Meu primeiro amor, minha irmã

        Minha irmã sempre foi linda. Era uma criança bonita, de sorriso fácil. Cresceu para uma adolescente que encantava até os mais castos. Apesar de ser simpática e educada com as pessoas, sempre foi reservada. Nunca a vi soltar gargalhadas em público, ou falar de algo pessoal em rodas de amigas, não fazia seu tipo. Quando nossos pais se separaram, a única coisa que ela fazia era se trancar no quarto, nunca mostrou nenhuma reação à ninguém, nem mesmo para a família.
        Ela era três anos mais velha que eu, a filha do meio. Eu e meu irmão a protegíamos. Mesmo quando ela começou a tirar fotos para catálogos, nosso papel era o de afastar o assédio dos garotos. Algumas fotos em um catálogo em alguma pequena loja já basta para fazer uma micro celebridade da rua.
        Gisele mexia com os homens sem mover um músculo. Seus olhos azuis profundos, que sempre olhavam nos nossos, sua boca de lábios grossos. Ela era um milagre da genética. Puxou meu pai, mas como uma Cinderela do DNA, os beiços do velho se tornaram aquela obcenidade. E não só isso. O corpo cheinho da minha mãe virou curvas sinuosas no corpo magro de Gisele. O cabelo fraco e escorrido do lado paterno virava uma cachoeira dourada, com pequenas curvas nas pontas, doada pela família de mamãe. E infelizmente, ela foi a única. Eu sempre fui o magricela, ainda mais quando estiquei aos doze anos. O futebol me dava corpo, mas na época em que isso aconteceu, eu ainda era um estranho de treze anos, aquela idade em que tudo muda.
        Eu já notava o calor que eu sentia quando a olhava um pouco mais. E nessa idade, um biquinho apertado em uma camiseta justa já dava uma ereção de duas horas. E quando esses biquinhos eram os de Gisele... Eu precisava de muita punheta pra não andar corcunda o dia todo!
        Morávamos em uma casa de vila, num bairro modesto na Zona Norte de São Paulo. Quem conhece sabe, a Zona Norte é um enorme quintal familiar. Foi lá que crescemos. Foi lá que eu me apaixonei pela minha própria irmã. Em segredo.
        Minha mãe já tinha um namorado novo. O coroa parecia um malandro das antigas, aquele visual de mafioso de filme, sempre cheio de duplos sentidos em suas palavras, sempre com um copo na mão. E ele dormia com minha mãe, mas vivia de olho na Gisele. Foi com ele que eu aprendi que amava ela. Foi com aquele ciúme louco que eu sentia quando ele chegava gingando, sussurrava no ouvido da Gisele e ela dava uma risadinha contida, mas cheia de vida. "Ah, não fala uma coisa dessas." -ela dizia de volta.
        Foi quando minha avó faleceu. Velha lutadora, aguentou o câncer pra ver uma dezena de netos nascerem, alguns até se casaram. Mas se foi. E ai, vieram parentes de todo o país, alguns que eu nem fazia ideia de quem eram. Tipo aquele primo que morava no mesmo bairro que a gente quando éramos crianças, mas hoje, eu só via um pit-boy-cowboy-mauricinho, coisa que só muitos anos no interior poderiam trazer. Quando foi, ele tinha dez, onze. Agora, já devia ter vinte.
        Gérson, esse primo, esse canalha. Minha avó, deitada em um caixão e ele, jogando papo em Gisele, trocando números dos celulares. O que você tá fazendo, minha irmã?
        A família ainda enxugava lágrimas quando Gérson levou Gisele, de fininho, subiram no carro dele e desapareceram do ângulo seguro das minhas vistas. Passei o resto do dia e o começo da noite socando paredes. Não devia sentir esse ciúme. Não pela minha irmã. Mas, eu pensava, são primos de primeiro grau. É tão errado quanto com um irmão. Sim, errado, e se eu me segurei durante toda minha vida, não seria com outro que eu queria ver ela perder a razão.
