Ela me ligou em menos de um minuto:
– Até que enfim. Como é bom ouvir sua voz. Posso ir até aí te ver?
Infelizmente, para Márcia, ela era parte crucial do meu plano e por isso, concordei com seu pedido:
– Pode vir, estou aqui sozinho e com saudades de você.
– Já estou saindo de casa. Não devo demorar.
Minhas entranhas reviravam, eu me sentia enojado como antigamente, mas daquela vez, ciente do que precisava fazer, respondi cinicamente:
– Ok! Te aguardo ansioso.
Eu precisava ser inteligente, conduzir a conversa para que meus objetivos fossem atendidos. Márcia não demoraria a chegar e eu precisava me transformar num mestre da manipulação. Em pouco mais de meia hora a campainha tocou e ela estava linda como sempre, mas com um olhar de preocupação:
– Poxa, Jô! Precisava ficar esse tempo todo sem dar notícias? Nicole me contou o que aconteceu, me disse a versão dela, imagino que você deva estar muito puto com tudo isso.
Fiz cara de triste, abatido, mas na verdade, estava mesmo era furioso, querendo, de qualquer maneira, machucar a Nicole. E como eu já estava de saco cheio da Márcia também, ela continuaria sendo apenas um peão no meu jogo.
Para a minha sorte, nem precisei pegar pesado, pois Márcia, mãe acima de tudo, tentou proteger a filha:
– Eu sei que você não vai gostar do que vou pedir, mas quero que entenda o meu lado e me ouça com atenção. – Ela me fez sentar ao seu lado no sofá. – Nicole quer se encontrar com você.
Minha vontade era pegar Márcia pelos cabelos e jogá-la porta afora, mas quando ia me levantando, ela suplicou:
– Ela só quer se desculpar, contar o que aconteceu. Por favor, se eu significo alguma coisa para você, faça por mim.
Um encontro com Nicole seria mais do que importante para os meus planos, imprescindível. Não imaginei que tudo se encaminharia tão rapidamente, era a chance perfeita.
Pegando Márcia de surpresa, mas não podendo ser descuidado, disse:
– Depois de tudo o que ela me fez, o que ela poderia ter para me falar?
De forma muito humilde, Márcia confessou:
– Nicole e eu não estamos em bons termos. Depois de tudo o que aconteceu no passado, ela começou a fazer terapia e entendeu o motivo de ter feito o que fez. Não vou ser pretensiosa e dizer que entendo o terapeuta dela, mas é inegável que eu fui uma força desestabilizadora em sua vida, um mau exemplo.
Aquilo era bem claro para todos, mas eu achei melhor não criticar. Ela continuou:
– Se eu conseguir lhe convencer a se encontrar com ela, para que ela se explique a você, talvez ela me veja com outros olhos, quem sabe até não nos reconciliamos?
Estranhei a situação:
– Vocês estão brigadas?
Márcia, com lágrimas nos olhos, me mostrando que toquei em um ponto sensível, disse:
– Sim! Assim que completou dezoito anos, Nicole foi morar com os avós. Eu só fiz besteira com o dinheiro que meu marido deixou e são eles que pagam pela educação dela hoje. Ela mal fala comigo. Só vem quando precisa de alguma coisa. Mas ela mudou muito, não é mais a mesma garota irresponsável que você conhecia. Ela está até trabalhando, acredita?
Aproveitei para tirar uma dúvida:
– Me responda sinceramente, por que vocês escolheram vir para esta cidade?
Ela pareceu honesta na resposta:
– Pode até parecer que viemos atrás de você, e eu não pude acreditar quando reencontrei sua mãe, mas meus sogros são daqui. Essa é a verdade, é tudo uma coincidência estranha. Como Nicole veio morar com eles, acabei vindo também, pra tentar me reconciliar com ela, fazer as pazes.
Pensei um pouco, apenas para que a Márcia não suspeitasse das minhas intenções. Eu não tinha motivos para questionar sua resposta. Me olhando com tristeza, ela me surpreendeu:
– Eu adoro estar com você, Jô. Só que isso precisa acabar. Se Nicole descobrir, eu nunca mais conseguirei recuperar o respeito da minha filha. Sinto muito, mas você precisa entender.
