AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA) - TIAGO

(encontrei o “Tiago” uma única vez. conversamos bastante, mas ele é muito discreto. só se inflamou uma vez, quando falávamos do aumento da violência doméstica durante a pandemia. “Homem também sofre violência!” ele falou, muito emocionado. de resto, não consigo nem imaginar direito as dificuldades por que ele passa na vida. mas espero ter feito jus a ele, que mais do que um homem lindo, é um rapaz de muito valor!)

><><

--A mão é minha e eu ponho onde quiser! – o homem sentado ao meu lado no sofá esbravejou, quando eu retirei a mão que, pela segunda vez, ele tinha pousado na minha coxa.
-- Não sobre o meu corpo! – retruquei, levantando-me. Tentava ter calma, procurando manter um sorriso que, por debaixo da máscara, ninguém notava.
Eu era um dos únicos na festa que ainda estava de máscara. Com 24 anos, era também o mais jovem. Havia um outro rapaz, talvez de 35 anos. Mas além de nós dois, os outros presentes, todos homens, tinham 50 anos de idade ou mais. Não que isso fosse problema para mim. Sempre gostei de gente mais velha. O que me incomodava mais era que, naquele ambiente luxuoso de jardim bem cuidado e piscina espetacular, todos eles, ricos também, estavam à vontade. Se eu não tivesse começado a trabalhar de garçom em eventos há uns anos atrás, provavelmente não saberia nem me portar entre eles. Era um peixe fora d’água. Até pouco tempo atrás, antes de encontrar o Mario, eu nunca nem tinha experimentado comida japonesa. Que era, justamente, o que estava sendo oferecido no buffet.
Durante aqueles anos atendendo eventos, tinha também me acostumado a sofrer assédio. Era “parte do jogo”, como dizia um colega de trabalho. Ser muito bonito aumentava a gorjeta. Ser sedutor também. Ser safado mais ainda, mas essa parte do jogo eu recusava. Não aceitava as ofertas de programas, fosse com mulheres ou homens, que era como alguns dos rapazes faziam uma boa grana extra. Cantadas, algumas até bem criativas, propostas de “trabalho”, investidas, até passadas de mão ou ligeiras encoxadas a gente tolerava, como a parte menos legal da profissão. Tinha gente educada, gente grosseira, alguns bêbados, a maioria sóbria mas muito carente. Ao invés de sexo, o que eu oferecia por alguns segundos, ao passar com a bandeja, era uma conversa rápida porém atenciosa, um sorriso sincero, uma gentileza extra, minha presença verdadeira. Conquistava. Além de boas gorjetas, rendia até declarações de amor. As quais eu agradecia, informando que já tinha namorada. Fátima era o nome dela – mas isso eu não precisava informar.
Só que naquela tarde eu estava de convidado, ainda que na casa do meu patrão, e não a trabalho. E como a pandemia tinha mudado muito a minha vida, quase posto ela de ponta-cabeça e virado pelo avesso, eu agora tinha namorado. Não o rapaz de 35 anos que já mencionei, não. Um dos de cinquenta anos ou mais – o mais bonito, o mais elegante, o mais culto e de melhor coração dentre todos eles, o Mario. Mas sentado ao meu lado no sofá estivera um velhaco bêbado agressivo e arrogante, do qual eu sequer lembrava o nome.
-- É? Por que não? Quanto custa? – ele tinha se levantado também, estacionado ao meu lado. Com certa dificuldade de parar em pé, pois estava visivelmente embriagado. – Tem tabela? Tipo... Com chupada ou sem chupada? Ativo ou passivo? Hã? Hã? Quanto você custa, rapaz? – agora, ele praticamente gritava.
Mas desde bem antes, estávamos sendo observados. Também a isso tinha me acostumado. Minha figura chamava atenção. Podia reparar os olhares voltando-se na minha direção toda a vez que tirava a máscara para bebericar o coquetel sem álcool. As pessoas queriam ver meu rosto, ver se combinava com meus 1,92m de corpo malhado.
Havia outros dois senhores (70+, eu diria) conversando no longo sofá da varanda, e a maneira grosseira como o bêbado se conduzia comigo já tinha dado na vista. De um outro canto da varanda o Mario, meu namorado, me observava preocupado, sem conseguir se desengajar da conversa com algum amigo. Com o grito do homem, o Roger, que era o dono da casa e também meu patrão, surgiu da cozinha para ver o que estava acontecendo.
-- Hã? Quanto você custa? – como bom bêbado, o homem era monotemático. – Eu pago! Quanto é? – observei que de fato ele estava enfiando a mão no bolso, em busca da carteira, enquanto com a outra se escorava contra meu peito, para não cair de vez. De novo, ele estava tocando em meu corpo, sem que eu o quisesse. Senti asco dele. Vinham-me as péssimas lembranças da minha primeira vez fazendo sexo com outro homem, que estivera bêbado e fora violento comigo. Dei apenas dois passos para o lado, e o homem desabou de volta ao sofá.
-- Filho da puta! – ele gritou, enquanto tentava se reerguer e a cada tentativa caia novamente. – Pobre, filho da puta!
Embora com meu porte e físico de academia eu provavelmente devesse saber me defender, tanto o Roger, dono da festa, quanto o Mario, meu namorado, já estavam a meu lado.
-- Quem convidou esse michêzinho? Roger, foi você? – o bêbado vociferava, e estendia um punho em minha direção. Não quero parecer preconceituoso, mas depois de uma certa idade madura, o alcoolismo toma proporções trágicas e patéticas. Teria sentido dó do cara, se não estivesse com ânsia de vômito. -- E como ele não quer? Hã, como ele não? Eu pago! Hã?? Quanto ele custa? – meu patrão tentava arrastar o bêbado em direção à cozinha, mas o homem insistia em se voltar na minha direção e gritar todo tipo de insultos.