        Eles voltaram depois que todo mundo havia jantado. Gisele foi ajudar minha mãe e Gérson veio no meu quarto, onde estavam alguns outros primos e eu. Eu comecei a sentir o ódio quando ele contou à todos como ele ficou com a minha irmã. "Com todo o respeito, primo". Sim, com esse respeito que ele sugou a lingua que eu devia sugar. Foi com essa educação toda que ele tocou as coxas firmes de Gisele. Com essa pompa que ele apalpou seus seios e aquela bunda, aquela que eu via em foto quando batia punheta. Maldito seja Gérson. Meu primo e todos os Gérsons! Eu odiava todos eles, lá no fundo da minha vergonha de admitir.
        A família foi indo embora, os primos voltavam para onde ficavam quando não estavam estorvando minha vida e Gisele voltava a ser só minha, dentro de meus sonhos. Mas a distância de um sonho para um pesadelo é muito curta. Um pensamento ruim é tudo que você precisa para desmoronar um castelo imaginário.
        Gisele percebeu que eu andava tenso, de poucas palavras. Como uma boa irmã, ela veio até o meu quarto. Meu irmão dividia comigo, mas ele também dividia o carro da minha mãe. Quando ele tinha o carro, o quarto era meu. E Gisele e eu estávamos sozinhos, entre quatro paredes. Eu estava ouvindo Eagles no momento, e começamos a conversar quando a música trocou para uma que dava um clima mais romântico.
        Ela estava linda. O calor do verão sempre trazia aquele short jeans de Gisele, cada ano mais apertado. Esse ano, estava desabotoado, mostrando um pouquinho de sua calcinha rosa. Minha irmã sentou do meu lado, bem perto e começou a passar as mãos em minhas costas, massageando e fazendo carinho. "Pode falar. O que tá acontecendo?"
        Perdi a concentração na época e perdi hoje, escrevendo isso e lembrando do calor de sua boca, bem perto do meu ouvido. O cheiro de sabonete e shampoo. E aqueles bicos. Ah, os bicos que eu tanto gostava. Eles vinham e iam na minha pele e quando eu me concentrava nisso, meu pinto de treze anos endurecia.
        Tomei coragem. Não, pra falar a verdade, eu perdi as estribeiras. Falei que aquele afago me excitava. Falei que aquele shortinho me deixava louco. Falei que amava os bicos dos seios dela, apertando o pano de dentro pra fora. E falei "eu sou louco por você e isso me deixa louco."
        Ela levantou as sombrancelhas, espantada. Afastou o corpo e tentou falar, quase engasgando. "C-como assim?" Eu olhava pra baixo, meu pinto ainda estava mais duro do que eu imagino que uma cena dessas possa precisar. "Eu só consigo pensar em você quando eu penso em mulher." Eu te amo, pensei, sem dizer.
        O ar quente de verão ficou mais pesado que o normal. Ela se levantou e ficou parada na minha frente, de costas, com aquela bunda forçando o velho jeans. Ela apertou a bunda, dando uma levantadinha suave. Com lágrimas nos olhos, ela saiu do quarto.
        De repente, eu virei mais um homem pra ela. E como com os outros homens, ela passou a ser só educada comigo. E aquilo destruia minhas noites de sono.
        O velório de vovó ainda deixou um fantasma. Meu tio, pai de Gérson, nos convidou pra passar uns dias em Presidente Prudente, terra de fazendeiros, que até hoje, eu só conheço por causa do time que era de Barueri e voltou a ser.
        Era a pior coisa que podia me acontecer. Gérson e Gisele, no meio daquele mato todo. Protestei, mas um moleque de treze anos não tem poder de voto no destino das férias. O namorado da minha mãe me disse, bem baixinho "vamos fazer uns três filhos cada um antes de voltar, tudo bem?" e piscou, de boca aberta, quase uma caricatura.
