ENCONTRO ÀS CEGAS

Em frente ao espelho, os últimos retoques. Gosto da imagem que vejo refletida.Estatura mediana, coxas grossas e consistentes, bem delineadas por meias pretas, ligueiro a condizer, uma tanga minúscula e soutien a jogo, uma cintura estreita, enquadram o que se afigura como o “cenário ideal” para a tarde que se adivinha. Sinto já uma excitação latente e o coração acelera, só de pensar o que é ainda, e apenas, uma promessa…. A imaginação dispara, em resultado do que ficou combinado para esse primeiro encontro às cegas. Escolhido o Motel, eu devo entrar no quarto que já foi reservado. Lá espera-me um envelope com instruções que terei de seguir estritamente. O fator surpresa faz parte do nosso jogo. Repasso a combinação feita com o meu cúmplice, o homem com quem tenho teclado no último mês, um amigo virtual, que, digamos, me incentivou a viver uma nova e intensa experiência pessoal de erotismo. Pensei, este é o momento exacto. Possuo a maturidade cronológica e emocional, necessárias, a viver tal experiência. Ou melhor, mereço-a!
Depois de entrar no quarto do Motel devo ler as instruções que estão dentro de um envelope, lá deixadas para mim. A principal regra, que tive de aceitar previamente, é a de que tudo que se passar a partir daí, será sempre de olhos vendados. Penso, então….mas que raio! É preciso ter um grau de confiança elevado para aceitar esta condição. Mas algo me faz confiar. A sua voz educada, calma, doce mas determinada? Não interessa! Alguém disse que o medo não nos pode impedir de viver, ou algo parecido?
O sexo para mim é fundamental. Tenho-o vivido no casamento, com altos e baixos. Bom reconheço que, ultimamente, mais altos que baixos. A minha disponibilidade é total e para isso tem contribuído, em muito, esta estória, com Mister John. Acabei de o batizar, para garantir e alimentar a fantasia e um certo nível de mistério, o qual faz parte deste mundo construído e partilhado pelos dois, com muita cumplicidade à mistura.
Dele, apenas sei que é casado, executivo, tem 48 anos, é possuidor de uma voz quente e aconchegante, tem verbo fácil e que dá mostras de conhecer bem a psicologia feminina, porque sabe como seduzir e agradar a uma mulher. Imagino-o muito experiente nas coisas do amor e do sexo. O certo mesmo é que partilhamos o mesmo gosto pelo erotismo, a sedução, e disfrutamos, ainda que virtualmente, de cenários e cenas libidinosas imaginadas ao sabor do nosso imaginário, humor e o reportório erótico de cada um.
Bolas, olho para o relógio e a hora combinada para o encontro, aproxima-se vertiginosamente…. Um último olhar para a figura projetada, a roupa escolhida! Um clássico vestido preto. Exitei na escolha. Demasiado pesado, será que envelhece? Resolvi isso com um lenço colorido que esconde, de momento, um decote demasiado explícito e uns seios preominentes. O cabelo, bem, o louro natural, que me favorece, e acentua um rosto moreno, agradável, de beleza discreta. Afinal, o lenço será uma peça fundamental do jogo pensei! E sorri pela expectativa.
Entro no carro e durante a viagem, de meia.hora, aproximadamente, os meus pensamentos dão rédeas soltas à imaginação. Penso, tenho algum tempo para me apresentar calma e segura, embora com a adrenalina necessária para viver uma aventura intensa e inesquecível! Assim espero, digo-o em voz alta.
Imagino encontrar-me com algo digno de um dos filmes de Emmanuelle ….! Figuras masculinas e femininas me aguardam semi-nuas, túnicas diáfanas, rostos tapados por uma máscara, corpos sensuais e apetecíveis. Recebem-me, com as suas mãos cobrindo-me todo o meu corpo, explorando-o, sem rebuço. Ouço uma voz penetrante, mas vibrante, de mulher, embora não a vislumbre e que me ordena – senta-te querida nessa cadeira que está no centro do quarto. Deixa que te preparem e te dispam. Ficarás apenas com as meias de ligueiro! Vejo-me completamente desprotegida, de repente, à mercê do desconhecido. Alguém me abre ligeira e suavemente as pernas e me toca o sexo, já húmido, claro. As mãos são-me atadas com um lenço, assim como os meus olhos vendados! Perguntam-me se estou confortável….Respondo que sim. Os sapatos pretos de agulha são mantidos de momento, dizem-me. Aguardo. Faz-se silêncio. Percebo um movimento de deslocação de ar e passos ligeiros. Alguém entra no quarto e as figuras que me rodeavam afastam-se.
Sinto nos meus lábios pousar um copo que contém champanhe e o personagem, que eu identifico como homem, pela voz, me diz peremptóreo, bebe querida! bebe tudo….!!!!! Sabe-me bem o líquido fresco e borbulhante escorrer-me pela garganta seca! Inadvertidamente, escorre-me para os meus seios circundando-os e percorre rapidamente o meu ventre até ao monte de vénus, misturando-se já com a minha própria humidade vaginal. Sinto então várias bocas que mo sorvem e não distingo se são de mulher ou homem. O contacto com esses lábios e línguas quentes e macias é electrizante. Gemo de prazer, de forma contida, ainda. As mãos presas, intensificam todas sensações, aumentando-as, os olhos vendados apuram-me os sentidos, constato incredulamente.
Umas mão de mulher percorrem-me as coxas, outras mãos prendem-se como garras aos meus seios e de repente uma língua inicia uma viagem deslizante e húmida até ao meu baixo ventre, enquanto outra mão, me abre delicadamente a vulva, expondo-me o clítoris, que eu imagino nessa altura, rosado e tumefacto, e gradualmente mais hirto, com o lento roçar daquela língua aveludada, afigurando-se, orgulhosamente, como um pequeno pénis. As sensações intensificam-se ao ponto quase do insuportável e grito, misto de prazer e antecipação de dor, sem contudo, a sentir, necessariamente. Escorre-me já uma seiva abundante pelas coxas e sinto latejar de desejo todos os músculos da vagina, dilatando e contraindo, com o intensificar do ritmo a que estou a ser longamente sugada por lábios e línguas, que eu penso, a estas alturas, já sem certezas, estarem constantemente a mudar. Os seios, a vagina, todos os recantos do meu corpo são explorados. De repente o culminar de um espasmo de intensa tesão, um orgasmo, que se transforma num rio navegável de saliva e sucos seminais.
Alguém me levanta, finalmente, da cadeira e me coloca, a quatro, no solo. Uma boca me limpa o sémen que escorre, sem pudor, para o chão. Umas fortes mãos masculinas me acariciam, colocando-se, também, de joelhos por traz de mim. Um sexo viril e duro é roçado, com movimentos ritmados, entre as minhas nádegas. Umas palmadas são desferidas, certeiramente, nesses montes cúmulos. Isso atiça-me o gozo e o desejo. Contorço-me e procuro com a minha boca, aquele falo vigoroso e de tamanho considerável. Sinto a necessidade de apaziguar o meu desejo fálico. De o saborear antes que me saboreie ele a mim. Consentem-mo. Incorporo-me com a sua ajuda e sinto que as suas mãos me guiam a cabeça na direção do seu sexo. Abocanho-o com sofreguidão, lambo-o, sugo-o, com desejo incontido. Mas não tenho tempo de o saborear como queria. É-me cerceada a sua posse. Comprovo agora, é um pénis respeitável. De aço, quente e erecto.
De novo de mãos no chão e cabeça totalmente apoiada em ambas, sinto-me ser penetrada, intensamente, fortemente penetrada, até ao limite do suportável. Depois com as suas mãos a controlar todo o movimento de vai e vem, começa uma incessante dança de dois corpos, no cúmulo do seu tesão. Grito de prazer. Articulo algumas palavras sem sentido, próprias da linguagem dos amantes em extâse, desconexa, tipo “….mais, dá-me mais, adoro, bom, muito bom, como eu gosto…..” Por fim, sinto algo que me penetra o ânus, no momento exato em que ejaculámos, em convulsão, em uníssono, num grito único, que expressa todo o prazer, habilmente intensificado e contido até ao momento Zen.
Então, volto à realidade. Encontro-me, saber como lá cheguei, à porta do Motel, o carro está imobilizado, mas com o motor a trabalhar ainda. Desligo-o e ao mesmo tempo reparo que a minha linda e sexy tanga que compunha a lingerie está encharcada. Não sei se é bom ou mau sinal. Disponho-me a sair! Depois desta experiência imaginária estou pronta para tudo, pensei. Receptiva, expectante, misto de curiosidade e de intensa excitação, renovada pelas circunstâncias. Digo para mim: - isto agora é real. Vais vivê-lo na primeira pessoa! O que será que o teu cúmplice te reserva? Decido-me, finalmente, e entro confiante no Motel, com o meu melhor sorriso!
Eloísa
15 de Maio de 2013
Foto 1 do Conto erotico: ENCONTRO ÀS CEGAS