><><

No portão da casa, o Roger ainda tentou me convencer a ficar.
-- Você é o principal convidado da festa, meu querido! E o Abelardo já vai embora. Ele está muito alterado, não tem condições de ficar mesmo. Fica, Tiago! Todo mundo está tão... impressionado... encantado com você! Você não fala nada, bicha? – meu patrão virou-se para meu namorado, buscando apoio na tentativa de demover-me.
-- Se o Tiago quer ir embora, nós vamos, Roger. – apesar de triste e preocupado, o Mario parecia tranquilo. E tomando meu partido, como sempre. -- Sem discussão.
-- Me desculpa, meu querido? – embora fosse prioritariamente meu patrão, e exigente, Roger demonstrava por mim verdadeira afeição, também. -- Eu devia ter prestado mais atenção... O Abelardo está bebendo muito... Piorou muito, com a pandemia... Já chegou bêbado aqui... Como é que você foi acabar do lado dele? As coisas que ele disse... Imperdoável.

><><

-- Vamos pra casa? – O Mario me perguntou, quando entramos no carro dele.
-- Hoje cada qual pra sua, Mario. – retruquei.
Muitas vezes, passava vários dias no apartamento gigantesco e luxuoso do Mario, e só voltava para a minha kitchenette quando tinha de buscar roupas. Ou, pelo menos, era assim que justificava para meu namorado o fato de precisar manter minha independência. E a intervalos cada vez mais curtos, passar um ou dois dias longe dele. Separação que era sofrida para nós dois, apaixonados como estávamos, em começo de namoro. Sim, ainda dormíamos abraçados. E então, não era do luxo do apartamento do Mario que eu sentia saudades, embora também. Era do luxo da companhia do Mario que eu mais sentia falta! E quando digo isso, não estou dizendo que ele me pagava para estarmos juntos. Jamais! Jantares pelo iFood, era tudo o que eu aceitava dele. Roupas, relógios, nada. Ele jamais tinha oferecido, inclusive. Eu tinha meu emprego, minha casa, meu orgulho. Quem mais dava presentes, no nosso relacionamento, era eu, já que ficava constantemente hospedado com o Mario. As orquídeas que ele adorava, lógico. Mas à medida que o conhecia melhor, um chocolate 80%, ou a burrata de uma determinada marca do supermercado do bairro onde ele morava.
Percebi que ele tomava o rumo do centro, onde ficava meu apartamentinho. Mas sabia também que meu namorado era muito diplomático. Ele jamais me contrariava de cara, ou a qualquer outra pessoa, eu tinha impressão. Nunca batia de frente. Mas sempre contornava depois. Já tinha observado a estratégia dele em ação.
Eu tinha noção de estar reagindo fortemente ao assédio do bêbado, e sabia dos meus motivos para isso. Mais radicalmente, no entanto, do que o Mario merecia, e assim afastando-o de mim. Em seu silêncio cauteloso, ele tentava sentir a minha temperatura e profundidade.
-- Posso subir? – ele perguntou, quando estacionou em frente ao meu prédio. A fachada, em outro século, tinha sido gloriosa, e ele parecia apreciar os detalhes. Poderia me dizer o estilo da construção, talvez soubesse até o arquiteto. Mas jamais cuspiria conhecimento para exibir-se. O Mario não era assim. Não me diria se eu não perguntasse. E por ora, eu não estava a fim de saber. – Você nunca me convidou para vir aqui...
-- Lógico que não, Mario! Você teria uma crise de alergia ao entrar ali... Alergia não só de poeira e poluição... de feiura também! – ia dizer pobreza, mas percebi que estava ficando agressivo com ele.
-- Você está bravo comigo?
-- Como eu poderia ficar bravo com você, Mario? – dei um sorriso sincero, e fiz um carinho delicado na mão dele. – Às vezes dá vontade de ficar bravo de tanto que você não dá razões de eu ficar bravo com você, entende? – eu ri.
-- Quer conversar sobre alguma coisa?
-- Não. Quero ficar sozinho.
-- Então me deixa subir. E a gente fica sozinho juntos. Não precisamos conversar. A gente só fica abraçadinhos... – Mario estava tentando me seduzir, definitivamente. Embora eu fosse mais alto do que ele por uma cabeça, e um tanto maior e mais forte, era eu quem gostava de ficar aconchegado nos braços dele, quando estávamos no sofá e na cama. Ele me fazia um cafune delicioso, longo e demorado, que me derretia. Nos braços dele, eu ronronava feito um gatinho. Oferecer-me aquele carinho irrecusável era jogar baixo.
-- Mario... Se você subir, não encontra o seu carro na volta.
-- Tem seguro – ele retrucou de imediato. -- Não sei que gatilho aquele bêbado disparou em você, nem você precisa me contar, Tiago... Mas preferia não te deixar sozinho. Vai, vamos resolver isso juntos? -- era a exata expressão que ele tinha usado, no dia em que tínhamos nos conhecido, quando estavam multando a minha moto, e ele tinha me livrado da multa (como narrado na parte 1). Mas neste caso, ele não podia me ajudar. Pretendia levar o que ocorrera entre o Gutão e eu para o túmulo.