Segurei ao máximo a risada, escondendo o rosto para que ela não notasse nada. Pensei rápido novamente, pois eu não estava nem aí para os problemas de Márcia e Nicole. Era a hora da manipulação:
– Eu entendo e respeito. Vamos fazer o seguinte então, uma despedida, o que acha? No próximo final de semana vou me encontrar com Rafael e Júlia. Eles moram no litoral. Quer ir comigo? Nosso último encontro. Nada supera uma boa orgia, como você diz.
Os olhos de Márcia chegaram a brilhar e ela rapidamente concordou:
– Quero sim, claro! Mesmo precisando me afastar, saiba que eu gostei muito do nosso tempo juntos. Vou sentir falta da nossa química, você é um amante maravilhoso.
É claro que aproveitamos o embalo e demos uma rapidinha no sofá, para não perder o costume. Antes de sair, Márcia pediu:
– Posso dizer a Nicole que você aceitou conversar com ela? E obrigada por isso, você me mostrou que se importa de verdade comigo.
Achei melhor subir o nível da atuação:
– Pede pra ela me ligar, diz que você conseguiu meu número e eu autorizei. Assim você ganha mais uns pontinhos na sua tentativa de reconciliação.
Márcia pulou nos meus braços, me dando um beijo na boca de tirar o fôlego e após mais uma sarrada gostosa, se foi.
Perto das dezoito horas meu telefone tocou, um número desconhecido. Atendi já imaginando quem seria:
– Alô!
Uma vozinha calma, mas num tom receoso, e que eu conhecia muito bem, respondeu:
– Josemar, é você?
Fingi que não a reconheci:
– Sim, sou eu. Quem fala?
Sua voz falhava um pouco:
– Oi, Jô! É a Nicole. Minha mãe disse que você concordou em falar comigo, por isso estou ligando.
Me segurando, fui educado:
– Concordei sim, mas esse não é o tipo de conversa pra se ter por telefone, não acha?
– Você está no campus? Quer me encontrar em um lugar mais reservado, onde possamos ficar a sós? – Ela disse, preocupada com minha reação.
Era hora de ser educado e polido, atrair a presa para a armadilha:
– Não! Estou em casa. Quer vir aqui? Minha mãe está viajando, teremos toda a privacidade.
Ela respondeu rápido, não querendo perder a chance:
– Vou sim, só me passa o endereço por mensagem.
Me despedi:
– Tudo bem, estou te esperando.
Desliguei e comecei a preparar o ambiente para a chegada de Nicole. Na adolescência, ela adorava pizza de palmito e refrigerante de uva. Pedi os dois pelo aplicativo e também algumas bebidas alcoólicas. Minha intenção era fazê-la acreditar que eu nunca superei o passado e tentar, de alguma forma, fazer com que ela se sentisse na obrigação de me recompensar, que achasse que ainda existia chance para nós dois.
Sabendo que meu padrasto era um homem sedutor, que adorava impressionar minha mãe, encontrei uma de suas velas aromáticas e acendi, perfumando o ambiente. Por incrível que pareça, o cheiro era inebriante, me deixava com tesão.
Eu iria aproveitar o embalo para mexer com Nicole. Tomei um banho caprichado, para tirar o cheiro de Márcia do meu corpo e vesti apenas um calção largo de futebol, sem nada por baixo, deixando as partes íntimas bem soltas. Eu sabia que, uma vez puta, sempre puta. Minha intenção era brincar com ela, exibindo meu físico, que naquela época era impecável.
O delivery chegou antes dela e eu deixei tudo preparado. Ao receber a mensagem de que ela chegaria em cinco minutos, borrifei meu melhor perfume, Invictus, da Paco Rabanne, um cheiro poderoso e intenso, que mexe com a libido das mulheres. Eu estava pronto, a espera.
Poucos minutos depois a campainha tocou e eu abri a porta. A primeira impressão foi a melhor, pois Nicole reagiu exatamente da forma que eu previra, me olhando com desejo, sentindo o cheiro másculo que o perfume exalava. Seus olhos estavam vidrados em meus músculos definidos, desviando diretamente para o volume na parte central do short. Fui educado:
– Entra! Estamos sozinhos, pode ficar à vontade.
