Os dois se conheciam há anos. Ivan, um jornalista de meia idade, com físico comum e assumido junto à sociedade de sua cidade; já Tuca era quase um faz tudo, pois dividia seu tempo entre o casamento tradicional com a esposa, o serviço como motorista na Prefeitura e os constantes bicos como pedreiro/encanador/pintor e qualquer outra função que pudesse exercer. Além disso, Tuca não era um galã: físico pequeno, mas rijo, talhado no trabalho, rosto pequeno e olhos expressivos. Pendendo para um homem de pequena estatura. Eles nem se lembravam bem quando se conheceram. Nem mesmo mantinham contato constante: na verdade, fazia aproximadamente três anos que não se encontravam. Foi em uma tarde de agosto, no centro da cidade, exatamente no momento em que Ivan se dirigia a seu carro. - Ô, rapaz.... Ele olhou em direção à voz e não reconheceu, num primeiro momento, quem o chamava. Mesmo assim, se aproximou. - Não tá se lembrando de mim? Ivan teve um flash do passado quando fixou o olhar no rosto do homem. Se lembrou das vezes em que, sozinhos em algum dos cômodos do serviço que ligava seus cotidianos, ele se atreveu a alisar, de forma dissimuladamente amistosa, a parte lateral do abdômen do trabalhador rústico e o rapaz, por sua vez, não refugou a iniciativa, apesar de não dar sinais para avanços. - Nossa, Tuca! Há quanto tempo não nos vemos... - Está trabalhando onde, menino? - Saí daquele cargo e estou na redação de um jornal hoje em dia. E você? - Ah, continuo na mesma, me virando para tudo que é lado que dá. Agora, tô fazendo a pintura dessa casa aqui. Os dois estavam em frente a um portão. Dentro do imóvel, dois rapazes transitavam, de um lado ao outro, carregando os materiais usados na obra. Nenhum deles prestou atenção à ação que se desenvolvia na frente da casa. - Você ainda tem meu número? - Acho que sim, diz Ivan verificando a agenda em busca do contato. - Vamos conversar, talvez marcar de tomar uma cerveja dia desses... O que você acha, menino? Ivan se aproxima, quase testando as intenções do rapaz, e dá um semi-abraço em seu dorso enquanto, com a outra mão, alisa lentamente a lateral de seu corpo. Ele não reage, mas também não refuga o contato. - Basta me ligar quando estiver tranquilo, Tuca. - Fechado. (CONTINUA)
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