Mas por dentro?
Ela está marcando os nomes. Os cômodos. As fraquezas.
Ela já sabe quem duvida do culto. Quem só finge prazer. Quem treme quando a dor chega.
Ela vai usar todos.
Luiza ainda está machucada.
Depois da cruz, foi deixada em repouso — mas sente a irmã diferente.
— Você se entregou?
— Me entreguei para sobreviver, Luiza. Mas não esquece quem eu sou.
Clara beija a testa dela.
E à noite... vai até a sala de câmeras.
Descobre que tudo é gravado. Cada gozada, cada choro, cada dominação.
Ela baixa os arquivos.
Começa a editar os vídeos. Cortar as falas. Criar provas.
O templo vai cair por dentro.
Durante um ritual, Clara é chamada ao centro do salão.
O homem:
— Hoje você será usada por todas. Como oferenda viva.
Ela sorri.
— Que assim seja, meu mestre.
Ela é presa de pernas abertas.
As caçadoras a lambem, penetram, mordem.
Ela geme alto. Goza real.
Mas enquanto isso... o pen-drive com os vídeos circula por baixo da cama.
Ela entrega o corpo, mas arma o ataque.
No fim da noite, Ísis a segura pelos cabelos.
— Senti algo estranho em você.
— Tesão demais? — Clara responde com um sorriso sujo.
Ísis ri.
Mas desconfia.
Clara já tem o plano:
Mandar os vídeos para jornalistas fetichistas que podem quebrar o sigilo do templo.
Seduzir uma das caçadoras que odeia o mestre — e colocá-la do seu lado.
Queimar o altar principal durante o próximo ritual.
Mas o problema?
Luiza está afundando no culto.
Ela não quer mais fugir.
Ela sente prazer real.
Ela se apaixonou... pelo homem.
Clara entra na sala secreta.
Rouba uma seringa com tranquilizante.
Testa o sistema de incêndio.
E escreve numa parede, com batom:
"Submissa só no corpo. A mente é livre. – C."
Era meia-noite.
O salão principal lotado.
Velas, incenso, corpos nus ajoelhados em círculo.
O homem, agora chamado de “Mestre Branco”, vestido com um manto molhado de fluídos e sangue seco.
Clara... ajoelhada no centro.
Sorrindo. Sabendo o que vem.
Ela tinha ativado o cronômetro:
Fogo no sistema elétrico. Câmeras vazando ao vivo. Seringa escondida no manto.
Ia tudo pelos ares.
Mas antes...
Luiza entra. Com os olhos escuros. O colar da Serpente marcado a ferro na pele.
— Me perdoa, Clara.
— Não...
Ela dá o sinal.
Duas caçadoras imobilizam Clara.
O homem sorri.
— A oferenda tentou nos destruir. Mas vai nos salvar... no fogo.
O Ritual Final:
Clara é algemada no altar.
Nua. Sangrando.
Ao redor, o culto começa a se tocar. Se lamber. Gritar.
Eles acham que o gozo coletivo vai invocar a Serpente original.
A divindade do prazer extremo.
Luiza se senta no rosto de Clara. Chora enquanto geme.
Clara morde.
— Acorda, porra!
Mas Luiza... está entregue.
Faltando 1 minuto... o sistema explode.
Fogo no teto. Fumaça. Sirenes.
As caçadoras correm.
A Serpente de neon pisca.
A seita entra em pânico.
Mas o homem... continua.
— No caos, nasce a carne divina.
Ele sobe no altar. Puxa Clara pelos cabelos.
— Você será o corpo da Serpente. Vou te fecundar com o fogo da fé.
Mas Clara já mordeu a ponta da seringa.
Cuspe. Agulha no pescoço dele.
— Dorme, porra.
O homem cai. Gemente.
Clara se solta.
Foge nua. Queimada. Ralando no chão, com os gritos atrás.
Luiza grita:
— Volta! Você é parte disso!
Clara olha para trás.
— Nunca mais.
Clara corre na floresta.
Fumaça atrás. Chamas. Gemidos ainda ecoando.
O templo... queimando em prazer e desespero.
Ela cai de joelhos.
Olha para o céu.
Gozou no fogo.
Sobreviveu à Serpente.
Mas deixou uma parte dela lá dentro...