Nicole estava completamente perdida, sem reação, agindo por instinto. Ela me acompanhou até a cozinha. Continuei sendo um gentleman:
– Se me lembro bem, seu combo preferido era pizza de palmito e Fanta uva, correto?
Ela finalmente recobrou a consciência:
– Você ainda se lembra?
Me mantive no personagem:
– Hoje é o meu preferido também, acabei absorvendo esse gosto. Eu estou morrendo de fome, come comigo?
Eu sabia que ela não resistiria. Coloquei o prato e os talheres a sua frente e nos servi. Ela se sentou para comer, mas eu fiquei em pé, parado à sua frente, para que ela me visse em todo o meu esplendor e apreciasse tudo o que jogou fora.
Ela estava visivelmente perturbada com o que acontecia. Entre garfadas, comecei o assunto:
– Sua mãe entrou em contato, disse que você precisa falar comigo. Então fale, sou todo ouvidos.
Nicole terminou sua fatia, ajeitou os talheres, deu um longo gole no refrigerante e por fim, começou a falar:
– Antes de tudo, quero me desculpar. Confiei na pessoa errada, que achava ser uma amiga …
Eu a cortei, mostrando que não aceitaria qualquer desculpinha:
– Não vai me dizer que tudo é uma grande coincidência, que você não sabia que as pessoas são falsas, que foi ingênua …
Constrangida, foi ela que me interrompeu:
– Não, nada disso! Eu não vim aqui pra me vitimizar. Você tem razão por não confiar em mim, mas dessa vez, eu pisei na bola legal, confiei em quem não devia.
Ela começou a se lamentar:
– Eu hoje vejo claramente os meus erros, sei que não sou santa, mas estou tentando melhorar, ser uma pessoa de bem. O que eu fiz com você lá atrás, a mágoa e a raiva que você deve sentir de mim, é justa.
Eu provoquei:
– Sua mãe disse que você tem feito terapia. Ela só faltou implorar para eu falar com você.
Nicole sorriu pela primeira vez. E confesso que mesmo odiando aquela filha da puta, eu não podia negar o quanto ela estava linda, ainda mais parecida com sua mãe. Sua calça jeans justa, arrebitava ainda mais a bunda redonda e que já era naturalmente empinada. Ela percebeu para onde meus olhos apontavam e se levantou:
– Sim! Eu precisava entender o que acontecia comigo, o que fiz com você. Eu me culpo diariamente pelo jeito que tudo terminou …
A interrompi novamente, um pouco mais exaltado:
– Agora vai dizer que só depois que perdeu, entendeu o que sentia?
Ela me surpreendeu:
– Não! Muito pelo contrário. No começo, a humilhação que você me fez passar, na frente de todo mundo, me fez ficar com muita raiva de você. Mesmo errada, eu lhe culpava por ter que mudar de casa, por perder meus amigos … foi só na terapia que eu entendi que a errada fui eu. Tudo era consequência dos meus atos. Crescer sem pai, com uma mãe promíscua, me deram uma falsa sensação de liberdade, que eu podia tudo e que a realidade jamais me alcançaria.
Aquela verdade me quebrou. Cheguei a ficar com pena dela, mas minha raiva era maior, meu desejo de machucá-la era meu único guia.
Ela se aproximou de mim, pegou em minhas mãos e disse:
– Me desculpa! Por tudo o que eu fiz você passar, por toda dor e humilhação, por ter sido uma pessoa horrível com você. Saiba que eu já desmenti tudo na faculdade e ninguém mais acredita que aquilo aconteceu. Aquela idiota já tinha fama de fofoqueira e não foi difícil reverter a situação.
Olhando para os meus lábios, sentindo o cheiro do meu perfume, Nicole não resistiu e instintivamente me abraçou. Era a minha chance. Retribui fortemente o seu abraço, trazendo seu corpo de encontro ao meu e joguei minha isca, voltando a atuar:
– Eu não sou mais aquele moleque sem noção, idiota e perdido. Eu sei que no fundo, você gostava de mim. Eu mereço o que aconteceu por ter sido fraco, imaturo, não ter sido macho, não ter te pegado pelos cabelos e te fodido do jeito que você queria e merecia.
