Eu o abracei e disse que minha vida só estaria acabada a partir do momento em que ele me deixasse. Desde então, nossa relação melhorou, mas jamais voltou a ser como antes. Era uma cruz que ele carregava. Doia-me muito vê-lo daquele jeito. Só quem ama sabe. Ele não mais se permitia fazer planos comigo. Dizia que viveria pouco. Eu acreditava, de verdade, que com o tempo, ele voltaria a ser meu Thomas, o Thomas que eu amava e amo incondicionalmente. O dia de voltarmos se aproximava velozmente e, como sempre, trazia junto consigo uma depressão indizível.
Tentamos com todas as forças, vivermos aqueles nossos últimos dias juntos como se fossem os últimos. Visitamos o médico ( que mais tarde se tornou meu amigo) algumas vezes e eu e minha irmã partimos.
Meu corpo veio para o Brasil naquele dia, mas minha alma, minha vida, meu espírito e sobretudo meu coração, ficaram ali, com ele. Abracei-me a minha mãe como uma criança se agarra à sua mãe quando ela vai buscá-lo após o seu primeiro dia de aula. Contei-lhe toda a história e ela odiou-o a princípio, mas depois entendeu. Não tinha jeito mesmo... além disso, ela sabia que o nosso amor estava acima de quaisquer suspeitas. Thomas estava cada dia mais deprimido. Sentia vontade a cada instante do dia de estar com ele. Nos amávamos violentamente. Chegava doer....
Retomei minhas atividades e me ajudou, de certa forma, a melhorar meu estado de espírito. A falta que ele me fazia, me deixava mais doente do que a doença em si. Os medicamentos para esta doença miserável me deixavam anestesiados para a vida. Thomas os usava em menor quantidade porque seu estágio era menos evoluído que o meu, por algum motivo desconhecido.
Nosso relacionamento já não era o mesmo porque ele já não era o mesmo. Thomas emagrecia a cada dia e chorava sempre que conversávamos e me pedia perdão. Estava estressando-me com aquela situação. Preocupado com sua perda de peso, forçava-o a comer na frente da web cam para que eu tivesse certeza de que ele se alimentava. Meses se passaram até que finalmente parecíamos nos acostumar com nossa nova realidade. Num domingo, nos falamos pela manhã e eu disse que ia sair com minha irmã para o Shopping afim de vermos um filme ou ficarmos vendo roupas nas lojas´, mas que lá decidiríamos o que fazer. Foi um dia bastante legal, até então. Fiquei ansioso para falar logo com ele e trocarmos confidencias sobre nosso dia. Esperei-o naquele dia mas ele não ficou on-line. Liguei pra ele e não me atendeu. 2 dias depois, liguei para sua mãe e ela realmente não sabia dele. Entrei em desespero. Liguei,por fim, para Gerald ( um homem muito legal e amigo de Thomas que eu havia conhecido). Ele me disse que não o via fazia uma semana, mas que como estava morando em outra cidade, era normal. Depois de muito eu implorar, ele "prontificou-se" a ir até a sua casa. Esperei ansiosamente até obter noticias. Meu coração estava apertado. Quando ligou-me, eu já sabia. As notícias não eram boas. Ele havia encontrado Thomas desacordado, com seus remédios no chão, próximo a ele. Thomas estava sem vida. Eu desmaiei e quando acordei, minha mãe perguntava-me incessantemente o que havia acontecido. Incontrolavelmente, minhas lágrimas saiam de mim naquele dia. Quando contei-lhe, ela ficou desesperada ( talvez mais por mim do que por ele. Gerald me ligou mais tarde e me deixou a par de tudo que estava acontecendo. Ele já havia avisado a mãe de Thomas. Ele não sabia como proceder, quando seria o seu enterro ( a sensação que tive no dia, repete-se quando associo a palavra ENTERRO a ele.. mas hoje estou um pouco mais acostumado à dor)...
Implorei para conseguir ir de última hora para os Estados Unidos e Deus me ajudou. Eu consegui. Minha mãe estava comigo, ela era indispensável naquela hora. Sentia que meu corpo estava vivo, mas minha alma estava longe dali. Longe dele. Longe de TUDO!
Eu estava sem cor, sem vida. Murcho. Minha mãe foi inabalável. Gerald nos aguardava e ele foi um amigo e tanto naqueles dias. A mãe de Thomas, Vera, estava tão inconsolável quanto eu. Não conseguia compreendê-la muito bem, mas nossa dor entendiam-se perfeitamente.