><><

Exceto que agora vou contar aqui.
Vou resistir à tentação de discorrer demais sobre a minha vida. Só conto que meu pai era descendente de família espanhola, e minha mãe de índios brasileiros. A miscigenação tinha resultado nesse meu aspecto físico incomum que as pessoas chamam de beleza. Na verdade, durante muito tempo só me vi esquisito e desengonçado. Um inclassificável. Meu pai, professor do ensino fundamental, faleceu quando eu tinha dez anos. Minha mãe se apavorou ao ver-se sozinha com um filho pequeno, e logo em seguida se casou com um homem da Igreja. Nem vou citar o nome dele, pois dentre as poucas coisas boas nesta pandemia, ele morreu de covid. Ao contrário do meu pai, que era muito culto e dava mais valor que tudo à educação (e aos livros e discos dele), o novo marido da minha mãe era um grosseirão, de opiniões lugar-comum, antiquado, retrógrado mesmo. Preconceituoso, rude, falador de palavrão. Ainda dava uns cascudos na minha mãe, para comprovar a burrice dela ao se casar com ele. Em mim, nunca tocou, mas nem por decreto eu o chamava de pai. E na primeira ocasião que tive, saí de casa para morar com minha namorada.
Sempre trabalhei, para ter o meu próprio dinheiro. Na época, trampava numa adega e estava fazendo entrega de bebidas num local de festas de bacanas. “O senhor precisa de mais alguma coisa?”, foi só o que perguntei depois de ter descarregado todos os engradados. E o gerente me ofereceu para cobrir um garçom que tinha dado cano nele. Aceitei. Novato, trabalhei mais seriamente do que todos os outros veteranos da equipe. Fui convidado a voltar. E assim comecei nesse mercado. E com as economias que já tinha de antes, comprei minha moto, que muito me serviu quando tinha de fazer eventos nos bairros nobres da capital, e não raro voltava de madrugada para a casa do meu padrasto na periferia.
Minha tal “beleza exótica”, aliada a um gosto recente por malhar em academia, que desenvolveu meu corpo e tornou-o mais proporcional à minha altura, logo me lançaram a um novo patamar na carreira. Passei a integrar essas brigadas de garçons bonitões que adornam os melhores eventos da cidade. Alguns dos meus colegas eram universitários, que pagavam a faculdade com esse trabalho, e foi quando decidi finalmente cursar ADM. Foi também quando conheci a Fátima, minha namorada, como recepcionista de um evento onde eu era garçom. Foi ela quem tirou minha virgindade, foi com ela que eu pela primeira vez morei fora de casa. Ficamos três anos juntos. Mas ela tinha ciúmes de mim, do meu trabalho (e não tolerava que eu tivesse do dela), da minha sombra e, pior de tudo, da minha faculdade. Sempre que podia, boicotava meus estudos. Convidava gente para festar no apartamento às vésperas das minhas provas. E se tinha uma herança do meu finado pai que eu prezava era a importância da educação. Terminei com a Fátima no final de 2019, no auge da época de provas e também da temporada de eventos.