Trancei a mão em seus cabelos, deixando sua boca a centímetros da minha. Ela tremia, incapaz de resistir. Mas não a beijei, continuei provocando:
– Eu também cresci, aprendi, melhorei. Hoje sei como satisfazer e tratar uma mulher …
Rocei minha barba por fazer em seu pescoço, sentindo os calafrios que percorriam sua espinha na palma da minha mão. Em um último esforço, ela tentou resistir:
– Não faz isso … você não sabe o quanto eu estou carente. Não brinca assim comigo.
Fui o mais canalha que consegui ser:
– Você não acha que me deve isso? Sejamos realistas, todo mundo comeu, menos eu, na época seu namorado.
Apalpei sua bunda, roçando o pau em seu ventre. De olhos fechados, ela gemeu:
– Que gostoso, assim você acaba comigo. Eu devo estar sonhando, pensei muito nisso, mas jamais imaginei que aconteceria.
Beijei seu pescoço, voltando a roçar a barba, apertei um dos seios e tirei sua blusa. Desci beijando o colo dos seios, desabotoei sua calça e tentei enfiar a mão, mas era muito apertado. Fui conduzindo Nicole até o sofá, onde fiz com que ela se deitasse e automaticamente, ela esticou as pernas, desejando que eu continuasse o que estava fazendo.
Tirei sua calça e para minha surpresa, ela vestia uma calcinha minúscula, de renda fina, transparente. Me posicionei entre suas pernas e comecei a beijar a panturrilha, joelho, subindo pela parte interna das coxas, arrancando gemidinhos:
– Nossa! Você tá acabando comigo. Que gostoso. Eu não mereço, mas aceito com gratidão essa nova chance.
Meu plano funcionava melhor do que eu planejei. Não sei se por culpa, algum sentimento de dívida, mas a verdade é que Nicole parecia querer demais se entregar a mim. Meu orgulho falou mais alto e para minha própria satisfação, meu ego ansiava por foder aquela vadia.
Minha raiva também continuava presente e eu me obrigava a tratá-la como ela merecia, como uma puta, uma piranha que brincou com os meus sentimentos e me transformou em um homem insensível.
Sem delicadeza alguma, rasguei sua calcinha e a coloquei de quatro no sofá. Dei um tapa forte, estalado, naquele rabo delicioso e tirando o pau pra fora, comecei a dar pancadinhas com a rola em sua bunda. A piranha estava de volta:
– Que delícia! Vai me foder gostoso? Vai me dar piroca?
Ela se virou e encarou o pau de frente, admirada pelo tamanho:
– Eu me lembrava, mas não sabia que tinha se desenvolvido tanto.
Ela abocanhou o pau sem frescuras, mamando com vontade, enfiando tudo na boca. Eu forçava ainda mais sua cabeça, segurando firme, só soltando quando ela perdia o ar. Respirando fundo, ela disse:
– Vai judiar de mim, né? Eu mereço, te devo isso. Faça como quiser.
Me enfiei novamente entre suas pernas e comecei a brincar com o grelo, massageando carinhosamente, dando beijos e chupões na testa da buceta, deixando minha marca, esperando que ela reclamasse. Passei a língua no grelo suavemente, o envolvendo com a boca, fazendo movimentos circulares com a língua e a levando ao delírio:
– Ai, meu Deus! O que tá acontecendo? Como assim? Isso é bom demais … ninguém nunca me chupou como você …
Aumentei a pressão, a sucção com a boca, comecei a lamber e sugar cada parte da xoxota, a deixando cada vez mais impressionada:
– Puta que pariu! Como é bom … você é um mestre nisso … como eu consegui ser tão idiota e te perder … não para, vou gozar … tá vindo, que loucura.
Continuei estimulando o clitóris e penetrei a xoxota com dois dedos, massageando internamente o ponto G. Nicole gozou aos berros:
– Como isso é bom … você sabe o que faz … puta que pariu, que delícia … por favor, me fode agora, eu preciso … me faz sua, faça o que quiser comigo, só não para.