        Sabe o que foi o pior? Não foi perder os jogos do meu time, afinal, eu sou perna de pau mesmo. O pior de tudo foi ver que Gisele estava empolgada. Não, ela estava louca pra ir pras fazendas selvagens, no limite do estado, montar cavalos... montar Gérson? Minha cabeça ficava cada vez mais louca e eu já podia bater punheta imaginando minha irmã transando com Gérson num curral ou mesmo num campo aberto verdejante. E seria como num filme pornô. Gérson dando tapas naquela bunda, que eu já aceitava que nunca seria minha. Bombando com força a xoxota pequena e virgem de Gisele. Os gemidos, tímidos no começo, mas a cada acelerada que Gérson dava nos movimentos de sua cintura, os sussurros se transformavam em urros de dor e prazer, ritmados por uma batida firme de músculos e gozo. E era um ritmo rápido demais. Eu gozei junto. E me senti perverso e patético, tudo ao mesmo tempo.
        Chegamos em Presidente Prudente e não parecia nada com o que eu imaginei. As fazendas estavam longe, tinha casa e comércio pra todo lado e muito mais mulheres bonitas do que vacas e éguas.
        Nossa história esquentou nessa terra infernal que é Presidente Prudente. Parece que todo mundo tem os hormônios escorridos com o suor, transbordando com o calor. Eu, com treze, via o sexo pulsar nos olhos das meninas. E, claro, em todo ser masculino que cruzava o caminho divino de Gisele, a bela.
        Gérson era tão chato que foi o primeiro a aparecer. Cumprimentou todos o mais rápido que pôde e puxou Gisele pelo braço. A cidade não é São Paulo, mas tem seus charmes. E Gisele ia conhecer todos eles, entre um beijo e outro.
        Eu andei a cidade com outros primos, irmãos mais novos de Gérson. Eles me apresentaram pra várias pessoas e eu pude até me dar bem com uma garota. Ana Clara, a Clarinha, dezessete de cartório, uns sete de cabeça, mas mantinha os dezessete naquele corpinho. Eu passei tanto tempo afim da minha irmã que quando finalmente beijei uma garota, pude tocar e fui muito bem tocado por ela, eu sentia uma certa culpa.
        Clarinha se tornou minha acompanhante em Presidente Prudente. A gente ia pra todo lado, se beijava escondidos entre árvores. No terceiro dia, Clarinha me deu um presente. Nos escondemos num ponto escuro da rua e ela de ajoelhou e rezou sua missa sacana e babada, me fazendo gozar. E gozar de verdade, como punheta nenhuma havia me feito jorrar. A menina era especialista, engolia sem fazer cara feia e mostrava a boca, como uma criança pedindo aprovação dos pais depois de comer os legumes.
        Mas durante todos esses dias, eu não vi sinal de Gisele. Ela acordava cedo, sai com Gérson, voltavam tarde da noite. "Já deve ter perdido o cabaço" -lamentei, solitário. Mas conformado. O meu tava guardado, e o cofre se chamava Clarinha.
        Naquela noite, Clarinha tinha me prometido que iríamos em um lugar secreto, que poucos conheciam. E lá, ela ia me fazer outra chupeta, com mais calma, quem sabe até... Bem, eu já tinha passado na farmácia e comprado camisinhas, depois de algumas ensaiadas. Minhas primeiras borrachudas.
        Chegamos no tal lugar no começo da noite. Já estava bem escurinho, dava pra fazer até lá, na rua mesmo, quer dizer, se eu encontrasse o buraco dela!
        Tinha uma casinha aos pedaços em uma rua vazia. Os vizinhos eram terrenos abertos e depósitos da várias indústrias da região. Entramos por uma porta dos fundos e subimos a escada. E então, ouvimos vozes.
        Clarinha segurou meu braço. Um lugar como aquele, poderiam ser criminosos. Mas eu reconheci as vozes. Gérson e Gisele, que estavam sentados no chão do segundo andar da velha construção.
        "Olha como você já tá molhada, Gi!" ele exibia os dedos à minha irmã, com uma teia, saida diretamente da aranha de Gisele.