><><

Gutão era o apelido dele. Se bem que eu o chamava de “Negão”, já que ele me chamava de “Neguinho” (embora a pele dele fosse mais clara do que a minha, ele tinha entrado na universidade sob o sistema de cotas, declarando-se negro). Se sou alto e forte, o Gutão era ainda um tanto mais alto, e até exageradamente forte. Mas tremendamente bonito. E muito simpático, com um sorriso de farol. E muito sedutor, o que lhe rendia muitos e rendosos programas depois das festas. Ou até durante elas. Gutão não distinguia entre homens ou mulheres, ou casais, fossem de heteros ou gays. E quando nos encontrávamos, gostava de relatar-me em detalhes os programas, para me atiçar a fazê-los também.
--Os caras ontem queriam mais um macho. E pegaram um puto qualquer na rua, nada a ver. Se tivesse sido você... – Para me atiçar, ele costumava me beliscar, mas só o que conseguia era me chocar. Especialmente quando dava para me acariciar. – Moleque, você é muito lindo! Jura que nunca teve tesão em homem? Se quiser experimentar, o seu amigo Gutão tá aqui...
Eu ainda namorava a Fátima. Nosso sexo era muito bom, tesudo mesmo. Com exceção do que assistia em pornôs, ela tinha me ensinado tudo o que eu sabia na cama. E por falar em pornôs... Começara a clicar também em alguns vídeos gays que surgiam pelas páginas da internet. Especialmente se tinha algum macho fortão que me lembrava o Gutão. Daí que não resistia. Dizia para mim mesmo que era só para matar a curiosidade, e imaginar o Gutão em ação. Mas eu não era simples voyeur. A verdade é que, enquanto batia punheta com aqueles vídeos também, eu naturalmente me colocava no lugar dos carinhas comidos pelo machão maravilhoso, sem sequer perceber...
Por minha iniciativa, fim do namoro com a Fátima. Tive de me virar para encontrar outro lugar para morar, do dia para a noite. Ocupado com provas da faculdade e eventos todas as noites, aceitei provisoriamente dormir no sofá da kitchenette de um músico da Igreja (a qual já nem frequentava mais).
Decidi trabalhar no Ano Novo, réveillon de 2019/20. O dinheiro era bom, e já que além da faculdade teria que me virar sozinho com moradia, não podia recusar. Nem tinha algo melhor a fazer, confesso. E também o Gutão, que apesar da exuberância e de estar sempre com programas marcados, era na verdade um cara muito sozinho, aceitou trabalhar naquela noite. Fiquei muito feliz com a companhia dele no salão.
Era trabalho com ritmo de celebração. Boa música, roupas de festa, gente bonita. Rolava mais bebida até do que de costume. E sobrava para nós também. Vi outros garçons e também o Gutão, que bebia bem, entornando várias taças de espumante, antes mesmo da meia-noite, e até eu dei uns goles. Especialmente quando era o Gutão quem me fazia beber com ele. Eu costumava ser mais sério e profissional do que isso, mas abrira uma exceção naquele réveillon.
Champagne nas taças e em todas as mesas, ouvindo a contagem regressiva, preparei-me para fazer uma oração e um pedido na passagem do Ano. O primeiro que iria adentrar trabalhando, e sozinho. Foi quando o Gutão veio voando em rota de colisão e me arrancou do salão, em direção a um corredor deserto do qual eu nem tinha notado a existência. 3, 2, 1... Feliz Ano Novo!!! Música altíssima no salão – e naquele corredor escuro, o Gutão estava me prensando contra a parede e tascando um beijão de tirar o fôlego. Ele me apertava nos braços fortes, e enfiava a coxa grossona dele no meio das minhas, sarrando o pinto duraço na minha coxa enquanto sugava minha respiração.
-- Já recusei diversos programas essa noite, Neguinho! Porque ela é nossa, viu? Pode ir se preparando que o seu Negão vai... – e naquele instante apareceu alguém no corredor, e voltamos correndo para o salão, rindo.
Passei o restante da noite numa expectativa deliciosa. Já não precisava mentir para mim mesmo que a vida na metrópole, distante da família, e o trabalho naqueles ambientes festivos tinham despertado um outro lado em mim. E, principalmente, a amizade do Gutão, que sempre fazia brincadeiras maliciosas comigo, e me relatava seus programas com outros caras. Acho então que já sabia o que iria rolar: em todos os relatos, o Gutão, com sua jeba magnifica, era sempre o ativo. Eu estava para perder a segunda virgindade, no primeiro dia de 2020.
Trabalhei com o mesmo afinco de sempre, mas com a cabeça nas nuvens. Observava o Gutão singrando pelo salão, e me divertia enquanto ele procurava me atiçar, passando a mão sobre o cacetão dele, às vezes passando a mão em mim, e volta e meia chegando junto para falar umas sacanagens no meu ouvido, enquanto me sarrava de leve. “Vou tirar seu cabacinho, moleque gostoso!”, “Essa noite você é todo meu, lindinho...” Tudo em pleno salão, que começava finalmente a se esvaziar. Já tinha duas boas gorjetas no meu bolso, uma delas em euros inclusive. Estava muito feliz.
Até o Gutão voltar com outra proposta.
-- Neguinho... Tá vendo aqueles dois viados gringos? Tão querendo dois caras pra daqui a pouco. Falei que você também é dotado. Combinaram de pagar 500 dólares.
-- Achei que a noite era só nossa... – estranhei, e não deixei de fazer beicinho.
-- Você tá surdo, Neguinho? 500 dólares! – ele agarrava meu braço com força. Estava bem alcoolizado, até demais para um garçom com o salão ainda pela metade.
-- Não tô a fim disso não, Negão. Você sabe que não topo esse tipo de coisa.
-- Vem cá pra gente conversar melhor... – passando a mão numa garrafa praticamente cheia de champagne, ele me arrastou noutra direção, e abriu a porta para um escritório às escuras. Da maneira como o Gutão nem tateou para achar o interruptor da luz, soube que ele já tinha estado ali dentro aquela noite. De quantos programas por noite ele era capaz?
-- Você tá doido ou é burro, Neguinho? 500 dólares! – ele tomou um grande gole, e me fez tomar um também. A bebida já estava quente, perdera o gás, tinha gosto azedo.
-- Não adianta, Negão. Tô fora. – ele tentava me fazer beber, para me relaxar, para me fazer perder o juízo, e assim concordar com o programa. -- Vai lá, se joga! Você dá conta dos gringos sozinho!
-- Pode apostar nisso! – sem conseguir me fazer beber mais, ele próprio tratava de esvaziar a garrafa. -- Mas eles tão a fim de dois machos!
-- Então liga pros seus amigos putos!
-- Quem que eu vou achar numa noite de Ano Novo? – deixando a garrafa de lado, ele começou a se esfregar em mim. – E assim tão gostosinho, hem? Eles querem você, putinho... Falei que você é modelo, já fez campanha e tudo. Enchi a tua bola, lindão.
-- Precisamos voltar pro salão... – tentei me desvencilhar dele, mas sem muita convicção. Estava gostando da sarrada do sacana, meu pau começava a endurecer.
-- Mas você tava louco pra dar o cuzinho para mim, não tava, Neguinho? – ele falou, metendo a língua na minha orelha, e me fazendo gemer.
-- Outro dia a gente vê isso... – falei, gemendo mais. Uma das mãos dele fazia caricias na minha bunda, dando-me um tesão como eu nunca tinha sentido antes. Era de enlouquecer. Quando ele dizia que sabia tratar um macho, não estava mentindo.
-- E se eu te comer antes... Você topa fazer com eles depois? – ele ainda soava sedutor.
-- Já disse que não!
-- Por que você tá fazendo isso comigo, hem? – de repente, a voz dele mudara de tom. -- Hem, viadinho? – perguntou, agressivo. – 500 dólares! – Sabia que o Gutão estava sempre com problemas de grana, eu já nem ligava mais. Só não imaginava o tamanho da complicação dele naquele momento.
-- Pára Negão... – senti que ele estava tentando descer minha calça sem nem mesmo ter tentado abrir o cinto. -- Pára Negão! – subi a voz, e tentei sair do abraço dele que me imobilizava contra a parede, empurrando-o. Ele estava bem bêbado, mas aguentou o tranco sem se desequilibrar, agarrando-se a mim com um braço atravessado na minha cintura. E então, a mão que tentava descer minha calça ele colocou contra minha cabeça, prensando meu rosto contra a parede. – Pára Negão! – gritei, e tentei me livrar dele de novo, com mais violência. Em resposta, pelo cabelo ele puxou a minha cabeça (que cabia inteira na mãozona dele) e bateu-a contra a parede. Com muita força. Uma, duas vezes. Juro que ouvi osso quebrando. – Gutão... Você tá me machucando, cara...
-- Cala a boca, viadinho. Vai, abaixa essa calça! – ele cuspia enquanto falava, as palavras saindo enroladas.
-- Por favor, Gutão... Faz isso comigo não. A gente bebeu demais, cara...
-- Por favorzinho, por favorzinho... – ele ironizou, com uma voz bem fininha de bicha afetada. – Abaixa! Essa! Calça!
Aqui começa minha confusão mental. Será que eu não teria vencido uma luta com um bêbado? Por que, ao invés de resistir, eu o obedeci, e abaixei minha calça? E a cueca, em seguida, sem que ele pedisse? Ou foi sem que eu mesmo notasse? Era o gosto de sangue na minha boca, escorrendo do meu nariz, que eu achava ter quebrado, o que me tornava covarde? Ou pior ainda, inconfessável, a vontade de... bunda de fora... sentindo o pauzão dele roçando em mim... não, eu não tinha, nem mesmo secretamente, vontade de ser estuprado pelo Gutão, ou qualquer outro homem! Então, por que deixei rolar?
Ele enfiou tudo de uma vez, pelo menos foi essa a impressão que tive. Meu coração parou um instante, e dentro da minha cabeça explodiu uma dor que só podia ser reflexo daquela penetração absurda e brutal. Por um instante, meus olhos apagaram, como num blackout ou desmaio de um segundo. E gritei. De novo, Gutão bateu minha cabeça contra a parede, com um pouco menos de força, já que a força agora estava em seus quadris, os quais arremetia de encontro aos meus, que por sua vez batiam contra a parede.
Não ouvi a porta do escritório se entreabrir, mas ouvi o Gutão em fúria gritando “Cai fora!” na direção dela. Felizmente, meu rosto prensado contra a parede estava virado na outra direção, e da mesma maneira como não vi, não fui visto pela pessoa que veio checar o meu grito. Não queria que me vissem chorando, tampouco. Tinha chorado uma única vez, quando meu pai morrera. E agora, quando morria eu.
Acho que não demorou muito, embora vá durar para toda a eternidade, enquanto eu viver.
Gutão me fodeu com uma força brutal. Grunhiu o tempo todo, tanto que só percebi que ele tinha gozado, grunhindo mais, quando largou de mim. Quer dizer, só vi mesmo que ele tinha gozado quando tomei um banho, no chuveiro de casa, e saiu sangue e esperma de dentro de mim. Pior, achei porra dentro da minha cueca também. Na parte da frente. Como se eu mesmo tivesse gozado. Mas eu nem me lembrava de ter tido uma ereção durante...