Quando o vi, desmaiei outra vez. Eu queria que fosse qualquer outro no lugar dele...
Não queria deixá-lo, mas vê-lo daquele jeito me enfurecia. Sentia raiva principalmente da vida, por mais irônico que fosse. Fiquei olhando-o ir e "indo junto com ele"... O pior de tudo, foi quando mais tarde, li a sua agenda...
Seu nível de depressão era desumano! Por que ele nunca tinha me falado sobre seus pensamentos aflitivos? CERTAMENTE porque EU era o motivo da sua depressão. Thomas nunca tinha se perdoado por ter me contaminado, mesmo eu lhe dizendo que não importava e que a culpa não foi sua.
Ler aquilo apunhalou-me e eu desejei nunca o ter conhecido. Não por não o amar, mas amá-lo a ponto de preferir que ele seguisse sem nunca ter me visto. Isso teria evitado esse desfecho. Na última folha da sua agenda, tinha a seguinte mensagem: "Desculpe meu pequeno anjo. Você sempre será a minha cura, minha salvação. Desculpe por ter sido fraco. Perdoe-me por lhe deixar só. Só não aguentei ver-te tão acabado por minha causa. Seja feliz. Estarei lhe observando de longe."
As palavras destruíram-me quando as li. Os dias que se seguiram foram definitivamente os piores da minha vida.
Eu queria ficar com tudo que lhe pertencia, TUDO, mas infelizmente eu não poderia trazer tudo. Sua mãe estava muito mal também. Lembro-me que nos abraçávamos constantemente afim de amenizar a dor inamenizável (acho que inamenizável não existe, mas...).
Ainda fui capaz de fixar 3 semanas nos Estados Unidos, mas a dor não libertava. Sentir a dor era horrível, mas me "reconfortava" pois me lembrava nitidamente que ele foi real. Sentado na sua cama, que outrora fora nossa, fiquei ouvindo Teletema e logo depois MORE THAN WORDS... Adormeci abraçado em sua calça jeans preferida. Quando voltei para casa, trouxe comigo a sua calça, algumas cuecas, sua pasta preta e, alguns objetos pessoais,como por exemplo 5 cobertores que são inseparáveis (durmo e só consigo dormir com algum deles)...além da dor e das doces lembranças. Nunca mais fui feliz. Nunca mais serei feliz. Dediquei-me aos estudos e venci profissionalmente. Apesar disso, não vivo: Vegeto!
Tenho contato com Vera ( que hoje considero como uma mãe) e com Gerald, que é o meu melhor amigo.
Nunca mais consegui nem sequer beijar alguém. Sei que não era isso que ele queria,mas não consigo mudar minha natureza. Meu coração foi-se com ele. Não o culpo por ter aliviado o próprio sofrimento, culpo-me por ainda estar aqui sem ele. As lembranças dos doces momentos me sustentam, olhar nossas coisinhas me dão a força básica necessária para respirar. Sinto em cada brisa o seu cheiro, em cada toque no cobertor, seus cabelos sedosos...
Hoje em dia já me acostumei com o oco que abrange 99,9999% do meu coração, mas ainda assim é quase impossível viver. Falar dele todos os dias com mamãe e com a minha irmã é essencial. Ainda me pego pensando: Quando chegar em casa, falarei a Thomas determinada coisa que me aconteceu, mas daí me lembro que o Thomas não estará em casa, mas estará para sempre dentro de mim.
Agradeço a todos que tiveram paciência de ler a minha história. Compartilhei com mais de 1390 pessoas a minha história. Peço-lhes que perdoem a minha demora, desculpem os eventuais erros ortográficos e peço-lhes que sejam intensos quanto ao amor. Amem sem cessar.
Obrigado meu amigos!
que triste, sinto muito, sem palavras, não desista da vida querido, beijos no coração irmão e fique com Deus
li a parte 1,2 e 3 e amei a sua historia ois se vc quiser podemos tc mais e se quiser podemos ser amigos nao tenho contos ainda mais se quiser me mande o convite pra te add ta bjs TCHAU
nossa sinto muito pelo que aconteçeu mais sei que um dia cvc pode ser muito feliz bjs fica com deus
Nossa gostei mt do seu conto e tbm sinto mt sobre oq aconteceu vc ainda será feliz!!!!