        Clarinha me puxava pra irmos, mas eu queria ver. Queria ter certeza. Clarinha entendeu.
        "Chega, Gérson. Acho que é errado, a gente é primo, família"
        "Família a gente vai ter quando eu te fizer uns dois filhos. Que tal? Um casal, quer?"
        Eu só percebi agora, com a luz fraca da lanterna que Gérson deixou em um dos cantos, que Gisele estava sem calças. Aliás, sem a calcinha também. Que tipo de animal tira a parte de baixo antes de livrar os seios?!
        Gérson alternava entre beijos e palavras, pra render a prima, fazer ela ficar cada vez mais com vontade de dar. E, ele também, nu apenas da cintura pra baixo, balançava o pinto com as mãos, ora batendo na coxa macia de Gisele, ora esfregando contra o rosto dela. "Chupa vai, chupa que nem ontem, só um pouco". Gisele chupou Gérson ontem. Talvez na mesma hora em que Clarinha me chupava.
        Gisele estava ofegante e seu olhar era diferente. Ela tentava ficar lúcida, mas aquele era o olhar de uma mulher. O olhar de Clarinha quando me dizia "quero te chupar e sentir essa piroca na minha buceta." Era o tesão.
        Ver os dois naquela tensão não me ajudava. E Clarinha era pior ainda. Ela esfregava as coxas, como se estivesse com fogo da periquita. E me abraçava. Mas eu ainda queria ver.
        Gérson sussurrou no ouvido de Gisele. Não sei que feitiço é aquele, mas ela ficou de quatro logo em seguida, chupando o pinto de Gérson. Eu via aquilo como se fosse um espancamento. Como se fosse o espancamento da minha própria mãe. A cada chupada que eu ouvia, cada gemido de Gérson, eu sentia uma faca que me cortava o coração de dentro pra fora. Ele a pegou pelo braços, colocou de pé e depois, de cabeça para baixo. Ela o chupava e ele chupava ela. Um meia-nove de pé, algo que eu não tinha força pra fazer nem mesmo hoje em dia. Que inveja.
        Ele a colocou de joelhos e a fez lamber o saco dele. Eu percebi um certo nojo dela, ao mesmo tempo que ela tremia. Tremia de desejo.
        Quando Gérson colocou Gisele escorando a parede e a fez empinar a bundinha, eu pensei em intervir. Pensei em dar uma surra nele e comer ela no lugar. Pensei em cortar fora aquele pinto. Mas ao mesmo tempo, meu pinto crescia como nunca, latejava dentro da cueca. Clarinha, já louca, começou a me chupar. Eu não entendia ela.
        Gisele, com a voz fraca e tremida, falou "Devagar então. É minha primeira vez." Gérson respirou fundo e sorriu. "Vou te levar pro paraíso, princesa."
        Gisele gemia antes mesmo dele encontrar a entrada da xoxotinha apertada. Ela tinha alguns espasmos, como calafrios. Ela estava de frente pra mim e eu podia ver seu rosto, iluminado pela lanterna. Ela apertava os olhos e cerrava os dentes. E depois que Gérson soltou um "Ah!" de satisfação quando finalmente entrou, ela começou a chorar e soluçar. "Tira, tira. Ai ai. É grande." E eu chorava de inveja.
        Gérson ignorava Gisele e continuava a forçar. Levou alguns minutos até ela parar de fazer força e passar a respirar rápido, como uma grávida em trabalho de parto. Maldito Gérson! Ele começou a mexer devagar, mas depois ameaçava ir rápido. Gisele chorava e pedia pra ele ir com calma. Eu podia ver pela sombra que fazia. O pinto dele era pelo menos o dobro do meu. Eu olhava meu pequeno companheiro e podia ver Clarinha chupando frenéticamente.
        "Ai, Gérson. Ai ai."
        "Relaxa. Eu só vou conseguir gozar se eu mexer mais rápido. Aguenta um pouco, você vai ver, vai ficar gostoso."
        "Não, Gérson. Eu não quero mais."
        Ele passou a foder ela com força e ela urrava. O som da carne da bunda da minha irmã tremendo e das bolas de Gérson batendo nas coxas fazia a trilha sonora. Um vai e vem molhado acompanhava. E a vocalista dessa música era Gisele, uma Yoko Ono muito mais linda, com seus gemidos e grunhidos e urros de dor.