><><

Por isso digo que o Mario não podia me ajudar. Jamais iria contar a ele. Ou a ninguém. Nem qual teria sido o “gatilho”, como ele mesmo colocara, que o bêbado da festa no jardim do Roger havia disparado em mim.

><><

Na verdade, mais de um gatilho, se é para continuar contando aqui minhas experiências sexuais.
Lidei com o acontecido da pior maneira possível. Não contando para ninguém. Tentando esquecer, ignorar. Tentando fingir que nem tinha acontecido. E também tentando me vingar.

><><

No início do ano, um gringo bonitão dentro de um carrão me abordou num semáforo, pedindo orientação para chegar num hotel chique. Percebi que ele tinha o GPS ligado. Então resolvi entrar no jogo e leva-lo até o hotel, indo com minha moto à frente do carro dele. Uma vez lá, ele me convidou para um drink no bar. Provavelmente para julgar se eu não era nenhum louco ou maníaco. Talvez até para ter um registro detalhado meu nas câmeras do hotel . Ou simplesmente me avaliar, enquanto eu próprio o avaliava como homem.
O cara era um loiro muito bonito, de olhos azuis e barba rala bem clarinha, mas bronzeado de sol. Ele falou o país, Suécia ou Dinamarca, dessas bandas de lá, e se estava de férias ou negócios no Brasil. Acho que os dois. Conversávamos num pastiche de Inglês, muito pobre da minha parte, e de Espanhol também.
Faltou dizer lá trás que, assistindo os vídeos gays que me faziam pensar no Gutão em ação, eu tinha preferência por aqueles em que o macho comia algum passivo loiro. Era meu fetiche. Quero dizer, comer um cara loiro. Nunca tinha conhecido nenhum pessoalmente, antes.
Quando subimos para o quarto dele, eu já estava de pau duro. Mesmo dentro do elevador, e o gringo notou. Mas tinha câmeras por toda a parte, e ele era muito discreto. E frio, também. Pensei que fosse rolar um beijo, porta para dentro, mas ele me mandou direto para o banheiro. Achei que ele queria que eu tomasse um banho. Quando sai de toalha enrolada à cintura, depois de ter batido uma punheta para deixar meu pau mais duro, o gringo tinha sumido. Quer dizer, ele estava ali à minha frente, mas o rosto bonito e o cabelo loiro tinham desaparecido debaixo de uma máscara de couro ou látex, sei lá, cheia de zíperes, que só deixava à vista a boca dele. Também usava botas altas, luvas, uma tanga cheia de zíperes também, e mais tiras de couro ou látex através do peito e ombros. Não sei como, mas por baixo da máscara ele devia me enxergar, pois entregou-me um apetrecho parecido com um chicote. Fez sinal também para que eu notasse o dinheiro sobre a cômoda. 100 euros. O gringo era pão duro, também. Foi quando percebi que sobre a cama ele tinha espalhado diversos outros apetrechos, os quais eu sequer sabia dizer o que seriam. A não ser os dildos, lógico. Nunca tinha clicado nesse tipo de vídeo, confesso.
Foda-se, pensei. O ano de 2020 não estava começando muito bem para mim. Fátima. Gutão. Tinha pego uma DP na faculdade... Foda-se! Quando o gringo ficou de quatro sobre a cama, exibindo uma bunda linda, cheia de finos pelinhos loiros, com a marca branca de sunga aparecendo sob a tanga de couro, dei-lhe uma lambada com o chicote nas costas. Foi com raiva que o atingi? Não sei. Foda-se! Só não imaginara que o chicotinho fosse tão poderoso e maleável, e vi quando a ferida aberta nas costas do gringo começou a sangrar. Meu pau, que já tinha murchado ao ver o gringo fantasiado daquela maneira, finalmente encolheu, à vista de sangue.
Alguns minutos depois, eu saia do banheiro completamente vestido. Só então saquei que, afinal, eu estava usando calça e jaqueta de couro (comprados em brechó), o que talvez tivesse assanhado o gringo ao me ver montado na moto. Fui embora do quarto sem dizer palavra. Acho que o loiro estava sentado à cama, ainda todo paramentado, olhando na minha direção. Foi o quanto durou minha carreira de garoto de programa.