Subi beijando sua barriga, abocanhei um seio, brinquei com o biquinho durinho, excitado, e beijei sua boca, sugando a língua. Desesperada, ela pegou no pau e o apontou para a buceta. Torturei a vadia por alguns segundos, pincelando o pau em seu grelo, apontando na entrada, mas adiando a penetração. Ela estava alucinada:
– Me fode, por favor. Você não tem ideia de quanto tempo estou na seca, tentando resistir a essa maldita compulsão sexual. Mas pra você eu me entrego, lhe devo isso.
Soquei fundo, num movimento único, enterrando com força, sentindo a buceta lacear de uma vez só.
– Caralho! Assim você acaba comigo … que tesão … fode essa buceta, fode … me rasga inteira …
Ensandecido, recuperando integralmente minha masculinidade, exorcizando o fantasma que aquela garota criou para me assombrar, me livrando dos meus traumas, estoquei alucinadamente, sem calcular o esforço, socando fundo e com ritmo naquela buceta apertada, quente. Mesmo com raiva, era inegável o quanto eu disfarcei meu ódio. O desejo que eu ainda sentia por Nicole voltou com tudo.
– Que buceta apertada, gostosa de foder. Tu é uma delícia de putinha. Como eu fui trouxa, te respeitando quando o que mais você queria era ser tratada desta forma.
E para sacramentar de vez sua submissão a mim, dei o golpe de misericórdia:
– Eu ainda não te esqueci, vadia. Ainda sonho com você, em como seria nossa vida juntos.
Entre o desejo e o delírio, ele me encarava sem acreditar:
– Você é demais … tá me fodendo gostoso … é sério que pensou em nós?
Para que ela acreditasse completamente em mim, a coloquei de quatro e passei a foder sua buceta alternando entre carinhoso e acelerado. Ora metia como um homem apaixonado, preocupado com o prazer dela, ora metia com força, dedilhando o grelo, a fazendo ter orgasmos em sequência.
Tirei o pau de dentro e gozei forte em sua bunda, vendo a porra escorrer pelas pernas e quase sujar o sofá. Puxei Nicole para o chão comigo, lembrando que minha mãe era esperta e iria reconhecer imediatamente o que sujou a capa do sofá. Eu não fazia a mínima ideia de como limpar aquela capa de veludo.
Deixei Nicole me abraçar e ficar agarrada comigo. Nenhum de nós falava nada. Ela parecia satisfeita, maravilhada até. Eu também fazia minha parte, acariciando seus cabelos e voltando a foder sua buceta de ladinho, mas de forma mais calma, um segundo round mais carinhoso.
Tomamos banho e a deixei achar que estávamos em muito bons termos. Comemos o resto da pizza, assistimos um filme agarrados, fodemos de novo e dormimos juntos naquela noite.
Acordei na manhã seguinte e ela não estava ao meu lado na cama. Ainda sonolento, ouvi música baixinha na cozinha e alguém cantarolando. Fiz minha higiene matinal e fui ao seu encontro.
Ela estava preparando o café, completamente nua. Mesmo com raiva, brincando com os sentimentos dela, era impossível não apreciar a beleza contida na cena. A abracei por trás, beijando seu pescoço e deixando que ela sentisse minha ereção.
Desliguei a boca do fogão, a coloquei apoiada na mesa e comecei a massagear seu grelo. Ela não me parou:
– Já acordou tarado?
Aproveitei para elogiá-la:
– E quem resiste a essa bunda espetacular?
Ela se arrebitou ainda mais, rebolando e se esfregando no pau muito duro. Após poucos minutos, sentindo sua lubrificação intensa, penetrei a buceta bem carinhosamente, estocando com calma, enquanto apalpava seus seios e ela se virava para me beijar. Foi uma rapidinha deliciosa. Nicole terminou de preparar o café e nós comemos conversando, falando sobre várias coisas e sobre nada em particular.
Naquele momento eu percebi o perigo que estava correndo. Como em uma roleta russa, aquela bala poderia muito bem se virar contra mim. A mudança de Nicole era verdadeira e eu, se continuasse me achando o inatingível, corria um risco sério de voltar a me apaixonar por ela.