        Ele comeu ela por mais uns vinte minutos. Clarinha já tinha se cansado, e eu já tinha gozado. Gozei de prazer ao ver minha irmã ser descabaçada por um tanque de guerra ligado no turbo.
        De quatro, ele empurrou mais fundo. Com as pernas pra cima, no colo de Gérson, ele parecia um vendedor de amendoim, empurrando com a pica o seu produto. Ela continuava a chorar de dor. E quando ele segurou o rosto da minha deusa e o encheu com aquele esperma nojento, ela engasgou, tossiu e cuspiu. Vomitava branco.
        Ela agora iria chorar e se vestir, humilhada. Passaria o resto das férias o evitando. E isso seria uma lembrança terrível pro resto da sua vida. Mas não. Ela levantou o rosto, com uma espressão cansada, o corpo suado pingava. "Foi incrível." -ela disse, como uma puta que é paga pra falar qualquer sorte de elogios à qualquer cliente. "Você me deixou louquinha! Ufa!"
        Voltei pra casa, sem nem comer Clarinha. Acho que meu pau nem levantava mais. Eu estava arrasado. Minhas férias acabaram ai. Clarinha insistia, mas eu não podia pensar em mais nada. Eu fechava os olhos e via aquele movimento frenético na xoxota adorada de Gisele. Não era justo.
        De volta à São Paulo, Gisele parecia outra. Dizem que sexo não muda nada, mas duvido que diriam isso depois de ver o que eu vi. Sexo mudou pra ela. Mudou pra mim. E como se aquilo fosse o recomeço, Gisele passou a se interessar mais pelos homens. Soube que foi à uma festa e ficou com dois caras. Outro dia, ela ficou com um amigo meu, três anos mais novo que ela. E chegou ao cúmulo de ela arranjar um namorado. Minha Gisele tinha ido. Ela morava no mesmo teto que eu, comia a mesma comida que eu e dormia à menos de dez metros de onde eu batia punheta por ela. Mas ela era de outro. Minha mãe discutiu com ela um dia quando achou pílulas anticoncepcionais. Papo de mulher, sabe? Meu sonho morria. E eu não me sentia mais criança.
        Os meses passaram e eu até curei as feridas do coração. Tava saindo com uma menina do colégio. Ana Clara, mas essa preferia ser chamada de Aninha. E era mais recatada. Era uma menina de treze. E eu também tinha treze.
        Uma noite, cheguei em casa depois de ir ao shopping com Aninha. Gisele estava em casa, um milagre desde que começou a namorar. Desde que passou a dar. Ela estava com algumas fitas da locadora, o que denuncia há quanto tempo isso aconteceu.
        "Vou assistir um filme. Quer ver comigo?"
        Ok. Já é hora de fazer as pazes.
        Eu imaginava um filme romântico, ou alguma coisa engraçada. Nada. Filadélfia, um filme de doença e tribunal. O casal do filme era gay. E o final é deprimente. Ela chorava no filme e eu lembrava de outras lágrimas. Gisele se enrolou no meu braço e deitou a cabeça no meu ombro. Ela parecia desamparada, e o filme não ajudava.
        No fim do filme, eu desliguei antes do Bruce Springsteen fechar com chave de ouro o ode à tristeza. Olhei pro rosto de Gisele, os olhos lacrimejantes, e sorri. Sua testa franziu e em um movimento brusco, ela me beijou.
        Eu fiquei confuso. Ela parecia se esquecer quem eu era, quem ela era, que nós éramos irmãos. Ela me segurava pela nuca, sua outra mão esfregava meu peito. Senti sua unhas cravarem em minha pele, atravéz da roupa. Mais calma, ela baixou os olhos e me falou. "É tão errado. Isso que eu sinto por você." Ela chorava de novo. "Fiz tudo errado. Eu sou terrível, eu sou terrível."