><><

Já que contei tanto, vou contar tudo. Teve só mais um outro carinha. Sem bebida, nem ele me confundiu com michê. Mas, igualmente, com violência. Que, eu comecei a perceber, era o tema daquela minha recente conversão ao mundo do sexo com homens.
Ele estava fazendo matricula na faculdade, no mesmo dia que eu. Embora fosse calouro, e eu estivesse entrando no quarto ano. Estava com medo do trote, e eu o escoltei para fora. Ruivinho, de olhos verdes, pele bem clara, quase rosada, muitas sardas. E quase metade do meu tamanho. Muito alegre, falante, e assanhado.
Menos de meia hora depois de termos nos conhecido, já estávamos no apartamento dele, a duas quadras da faculdade, com o meu pauzão atolado no rabinho empinado do garoto. Que se dizia agradecido por eu ter salvado ele do trote, e querendo me agradecer de qualquer jeito, o safadinho... Tinha começado por um boquete guloso delicioso, melhor até do que os da Fátima. A língua nervosa, os lábios bem apertados, a boca quente, a garganta profunda. Ele salivava muito, e os barulhos da chupada eram por si só excitantes. Tive de pedir para abreviar senão iria gozar na boca dele. Estava há dias sem bater punheta.
Apesar do corpo malhadinho, ele chegava a ser até delicado. Ou talvez fosse a nossa diferença de tamanhos que o deixava em relativa desvantagem. Apenas relativa, digo, porque ele aguentava bem o tranco. Era minha primeira vez sendo ativo, e apesar de querer tomar muito cuidado para não repetir jamais o que o Gutão tinha feito comigo, acho que fui um pouco bruto na pegada. Mas o putinho gostava, e gemia, rebolando gostoso. E pedia para que eu desse uns tapas na bunda dele. Li que os caras fazem isso para o cu piscar. Meu, imagina se tivessem que dar um tapa na cara pra gente piscar o olho... Que palhaçada! Muita ignorância. Mas ele adorava, e me pedia pra não parar de bombar o cuzinho dele, e de dar tapas. Ou então beliscar os mamilos rosados dele, ou mesmo mordê-los. E ele estava adorando que eu o puxasse pelos cabelos, lisos e compridos na altura dos ombros, muito lindos, e que eu afinal tinha ajudado a salvar e manter. Agarrara e os torcia pelo punho, como um homem das cavernas, arrastando o ruivinho de encontro a mim. Ele adorava beijar, também, e se contorcia para me alcançar a boca. Delicia sentir o corpo de um outro homem contra o seu próprio enquanto o enraba. O tempo o safado resistia bravamente às minhas estocadas, jogando o próprio corpo contra o meu, para que eu o penetrasse mais fundo. Quando estava para gozar, comecei a masturba-lo, e senti a porra grossa escorrendo em meus dedos enquanto a minha se depositava nas entranhas dele.
Encontrei-o outras três vezes. Não curtia muita aquela coisa de tapas e mordidas, mas confesso que a parte de agarra-lo pelos cabelos eu gostava. O moleque era bem gostoso, adorava ser submisso, e a gente fodia muito, com força. Com bastante força, mesmo, senão o putinho nem gemia mais. Bastante laceado, o moleque. Mostrou-me uma coleção de dildos maiores do que a do gringo loiro do hotel. Fizemos inclusive uma DP nele, meu pau dividindo o espaço com um dildo grossão, que eu segurava pelo saco postiço contra minha virilha, enfiando os dois membros simultaneamente no buraco arreganhado do menino. Era meio... perverso, e me fazia sentir-me... insuficiente. Com o ruivinho topava tudo que ele propunha, até dar murros nas costas dele. Ou quase tudo, porque eu estava numa seca braba, desde o fim do namoro com a Fátima. Mas daí, uma noite o garoto pediu para que eu tirasse a camisinha, para finalizar a foda gozando dentro dele. Não topei.
-- Larga a mão de frescura, Tiago. Não tá sentindo que meu cuzinho já tava azeitado? Tava na sauna quando você me textou. Tô com o leite de três machos no meu rabo. Você acha que o seu vai fazer diferença?
Não para ele. Mas para mim, fez toda a diferença. Gozei muito, como sempre, enchi a camisinha. E nunca mais o vi.
E logo depois começou a pandemia.
Virei iFood.
O que me trouxe e nos traz até o Mario.