Era hora de parar de brincar de casinha e dar seguimento aos meus planos. Eu tentava me convencer de que ela ainda merecia isso, de que o meu trauma justificava as minha ações em andamento, de que Márcia, uma inocente em tudo isso, era tão insignificante para mim, que o fim justificava os meios.
Tentando me proteger, incapaz de acreditar novamente no amor, me enganando e me iludindo, fiz o convite:
– Eu estou indo para a praia no próximo final de semana, tá afim?
Nicole parecia não acreditar:
– É sério? Tem certeza de que me quer como sua acompanhante? Está me dizendo que ainda existe uma chance para a gente?
Eu também não podia ser piegas, ser tão confiante a ponto de achar que ela iria engolir qualquer migalha que eu jogasse. Fiz meu teatro:
– Não vou mentir, dizer que vou entrar de cabeça nisso, pois eu, sinceramente, não confio em você. Mas quem sabe, essa seja uma chance para você me provar que mudou?
Nicole sorria como uma boba apaixonada para mim. Eu fui mais direto:
– Mas eu não quero que você conte pra ninguém. Seremos só nós dois. Você sabe que nossas mães reataram a amizade e eu não quero que elas tenham falsas esperanças.
Ela deu a volta na mesa, se sentou no meu colo, beijou minha boca e depois disse:
– Eu entendo. Pode ficar tranquilo, vou respeitar a sua condição.
Passamos o final de semana juntos, com Nicole achando que tudo estava maravilhoso e que ainda existia uma faísca de esperança.
Voltei à faculdade e realmente a crise tinha passado. Algumas das pessoas que me zoaram até vieram pedir desculpas, dizendo que Nicole foi correta e desmentiu todos os boatos.
Na sexta-feira à noite, sozinho, fiz a viagem até a cidade em que Rafael e Júlia estavam morando e os dois me receberam muito bem. Como eles mantinham contato com Márcia, sabiam que ela estava a caminho na manhã seguinte e eu nem precisei dizer nada.
Na minha cabeça, minha vingança era a prova de falhas e já na manhã seguinte, tudo começou a desandar. Recebi uma mensagem de Márcia:
“Não vou conseguir chegar cedo, tive alguns imprevistos. Me espere após o almoço. Beijos.”
E também, uma mensagem de Nicole:
“Está tudo pronto, estou ansiosa. Como combinado, chego aí no finalzinho da tarde. Estou com saudade e muito animada para o nosso final de semana.”
Márcia chegou por volta das quatorze horas e como uma boa vadia, já foi se assanhando toda para o lado do Rafael e da Júlia. A safadeza rolou solta até às dezessete horas. Rafael fodeu Márcia, eu fodi Júlia, Márcia e Julia se pegaram, Rafael e eu fizemos uma DP em Márcia … orgia das boas, de qualidade.
Enquanto todos descansavam, recebi uma mensagem de Nicole dizendo que estava perto. Eu tinha pedido bebidas pelo aplicativo e calculei que Nicole chegaria antes. Tudo estava dando certo.
A campainha tocou e sabendo como Márcia era exibida, pedi a ela para provocar um pouco o motoboy. Eu sabia o que estava prestes a acontecer e apenas esperei. Ouvi os gritos na sala:
– Como a senhora pôde fazer isso comigo? Sua biscate, piranha safada … não basta ter sido uma vadia durante toda a minha vida, me influenciando e me fazendo acreditar que toda essa promiscuidade era normal, teve que dar para o meu ex também, justamente quando …
Nicole se calou de repente, entendendo o que acontecia. Ao me ver, ela explodiu de vez:
– Você armou isso, não é? Seu desgraçado! Eu sei que mereço, mas precisava envolver a minha mãe?
Revoltada, trocando o choro pela raiva, ela se virou nos calcanhares e antes de sair, nos ameaçou:
– Vocês não perdem por esperar. Eu estava me transformando em uma pessoa melhor, mas se é a minha pior versão que vocês querem, que seja.
Enquanto Nicole saía, Júlia correu para acalmar Márcia, que tentava ir atrás da filha, mas era escorraçada por ela:
– Fique longe de mim, sua desgraçada. Você não é mãe, sua vadia.
