Continuando....
Saulo me puxou para seu colo no sofá, seus braços fortes envolvendo minha cintura como sempre fizeram. Eu deveria me sentir segura. Em vez disso, sentia o peso da traição que só existia na minha cabeça.
"Tá quieta hoje", ele murmurou, seus lábios no meu ombro.
Me encolhi, fingindo um sorriso. Seus dedos deslizaram pelo meu braço — as mesmas carícias de sempre, que antes me faziam derreter. Agora só aumentavam o nó na minha garganta.
Ontem essa mão tocou em mim enquanto eu pensava nele.
Meu corpo reagiu com uma contradição cruel: o calor familiar de Saulo me confortava, enquanto minha mente insistia em comparar. Será que o vizinho tocaria assim? Mais devagar? Mais firme? Pior — sabendo que eu queria outro, meu corpo traía ainda mais, ficando molhado contra minha vontade.
Saulo não percebeu. Nunca percebia. Era bom demais para merecer uma esposa que se masturbava pensando no corpo alheio.
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Passei o dia entre a cozinha e a sala, tentando me distrair. Cada movimento do apartamento ao lado era um suplício.
Ouvia o garotinho rindo, os passos pesados dele — Deus, até o som das solas dele no chão me dava calafrios — e a voz suave da esposa. Normal. Comum. Enquanto eu, aqui, me contorcia por dentro como uma viciada.
Pela janela, espiei sem querer: ele pegava o filho no colo, beijava a esposa na testa. Uma família. Inteira. Enquanto eu ali, com meu casamento perfeito, me corroendo por dentro.
Minha mão voou para entre minhas pernas antes que eu percebesse — e eu a puxei como se tivesse tocado em fogo. Não. Já chega.
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A luz do abajur era a única coisa que me acompanhava na sala. Saulo dormia profundamente no quarto — inocente, alheio à esposa pervertida que tinha.
Foi quando os sons começaram.
Primeiro um gemido feminino. Depois um ronco masculino. O rangido do sofá deles contra a nossa parede.
Meu livro caiu no colo. Meus dedos tremeram.
Ela está tendo o que é meu por direito.
A imagem veio completa: ele por cima dela, aquele peitoral que eu queria lamber suando sobre o corpo dela. Suas mãos grandes — que eu via carregando sacolas de mercado — agora agarrando os quadris dela. O mesmo pau que fez aquele garoto agora entrando nela.
Minha mão entrou no shorts antes que eu pudesse parar.
Ela gemendo alto, ela podendo tocar nele quando quisesse, ela tendo o direito de chamá-lo de "amor" na cama.
Meus dedos encontraram meu clitóris inchado de tanto desejo. Círculos rápidos, pressionando como se quisesse apagar a imagem. Mas só piorava.
Ele deve estar beijando ela agora — aquele beijo molhado que eu adorava receber.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto me masturbava. Não era só tesão. Era raiva. Inveja. Tristeza.
Ele me viu na janela hoje e virou o rosto. Eu não sou nada. Só a vizinha pervertida.
Meus quadris se moveram sozinhos, acompanhando o ritmo imaginado. Mais rápido. Mais forte.
Ela gozando agora, ela tendo o que eu quero, ela sendo a mulher dele.
Quando o orgasmo veio, foi violento e amargo. Meu corpo arqueou no sofá, meus dedos enfiados até o fundo, tentando preencher um vazio que não era físico.
E então veio o choro. Silencioso, sufocado no travesseiro.
Saulo continuou dormindo. O vizinho nem sabia que eu existia.
E eu adormeci ali mesmo, no sofá, com o shorts ainda aberto e o coração pesado de uma culpa que só crescia.
Depois continuo contando mais.
Se você está gostando não esquece de votar e me conta nos comentários como está sendo ler minhas confissões.
Beijinhos.
Fernando Obrigadinha, eu escrevo com muito cuidado e as reações de vocês me anima a continuar. Beijinhos...
Como não votar gata!
VOTEM!!! não esqueçam
O analista Adoro ser desejada e adoro satisfazer desejos. Beijinhos
Como já havia lhe dito, excelente relato, envolvente, deixa um gosto enorme de quero mais, provavelmente como vc tb deve deixar em quem g saboreia…
Jm gaucho Estou me esforçando pra contar de uma forma que eu mereça suas homenagens Beijinhos
Nossa muito exitante não tem como não fica com tesão e te homenagear
Edtarado Que delicinha saber disso. Beijinhos pra vc
Mais um conto intenso. Super excitante. Bati uma bem gostosa em homenagem.