Toquei como quem toca o âmago do ser pelos dedos suados e cansados de longo banho suado, minha namorada parecia deitada e entretida com sua televisão
- Tem certeza que deseja sair? Vamos ver o programa global após a novela? Você está com cheiro de nozes ao sabor do outono.
Puta que Pariu! Claro que eu sentia tesão nela, seus cabelos negros parecidos a um cavalo puro sangue com crinas, coxa de uma deusa da luxúria e boca vermelha, carnuda, com fome e sede, talvez, ela sentia minha falta.
Peguei o carro, confortável, eu poderia sentir o motor roncar a cada troca de marcha, o cano em disparada leve, semiautomática igual a arma que carrego no porta-luvas para incidentes. Eu queria viver o perigo da noite ali na Avenida Araguaia próxima a Goiás, cortando a garganta da cidade pelo setor Central. Subo com meu carro preto esportivo
- Eu quero uma puta! Quero uma fantasia!
- Envolve o que, exatamente? Uma tara?
- Você quer um mil reais? Só precisa usar uma venda, seria aqui no carro mesmo.
Abro a porta do carro, ela entra com um perfume que parecia noz em queda na relva orvalhada, seus cabelos loiros e maquiagem pesada para ocultar a idade obscura que tinha. O batom vermelho lembrava a minha namorada, eram 21:30, a novela estava começando e minha mente pensando na merda que estava fazendo com uma puta de esquina no meio da Anhaguera no alto da botafogo, eu ali com uma puta perdida em seus sonhos de mil reais, que sonhos tinha?
- Sabe, eu preciso pagar faculdade. Você já fez uma?
- Sim, eu sou formado em administração.
- Hmm, parece rico. Qual motivo estar aqui? No covil do submundo?
- Eu quero distração, diversão...
- Você é bonito, seus olhos em âmbar, perdoe. Eu falo difícil, faço faculdade pedagogia, eu adoro poesia.
- Você faz perguntas demais, só quero que me chupe, ande, chupe esse caralho que merda.
Constrangida, pegou a mão e humildemente tirou meu cinto, com isso se abriu a braguilia, com ela o zíper se fez retirando a cabeça avermelhada que pulsava em suas mãos. Ela apertava, parecendo esperar o serpentar daquilo que tanto almejava. Seus lábios beijando e acariciando com vontade, parecendo sorver o meu pau, lembrei das empregas que comia em casa quando mamãe saia. Eu sempre as ajoelhava com uma submissão de classe, como estariam hoje?
Eu me sentia tão envolvido naquele sugar parecendo ser o maior deleite da vida, peguei a venda e pedi que colocasse.
- Hmm, eu tenho medo, você parece frio.
- Estou pagando! Fantasia lembra? Não pretendo fazer nada de mau contigo.
Ela pegou e colocou suavemente, pedi que ficasse sentada no banco, saquei a arma no porta-luvas.
- Abra a boca, faz parte da fantasia.
Ela abriu com doce inocência, coloquei a arma em sua boca, ela desesperada, em vão, em luta. Eu tirei meu pênis mirei em seu rosto, a tensão no ar foi me deixando em tesão, a imobilidade daquele ser fajuto, sarjeta da sociedade e arrombo marginal. Ela se debatia, ria com a doce inocência de mil reais e de sua poesia. O que ainda viria? Se debatia e meu prazer aumentar, esporrei. Um rio, um rio branco e viscoso em sua cara, ela por último segundo em jogo antes de voarem flores pelos vidros e enfim deixa-la na calçada.
Cheguei em casa, a namorada me esperando, a bunda arrebitada.
- Sabe, eu gosto de beber esse uísque, me dá tesão. Vamos transar como loucos, dou até o meu cu pra você.
Sorri, perdido e distraído. Entrei no banheiro para limpar o vermelho que ficou em meu pau todo babado. Não poderia negar fogo, mas estava cansado, o trabalho me estressa e retira o meu prazer, minha existência e necessito de mais adrenalina.
- Quem sabe outro dia? Eu agora quero tomar um analgésico e dormir, boa noite,