><><

-- Vamos para casa, então! – pedi pro Mario, incomodado. O centro da cidade estava mais violento e perigoso do que antes da pandemia. Em frente ao meu prédio, o carrão do meu namorado estava chamando demasiada atenção. “Casa” significava irmos para o apartamento dele. Onde eu me sentia muito à vontade. Mas onde, sobretudo, eu me sentia tão bem, aconchegado nos braços do meu namorado. Onde ele me tratava com tanto respeito e carinho que eu tinha até bebido um pouquinho de champagne com ele, durante um jantar. Bebida que tinha prometido jamais tocar novamente, desde aquela fatídica noite de réveillon.

><><
><><


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 03/11/2021

engmen, que comentário maravilhoso! concordo plenamente! um conto só se torna uma ponte quando atravessa o rio e encontra o leitor... e o privilégio de podermos comentar aqui, e nos comunicar... é maravilhoso! é como se a flor, plantada ao solo, ao ser visitada pela abelha pudesse enfim nas asas dela viajar, como pólen, e depois virar mel... e o mel é o seu comentário, e todos os outros, enriquecedores... muito obrigado!

foto perfil usuario engmen

engmen Comentou em 03/11/2021

A complexidade das relações humanas tem vários lados e a maioria enxerga apenas alguns poucos... O conto delicioso, profundo em si, ainda é enriquecido pelos comentários fascinantes e ampliadores aqui postados. Estímulo gerando mais estímulos... muito bom!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 30/10/2021

kaka96, não vou entrar em pormenores, mas este relato é inspirado em outros, reais... concordo com você que o tema é importante! E você tem razão, o texto final vai versar também sobre o abuso do Tiago, e como o Mario poderá ajuda-lo... muito obrigado pela leitura e o comentário!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 30/10/2021

vgrsantos, que bom que você gostou. e muito obrigado pelo elogio sobre ser "verdadeiro". embora não tenha acontecido de fato assim, esses abusos de fato acontecem... e feliz também de ter passado a angústia do Tiago, que apesar de tudo continua na labuta de ser um rapaz cada vez melhor.

foto perfil usuario kaka96

kaka96 Comentou em 30/10/2021

Muito bom você tocar neste assunto do abuso sofrido por homens... Isso é muito mais comum do que se pensa... E isso também, parece, será um tônus a mais na relação dos dois... Parabéns! Votado!

foto perfil usuario vgrsantos

vgrsantos Comentou em 30/10/2021

Consegui sentir a angústia do Tiago ao reviver seus traumas por abuso.. Muito bom e muito verdadeiro... Gostei!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 30/10/2021

anonimo66, muito obrigado pela leitura e o comentário. Tiago vai se abrindo aos poucos, né, nesse "desnudar" que é o termo mais usado para descrever a narrativa dele... o Tiago verdadeiro foi bem mais discreto do que isso, pode apostar rsrs... mas acho que a personagem se aproxima do real, um menino muito valente e valoroso!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 30/10/2021

yant, que bom que você gostou! como escrevo textos longos, tento alternar velocidades, e tempos, acho que a dualidade que você menciona é o dentro e o fora do personagem, né? não sei se foi intencional, foi o que saiu... muito obrigado por ler e comentar!

foto perfil usuario anonimo66

anonimo66 Comentou em 29/10/2021

Muito bom rapaz!!! Os personagens se desnudando, mostrando seus conflitos em meio a descobertas amorosas... Erotismo forte nas cenas de memória... Aplausos!!! Votado, Claro!!!

foto perfil usuario yant

yant Comentou em 29/10/2021

Gostei muito dos dois lados descritos no texto... O emocional do Tiago sendo desnudado e a narrativa dura das cenas sexuais... Um jogo de dualidades muito bem trabalhadas... Parabéns!!! Votado e aguardando mais...

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 29/10/2021

oi olavo1986 este texto saiu assim, como se o Tiago tivesse me ocupado para falar do que ele queria, e não do que eu pretendia. volto com a finalização dando voz aos dois, Mario e Tiago. "O Amor Pede Verdades" é uma observação maravilhosa, obrigado por dividir conosco!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 29/10/2021

sapeka2000 que bom que você gostou! feliz de poder dividir com você o prazer de ler e escrever! agora que o bichinho da escrita me picou, não passo nem um dia sem escrever um pouco que seja... empolgação de iniciante! obrigado pela leitura e o comentário!

foto perfil usuario olavo1986

olavo1986 Comentou em 28/10/2021

O Tiago se expõe para o leitor... Põe pra fora o que o atormenta e o que o define enquanto amor do Mário... Estou visualizando ele a se desnudar para o próprio Mário... O amor pede verdades.. Adorei o texto... Parabéns... Votadíssimo!.

foto perfil usuario sapeka2000

sapeka2000 Comentou em 28/10/2021

O que falar de um conto como este?... Apenas pedir: Escreva Mais!!! Muito bom rapaz, conflitos e dilemas num enredo erótico... Adorei! Como estudante de comunicação eu aprecio um bom texto.. Parabéns!!!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 28/10/2021

gafat, muito obrigado pela leitura e o comentário! a história tinha até mais detalhes, mas editei quando a primeira versão foi recusada para publicação... ao mesmo tempo que, espero, não fique dando detalhes desnecessarios, só o que torna o texto redondo e coerente?