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Comentários


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cota português Comentou em 07/06/2013

Excelente conto. Muito bem escrito, muito excitante.

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andarai Comentou em 01/06/2013

Muito excitante. Bjs

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Comentou em 28/05/2013

Oi amiga, adorei muito muito! votado! bjussss

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curiosotl Comentou em 19/05/2013

tesao

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sol45ma Comentou em 19/05/2013

Onde o Zeus assina, eu assino em baixo, escreva mais, muito bom, beijos

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curiosotl Comentou em 19/05/2013

parabens....sabe escrever e bem

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jpereira Comentou em 16/05/2013

Parabens pelo conto e pelo corpo, excelente deu o maior tesao.

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Comentou em 15/05/2013

Heloisa3, aceite meus cumprimentos! Vc tem intimidade com as palavras, sinto-me sorrindo ao ler o teu conto! Não me apego à estoria em si, que aliás é ótima, mas a qualidade dessa autora genial que sabe dominar aquilo que se propõe a transmitir! Parabéns. Escreva mais! BEIJÃOZÃO do Zeus!

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rogercassino Comentou em 15/05/2013

excitante!




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Ficha do conto

Foto Perfil heloisa3
topsecret1956

Nome do conto:
ENCONTRO ÀS CEGAS

Codigo do conto:
29306

Categoria:
Fantasias

Data da Publicação:
15/05/2013

Quant.de Votos:
12

Quant.de Fotos:
1