Uma fantasia de outono

- ai.. ai.. aiii.. aaaiiiiii
- tá doendo? - o coroa perguntou preocupado.
- tá.. aii..
- mas eu to paradinho, entrou só a cabecinha ..
- tira? Tá doendo..
- não, espera que vai passar.
- mas tá doendo..
- vc acostuma, espera.
Até esse ponto tinha sido maravilhoso, o papo gostoso do coroa casado como eu, o sorriso sedutor, a cantada discreta, minha indecisão, a insistência natural pra eu aceitar mais um cafezinho no escritório dele, em pleno centro do Rio de Janeiro. E enquanto admiro a vista da baía de Guanabara ele se encosta atrás de mim e vai tirando meu paletó, a gravata, camisa, até que me deixo ficar completamente nu. Não costumo fazer isso, não sou desse tipo de cara, tenho mulher, família, emprego, mas não sei porque não opus resistência. Deve ser efeito da pandemia, ou do vinho gostoso do almoço que ele fez questão de pagar, ou daquele sorriso simpático e cafajeste ao mesmo tempo, não sei dizer. Só sei que to pelado num escritório com ar condicionado gelado, e meu corpo de homem de 45 anos sentindo frio, corpo que já se deitou com tantas mulheres, mas agora a sensação é completamente diversa. Não tenho coragem de olhar pra trás. Aquele homem me intimida só com o olhar. E sei pelo barulho que ele está tirando a própria roupa. Olho no pequeno espelho lateral e vejo de relance como é atraente. Apesar de quase 60 anos ele está em forma, é magro, bem cuidado, peludo, a pele queimada de sol. Ainda que não fosse bonito, acho que não faria diferença, era aquele jeito másculo e arrogante que tinha me levado até ali. Sinto o peito peludo tocar minhas costas lisas e me dá um arrepio, fecho os olhos. Ele fala coisas mas não consigo prestar atenção, a voz grave no meu ouvido vai me deixando mole e ele se aproveita, já sabia tudo de minha personalidade com minutos de conversa. Me faz abaixar e chega com o pênis grande perto de meu rosto, o pentelho abundante chega a espetar a face, e eu sei bem o que quer com aquele negócio imponente, mas reluto em ceder.
- De quem é essa boquinha linda?, pergunta sarcástico. Eu sorrio encabulado.
- é sua.. Tomo um tapa no rosto.
- Responde com respeito!
- É do senhor.. e ele ri satisfeito enquanto puxa minha cabeça.
Tento agradar do melhor jeito possível, quase engasgo, ele se diverte, bate com o membro duro no meu rosto. Depois me levanta novamente, as mãos firmes me conduzem pra frente até me ajoelhar no sofá, inclinando meu tronco pra frente e empinando o traseiro. “Com quantos e quantas esse cara já não fez isso?”, eu penso. Não que isso importe. Eu sei como são os garanhões.
Um tapa na bunda me desperta. Depois carícias, beijos, lambidas. Ouço o barulho do preservativo sendo colocado.
- devagar, eu peço humilde.
- claro, meu viadinho, pode deixar.
A pica vai entrando, para, acostumo, recomeça, ele vai falando bobagem no meu ouvido, é um mundo de sensações, dói mas é gostoso ao mesmo tempo, me sinto humilhado pela situação mas também orgulhoso de ver aquele homem com tesão em mim, sei que depois vou me arrepender só que agora quero que ele continue. Já entrou tudo, ele espera, e então começa a voltar, e faz isso várias vezes, sem pressa, dono do mundo e de mim, vai me elogiando o corpo, a bunda lisa, diz que é a melhor bunda que já comeu, eu sei que é mentira mas e daí.
Mais um tapa, o coroa já perdeu a linha, me chama de puta, diz que vai me comer direto, que eu pertenço a ele agora. Uma das mãos fortes me segura o pescoço, a outra no quadril.
- Quem é teu macho?
- ai.. ai.. aii.. Só consigo gemer com o pau entrando e saindo de dentro de mim, dói mas é gostoso, que coisa doida. Um tapa forte me tira do devaneio.
- QUEM É TEU MACHO, PORRA?!
- é o senhor..
- ISSO MINHA PUTAAAA!!!
Ele goza, eu também.
O sofá é de couro e ele me faz lamber meu próprio semem.
Me arrumo envergonhado. Ele já está tranquilo, até carinhoso, embora com o mesmo jeito cafajeste. Pra minha surpresa, na antessala do escritório antes vazia uma jovem secretária está a arrumar pastas, sinto meu rosto enrubescer quando ela me cumprimenta. “Será que ouviu alguma coisa? Será que sabe?” Ele me leva até a porta de saída. Me despeço e antes de fechar me avisa:
- Semana que vem sem falta hein!
Pego o elevador achando que até o ascensorista sabe, prometo pra mim mesmo nunca mais fazer algo parecido.
Mas na semana seguinte estou tocando de novo a campainha do mesmo escritório.

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Comentários


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negro40bh Comentou em 18/05/2021

Delicia de conto, adorei os detalhes de como se sentiu seduzido e confuso, mas entregue ao tesão...




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico docsigilo

Nome do conto:
Uma fantasia de outono

Codigo do conto:
178625

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
16/05/2021

Quant.de Votos:
2

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