Quase dez dias só de sopa, até se render a um croissant. Vinte dias só comendo frango, até o primo convidá-la para um churrasco; recusar uma picanha malpassada chega a ser pecado.
Pensava em Raimundo tanto quanto em emagrecer. Ele era sua linguiça no pão com vinagrete. Já no Alfredo, mal prestava atenção. Era um aperitivo de cenoura com sal e azeite.
Mas na sanfona dos dias, é com o segundo que dançaria um baião de dois.
Alfredo a encontrou parada em frente à porta da própria casa, com cara de desânimo.
– O que houve, Mari?
– Perdi minhas chaves, e o chaveiro avisou que vai demorar.
– Quer esperar em casa?
– Não quero incomodar.
– Incômodo algum.
Entraram os dois na residência do rapaz.
– Aceita algo para beber? Um refrigerante ou suco?
– Obrigada, Al, mas estou de dieta.
– Você está sempre de dieta. Não entendo isso!
– Como não? Que eu saiba, você não é cego.
– Não sou. Cego seria quem visse não sua beleza.
Mariana ruborizou. Alfredo nunca havia falado dessa maneira com ela.
Mais tarde, já em casa, se despiu e começou a se olhar no espelho. Segurou seus peitos com os braços, com quem segura um recém-nascido; eram peitos grandes, que lhe causavam insegurança, mas que agora pareciam agradáveis, gostosos. Observou sua bunda, alisou-a, deu um tapa. Raimundo gostaria de vê-la de quatro.
Colocou uma camisola e adormeceu.
Estava agora ajoelhada diante de Raimundo. Usava saltos vermelhos e vestia espartilho com cinta liga. Desabotoou o cinto, abriu o zíper e baixou as calças lentamente. Segurou o pau dele com a mão e começou a chupá-lo. De repente, sentiu um gosto estranho. Tirou a boca e viu horrorizada que o pau era agora uma cenoura. Afastou-se e cuspiu um pedaço da casca, enojada. Raimundo riu e começou a desaparecer na sua frente; na confusão da névoa, via agora a figura de Alfredo, nu, de pau duro. Atraída pelo membro à sua frente, começou a chupá-lo novamente. Sentiu um novo gosto em sua boca. Quando olhou, o pau era uma suculenta linguiça ao ponto, macia e saborosa. Mordeu um pedaço e começou a mastigá-lo, sentindo o sumo da carne escorrer em sua língua. Neste momento, acordou assustada.
Esse sonho perturbou-a por dias. Sem saber explicar o motivo, não parava de pensar em Alfredo. Um desejo de devorá-lo e ser devorada por ele tomava conta de si.
Ficou plantada na porta de casa novamente.
– Olá, Mari. Perdeu as chaves novamente?
– Não, dessa vez não. Mas aceito algo para beber, se me oferecer.
– Claro! Tenho refrigerante zero dessa vez!
– Na verdade, prefiro uma cerveja ou vinho. E mais tarde, se não tiver compromisso.
– Bem, não esperava por isso… Mas, sim, claro, seria ótimo! Que tal às oito?
– Combinado!
Mariana chegou um pouco depois do horário combinado. Usava um vestido que realçava as curvas e o volume de seu corpo, com um decote chamativo. Por debaixo, sutiã e fio dental, que podia ser visto dependendo do ângulo e da luz.
Alfredo abriu um vinho e serviu os dois. Conversaram um pouco timidamente, enquanto a magia do álcool ainda não mostrava seus efeitos. Depois de algumas taças, os hormônios comandavam o momento. A mente era puro desejo quando sentiu a boca de Alfredo junto à sua. As mãos dele seguravam suas coxas e levantavam o vestido, enquanto ela retribuía massageando o pau por cima da calça.
Foram para o quarto. Mariana tirou o vestido e engatinhou em cima da cama, só de calcinha. Espichou-se e ergueu a bunda grande, para deleite de Alfredo. Pediu mais vinho. Beberam outra taça e riram.
Ela deitou-se, ele tirou sua calcinha. Mariana abriu as pernas e colocou os braços atrás da cabeça, enquanto Alfredo chupava sua buceta. De olhos fechados, ela gemia, mordia os lábios e dizia o nome dele. Cravava os dedos no travesseiro, enquanto movimentava o quadril num êxtase febril. A química do álcool e dos hormônios explodiu num gozo vulcânico. Estava agora num estado de não querer mais nada querendo muito mais.
Alfredo despiu-se por completo e montou nela. Um leve tremor percorreu o corpo de Mariana, enquanto sentia ser penetrada. Entrelaçou suas pernas nele, querendo senti-lo cada vez mais fundo.
– Quer que eu fique de quatro?
– Sim.
Assim o fez. Ficou na posição e ergueu a bunda. Sentiu o pau dele entrar devagar antes de começar a socar com força. Entre gritos e gemidos, ela sentiu que estava prestes a gozar novamente, sensação que foi aumentando ao sentir a mão pesada de Alfredo batendo em suas nádegas. Soltando m gemido alto, gozou novamente.
Enquanto seu corpo se deleitava com o que acabara de acontecer, ouviu Alfredo gemer. Com um sorriso no rosto, sentiu o líquido morno dele jorrar em sua buceta.
Suados e felizes, ficaram de mãos dadas, conversando até recuperar as energias.
Transaram a noite toda, sem tempo para pensar em comida, dieta ou balança. Acordaram preguiçosos e felizes, tomaram o café da manhã e foram cuidar da vida.
Desde esse dia, Mariana não pensou mais em Raimundo. Conseguiu reeducar seus hábitos alimentares e começou a frequentar a academia do bairro frequentemente. Do seu futuro com Alfredo não sabia, mas sentia que a cada dia estava amando mais quem sempre deveria ser digna do seu amor.