Rafael me olhava com desprezo, muito decepcionado, enquanto Júlia acalmava Márcia, levando-a para o quarto e, muito chateada, voltou até mim, não aliviando nas palavras:
– Eu entendo a sua revolta com a tal da Nicole, mas a Marcinha não merece. Não merece mesmo. Eu estou muito decepcionada com você. Acho até melhor você ir embora, deixa que o Rafa e eu cuidamos dessa bagunça.
Não era uma sugestão, pois Júlia pediu ao Rafael para me acompanhar até meu carro. Cabisbaixo, entendi que tinha ido longe demais. Rafael até foi compreensivo comigo:
– Fez merda, moleque! Quando brincaram com você, foi legal? Eu abri teus olhos, te mostrei a realidade, você não precisava fazer isso com a Márcia. A Nicole eu quero mais que se foda, mas você acabou com todas as chances da Márcia se reconectar com a filha.
Ele entrou no carro comigo e me fez dirigir até um bar próximo, na orla da praia. Nos sentamos e ele pediu água de coco para nós. Sem rodeios, ele foi direto ao ponto:
– Vou te contar o que aconteceu, o que Márcia nos contou e tudo o que você destruiu.
Ele tomou um gole de sua água de coco e começou a falar:
– Assim que saiu da sua casa, no domingo passado, a Nicole foi direto agradecer à mãe por ter conseguido fazer você falar com ela. Vendo a felicidade e a gratidão da filha, ela se sentiu mais próxima dela. Achou que uma reconciliação era bastante provável. Você destruiu isso.
Vendo que eu estava constrangido e de cabeça baixa, sem coragem de o encarar, ele não sentiu pena de mim, me olhando completamente decepcionado:
– Caralho, moleque! O que deu em você? Já imaginou se tua mãe fica sabendo de uma merda dessa? Eu nunca imaginei que tu fosse capaz de tamanha molecagem
Ele me fez um último alerta:
– Acho melhor você dar um tempo, aproveitar o recesso para dar uma sumida. Vai por mim, isso não vai acabar bem.
Derrotado, achei melhor seguir o conselho do meu primo. Liguei pra minha mãe e perguntei se poderia passar alguns dias com ela na casa do James, no Rio de Janeiro, onde eles estavam. Feliz, sem saber o que estava acontecendo, ela concordou imediatamente.
Deixei Rafael em casa e voltei para a minha cidade. Comprei uma passagem de avião pelo site da companhia aérea para o dia seguinte e quando me preparava para dormir, recebi uma ligação. Era aquele mesmo número desconhecido que eu acabei esquecendo de gravar. Do outro lado da linha, chorando, Nicole tentava entender:
– Poxa, cara! A minha mãe? Ela nunca te fez nada, ela realmente gostava de você. Eu entendo, você queria devolver o que eu fiz, não é?
Com dificuldade, com a voz embargada, entre soluços, tentando se fazer entender, ela continuou:
– Eu mereço, mas ela não merecia. Eu sei que errei demais contigo, que você tem todos os motivos do mundo para se vingar de mim, mas eu não vou dar a você essa satisfação, não com ela. Eu vou me entender com a minha mãe, pode apostar … se quiser me ferir, venha atrás de mim, vou aceitar qualquer castigo que você tenha para mim. Vou aceitar porque devo a você pelo que lhe fiz passar. Vou aceitar, absorver e seguir em frente. Direcione sua artilharia para mim e deixe a minha mãe em paz, ouviu?
Me sentindo um merda, um lixo, fiz a única coisa que poderia fazer:
– Nicole, me desculpe!
Ela não entendeu:
– O que? O que você disse?
Me recompus e me desculpei verdadeiramente:
– Me desculpe! Fui um otário, um babaca. Na verdade, eu me sinto muito mal pelo que fiz à sua mãe. Vou me desculpar diretamente com ela também. Me transformei em tudo o que mais detesto. De coração, me desculpe.
Nicole parecia travada, não acreditando nas minhas palavras. Resolvi terminar logo com aquilo:
– Fiquem tranquilas, eu não vou mais causar problemas a vocês. Eu desejo tudo de melhor para você e para a sua mãe e espero que ela consiga se reerguer na vida. Me desculpe por ter sido tão infantil.