        Ela me explica que sentia desejos por mim. Que sentia meus olhos gulosos nela e aquilo a deixava ofendida no começo, mas ao poucos a dominava. Eu sempre fui seu preferido. A gente cresceu junto, brincava junto. Ela me contava coisas que não contava nem pra minha mãe. Mas ela já tinha dezessete. E eu, ainda com treze. Faltava pouco, mas ainda treze.
        Sabe quando tudo que é errado parece não fazer sentido? Por que eu não posso ter minha irmã como mulher? Por que não podemos nos amar mais do que como irmãos? Por que esse sentimento precisa morrer?
        Naquela noite, minha mãe ia dormir na casa do namorado. Decidimos dividir a cama dela. Não falamos de sexo, só de dormirmos e acordarmos na mesma cama. Ela me falou sobre a confusão dentro de sua cabeça, sobre como tentou esquecer. Como se deixou levar pela bagunça de sua cabeça. Mas o coração dela sofria quando eu ignorava ela. Ela chorou, pediu desculpas. Ela vinha chorando muito desde que eu me abri pra ela. Por isso, eu que devia dar um fim às lágrimas.
        Nos beijamos, com muita paixão, um beijo longo e quente. Terminamos ele ofegantes, dando beijos mais curtos. Ela se levantou. "Vou tomar um banho. Se prepara pra dormir".
        Eu trouxe meu travesseiro e me troquei. Fiquei na beira da cama e senti o cheiro do travesseiro dela. Me deitei e olhei pro teto, satisfeito. Não importa as coisas complicadas. Por agora, só importa que estamos juntos.
        A luz se apagou. Eu pude ouvir só os passos de Gisele vindo na minha direção. Ela estava completamente nua, com os bicos que eu amava me olhando diretamente. "Eu queria deixar pra outro dia. Mas eu não sei se vou aguentar." Nem eu.
        Nos beijamos de novo. Beijos molhados, esparramados. As mãos não eram bobas, não perdiam seu tempo e iam acariciar onde excitava. As linguas se enrolavam e depois iam lamber orelhas, pescoços. Lambiam aqueles bicos, duros e firmes, derretendo em minha boca. E a dela, desenhando corações em meu corpo, descendo, descendo. Sua respiração ofegante combinava com a minha. Suas unhas cravavam na minha bunda. E ela me chupava, tímida. Quando nossos olhos se encontraram, ela ficou vermelha, como se tivesse se dado conta que abocanhava o pinto de seu irmão. Ela então fechou os olhos. E então começou a chupar com vontade. Sugava e usava a língua, lambia por fora, sugava. Uma energia subia minha espinha, levantando meus ombros e meu queixo. Meus punhos fechavam, agarrando a cachoeira dourada de Gisele. Ela se virou e cuspiu. "Desculpa, eu não consigo engolir isso."
        Ela vinha no meu colo, me beijando e pegando suave no pau. Ela esfregava ele com as duas mãos e eu tremia, ainda sensível. Ela sorriu e encostou sua testa na minha. Gisele. Gisele. "Gisele."
        Senti meu pinto apertar carne macia. Senti os pêlos deslizarem. E ela sentou, suave. Seu corpo de contorcia, jogando a cabeça pra trás, cabelos escorrendo pelos ombros. Seus movimentos eram calmos, como se sua xoxota fosse de seda. Quando eu segurei sua cintura e ditei um ritmo mais rápido por baixo, ela mordeu meu pescoço, mordeu e depois lambeu, como uma gata. Ela se colocou de quatro, pedindo mais, mais fundo. Transei loucamente, com a fúria acumulada, com todas as punhetas frustradas para trás. Ela gemia e engasgava. Quando lembrava dos vizinhos, mordia meu travesseiro. Eu olhei sua bunda, agora minha, tremendo com os movimentos da minha cintura. E percebi que eu estava em terreno proibido. "Desculpa! Eu não percebi... Eu achei que tava apertado porque..." Minha irmã sorria, um sorriso cansado, mas cheio de alegria. "Continua. Eu tô gostando." Ela me concedeu a permissão divina a lhe tomar o cu. Me concedeu o direito a lhe tomar sua segunda virgindade. E eu sentia a conquista.