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 28/10/2021

lucasemarcia, obrigado pela leitura e pelo comentário! que bom que vocês gostaram. tento prender a minha própria atenção, já que a gente revisa um conto muitas vezes antes de publicar né... ainda bem que funcionou com vocês rsrsrs

foto perfil usuario gafat

gafat Comentou em 28/10/2021

É todo um contexto...uma história que vamos entendendo pelos detalhes...muito bom fazer leituras assim...continue pfvr.

foto perfil usuario lucasemarcia

lucasemarcia Comentou em 28/10/2021

Você escreve bem demais! Prende nossa atenção do inicio ao fim! e claro, carregado de excitação. Parabéns!

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 28/10/2021

tito, muito obrigado pela leitura, o comentário e as recomendações! no texto, falo em "confusão mental", pois de fato o Tiago, como vitima de um trauma, não sabe como tudo se encaminhou. esta história me saiu aos borbotões, e tem mais uma parte para sair... o talento na articulação é do meu editor, o maurzen rsrsrs... passamos um bom susto, pois a primeira versão desse conto foi recusada, dias atrás. mas enfim publicada aqui. por isso o final meio inconclusivo.

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 28/10/2021

karalegal, muito obrigado pela leitura e o comentário... o texto original era mais longo do que este, mas foi recusado, então editei... e ficou mais do Tiago sobre ele mesmo, antes do Mario. Um Tiago mais real e menos idealizado pelo Mario, foi o que tentei passar. Com uma visão e experiência diferente de sexo, e muito mais da vida também. Acho que vai ter uma a parte de fechamento, com Mario e Tiago ao mesmo tempo.

foto perfil usuario meninomaisraro

meninomaisraro Comentou em 28/10/2021

morsolix muito obrigado pela leitura e o comentário. Na verdade, esta é uma continuação, e a historia principal é a do Mario e do Tiago, narrada pelo Mario na primeira parte. Por isso essa sensação de "pegar o bonde andando". O Gutão, na verdade, é que foi introduzido só agora, para dar uma perspectiva ao personagem Tiago e como ele chega até o Mario. De novo, muito obrigado!

foto perfil usuario titoprocura

titoprocura Comentou em 28/10/2021

Existem dores que nos acompanham e quase nos definem. Embora Tiago deixe claro que não sabe se desejou o ocorrido... Ao tentar repetir os gestos que repele, ele talvez se puna por se sentir culpado de alguma maneira. As cenas fortes de sexo nos revela muito do personagem e do autor. Quero ver mais disso: Cuidado... Delicadeza... Sexo Bruto... Amor ... Tudo isso de suas mãos e mente tão bem articuladas... Parabéns rapaz.. TEXTO PRECIOSO! RECOMENDADO.

foto perfil usuario karalegal

karalegal Comentou em 28/10/2021

Perfeito!!!... Não é a visão do Tiago sobre o encontro dos dois. É a visão do Tiago sobre ele mesmo. Sobre o que o transformou de alguma maneira. É o Tiago parafraseando Caetano ao mostrar que: " De perto ninguém é normal" e todos temos nossas dores e nossas delícias... Muito bom! Mesmo diante de tanto cuidado podemos ver a crueza na descrição do sexo. O autor ainda vai nos mostrar mais disso tudo. Tenho Certeza. Parabéns! Votado!... RECOMENDADO!

foto perfil usuario morsolix

morsolix Comentou em 28/10/2021

...de mão beijada a história.Votadissimo.

foto perfil usuario morsolix

morsolix Comentou em 28/10/2021

A princípio parece ser confuso, pois o leitor encontra a história andando e sem entender muito,mas,persistindo na narrativa,entende quem é quem e o autor se propõe a falar. História boa e esclarecimentos sobre o quê trás Mario e o personagem principal.Texto embalado e envolvente que faz algumas partes serem dispensáveis.Existe uma vingança,uma desforra a ser consumida com o personagem Guto,está parte por si só,faz as outras dispensáveis.Otimo autor,texto instigante e que não facilita de mão beij




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


191669 - TRIÂNGULO COM O BI CASADO INDISCRETO | FÉRIAS GREGAS | 5.2| - Categoria: Gays - Votos: 15
191313 - TRIÂNGULO COM O HETERO CASADO DISCRETO | FÉRIAS GREGAS | 5.1| - Categoria: Gays - Votos: 13
190851 - CASO DE AMOR SECRETO COM UM FAMOSO – PARTE 2 - Categoria: Gays - Votos: 16
190236 - AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA) – MARIO + TIAGO -- CONCLUSÃO - Categoria: Gays - Votos: 14
189860 - SARRANDO OS BAILARINOS DA MADONA | FÉRIAS GREGAS | O MINOTAURO | 4| - Categoria: Gays - Votos: 15
189451 - BRINQUEDO DE MACHO | FÉRIAS GREGAS | O MINOTAURO | 3| - Categoria: Gays - Votos: 14
189150 - FÉRIAS GREGAS | O MINOTAURO | 2| UM MACHO BRUTO PARA CHAMAR DE MEU - Categoria: Gays - Votos: 15
189014 - FÉRIAS GREGAS | O MINOTAURO | 1| UM GOZO COMO NENHUM OUTRO - Categoria: Gays - Votos: 17
188476 - AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA) - Categoria: Gays - Votos: 18
187500 - CASO DE AMOR SECRETO COM UM FAMOSO – PARTE 1 - Categoria: Gays - Votos: 24

Ficha do conto

Foto Perfil meninomaisraro
meninomaisraro

Nome do conto:
AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA) - TIAGO

Codigo do conto:
188881

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
27/10/2021

Quant.de Votos:
16

Quant.de Fotos:
0