Eu ainda precisava saber de uma última coisa, então, fui direto:
– Só mais uma coisa. Seja honesta comigo, eu mereço saber: o que eu fiz para merecer tanta humilhação? Lá atrás, quando você se entregava a outros caras, era para me punir, por alguma coisa que eu tenha feito de errado? Onde foi que eu errei com você?
Eu podia ouvir a respiração pesada de Nicole do outro lado da linha, ela estava relutante. Eu insisti:
– Por favor, Nicole! Seja honesta, eu preciso saber. Preciso entender para tentar seguir em frente.
Ela finalmente respondeu:
– Eu era ridícula, patética, nunca foi para te ferir. Eu apenas achava que podia tudo e que não devia satisfações a ninguém. Eu via minha mãe fazendo o mesmo e comecei a achar aquilo natural. E você parecia ter medo de mim, de me tocar, de desrespeitar minha pureza. Quando o conheci, eu nem era mais virgem e você lá, todo preocupado, me respeitando e fugindo de mim. Eu tentei, Jô, tentei muito com você, mas sempre me frustrava, achando que você não me queria daquela forma, que não me achava atraente. Pensei até que você não gostava de mulher. – Ela chorava mais forte. – Eu sei que nada do que eu disser vai justificar minhas ações, e hoje eu sei o quanto fui prejudicial, e não só a você. Eu era uma garota tola, sem limites ou exemplos.
Ela silenciou por alguns segundos e depois disse:
– Eu também peço desculpas pelo que fiz, pois no final das contas, eu sou a responsável por tudo o que está acontecendo. Perdão, Jô! Perdão por ter feito tudo o que fiz e ter te transformado nessa pessoa insensível e cruel. Isso também é minha culpa.
Desliguei, não havia nada mais a ser falado. Passei aquela noite em claro. Pegando o avião e me mandando para o Rio no dia seguinte. Acabei ficando de vez por lá, pedindo transferência e me instalando definitivamente. James adorou, pois eu era o único empecilho para convencer a minha mãe.
Liguei e pedi desculpas à Márcia, mas ela desligou na minha cara em todas as três tentativas e nunca respondeu às minhas mensagens. É lógico que ela contou para minha mãe, mas após o esporro habitual e algumas semanas de cara feia, o amor materno falou mais alto e ela me perdoou.
Por meses, Nicole tentou me ligar, mas eu, definitivamente, virei aquela página da minha vida. Minha vingança foi forte, poderia ter destruído completamente uma família, mas no final, o único que saiu pior do que entrou, fui eu.
Depois de um tempo, consegui fazer as pazes com Júlia e meu primo, mas a amizade nunca mais foi a mesma. A admiração e a confiança se quebrou.
Cinco anos após esses acontecimentos, hoje sou um homem de vinte e oito anos, profissionalmente bem-sucedido, independente financeiramente, mas solitário, incapaz de confiar em qualquer mulher. Vivo de sexo, o que é muito bom, mas sem vínculos afetivos com ninguém. Por ter mais dinheiro do que preciso, minhas amizades são todas por interesse e eu já não consigo mais distinguir o que é genuíno e o que não é. Vivo um dia de cada vez, envelhecendo, mas me achando um jovem, fútil e dispensável.
Fim???
Dias atuais:
Já me sinto um carioca da gema, morando no Recreio dos Bandeirantes, numa casa gigantesca de condomínio, com meus dois cachorros. Costumo malhar na areia, na praia da Macumba, pagando uma personal gostosa que por mais algumas centenas de reais, pode ser minha putinha do dia.
Depois de correr alguns quilômetros, cansado não só dos exercícios, mas também da vida de solteiro, de encontros infrutíferos e casuais, com a solidão constante como companheira, invejo o que minha mãe e James construíram, o tipo de relação que os dois têm.
Caminho até o quiosque onde o dono sempre guarda meu celular e minha carteira e peço uma long neck estupidamente gelada para refrescar, pronto para voltar para casa e para a minha vida sem sentido. Já de saída, ouço aquela voz inconfundível:
– Jô? É você?
Pois é...não se pode ter tudo.
Caraca meu. Que história. Votado