        Viramos um para o outro, ela esticava as pernas no meu peito. Nos olhamos com desejo, e no vai e vem os lábios sugavam o ar, desejando o outro. Nem a minha inexperiência ao gozar sem tirar abalou. "Tudo bem, eu tô na pílula."
        Nos deitamos juntos, naquele colchão de solteiro apertado, abraçadinhos, com os olhos nos olhos. Ela me perguntou se eu tinha gostado. Eu só podia rir. "Gi, eu pude comer seu cu. Não perdemos a virgindade juntos, mas seu cu..." Gisele me olhou de baixo, com o lado de cima dos olhos. "Gérson comeu ele um dia depois de me desvirginar." Ora, tudo bem. Gérson, que Gérson? Gérsons que se danem! Eu tenho Gisele! Eu a tenho nos meus braços, aqui. Dormindo de conchinha. Gérsons e Aninhas e Clarinhas que se fodam!
        Nós decidimos ir contra a maré. Começamos a namorar, de verdade. Um amor escondido, proibido, sem nenhum aliado e cheio de inimigos. Passamos um ano sem ninguém descobrir. Nossa mãe suspeitou um dia e armou para nos pegar transando na sala. Ela chorou um bocado, brigou e nos proibiu de dormir juntos. E, pasmem, depois veio dizer que mandaria Gisele à Presidente Prudente! Logo lá, onde Gérson a esperava, feliz e viril. Gisele então soltou uma bomba em mim e na minha mãe. Disse que tinha transado com o namorado dela também, várias vezes.
        Eu estava confuso. Fui me aconselhar com meu pai. Ele era ausente, mais do que a gente, que era filho dele, gostaria. Vivia pro trabalho, não sei se teve alguma namorada depois da minha mãe. Expliquei a situação toda e ele engoliu seco. Mas, como sempre, me disse uma coisa boa. "Tanta gente morre sem amar ninguém. Ame então. Mas só vai pensar em me dar netos quando estiverem morando longe da sua mãe."
        Vivemos um perrengue por anos. Gisele seguiu sua carreira com as fotos, mas não ganhava tanto assim. Alugamos um apartamento na Zona Leste logo depois que ela terminou o colegial. Eu trabalhei de meio periodo e estudei à noite. Sofremos bastante, brigamos, nos amamos muito.
        Mas a vida dá voltas. Tivemos uma briga mais feia e ela foi pro Rio de Janeiro, tentar um trabalho diferente. Terminamos de vez, por telefone. Casei. Com Ana Clara, a Clarinha, que me reencontrou em São Paulo, onde trabalhava como gerente de loja. Gisele, meu primeiro amor, derrapou na vida um pouco, fez fotos nuas para algumas revistas e até alguns filmes de "ação" até se encontrar como dançarina de palco em um programa de TV. Ela também se casou, com um cara rico do esquema do showbusiness. Nos vemos pouco agora. Mas ainda rola um aperto no coração quando nos encontramos e nos despedimos, com um abraço forte. "Te amo, tá."

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Comentários


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coroa66 Comentou em 12/11/2012

eu esqueci de deixar outro comentärio leiam vote e comente o conto do pescador.

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coroa66 Comentou em 12/11/2012

lindo conto . Gostei e votei ,

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ordau Comentou em 12/11/2012

Final inusitado! muito bem contado!

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otaku Comentou em 10/11/2012

Na boa vei... quase chorei lendo o começo, Lembrei algo que não deu certo comigo quando era mais novo, idabem que deu certo para você, pra mim só deu odio, enfim... Belo conto. (Votei)

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Comentou em 10/11/2012

Gostei e votei Leis e comente meus contos, vote se gostar




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Meu primeiro amor, minha irmã

Codigo do conto:
22010

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
08/11/2012

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