos ter piza para o almoço. Isso era certo. Os quatro dias de viagem da Joana foram uma espécie de repetição da nossa primeira semana. Basicamente, estávamos sempre a namorar, a fazer amor, ele ia trabalhar, fazíamos amor, eu tomava conta da Mati, fazíamos amor, dormíamos juntos, fazíamos amor, tomávamos as refeições sempre em casa. Era ele quem cozinhava. Normalmente nu, entre dois actos de sexo. Penso que a melhor descrição daqueles dias será imaginar como teriam vivido Adão e Eva no paraíso. Entre nós, tudo implicava risos, vinho, carinho, cumplicidade e muito sexo. O Jorge ensinava-me muita coisa e eu derretia-me a ouvi-lo falar, mesmo quando não percebia nada do que me dizia. Mas era uma questão de tempo, até acabarmos a rir e, depois, na cama. Eu era demasiado feliz. Se é que existe esse conceito. Quando chegámos ao último dia, tentei não me deixar consumir por aquela nuvem negra da depressão. Interiorizei que tinha de estar bem porque era uma questão de dias até voltar a cair nos braços dele. Assim, acordei bem-disposta e fui para a cozinha fazer o pequeno-almoço. Tratei da Mati e deixei-a a ver o canal infantil. Meti torradas, sumo de laranja e café num tabuleiro e subi para o quarto para surpreender o Jorge. Pousei o tabuleiro sobre a cama e despi-me. Depois comecei a dar-lhe pequenos beijos no braço destapado. Fui subindo até ao ombro e depois segui para o peito. Ele afastou o lençol e puxou-me contra si. Fiquei deitada em cima dele. Temi que tabuleiro se entornasse, com o desequilíbrio. - Trouxe-te o pequeno-almoço, dorminhoco. - disse-lhe depois de confirmar que estava tudo bem com o sumo e com o café. Hummm… que bom! Estava mesmo com fome de ti. - E deu-me uma palmada no rabo. Senti o pénis dele volumoso e sabia o que é que ia acontecer. Ele começou a fazer-me festas nas costas, com a ponta do dedo. E eu ajeitei-me de maneira a que a minha vagina ficasse sobreposta ao seu pau. - Ele já está pronto. Tens esse efeito. Basta apareceres nua à minha frente. Empinei o rabo para conseguir agarrar-lhe o pénis e comecei a masturbá-lo. Estava enorme e quente. Fiquei imediatamente excitada quando senti a sua lubrificação na minha mão. Ele deixou que eu brincasse uns momentos e depois virou-me de barriga para cima, mas mantendo-me sobre si. Passou as mãos sobre os meus seios, o meu ventre, desceu para o monte de Vénus e só parou quando encontrou o meu clítoris. Começou a estimulá-lo até eu me contorcer de prazer. Depois enfiou o pénis dentro de mim e continuou a masturbar-me. Nós ofegávamos e gemíamos. Ele beliscou-me o mamilo e eu cravei-lhe as unhas na ancas. E assim, entrelaçados, continuámos a desfrutar do prazer até encontrarmos o orgasmo. Depois de almoço era a altura de arrumar tudo, deitar fora o lixo comprometedor, dar um jeito à casa. Pusemos mãos à obra com a ajuda da pequena Matilde que também queria ajudar e tentava andar atrás de nós para todo o lado. Quando a Joana regressou fez questão que eu jantasse lá em casa. Acabei por me sentir pressionada a aceitar, e enquanto ela tomava um duche, o Jorge pediu sushi. O jantar correu bem. Ela contou-nos as peripécias da sua viagem e exigiu saber tudo sobre o comportamento da Matilde durante aqueles dias. Foi um serão bastante animado, apesar do desconforto que eu e o Jorge sentíamos na sua presença. Tentei desligar-me da traição e mostrei-me interessada nos seus relatos. Contou-nos que conheceu um grupo de homens, no hotel, que não acreditavam que ela era piloto. - O costume, portanto! - rematou o Jorge. - Ainda há um enorme preconceito em relação às mulheres, em certas profissões. - continuou ela. - A aviação ainda está muito associada aos homens. - Não percebo porquê, não há nada que os homens façam que nós não consigamos fazer. - respondi. - É verdade. E há coisas que nós ainda fazemos melhor que eles. - replicou a Joana. - Isso, continuem a aliar-se contra nós, pobres homens! - atirou o Jorge a simular amuo. Nós rimo-nos. Não sei se foi do vinho que acompanhou o jantar, mas começámos a flirtar uma com a outra, na brincadeira, para provocá-lo. E, estranhamente, eu estava a gostar. Quando terminámos a refeição fomos para a varanda, beber um digestivo. E, num dos momentos em que a vi soltar uma gargalhada, com aquele batom vermelho que lhe ficava a matar, não resisti e perguntei: - E, nessas viagens, não há filas de homens a atirarem-se a ti? - ela parou a pensar no que havia de responder. - Há alguns. Não vou negar. - E não tens ciúmes? - perguntei ao Jorge. - A Joana a milhares de quilómetros de casa, durante dias a fio… a ser assediada… Reparei que ele se engasgou. Tossiu um pouco e respondeu: - Eu confio nela. - Como ela confia em ti, presumo? - e virei-me para a Joana há espera de uma resposta. - Sim. - respondeu-me com o rosto corado do álcool. - Confio perdidamente no meu marido e ele sabe que também pode confiar em mim. Aliás, os homens dão tanto trabalho que se um dia nos separássemos, acho que não queria outro. Ficámos os dois a olhar para ela, à espera da continuação. - Procurava uma mulher. Por isso ele pode ficar descansado que, para mim, homens… só ele! - Essa conversa de mulheres é extremamente interessante. - atirou o Jorge. - Não sei se é da bebida, mas estou a achar muito sensual. Não querem dar um beijo? - Jorge! - gritou a Joana. - Estás louco? - E porque não? - saiu-me assim, sem filtro. Procurei a boca dela e beijei-a. Como eram moles os seus lábios. Nada como os dos homens. Nunca tinha beijado uma mulher. Será que todas as mulheres tinham os lábios tão suaves? Ela correspondeu de forma afoita. Senti a sua língua a explorar a minha boca e também procurei o interior da sua. Não sei por quanto tempo nos beijámos, mas comecei a sentir um desejo sexual pela Joana. O meu ventre deu sinal disso e a minha vontade foi de agarrá-la. Mas isso estava fora de questão. Separámos os rostos e sorrimos as duas. Ela parecia estar envergonhada. Não sei. Já o Jorge estava a olhar para nós, com um ar estranho. Parecia admirado e excitado ao mesmo tempo. Aliás, excitado estava mesmo, dado o volume que sobressaía das calças. - Um beijo. Nada de mais. - diss eu. - Mas agora tenho de ir para casa. A Joana insistiu para o que o marido me acompanhasse porque já era tarde. Coisa que eu aceitei de bom grado. Sabia que dentro do carro, ainda nos podíamos despedir com uma rapidinha.
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